Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?

Resultado só foi confirmado na última nota do último aparelho, numa disputa intensa contra os Estados Unidos. Canadá ficou com o bronze. Brasil garantiu ainda 12 finais individuais

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?

A seleção masculina de ginástica artística conquistou,  na noite deste domingo (28.07), um ouro que veio na base da espera e da ansiedade. Decidido na última na nota do último aparelho, na performance do último adversário. Isso porque a equipe formada por Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barreto e Luís Porto participou da primeira classificatória da competição, ao lado de Chile, El Salvador, Equador, Uruguai, Porto Rico, Bolívia, Canadá, Argentina e México. Com uma performance consistente no ginásio de Villa El Salvador, o país fechou em primeiro, com 250.450 pontos, e superou nos centésimos a meta da equipe técnica.

"Hoje competimos um pouco melhor do que bem. Nosso objetivo era bater os 250 pontos e fizemos 250.450. Então, teve um chorinho", afirmou Marcos Goto, técnico da seleção masculina. Canadá e México ficaram em segundo e terceiro nessa etapa, com 246.725 e 239.750.

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?
Zanetti, Porto, Caio, Barreto e Nory: quinteto campeão do Pan de Lima. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br

Mais tarde, no entanto, entrariam em cena no Cuba, Venezuela, Peru, Estados Unidos, Colômbia e o time misto formado por Jamaica, Trinidad e Tobago e Costa Rica. Aos brasileiros, só cabia assistir. Desde o início ficou claro que o embate pelo topo do pódio seria contra os Estados Unidos, que levou à capital peruana um quinteto formado por Cameron Bock, Grant Breckenridge, Brody Malone, Robert Neff e Genki Suzuki. 

“Estávamos bastante apreensivos. No último aparelho, acompanhamos tudo fazendo contas. Estamos felizes, com a sensação de dever cumprido”
Arthur Nory

A cada uma das rotações, entre barras paralelas, barra fixa, cavalo, salto e solo, os americanos ou superavam ou ficavam próximos dos brasileiros. Assim, a decisão do ouro continental ficou dependente da nota dos americanos nas argolas, último dos aparelhos em que os adversários competiriam. E ali fez diferença para o Brasil ter na equipe um atleta com ouro e prata olímpicos. Os 15.000 pontos de Arthur Zanetti "inflacionaram o mercado". Eram até então a maior nota registrada em toda a competição. Caio Souza, com 13.800, também tinha puxado a média para cima e compensado os 13.250 de Arthur Nory. Felizmente para os brasileiros, os americanos não brilharam. Cameron Bock foi o melhor do quinteto, com 13.650, seguido por Brody Malone, 13.550 e Genki Suzuki, 13.200. 

Com isso, o somatório final dos americanos chegou perto, mas não o suficiente para superar o Brasil. Com 249.400, os Estados Unidos conquistaram a prata. O bronze ficou para o Canadá, com o time formado por René Cournoyer, Nathaniel Clay, Justin Karstadt, Cory Paterson e Samuel Zakutney“Estávamos bastante apreensivos. No último aparelho, acompanhamos tudo fazendo contas. Estamos felizes, com a sensação de dever cumprido”, disse Arthur Nory. “A competição por equipes é a mais divertida, a mais gostosa. Fico feliz porque nosso objetivo no Pan era mesmo esse bom resultado”, complementou Zanetti, que aparecia no fim da transmissão, no topo da arquibancada, fazendo contas no celular a cada apresentação dos adversários para projetar o resultado final brasileiro. 

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?
O campeão olímpico Arthur Zanetti em cena: 15.000 nas argolas, maior nota entre todos os atletas entre todos os aparelhos. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br

O resultado iguala a campanha de ouro por equipes do país registrada no Pan de Guadalajara, no México, em 2011. Há quatro anos, em Toronto, o time nacional masculino saiu com a prata. "Aquela prata tinha ficado um pouco engasgada. A gente sabia que podia mais. É bom sentir o peso dessa medalha de ouro no pescoço", disse Francisco Barreto, campeão em Lima e integrante do time vice no Pan do Canadá. 

"Conseguimos alcançar a meta de nos classificar para várias finais. Estamos em todos os aparelhos, com um ou dois atletas"
Arthur Zanetti

Se para Barreto o significado era de "reconquista", para Luis Porto o tom foi de estreia em grande estilo. Calouro na equipe principal brasileira, o ginasta gaúcho de Guaporé, de 22 anos, iniciou a carreira vendo os colegas brilharem em grandes eventos. "O Zanetti, por exemplo, sigo desde sempre, mas me lembro direitinho de Londres. Quando ele ganhou o ouro em 2012, pensei: Quero um dia ser que nem ele. Chegar com essa força numa Olimpíada. E hoje estou aqui, ao lado dele, e sendo campeão do Pan. É uma sensação incrível", disse, em entrevista ao canal Sportv. Porto chegou ao Pan com a moral de uma medalha de bronze no salto conquistada no mês passado na Universíade, disputada em Nápoles, na Itália. 

Doze vagas em finais

Mais do que o título por equipe, a performance do Brasil valeu vagas em 12 finais. Arthur Nory e Caio Souza vão disputar o individual geral, prova que define o atleta mais completo da competição. Nessa disputa, Nory conquistou a segunda nota mais alta, num acumulado de 82.200. Ficou atrás apenas do norte-americano Robert Neff, que somou 82.350. Caio Souza, com 81.550, chega como o quinto melhor. 

Nas finais por aparelho, que reúnem os oito melhores ginastas, Nory e Zanetti estão na decisão do solo. Francisco Barretto se garantiu no cavalo. Zanetti e Caio Souza serão os representantes nas argolas. Luís Porto, no salto. Nory e Barreto na barra fixa. E, por último, Nory e Caio nas paralelas. Em dois aparelhos, casos da barra fixa e das barras paralelas, três brasileiros ficaram entre os oito melhores, mas há uma limitação de no máximo dois por país na fase final. 

"Conseguimos alcançar a meta de nos classificar para várias finais. Estamos em todos os aparelhos, com um ou dois atletas", lembrou Arthur Zanetti. "O objetivo do Brasil para o Pan era também conseguir um bom resultado por equipes".

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?
Arthur Nory conquistou a vaga na final do individual geral com a segunda nota mais alta no acumulado dos seis aparelhos. Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br

"Nosso objetivo maior aqui era preparar a equipe para o Mundial. A competição nos mostrou o que é preciso ajustar. O cavalo está na cara que está bem aquém dos outros aparelhos"
Marcos Goto, técnico da seleção masculina de ginástica artística

Alerta no cavalo

Mesmo feliz com a vitória, o técnico Marcos Goto sai do primeiro dia no Pan de Lima com um diagnóstico. Entre 4 e 13 de outubro, a seleção tem um compromisso no Mundial de Stuttgart, na Alemanha. Lá, a principal meta é classificar a equipe para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. Para isso, na avaliação de Goto, há um ponto específico que precisa de atenção redobrada e melhoria rápida. 

"Nosso objetivo maior aqui era preparar a equipe para o Mundial. A competição nos mostrou o que é preciso ajustar. O cavalo está na cara que está bem aquém dos outros aparelhos", avaliou Goto, numa referência ao fato de este ter sido o aparelho em que o pais saiu com a menor nota média, de 38.750. Bem abaixo dos 40.850 no solo, dos 42.050 nas argolas, dos 42.300 na barra fixa, dos 43.150 nas barras paralelas e dos 43.150 do salto.

Potência das Américas

Ao longo de todas as participações em Pan-Americanos, a ginástica artística masculina do Brasil soma, agora, 21 medalhas. Por equipe, foram sete pódios (San Juan-1979, Indianápolis-1987, Santo Domingo-2003, Rio-2007, Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019). Nas provas individuais, foram 14 medalhas até hoje.

A primeira medalha na ginástica masculina veio no Pan de San Juan-1979, na prova por equipe, formada por Hélio Araújo, João Ribeiro, Reinaldo Ferreira, Mario Albuquerque, Altair Rodriguez e João Tavarez. Os primeiros pódios individuais vieram nos Jogos de Santo Domingo-2003, com Michel Conceição (prata no solo e bronze no salto), Mosiah Rodrigues (bronze no cavalo e na barra fixa) e Diego Hypólito (prata no salto).

O maior medalhista da ginástica masculina é Diego Hypólito, com oito medalhas (cinco de ouro e três de prata). Ele também é o maior medalhista individual pan-americano da modalidade na história dos Jogos. Zanetti já soma cinco medalhas em Pan-Americanos: três por equipe (ouro em Guadalajara-2011, prata em Toronto-2015 e ouro em Lima-2019) e duas individuais, nas argolas (prata em 2011 e ouro em 2015).

No sábado, as ginastas brasileiras conquistaram o bronze por equipe no primeiro dia de competições da modalidade. Elas também se garantiram nas finais do individual geral (Flávia e Thaís), das assimétricas (Lorrane e Carolyne), da trave (Flávia) e do solo (Flávia e Thaís).

Galeria de fotos (imagens disponíveis em alta resolução; uso editorial gratuito; crédito obrigatório)

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?

Investimento

Dos 10 atletas brasileiros da ginástica artística que estão em Lima, nove são contemplados pelo Bolsa Atleta, num investimento de R$ 728,7 mil ao ano. Todos da seleção masculina são bolsistas, num apoio de R$ 526,2 mil. Todos eles também integram o Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas. Atualmente, 71 atletas da modalidade são apoiados pelo Bolsa Atleta, com um investimento anual de R$ 1,9 milhão.

Bolsa Atleta

Ao todo, 333 dos 485 atletas brasileiros inscritos no Pan de Lima fazem parte do Bolsa Atleta. O investimento do programa federal no grupo é de R$ 14,6 milhões ao ano. Há um equilíbrio quase perfeito de gênero, com 166 homens e 167 mulheres na lista.

Em termos percentuais, 70% dos atletas de modalidades que atualmente figuram no programa dos Jogos Olímpicos e estão no Pan recebem o incentivo da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Um contingente expressivo, de 68, faz parte da categoria mais alta do programa, a Bolsa Pódio, voltada para esportistas que figuram entre os 20 melhores do mundo em suas especialidades. Os outros estão nas categorias olímpica (83), internacional (95) e nacional (87).

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística masculina?

PROGRAMAÇÃO

29.07

15h – Final do individual geral (feminino)
20h – Final do individual geral (masculino)

30.07
15h – Final por aparelho – solo (masculino)
15h40 – Final por aparelho – salto (feminino)
15h40 – Final por aparelho – cavalo com alças (masculino)
17h20 – Final por aparelho – assimétricas (feminino)
18h – Final por aparelho – argolas (masculino)

31.07
15h – Final por aparelho – trave (feminino)
15h – Final por aparelho – salto (masculino)
16h20 – Final por aparelho – solo (feminino)
16h20 – Final por aparelho – paralelas (masculino)
17h20 – Final por aparelho – barra fixa (masculino)

Cynthia Ribeiro, de Lima, no Peru - rededoesporte.gov.br

Quantas medalhas o Brasil já conquistou na ginástica artística?

Historicamente, o Brasil tem dezesseis medalhas conquistadas - seis de ouro, seis de prata e quatro de bronze, conquistadas por sete ginastas desde a edição de 2001, quando Daniele Hypólito desbravou o mundo com sua prata no solo.

Quais os ginastas brasileiros que ganharam medalhas?

Veja os sete medalhistas brasileiros da história do Mundial de....
Daiane dos Santos..
Arthur Zanetti..
Daniele Hypolito..
Diego Hypolito..
Jade Barbosa..
Arthur Nory..
Rebeca Andrade..

Quantas medalhas a ginástica tem?

Quadro de Medalhas.

Quantas medalhas o Brasil já ganhou na ginástica artística feminina?

Aparelhos.