Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra "pobre". O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se "órfãs", e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência. COUTO. M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho. 2009 (adaptado). ENEM 2018: Em uma leitura que extrapola a esfera econômica, o autor associa o acirramento da pobreza à a) afirmação das origens ancestrais b) fragilização das redes de sociabilidade c) padronização das políticas educacionais d) fragmentação das propriedades agrícolas e) globalização das tecnologias de comunicação QUESTÃO ANTERIOR: - ENEM 2018: Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude RESOLUÇÃO: O autor promove uma ressignificação do termo pobreza, associando-o à ausência dos laços familiares, o que remonta à solidariedade mecânica de Émile Durkheim Assim, a modernização da sociedade africana levaria ao estado de anomia e à dissolução desses laços familiares, daí a pobreza, ou seja, o isolamento do indivíduo em relação aos seus familiares. b) fragilização das redes de sociabilidade PRÓXIMA QUESTÃO: - ENEM 2018: A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende a Em algumas línguas de Moçambique não existe a palavra “pobre”. O indivíduo é pobre quando não tem parentes. A pobreza é a solidão, a ruptura das relações familiares que, na sociedade rural, servem de apoio à sobrevivência. Os consultores internacionais, especialistas em elaborar relatórios sobre a miséria, talvez não tenham em conta o impacto dramático da destruição dos laços familiares e das relações de entreajuda. Nações inteiras estão tornando-se “órfãs”, e a mendicidade parece ser a única via de uma agonizante sobrevivência. COUTO, M. E se Obama fosse africano? & outras intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). |