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Pré-visualização | Página 5 de 15se pode constatar na análise dos gráficos apresentados, há um aumento da riqueza de espécies continentais de animais e vegetais nas baixas latitudes (próximas ao Equador, que é a latitude de 0º) em comparação às elevadas latitudes polares. O mesmo padrão de biodiversidade também ocorre para seres aquáticos (marinhos e dulcícolas), ao contrário do que afirma a asserção. Asserção 2 – Incorreta. JUSTIFICATIVA. Nos ambientes de maior latitude (mais próximos aos pólos), a variação térmica ao longo do ano é maior do que a observada em ambientes de menor latitude (mais próximos ao Equador). Portanto, esses últimos são mais estáveis que os primeiros, contrariando o que foi afirmado na asserção. Além disso, o padrão latitudinal de distribuição de seres marinhos e aquáticos é semelhante ao dos seres continentais, ou seja, a riqueza de espécies é crescente dos pólos para a região equatorial. 3. Indicações bibliográficas BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. ODUM, E. P.; BARRETT, G. W. Fundamentos da Ecologia. São Paulo: Cengage Learning, 2008. RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. QUESTÃO 3 - TOMO 1 (Enade 2008-questão 14) Com o aumento da visitação no Parque Nacional Yosemite, na Califórnia, a progressiva redução da população de cougars (Puma concolor, a nossa onça- parda), predadores do topo da cadeia trófica local, resultou em um aumento explosivo da população do cervo (Odocoileus hemionus) por volta de 1920. Um estudo retrospectivo recentemente realizado sobre o recrutamento populacional (isto é, o crescimento de plântulas até árvores) de carvalhos negros, cujos indivíduos mais jovens são um dos principais itens da dieta dos cervos na região, inventariou todas as plantas dessa espécie em manchas maiores que 0,5 ha e acessíveis aos cervos. De modo similar, também foram inventariadas todas as plantas de carvalho negro que ocorriam em manchas de tamanho semelhante em áreas do parque inacessíveis aos cervos. Os resultados obtidos estão apresentados na figura abaixo. período de estabelecimento Estrutura etária do carvalho negro da Califórnia (com as barras de erro padrão) para (a) manchas de carvalho acessíveis aos cervos; (b) manchas não acessíveis aos cervos. Com base nos estudos mencionados, é correto afirmar que: A. houve, nas manchas inacessíveis aos cervos, redução do recrutamento, enquanto, nas áreas acessíveis, observou-se a estabilização do recrutamento na população de carvalhos a partir de 1920. B. os resultados apóiam a predição teórica de que uma redução da predação por grandes carnívoros pode causar o aumento populacional de grandes herbívoros e a redução das populações de plantas palatáveis. C. a reintrodução dos predadores ou o controle da população de cervos anulariam pressões evolutivas sobre as populações de carvalho que poderiam tornar suas folhas impalatáveis para os cervos. D. tanto as populações de carvalhos acessíveis aos cervos como as inacessíveis vivem, na atualidade, um declínio populacional no Parque Nacional Yosemite. E. a ausência de predadores do topo de uma cadeia trófica tem efeito inexpressivo sobre a sua base, devido ao efeito de magnificação observado em cadeias alimentares. 1. Introdução teórica Flutuações populacionais decorrentes de desequilíbrio ecológico provocado pela ação humana As comunidades biológicas são caracterizadas pela multiplicidade de interações ocorridas entre organismos de uma mesma espécie e de espécies diferentes. Dentre as interações interespecíficas, podemos destacar as diversas formas de predatismo, executadas por animais carnívoros e herbívoros. O predatismo é a forma de interação ecológica característica das cadeias e teias alimentares. As cadeias alimentares (ou cadeias tróficas) correspondem a fenômenos de transferência de energia ocorrida entre os organismos que ocupam os diferentes níveis tróficos dessa organização. Na base de qualquer cadeia alimentar, encontram-se os produtores, dentre os quais merecem destaque os vegetais fotossintetizantes, capazes de converter energia luminosa em energia química. Os animais que se alimentam diretamente dos produtores são considerados consumidores primários (ou herbívoros). Do mesmo modo, o nível trófico dos consumidores secundários é constituído por animais que se alimentam dos consumidores primários, e assim sucessivamente. Em comunidades caracterizadas por uma rica biodiversidade, é de se esperar que as teias alimentares sejam constituídas por múltiplas cadeias alimentares interconectadas, o que garante maior estabilidade do sistema como um todo. Neste caso, um animal herbívoro consome diversas espécies diferentes de vegetais, assim como os consumidores secundários têm à sua disposição, para predação, uma grande diversidade de animais herbívoros. Nesse tipo de comunidade, a redução numérica significativa dos indivíduos de uma espécie (ou mesmo a sua extinção naquele ambiente) não gera grandes impactos no complexo sistema de transferência de energia que caracteriza a teia alimentar. Por outro lado, em ecossistemas fragilizados, cuja biodiversidade encontra-se reduzida por motivos diversos (inclusive a ação humana), a complexidade das teias alimentares é bastante reduzida, limitada a poucas cadeias alimentares. Desse modo, a eliminação de uma espécie cria um impacto significativo no ecossistema. Se considerarmos que, em tais circunstâncias, uma espécie de animal herbívoro tenha o seu número de indivíduos significativamente reduzido, um dos impactos imediatos é a redução igualmente drástica dos consumidores secundários, pois têm, à sua disposição, uma diversidade limitada de espécies de herbívoros para consumir. Portanto, a manutenção do equilíbrio demográfico das diversas espécies que compõem uma comunidade depende diretamente das relações alimentares existentes entre elas, e, especialmente no caso de ecossistemas fragilizados, a eliminação de uma espécie pode promover oscilações populacionais significativas nos demais constituintes da teia alimentar. 2. Indicações bibliográficas BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. ODUM, E. P.; BARRETT, G. W. Fundamentos da Ecologia. São Paulo: Cengage Learning, 2008. RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 3. Análise das alternativas Para efetuar a análise das alternativas da questão, é importante ter em mente a seguinte cadeia alimentar, descrita no enunciado: Cougar Cervo Carvalho negro (plantas jovens) A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O gráfico (b), que corresponde ao inventário de plantas de carvalho negro efetuado nas manchas não acessíveis aos cervos, aponta crescimento no número dessas plantas com o passar dos anos, e não redução, como afirma a alternativa. Além disso, o gráfico (a) demonstra redução do número de plantas nas áreas acessíveis aos cervos, e não estabilidade, como proposto pela frase. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Considerando que o ecossistema em questão corresponde a um parque ecológico, trata-se de um ecossistema fragilizado, e, portanto, sujeito a instabilidades populacionais de suas espécies ocupantes decorrentes da redução drástica de uma única espécie. Os grandes predadores locais (cougars) sofreram redução populacional, e, como esses animais eram os principais predadores dos cervos, estes O que acontece quando ocorre um desequilíbrio na cadeia alimentar?Um exemplo de desequilíbrio na cadeia alimentar é a introdução da agricultura em determinada região. Para plantar as espécies de interesse, retira-se a vegetação natural do local. Com isso, insetos e outros animais presentes acabam morrendo ou fugindo para outros locais.
O que acontece ao longo de uma cadeia alimentar com o tamanho dos seres vivos a quantidade dos seres vivos e a biomassa?De forma mais comum, em um ecossistema, a quantidade de biomassa ou matéria pertencente ao nível trófico dos produtores é maior e, à medida que se avança para os níveis tróficos posteriores, a quantidade de matéria tende a diminuir.
Quais alterações podem acontecer na cadeia alimentar?Alterações dentro das cadeias alimentares podem desencadear o desequilíbrio de todo um ecossistema. Essas alterações, muitas vezes, são causadas pela ação do homem – um exemplo é a introdução de espécies em um ambiente fora da sua área de distribuição nativa.
O que pode acontecer com a cadeia alimentar se os produtores forem extintos?Resposta verificada por especialistas. Se os produtores fossem extintos a cadeia alimentar seria desiquilibrada, por consequência todos os animais que sucedem os produtos tenderiam também a serem extintos.
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