Alguns anos mais tarde, novas concepções foram sendo construídas, abrindo espaço para a consolidação da perspectiva sociointeracionista, a mais indicada pelos especialistas hoje por permitir que crianças e jovens não apenas conheçam as manifestações culturais da humanidade e da sociedade em que estão inseridas, mas também soltem a imaginação e desenvolvam a criatividade, utilizando todos os equipamentos e ferramentas à sua disposição. Show Na década de 1990, duas importantes inovações pavimentaram o caminho para o modelo atual: na Espanha, Fernando Hernández defendeu o estudo da chamada cultura visual (muito além das artes visuais clássicas, era necessário, segundo ele, trabalhar com videoclipes, internet, histórias em quadrinhos, objetos populares e da cultura de massa, rótulos e outdoors nas salas de aula). Esse tripé original é considerado uma "matriz" dos eixos de aprendizagem que dominam o ensino atualmente: a produção, a apreciação artística e a reflexão. O "novo" tripé ajuda a desmanchar alguns dos mitos que rondam as salas de Arte nas escolas brasileiras, como a confusão entre a necessidade de ter muito material e estrutura para obter uma resposta "de qualidade" dos alunos (leia mais no quadro abaixo). Na perspectiva sociointeracionista, o fazer artístico (produção) permite que o aluno exercite e explore diversas formas de expressão. A análise das produções (apreciação) é o caminho para estabelecer ligações com o que já sabe e o pensar sobre a história daquele objeto de estudo (reflexão) é a forma de compreender os períodos e modelos produtivos. Mitos pedagógicos no ensino de Arte Reprodução e releitura As quatro grandes linguagens artísticas: dança, artes visuais, teatro e música "Esses três momentos não são estanques. Mesmo que o trabalho dê ênfase mais para um agora e mais para outro daqui a pouco, é importante que fique claro que todos são interligados, fazem parte de um processo", diz Marisa Szpigel, coordenadora de Arte na Escola da Vila, em São Paulo. Segundo ela, é interessante variar as maneiras de estudar os conteúdos e programar as atividades ao longo do ano. "Assim como na prática artística há um pensar fazendo e um fazer pensando, quando ensinamos, a ação mobiliza para a reflexão e a reflexão transforma a ação." Maria José Falcão 3 perguntas a Maria José FalcãoProfessora de 6º e 9º anos do Ensino Fundamental e dos três anos do Ensino Médio na EE Adherbal de Paula Ferreira, em Itapetininga, a 174 quilômetros de São Paulo. Produção é chance para o aluno desenvolver percurso próprio PRODUZIR Os alunos devem experimentar Durante as atividades de apreciação, a turma aumenta o repertório. Ao ampliar a variedade de produções que conhece e analisar, o aluno estabelece ligações com o que já sabe e "constrói conhecimentos", como diz Marisa Szpigel. Essa parte do trabalho é feita em visitas a instituições culturais, teatros e espaços para shows e outras apresentações artísticas que permitam desenvolver o pensamento crítico e perceber como a arte afeta cada um. Já a fase da reflexão é uma espécie de complemento da apreciação. A diferença é sutil: ela tem lugar quando o estudante analisa o que viu e ouviu. Sabendo que aquele objeto artístico foi criado em determinado contexto e que faz parte de uma história, torna-se capaz de entender os significados atribuídos a ele. Daí a importância das discussões em classe (e da leitura de críticas e resenhas) para todos observarem que há outras maneiras de entender a arte. Registros escritos também favorecem a expressão de ideias. Compreender esse percurso é essencial para permitir que os estudantes cresçam cada vez mais (confira as expectativas de aprendizagem definidas pela prefeitura de São Paulo). Mas, mais do que seguir cegamente uma ou outra perspectiva de ensino, o que realmente importa é ser coerente com as propostas de trabalho e com as atividades passadas para a turma durante todo o ano. "Há professores que fazem um ótimo trabalho de livre expressão, por exemplo. O problema é quando não há uma intencionalidade clara", destaca Marisa. Linha do tempo do ensino de Arte no Brasil 1816 Durante o governo de dom João VI, chega ao Rio de Janeiro a Missão Artística Francesa e é criada a Academia Imperial de Belas Artes. Seguindo modelos europeus, é instalado oficialmente o ensino de Arte nas escolas. Metodologias mais comuns no ensino de Arte O ensino de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as principais tendências da área. Expectativas de aprendizagem em Arte do 1º ao 9º ano As orientações curriculares da prefeitura de São Paulo recomendam, entre outros itens, que ao fim do 5º ano os alunos sejam capazes de: Que tipo de educação a arte nos promove?A arte-educação pretende utilizar a arte no processo de formação humana para dar sentido ao sentir e a percepção de mundo do ser, utilizando-se das emoções e referências simbólicas (cultura, memória, criatividade) do indivíduo.
Porque a arte pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem?Qual é o papel da arte na educação. O estudo artístico auxilia o aluno a desenvolver e a trabalhar várias características, como o foco e a concentração, a disciplina, a imaginação, o senso crítico, a criatividade, a resiliência, além de aumentar o repertório cultural e histórico do estudante.
Quais são as metodologias para o ensino e aprendizagem de arte?A arte possui quatro expressões, quais sejam: artes visuais, música, dança e teatro. E a abordagem triangular, sendo uma metodologia se constitui de três passos principais: contextualizar, apreciar e fazer.
Como a arte pode favorecer o desenvolvimento na educação?Através da realização de atividades artísticas a criança desenvolve sentimentos, auto-estima, capacidade de representar o simbólico, analisando, avaliando e fazendo interpretações, desenvolvendo habilidades específicas da área das artes.
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