Ensino de língua Portuguesa no ensino Fundamental

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Autor: Clecio Bunzen,

Instituição: Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP / Departamento de Educação,

Os processos de escolarização e de alfabetização sempre elegeram o ensino do “ler e do escrever” como um de seus objetivos centrais. Por tal razão, o currículo escolar dedica um tempo e um espaço específicos para o que se chama atualmente de “ensino de Língua Portuguesa”, isto é, o ensino formal e planejado que almeja formar leitores e produtores competentes de textos verbais e visuais, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. O ensino de Língua Portuguesa encontra-se, então, organizado em torno de práticas e atividades que procuram levar as crianças a se apropriarem, progressivamente, das capacidades de compreender textos e de produzi-los em diferentes modalidades (escrita, oral, multimodal), de forma crítica e contextualizada. 

No Ciclo de Alfabetização, o ensino de Língua Portuguesa encontra-se geralmente organizado em torno de quatro grandes eixos de ensino: (i) leitura de textos; (ii) produção de textos; (iii) oralidade e (iv) conhecimentos linguísticos. Tais eixos são normalmente trabalhados de forma inter-relacionada e em diferentes áreas do conhecimento. Nas aulas de História, Matemática e Ciências, por exemplo, as crianças leem e escrevem textos verbo-visuais de gêneros específicos: calendários, gráficos, linha do tempo e relatórios, entre outros. Por tal razão, as diversas propostas curriculares contemporâneas têm defendido que o texto seja visto como a unidade de ensino de Língua Portuguesa e os gêneros textuais como seus principais objetos de ensino.

Na esfera escolar, as crianças têm oportunidades de viver experiências planejadas, usar a linguagem e refletir sobre as práticas de linguagem. Ao ler a capa de um livro de literatura infantil, refletir sobre palavras novas de uma canção ou tentar grafar uma palavra na produção de legendas, elas se engajam em situações de aprendizagem em que a escuta e a leitura de textos de diferentes gêneros, assim como a produção de textos orais e escritos ganham grande relevância para o seu desenvolvimento humano. No Ciclo de Alfabetização, ganha importância também o trabalho de análise, reflexão e sistematização sobre os conhecimentos linguísticos em diferentes níveis (fonológico, morfossintático, semântico), uma vez que as crianças também estão se apropriando do sistema de escrita de base alfabética, do léxico e da gramática da língua portuguesa. Por essa razão, o ensino de Língua Portuguesa volta-se para reflexões sistemáticas sobre a relação entre o oral e o escrito, para questões da variação linguística e aspectos da textualidade (como os sinais de pontuação) e da normatividade (como algumas regularidades ortográficas). Defende-se ainda, como um princípio pedagógico do ensino da Língua Portuguesa, que a linguagem é o lugar da diversidade e da heterogeneidade de práticas culturais; por isso as práticas escolares precisam ser sensíveis às diferenças culturais e linguísticas, utilizando-as a favor da formação cidadã e de uma aprendizagem significativa da língua materna. 


Verbetes associados: Ciclo de alfabetização, Conhecimento linguístico, Gêneros e tipos textuais, Gramática, História do ensino das línguas nacionais, Leitura , Oralidade, Texto, Textos multimodais, Variação línguística, Produção de textos


Referências bibliográficas:
ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BRANDÃO, A. C. P.; ROSA, E. C. S. Leitura e produção de textos na alfabetização. Ministério da Educação, CEEL. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
CASTANHEIRA, M. L.; MACIEL, F. I.; MARTINS, R. (Orgs.). Alfabetização e letramento na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, Ceale, 2009.
ROJO, R. A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: Mercado de Letras, 2000.

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Desde o início da década de 80, o ensino da língua portuguesa vem sido muito discutido acerca da necessidade de melhorar a educação do país. Uma das maiores dificuldades das escolas é ensinar seus alunos a ler e a escrever, tal barreira reflete num índice de pessoas alfabetizadas não muito favorável. Este obstáculo é encontrado no fim da primeira série do ensino fundamental (alfabetização) e na quinta série do mesmo (ineficiência da linguagem).

Através do PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), o professor encontra uma espécie de síntese mostrando um possível avanço hoje, comparado a anos anteriores. Nos anos 60, por exemplo, buscava-se no aluno o fracasso escolar; havendo lógica, visto que em parte dos discentes o ensino parecia funcionar. Nos anos oitenta, começava a circular entre os educadores livros e artigos que davam conta de uma mudança no processo de alfabetização: “Como se ensina” e “Como se aprende”. Esse seguimento ajudou os professores a compreenderem aspectos importantes de aprendizagem da leitura e da escrita.

Deduziu-se que as crianças de famílias favorecidas, financeiramente, desenvolviam um melhor aprendizado em virtude de viverem em círculos sociais mais cultos e estarem mais perto de escritores e leitores “assíduos” e, muitas vezes, praticantes. Essas investigações também favoreceram para o entendimento que o processo de alfabetização não é um processo baseado em memorização, mas sim um seguimento no qual o aluno, para aprender a ler e escrever, precisa construir um conhecimento de natureza conceitual, ou seja, ele precisa entender não só o que a escrita representa, mas de que forma representa graficamente.

O professor de Língua Portuguesa que tem como base as indicações dos Parâmetros Curriculares Nacionais utiliza-se de boas dicas e exemplos a serem usados em sala de aula. O PCN tem como objetivo auxiliar o educador no cumprimento de seu trabalho juntamente aos educandos, visando assim um bom aproveitamento de ambos; mestre e aluno.

O acesso aos recursos culturais vai depender do espírito empreendedor de cada professor, este pode ser criativo, utilizando o que a escola tem a oferecer a seus alunos, e a partir disso trabalhar em sala de aula. A Língua Portuguesa requer muitas atividades, nas quais os gêneros textuais estejam inseridos, ou seja, o uso de propagandas, revistas, jornais, folhetins, bilhetes, receitas, enfim. Estes materiais não são de difícil acesso, independente da situação em que a instituição encontra-se. E o fundamental e essencial a ser repassado aos estudantes não é tarefa difícil, um professor que esteja em constante evolução saberá como trabalhar assuntos interessantes de acordo a idade e série a ser ensinada.

Porém é fato que uma escola, onde o acervo de materiais, fornecidos a alunos e professores, seja de grande proporção, ajudará e colaborará numa melhor aprendizagem e formação dos estudantes. Uma biblioteca que tenha um grande acervo de livros, recurso áudio-visual, laboratórios de informática, entre outros; fará com que os educadores estejam frente a frente com uma infinidade de opções e formas de ensinar. Mas sempre com a prioridade de educar os alunos para a vida, lidando com as realidades do dia a dia, usufruindo as mais variadas culturas que cada sala de aula possui (alunos).

Sendo assim, os Parâmetros Curriculares Nacionais servem, também, como instrumento de discussão entre professores e orientadores na elaboração das aulas, criação de projetos, feiras estudantis e, finalizando, como atualização e crescimento profissional a todos educadores que usarem do PCN para fins dentro de cada instituição.

Fonte: PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pedagogia/ensino-da-lingua-portuguesa/

Qual a importância da Língua Portuguesa no ensino fundamental?

A disciplina de Língua Portuguesa é fundamental para a comunicação entre a sociedade Brasileira, uma vez que é considerada a língua materna. Desenvolver as habilidades, que o ensino desta disciplina no âmbito escolar fornece aos indivíduos, é imprescindível para a formação do sujeito como cidadão.

Qual a importância da Língua Portuguesa nos anos iniciais do ensino fundamental?

O estudo da Língua Portuguesa é fundamental no ambiente escolar. Por isso, estimular o ensino da língua materna para crianças nos anos iniciais, contribui para o desenvolvimento da escrita, fala, leitura e interpretação.

Como ensinar Língua Portuguesa no ensino fundamental?

As situações didáticas essenciais para o Ensino Fundamental passaram a ser: ler e ouvir a leitura do docente, escrever, produzir textos oralmente para um educador escriba (quando o aluno ainda não compreende o sistema) e fazer atividades para desenvolver a linguagem oral, além de enfrentar situações de análise e ...

Quais são os quatro eixos do ensino da Língua Portuguesa?

No Ciclo de Alfabetização, o ensino de Língua Portuguesa encontra-se geralmente organizado em torno de quatro grandes eixos de ensino: (i) leitura de textos; (ii) produção de textos; (iii) oralidade e (iv) conhecimentos linguísticos.