Por quê a fofinha me atenta

viversos:

Eu te quis com a maior intensidade que já fui capaz de sentir. Você foi a coisa mais difícil da qual eu tive que abrir mão.

"Às vezes a gente se afasta para refletir. Outras vezes, porque já refletiu."

indicativo:

Você é encrenca. E infelizmente eu amo uma boa encrenca.

Carlos Eduardo Saltzman.

"O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço."

"Talvez você seja um péssimo jardim. Por isso as borboletas se foram."

"Um - Não pegue o celular, você sabe que ele está ligando porque está bêbado e sozinho.
 
Dois - Não o deixe entrar, você tem que acabar com ele de novo.
 
Três - Não seja amiga dele, você sabe que vai acordar na cama dele de manhã. E se você estiver por baixo, você não vai superá-lo."

"Eu não vou à procura de problemas. O problema geralmente me encontra."

"O riso é um veneno para o medo."

"E esse é o problema das pessoas que são sinceras: acham que todo mundo também é."

"Me disseram coisas que até hoje não fui capaz de esquecer."

Rosto de ninfeta, corpinho sensual
Parou na minha frente, olhou pra mim eu passei mal.
Garota marrenta o seu olhar me conquistou
Seus lábios ja desejo, pode crer não é caô

Nos seus olhos eu encontro a mais linda paisagem
Te vejo, alucino, essa é a mais pura verdade
Você é a mina perfeita, por quem fui me apaixonar
Por favor não diga não, é com você que eu quero estar

Sou o tipo de cara que aparenta ser o certo
Sou do tipo proibido que te atenta no deserto
Garota perfeita, tu roubou meu coração
Mais tenha certeza a prova disso é essa canção

Menina marrenta, o meu amor é todo seu
Te quero comigo, então formou você e eu( x2 )

Toda hora eu faço musica, Toda hora faço canção
Para te mostrar a minha emoção
Tenho medo de um dia acordar e você comigo não estar
Você é minha linda, você é minha fofinha

Perfeita pra mim, eu quero te beijar todinha
A primeira vez que eu te toquei
Meus olhos brilharam eu não sei o que tu fez
Eu nunca fui assim, nunca fui de amar

Eu nunca pensei de alguém um dia gostar
Não tenho o que fazer ? To pensando em você
Eu to ficando louco, só penso em te ter
Por isso menina te faço mil declarações
Minha Musa inspiradora, Pra ti são minhas canções

Dizem que eu não presto e que vou te fazer Sofrer
Não passam de recalcados que também querem te ter

Não bola com isso, pois não é verdade não
Eu não sou nenhum santinho, mais mentiroso eu não sou não
Não bola com isso, é com você que eu quero estar
deixa de besteira e vem logo me amar
Não bola com isso, pois não é verdade não
Eu não sou nenhum santinho, mais mentiroso eu não sou não

Por você eu mudei, Por ti estou mudando
O Tempo ta passando, estou me apaixonando
Acordo com o pensamento somente em você
Vou para a escola, querendo te ver, Como eu ja disse, Me perco por ti
Como ja falei estou gamado em você

Essa é uma declaração em forma de canção
Posso ter mil defeitos, mais mentindo eu não to não
Posso ter mil defeitos, mais mentindo eu não to não

Eu ja amei mulheres por apenas 1 dia,
Ja amei por 1 semana e até por 1 mês
Mais nenhuma até hoje conseguiu fazer, o que você me fez

Menina loira, linda e fofa
Me perco por ti, quero te beijar na boca
Eu quero te beijar, te fazer delirar,
Quero te namorar e ao seu lado sempre estar

Por você eu mudei,, Por ti estou mudando
O Tempo ta passando e estou me apaixonando
Eu vou te dar amor, vou te fazer feliz
Nesse meu filme é a principal atriz

E Como principal atriz, merece os melhores premios
Melhor Atuação e também melhor empenho
Ganhará Melhor atuação por ser Linda assim
Ganhará Melhor empenho só em me fazer sorrir

COMPLETO ATÉ DIA 02/10

- Fofinha! - A minha afilhada de quarenta e cinco dias, me dá um sorriso sem dentes e o que faz com que os seus olhos azuis gigantes brilharem. Literalmente Fofinha o apelido perfeito para a filha do Noah, e a vaca da Su.

Retiro ela do bebê-conforto rosa, que o seu pai está carregando, a pego no meu colo e começo a matar a minha saudade de menos de 12 horas do bebê mais lindo do mundo.

- Oi tia Elis! - Vejo o Yago entrando correndo e indo direto para a minha cozinha, eu prometi para ele um bolo de chocolate e de certo ele já sentiu o cheiro.

Continuo amassando a Fofinha até a Su me chamar pela quarta vez. Ela está nervosa, mais do que o normal, posso ver só pelo jeito que está olhando para tudo a sua volta como se procurasse alguma jaula ou coisa do tipo em que eu fosse colocar as crianças para dormir hoje. Bem capaz que eu seria capaz de fazer alguma coisa desse tipo com a Fofinha e o Yago essa noite.

Hoje vai ser a primeira vez em que a cria vai se desgrudar da Vaca. E se ela ficar mais do que alguns minutos aqui em casa, vai acabar desistindo do programa do casal vinte. Teoricamente o seu "resguardo" terminou há cinco dias, ou seja, o tempo do Noah a convencer de eles fazerem alguma coisa juntos e fora de casa. Claro que a vaca não está confiante ainda para fazer tudo o que o Noah está em mente, até porque depois de umas dicas alimentares para ela, literalmente ela vaza leite por qualquer coisa. Se no início ela não dava conta, agora ela tem que tirar com aquelas maquininhas, de tanto que produz. E óbvio que o que sobra, ela doa para o banco de leite no hospital.

- Ela está de bunda limpa e não faz muito que mamou. - Viro a Fofinha para frente já que ela tem a mania de se agarrar nos meus cabelos, ou os da Su só por diversão e puxar. - Aqui dentro da mala tem fraldas, roupas, leite e...

- Amor, a Elis já sabe de tudo isso. - Noah chega ao meu lado e distribui beijos na Fofinha para se despedir.

- Eu sei, só não custa avisar...

- Mais umas vinte vezes. - Completo. Desde ontem ela me repete tudo o que vai trazer para cá e como lidar com qualquer problema.

Não posso negar. A Su é uma mãe e tanto, cuida daqueles dois filhos como se fosse uma tigresa, e ai de quem querer fazer alguma coisa com eles, ela vira uma fera. O Noah não fica muito atrás, mas é um pouco mais liberal, ainda mais quando ele está há muito tempo a sós com a sua esposa e teoricamente hoje vai ser a primeira noite deles de casados sem uma barriga para atrapalhar no meio, ou choro da Fofinha.

- É que eu vou deixar a minha filha pela primeira vez sozinha! Dá para vocês entenderem? - Noah revira os olhos para mim e se vira para a sua esposa.

- Ela é minha filha também, ou esqueceu? - Ta aí uma coisa que não da para se negar. A Fofinha tem os olhos iguais ao do Noah. Se existir algum teste de DNA visual, o dela daria cento e vinte por cento positivo.

Ela é a cara da Su, e até mesmo a personalidade tem boa porcentagem dela, mas de resto é o Noah escrito. Além dos olhos, o jeito que ela fica emburrada com o calor e também o fato de desde pequena já querer ser o centro das atenções.

- Mamãe - imito uma vozinha de bebê e finjo que sou ela falando - vai dar para o papai e me deixa aqui com a Dinda Elis e o maninho. Tchauzinho. - Pego aquela mãozinha gordinha com uma correntinha de ouro com o seu nome gravado, e a faço acenar para os pais.

- O que a mãe vai dar para o pai? - Yago volta para a sala com a boca toda suja de chocolate, nem para ele fingir que não comeu daria.

Noah olha para mim e olhamos juntos para a Su que ficou sem reação e começamos a rir da inocência do Yago e das bochechas vermelhas que começou a subir na Vaca. Mesmo casada e com um filho dele, ainda tem vergonha de admitir que faça bem mais do que dormir com ele na cama.

- Muitos beijos nele! - Ela se esquiva da pergunta e o Noah aproveitando a brecha, tasca um beijão de novela na Su e o Yago faz um som de nojo e sai correndo de novo para a cozinha.

- Que nojo pai!

Noah solta a Su que fica meio tonta depois desse ataque no meio da minha sala. Nem preciso comentar que fico com uma puta inveja quando vejo o relacionamento desses dois. Apesar de tudo que passaram para conseguirem a cura do Yago o amor prevaleceu e se transformou em algo sólido e que nenhuma outra coisa possa destruir.

Su continua falando todos os cuidados que eu preciso tomar com a Fofinha, e eu já estou a ponto de mandar ela para longe. Será que eu sou tão irresponsável assim para cuidar uma noite de uma criança que só mama e suja as fraldas e o Yago, que eu já cuidei em situações bem piores?

- Amor, nossa reserva é em meia hora. - Noah pega no seu braço e ela quase vira uma fera.

- Já estou indo! - Sua irritação já está ficando em um nível alarmante para o Noah.

Então eu resolvo fazer uma intervenção para salvar a noite do Noah e consequentemente alguns bons momentos para a Su relaxar um pouco.

- Eu sei de tudo isso, qualquer coisa eu te ligo - caminho até a porta e abro com o meu cotovelo - bom jantar, e lá sei o que vocês vão fazer depois disso. Yago - falo mais alto um pouco - vem aqui dar tchau para os teus pais.

Sinto a Su me fuzilando com os olhos por tê-la cortado, e um Noah me agradecendo silenciosamente. Deixo eles se despedirem com milhares de beijos e mais algumas instruções e finalmente fecho a porta do meu apartamento.

Viro a Fofinha para mim e amasso mais um pouco. Essa noite ela é só minha e eu vou mimar ela com tudo que uma dinda tem direito. Aliás, vou fazer isso com os dois.

Coloco ela no seu bebê-conforto e vejo ela fechar os seus olhinhos em um sono tranquilo e vou para a cozinha.

- Yago do céu, que furação passou aqui? - Em menos de cinco minutos ele fez uma bagunça na minha cozinha, impecavelmente limpa.

- Desculpa tia Elis! - Seus olhos verdes são de puro arrependimento. - É que caiu um pedaço de bolo no chão e sem querer eu pisei em cima aquela hora que tu me chamou. Mas eu vou limpar tudo! - Sorrio, como ficar brava com esse anjo?

Limpamos a cozinha, e por alguns segundos eu me pergunto por que não disse para a Su trazer o Gato e o JB juntos, com toda a certeza do mundo, aqueles dois gordos limpariam a minha cozinha em um piscar de olhos e sem deixar nenhuma migalha no chão. E se eu não escondesse o bolo, eles comeriam até a forma.

Sempre amei toda a forma de animais que podem existir... corrigindo, quase todas, insetos e bichos gosmentos eu corro longe, mas os caseiros e até os que tem lá na fazenda dos meus pais, eu tenho vontade de trazê-los para a minha casa, ainda mais se são filhotes. Na mesma época que a Su pegou o Gato para ela, quase que eu trouxe um para mim, mas pensei direito e percebi não iria cuidar ele com a mesma dedicação que ela tem pelo seu gato gordo. Já sou um desastre cuidando de mim mesma, quem dirá de outra vida inocente por um logo tempo. Ficar com a Fofinha e o Yago por algumas horas para aqueles dois se divertirem é uma coisa, mas ter sobre a minha inteira responsabilidade? Não confio muito!

Viver quase toda a minha vida na fazenda cercada por animais foi uma experiência incrível! A lealdade e companheirismo que eles podem nos ensinar são dignos de uma lição de vida por inteiro. É como diz o ditado, quanto mais conheço as pessoas, mais amo os meus bichos, adaptado por mim. Minha infância foi cercada por gatos, cachorros, cavalos, vacas e até as malditas bicadoras, que eu não vou muito com a cara delas, bem diferente do Noah que pegou pânico quando ficou com elas aquela primeira vez em que foi á minha casa.

Meus pais sempre trabalharam de domingo a domingo com os animais. Até porque ninguém escolhe a hora de ficar doente ou mesmo dar cria. Muitos feriados passamos no meio do estábulo com algum animal nascendo e eu amava isso. Mas não mais do que estar na cozinha com a minha avó. Ela foi a minha segunda mãe, literalmente, que cuidava de mim e me ensinava todos os seus truques no meio das panelas.

Estudei em escola pública por toda a minha infância e adolescência, o ensino em cidades pequenas aqui sempre funcionou muito bem. Até porque todo mundo se conhece e se eu tirasse uma nota baixa, ou então me desse mal em alguma matéria, misteriosamente o animal de estimação dessa professora adoecia e eles chamavam os meus pais. Então eu sempre tive que ser uma aluna exemplar. Mas eu tive os meus momentos de rebeldia também.

Sempre fui uma das mais altas e magras da minha turma, apelidos como varra fina, pau de virar tripa, pintora de forro sem escada e do estilo sempre me deixavam puta de raiva! Me irritava e quando eu explodia não havia guri que não voltava para casa com um belo roxo ou então sem poder caminha direito por causa de um joelhaço do meu joelho pura osso. Então depois disso eles começavam a me respeitar mais. Até que todos nós crescemos e eu descobri que muitas vezes, uma brincadeira desse tipo, tem outro significado.

Não que eu tenha sido o corrimão da escola, mas aproveitei o quanto eu pude. Perdi a minha virgindade na noite da boate de formatura do ensino médio em uma casa de outro colega que os pais não estavam em casa, foi com um cara mais velho e foi horrível, mas eu não desisti de tentar encontrar o cara perfeito para mim. E ainda não encontrei o maldito até hoje.

Também não estou procurando ele desesperadamente, longe disso. Amo a minha liberdade, acordar a hora que quiser, poder ficar uns quatros dias sem lavar uma louça ou então não ter que dar satisfações da minha vida para ninguém. Mas não posso dizer que não tenho uma pontinha de inveja da casa cheia da Su. Uma inveja branca, claro, depois de tudo que a minha amiga passou, e também com o Yago e o Noah, o que mais desejo para eles são a felicidade plena. Mas que bate uma depressão toda vez que eu volto para casa depois de um final de semana com eles, ah se bate...

Depois de arrumarmos a cozinha e devorar mais da metade do bolo de chocolate, com leite, eu e o Yago vamos para a sala jogar vídeo game. Claro que o ursinho polar já tirou toda a roupa e está só de cueca atirado no meu sofá, assim como eu estou só de calcinha e com um top pela metade da barriga. A Fofinha dorme no seu bebê-conforto e de vez em quando solta um suspiro de felicidade e parece estar sugando alguma coisa, como se estivesse sonhando que está pendurada na sua fonte de leite natural. Fiz até um vídeo para mandar amanhã para os babões, se eu mandar agora capaz de quererem vir para cá e assistir a cena ao vivo.

Corujismo de todos os lados sobre ela. Se eu for abrir a galeria de fotos do meu celular agora, só vou encontrar fotos e vídeos das crianças. Seja da Fofinha tomando banho, tentando comer o seu pé ou do Yago dormindo em uma posição que só uma criança, ou alguém sem coluna consegue ficar e ainda achar confortável. E quem disse que eu tenho coragem de apagar alguma delas? Tanto que o meu plano de fundo é nós três em um sanduíche de Fofinha que ficou com os olhos arregalados e sorrindo.

Jogamos até a mocinha se acordar em plenos pulmões. Eis um traço inconfundível que ela herdou da sua mãe, nunca se esqueçam de alimentá-la na hora certa. Confesso que acabei me passando no horário com o jogo aqui com o Yago e ela não tem muita paciência de esperar. Foi uma correria minha para pegar a Fofinha do bebê-conforto e aquecer o leite que a Su me deixou até a temperatura ideal para a criança. Quando me sentei para colocar a mamadeira em sua boca, ela já estava vermelha de raiva de tanto chorar, e olha que se passaram menos de cinco minutos.

- Pronto esfomeada! - Falo com o som dela sugando desesperadamente aquela mamadeira enchendo o ambiente. E como num passar de mágica toda a brabeza da pequena pessoa sumisse.

- O pai se vê azul quando ela começa a fazer isso - Yago sem tirar os olhos do jogo fala.

- E o que ele faz? - Fofinha dá uma engasgada de tão ávida que fica pelo leite e logo que passa, volta a sugar como nunca.

- Fica na volta atrapalhando, como diz a mãe. - Solto uma risada alta, que até ela me olha assustada, mas logo volta a focar na mamadeira.

O Noah é hilário! Ele tenta fazer as coisas, mas acaba se atrapalhando todo deixando a Su uma poça de raiva. Mas no fim ela releva e manda ele fazer as coisas mais simples, como por exemplo fazer a Fofinha arrotar ou até mesmo recolher as suas roupas do varal. Ele não é totalmente inútil, mas a sua falta de tato e o fato de não saber o que fazer com uma criança em prantos, convenhamos que isso é mais o papel de uma mãe do que um pai desajeitado e babão igual ao Noah, não duvido que algum dia ele comece a chorar junto com a Fofinha....

- Tia Elis? Porque eles queriam ficar sozinhos hoje? - Pisco algumas vezes para a pergunta do Yago.

Acho que eu não seria a pessoa ideal para dar uma aula sobre educação sexual para uma criança de nove anos. Tenho a certeza que nem para uma pessoa da minha idade eu não seria uma professora normal...

Engulo seco e quando ele da pausa no jogo e olha para mim com aqueles olhos verdes interrogativos, eu vejo que estou em um beco sem saído. Rápido Elis, pensa em alguma coisa decente para falar para o guri.

- É porque... - Até a Fofinha está olhando para mim agora esperando a minha resposta. - Porque vocês dois são uns chatos e eles queriam ficar a sós sem vocês dois na volta. - Brinco e sorrio.

Vejo a expressão do Yago cair um pouco e vejo que fiz coisa errada. Fofinha empurra a mamadeira, quase vazia e eu a coloco no meu ombro para arrotar.

- Mas eu não incomodo... - Ele fala essas quatro palavras e eu vejo que sou uma verdadeira idiota por falar isso para ele.

- Eu tava brincando Yago - Me sento ao seu lado e espero a porquinha arrotar em mim e voltar para a terra dos sonhos infantis. - É que às vezes os adultos precisam de um momento só deles, para namorarem.

- Eles já fazem isso o tempo todo! - Sua cara de nojo me faz sorrir.

Uma coisa que o Noah nunca deixou de ser é exibicionista. Mesmo com todas as brigas dele, esse sempre acaba de um jeito, ou de outro levando ela para o mau caminho e eles acabam com demonstrações de afeto em público. Já desisti de ir ao cinema com ele há tempos, castiçal para segurar umas vintes velas, era pouco para mim.

- Mas é diferente Anjo - uso o mesmo apelido que sua mãe o chama e o seu sorriso volta um pouco. - Tem vezes que eles querem ficar sozinhos. E outra, eu sou tão chata assim?

Chego perto dele e começo a colocar a minha cabeça no seu pescoço e a fuçar por ali como um porquinho na lama, até ele começar a rir. E quando ele para a Fofinha solta um arroto e mais uma bomba de gás altamente mortal e começamos a rir sem parar, até ela riu de nós.

Passamos um sufoco quando ela nos presenteou com uma fralda recheada com um material tóxico. Agora eu sei por que o Noah sai correndo quando isso acontece, mas eu e o Yago formamos uma dupla imbatível, tanto que tive que acabar no banho junto com a Fofinha porque eu não sabia qual de nós duas estávamos mais sujas.

Quase morri de medo de tomar banho junto com ela, mesmo com a Su dizendo que acha bem mais prático do que dar na banheira nela. Já pensou se eu deixasse a criança cair no são porque ficou escorregadia? Tomei o maior cuidado enquanto ela estava em êxtase por estar molhada e se refrescando, e quando acabei a enrolei numa toalha e entreguei para o Yago que estava de prontidão na porta esperando o pacote enquanto eu tomava o banho mais rápido de toda a minha vida.

Depois de vestida, cheirosinha, calminha e fofinha como sempre ela adormeceu e nós soltamos um suspiro de alívio e caímos na cama junto com ela no nosso meio.

Desde que ela nasceu, a Su me contou que o seu insitito materno floresceu de um jeito assustador. Qualquer movimento estranho e ela já fica em estado de alerta, e hoje eu pude ter uma noção do que isso significa. Sou um polvo na cama, me desdobro em quatro braços e quatro pernas e estava bem a fim de deixar os dois na cama e pegar um colchão e colocar no chão para eu dormir. Mas quando percebi adormeci junto com eles, e não é que pela primeira vez que eu me lembre eu acordei na mesma posição em que dormi?

Foi muito louco, dei um pulo na cama quando senti o mínimo movimento e quando olhei para a minha frente, só vi ela chupando as mãos e com aqueles olhos azuis vidrados em mim. Meu coração se derreteu mais um pouco pela minha afilhada, se isso for possível. Yago dormia com a bunda para cima e as pernas bem abertas ocupando quase metade da cama, e nem se mexeu ou percebeu quando eu peguei a Fofinha no colo e a levei para a cozinha e comecei a preparar outra mamadeira antes que ela começasse a chorar desesperadamente.

Ter nos meus braços a filha da minha melhor amiga, mais que uma irmã, me faz sentir um orgulho imenso de tudo isso. A Fofinha, bem como o Yago são filhos perfeitos e os quatro formam uma família que qualquer pessoa quer fazer parte. Me sinto extremamente abençoada por ter eles na minha vida, e qualquer coisa que eles me pedem, ou venham a me pedir futuramente, eu irei fazer sem hesitar por um segundo que seja, assim como eu sei que se um dia eu precisar, eles irão fazer as mesmas coisas por mim.

*~*

Acordo com o som da minha campainha e ainda não são nem oito horas da manhã, cedo demais para o correio entregar alguma coisa. Desde que a minha mãe descobriu que se encomendasse as coisas pela internet e colocar o meu endereço, o frete sai quase zero e chegam bem mais rápido que lá onde ela mora, e com isso eu conheço todos os carteiros e entregadores de transportadora da região. Ela compra de tudo desde roupas até alguns remédios caros. Morro de medo de um dia chegar uma coisa de um sexshop, por exemplo, aqui em casa. Dela eu não duvido de nada.

Me levanto e olho para a dupla que nem se mexe com o som estridente. Yago está em outra posição com a mão por cima da barriga e a boca aberta e a Fofinha com uma cara de quem está sonhando com alguma coisa feliz. Lindos da tia Elis!

- Porque demorou tanto para abrir a porta? - Uma Su com os cabelos molhados entra na minha casa antes mesmo de eu terminar de abrir a porta completamente. Alerta mãe tigresa em cena.

- Bom dia Vaca. - Bocejo e fecho a porta, olho para a minha sala e vejo que ela não está mais aqui e me deixou, literalmente, falando com a o porta.

Me atiro no sofá e menos de meio minuto ela aparece na sala com um sorriso no rosto gigante e com a Fofinha no colo que ainda dorme.

- Sãos e salvos, os dois. - Ironizo quando ela senta em outro sofá e fica olhando a sua filha com um amor de mãe nos olhos.

- Já dei uns beijos no Yago e agora tenho que amassar a minha Fofinha. - Ela vendo que a sua fornecedora de comida acorda. - Bom dia minha lindinha, mamãe estava com tanta saudade do meu bebê.

Vejo a cena toda se desenrolar da sessão de beijos na Fofinha que parece que estava com saudades da sua mãe também, pois se agitou toda. Conto a nossa noite, com direito a risadas da Su quando escutou da nossa trágica mudança de fralda e o ataque de fúria de sua filha pela mamadeira com cinco minutos de atraso.

- E então... - Sorrio para a vaca quando a Fofinha arrota alto - Como foi à noite?

Seus olhos brilham, um vermelho sobre até suas bochechas e um sorriso sonhador se forma no seu rosto. Pelo visto foi ótima.

- Sem palavras, o Noah cada vez mais me surpreende de uma maneira diferente. - Ah aquela minha invejinha branca aparecendo....

- Ele não me contou para onde vocês iam. - Me sento no sofá e fico esperando pelos detalhes da primeira noite oficial de casados e sem filhos por perto.

- Fomos jantar em um restaurante novo perto de casa, deu para ir até de a pé e de mãos dadas. O ambiente é bem legal e comemos conversando de tudo um pouco. - Seu sorriso literalmente grudou nos seu rosto lindo - Depois saímos de lá e voltamos para casa, a praça no meio do caminho estava iluminada pela lua e nos paramos e ficamos sentados no mesmo banco onde demos o nosso primeiro beijo e foi tudo perfeito como sempre. - Ela estica a perna esquerda - Mais uma letra na minha tornozeleira, daqui a pouco não vou conseguir caminhar direito de tanta coisa que já tem. - Vejo as letras iniciais do nome da Fofinha em ouro combinando o estilo de letra do "Y" que ela já tinha, representando os maiores tesouro que eles têm, os seus filhos.

- E tu aproveitou e entregou o dele? - Ela dá um sorriso sacana e confirma.

Semana passada ela me fez ir ao shopping com ela e a Fofinha, depois da consulta mensal no pediatra, para comprar um presente para o Noah que representassem os seus filhos. Ficamos rondando o prédio inteiro nos revisando para empurrar o carrinho onde a Fofinha olhava para tudo muito atenta, e parava todo mundo para admirar a sua beleza, deixando a mãe toda orgulhosa.

Acabamos em uma joalheria e enquanto a Su explicava o que ela queria, eu chamei outra funcionária para me mostrar a sessão que eu estava atrás. Depois de quase uma hora de espera, a dei para a minha afilhada uma pulseira de ouro com o seu nome e a Su saiu de lá com um cordão de outro, estilo escapulário com duas plaquinhas, só que ao invés de imagens de santos, era o desenho de uma menina e um menino. Achei lindo e aposto que o Noah não vai retirar nunca.

- Colocou na mesma hora - não disse.... - e ai depois fomos para a casa... - ela suspira como uma adolescente apaixonada pelo seu primeiro namorado, que não deixa de ser esse o caso, só que eles já passaram dessa fase a tempo.

- E ai vocês se agarraram já no elevador e fizeram a festa. - Completo e eu vejo a Vaca ficar mais vermelha que um tomate maduro. - Deixa de vergonha mulher, nem parece que vocês são casados e tem uma filha.

Seu sorriso aumenta umas dez vezes. E a minha felicidade de ver a minha amiga vaca desse jeito também.

- Mãe? - Um Yago descabelado e amassado do sono aparece na sala, caminha até o sofá e se atira ao meu lado.

- Bom dia meu Anjo. Como foi a noite com a tia Elis? - Ele resmunga alguma coisa e eu começo a fazer cócegas nele.

- Fala que foi a noite mais divertida do mundo, até a tua irmã contaminar todo o ambiente. - Ele começa a rir alto até começar a pedir para parar.

- Foi... - ele arfa - ótima! Mas poderia ficar melhor com um pedação de bolo que sobrou! - Ele sai correndo em direção à cozinha para arrematar o resto de bolo de ontem.

- Formiga! - Grito para ele escutar lá da cozinha.

Continuamos a conversar até a Fofinha dormir de novo, e não ter perigo de ir balançando até a sua casa e vomitar no Fusca da Su. Aproveitamos para adiantar alguns trabalhos da próxima semana e a nossa ida para a fazenda em quinze dias, afinal, o Yago e a Fofinha já se tornaram uns netos as avessas para os meus pais, e o prelúdio de bisnetos para a minha avó que não se cansa de fazer tudo que é comida para eles, nem para mim ela faz tantas variedades mais.

- Deixa eu dar uma cheirada na minha Fofinha antes dela sair. - Tiro ela do colo da Su e beijo aquelas bochechas que eu tenho vontade de morder de tão gostosas que elas são. - Mamãe a tia Elis quer me morder! - Falo imitando uma criança.

- Mais uma? Teu pai também tem essa vontade. - Ela arruma o cabelo da filha enquanto eu ainda a amasso. Sim eu sou babona, assumo! - Agora chega antes que ele ligue reivindicando o seu turno de mimar a guria.

- Tchau tia Elis - Yago me abraça assim que eu coloco a sua irmã no bebê-conforto e ela faz um biquinho para chorar.

- Tchau Anjo! - Beijo ele repetidamente até eu o sufocar um pouco e ele se afastar. Ele está crescendo e já não quer mais esses beijos exagerados.

Vejo ele sair limpando os meus beijos que eu dei de propósito e ir em direção ao elevador.

- Obrigada Elis! - Su me abraça carregando o bebê-conforto em uma mão. - Para uma mãe de primeira viagem, tu se saiu perfeita. Mal vejo a hora de eu cuidar de um fofinho teu daqui uns anos. - E ela embora com os seus filhos e me deixando com essa bomba.

Fecho a porta, mas a minha boca parece que foi até o chão de tão surpresa que eu fiquei com essa declaração da Vaca. Eu com um filho? Começo a rir como uma maluca que eles tanto acham que eu sou. Olho para a sala vazia e paro de rir por completo, afinal, pareço uma maluca mesmo nesse apartamento vazio e sem ninguém para me escutar.