Em que ano o Brasil ganhou a sua medalha de ouro olímpica feminina?

Da primeira bola lançada ao ar à última que bateu em quadra, o Brasil tinha a mesma cor de medalha e precisava lutar para fazer valer a tradição. Desta vez, não deu certo. Estava garantida ao menos a prata, justamente contra os Estados Unidos, adversárias nas conquistas do ouro em Pequim-2008 e Londres-2012. Neste domingo (8), a derrota por 3 a 0 deu novos contornos à rivalidade.

A história do Brasil no vôlei de quadra feminino, no entanto, é de avanço. São cinco medalhas conquistadas em Olimpíadas —dois ouros (Pequim-2008 e Londres-2012), uma prata (Tóquio-2020) e dois bronzes (Atlanta-1996 e Sydney-2000). Foi em Atlanta-1996 que o país colocou-se na história dos Jogos, ao vencer a Rússia na disputa do 3º lugar, por 3 sets a 2, e ficar com o bronze, com um time liderado por Ana Moser e Fernanda Venturini.

Nas edições seguintes dos Jogos, a equipe já tinha desenhado o caminho para uma medalha e não se acanhou. Devolveu, inclusive, a derrota sofrida em Barcelona-1992, para os Estados Unidos. Em Sydney-2000, as americanas não tiveram chance e foram vencidas por 3 a 0, também na disputa do terceiro e quarto lugar.

Quatro anos depois, em Atenas, mais uma chance de bronze, desta vez contra Cuba. Não deu para o Brasil, que viu interrompida uma sequência de medalhas importantes e que impulsionaram o vôlei no país.

Em Pequim-2008, novamente os EUA estavam do outro lado da quadra, desta vez para a disputa da final contra o Brasil de Paula Pequeno, a melhor jogadora da competição, e nomes como Fofão, Walewska, Sheilla e Fabi, uma equipe que se estruturou justamente sob o comando do técnico José Roberto Guimarães.

O ouro veio num erro das americanas, quando Logan Tom mandou para fora e sacramentou o 25 a 21, fechando a partida em 3 sets a 1 a favor do Brasil.

Assim como tinha desenhado o caminho para o bronze durante as edições disputadas de 1992 a 2004, agora o Brasil sabia como chegar às decisões, como provou em Londres-2012. A orquestra de Paula Pequeno e Sheilla teve a mesma tranquilidade de quatro anos antes e, em nova final, bateu os Estados Unidos por 3 a 1.

No Rio de Janeiro foi interrompida a sequência de disputas de medalhas da seleção feminina de vôlei. Nas quartas de final, a derrota para a China por 3 sets a 2 quebrou a expectativa de comemorar um título junto à própria torcida.

Em Tóquio, tudo aconteceu de forma atípica. O vôlei de praia foi eliminado antes de ter chances de medalha, tanto no masculino quanto no feminino, e o vôlei masculino derrotado no confronto pelo bronze. Restou às mulheres da quadra serem as medalhistas.

Com a prata, o Brasil fecha a participação nas Olimpíadas de Tóquio com 21 medalhas, sendo 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze.

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Em 2 de agosto se celebra o dia da Natação no Brasil. Desde Helsinque 1952 até Tóquio 2020, a modalidade já deu ao país 17 medalhas Olímpicas. Para comemorar a data, o Olympics.com relembra os nadadores que já foram ao pódio representando o país nos Jogos Olímpicos nas piscinas e nas águas abertas.

Ana Marcela Cunha, medalhista de ouro da maratona aquática, comemora a conquista durante os Jogos Tóquio 2020.
(Foto: 2021 Getty Images)

A natação tem no Brasil o 2 de agosto como o seu dia. Uma referência a quando o nadador brasileiro Tetsuo Okamoto deu ao país a sua primeira medalha Olímpica na modalidade, durante Helsinque 1952.

Em 2 de agosto de 1982, 30 anos mais tarde, Ricardo Prado foi campeão mundial nos 400m medley em Guaiaquil (Equador).

De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), os primeiros registros da prática organizada desse esporte no país são de 1897. No ano seguinte, a realização da primeira competição brasileira, que consistiu na travessia de 1500m entre a Fortaleza de Villegaignon e a Praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro.

Antuérpia 1920 marcou a presença da primeira delegação brasileira em Jogos Olímpicos e a estreia da natação do Brasil em Jogos, com Orlando Amêndola e Ângelo Gammaro. Em Los Angeles 1932, Maria Lenk - que dá nome ao Parque Aquático onde aconteceram as provas da Rio 2016 - foi a primeira brasileira e sul-americana a nadar nos Jogos Olímpicos.

Em 100 anos, o Brasil tem bastante história na natação dentro dos Jogos, com 17 medalhas conquistadas. De Tetsuo Okamoto em Helsinque 1952 a Ana Marcela Cunha em Tóquio 2020, acompanhe o Olympics.com, que relembra os medalhistas Olímpicos da natação do país.

Tetsuo Okamoto e Manoel dos Santos, os primeiros medalhistas

O mariliense Tetsuo Okamoto, do tradicional Yara Clube, já tinha sido ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1951, em Buenos Aires, nos 400m e nos 1500m. Foi na prova desta última distância que ele deu ao país a primeira medalha Olímpica na natação, em Helsinque 1952.

Oito anos depois, nos Jogos Roma 1960, o paulista Manoel dos Santos foi bronze nos 100m livre, medalha conquistada longe das melhores condições físicas, debilitado por conta de uma prova realizada em Portugal dias antes: "Nadamos em Lisboa pouco antes com uma água a 16 graus”, disse Manoel dos Santos para o site do UOL.

O retorno ao pódio

O Brasil só voltou a ser medalhista em Moscou 1980, com o bronze no revezamento 4x200m livre, nomeadamente com Djan Madruga, Ciro Delgado, Marcus Mattioli e Jorge Fernandes.

Quatro anos mais tarde, em Los Angeles 1984, Ricardo Prado foi medalhista de prata nos 400m medley. "Foi difícil pois era muita cobrança e eu não ganhava nada em troca, como melhores condições de treinamento ou apoio. Cobrança era muita, apoio zero. Eu tinha 19 anos...conforme o tempo foi passando eu entendi o grande que foi aquele resultado e o quanto eu me superei", disse Ricardo Prado em entrevista para o site Surto Olímpico.

Ricardo Prado durante a prova dos 400m medley dos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984.
Ricardo Prado durante a prova dos 400m medley dos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984. (2012 Getty Images)

A era Borges e Scherer

Gustavo Borges liderou uma nova geração que deu muitas medalhas para o Brasil. Foi prata nos 100m livre em Barcelona 1992. Quatro anos mais tarde, em Atlanta 1996 faturou o segundo lugar nos 200m livre em Atlanta 1996 e bronze nos 100m. Em Sydney 2000, ao lado de Edvaldo Valério, Carlos Jayme e Fernando Scherer, foi bronze nos 4x100m.

"Numa única prova, eu acabei aprendendo todos os valores que o esporte tem para oferecer. Confiança, concentração, estratégia de prova, respeito ao adversário, paciência na espera do resultado, a compaixão com quem ficou fora do pódio, a emoção da medalha e a celebração pela conquista”, disse Gustavo Borges sobre a prata em conquistada em 1992.

O catarinense Fernando Scherer, parte do quarteto medalhista de bronze na Austrália em 2000, tinha sido bronze nos 50m livre, nos Jogos de Atlanta.

Edvaldo Valério, Carlos Jayme, Gustavo Borges e Fernando Scherer recebem as medalhas de bronze na final do revezamento 4x100m dos Jogos Olímpicos Sydney 2000.
Edvaldo Valério, Carlos Jayme, Gustavo Borges e Fernando Scherer recebem as medalhas de bronze na final do revezamento 4x100m dos Jogos Olímpicos Sydney 2000.

Beijing 2008: o primeiro ouro, com César Cielo

A primeira medalha de ouro Olímpica da natação brasileira aconteceu na edição dos Jogos Beijing 2008, com César Cielo Filho, nos 50m livre, com 21s30 e, de quebra, o recorde Olímpico. Era a sua segunda medalha naqueles Jogos, já que o paulista já tinha sido bronze nos 100m livre.

"Eu ainda lembro de detalhes da prova. Lembro de como eu olhei para a baliza, de como a baliza estava. É uma coisa bem viva mesmo. Mas foi um momento que eu não consigo descrever com palavras e nem com comparações para tentar passar o que senti ali. É um êxtase absurdo, uma coisa assim fora desse planeta. Acho que se existe uma felicidade plena, infinita, eu vivi naquele momento", disse César Cielo sobre a prova em que conquistou o ouro, para o site 'globoesporte.com'.

Em Londres 2012, Thiago Pereira foi prata nos 400m medley e César Cielo ficou com o bronze nos 50m livre.

Cesar Cielo Filho (BRA) celebra a vitória nos 50m livre na natação nos Jogos Olímpicos Beijing 2008.
Cesar Cielo Filho (BRA) celebra a vitória nos 50m livre na natação nos Jogos Olímpicos Beijing 2008. (2008 Getty Images)

Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto, as primeiras medalhistas

A primeira nadadora brasileira medalhista em Jogos foi Poliana Okimoto, durante a Rio 2016, com a medalha de bronze na maratona aquática. "Treinei em água fria, me preparei para todo tipo de mar. Mas Deus é brasileiro, deixou o mar tranquilo, com uma água boa. Fiz a melhor prova da minha vida. No fim eu estava morta, mas dei um gás no sprint. Eu não sabia sobre a medalha, e enquanto não saiu o resultado oficial... aí que descarrega, que vem o choro", disse Poliana Okimoto para o site do El País, sobre a prova em que foi bronze.

Em Tóquio 2020, o primeiro ouro de uma nadadora brasileira, também na maratona aquática, com a baiana Ana Marcela Cunha. "Eu sonhava muito com uma medalha Olímpica, mas teria um gostinho especial ser campeã. Todos os brasileiros que ganharam até agora foram um incentivo muito grande, principalmente o [Fernando] Scheffer e o Bruno [Fratus], que eu convivo mais. Deixei escapar algumas vezes, mas hoje pude sair daqui campeã Olímpica", disse Ana Marcela Cunha para a TV Globo, após a prova.

RELEMBRE: Rainha das águas abertas, Ana Marcela Cunha tem coroação Olímpica com ouro em Tóquio 2020

Nos mesmos Jogos de Tóquio, Bruno Fratus foi bronze nos 50m livre e Fernando Scheffer também bronze nos 200m livre.

Bruno Fratus com sua medalha de bronze obtida nos 50m livre dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, em 1º de agosto de 2021.
Bruno Fratus com sua medalha de bronze obtida nos 50m livre dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, em 1º de agosto de 2021. (2021 Getty Images)

Os medalhistas Olímpicos da natação brasileira

Helsinque 1952

  • Tetsuo Okamoto (bronze nos 1500m livre)

Roma 1960

  • Manoel dos Santos (bronze nos 100m livre)

Moscou 1980

Revezamento 4x100m livre: Ciro Delgado, Djan Madruga, Marcus Mattioli e Jorge Fernandes (bronze).

Los Angeles 1984

  • Ricardo Prado (prata nos 400m medley).

Barcelona 1992

  • Gustavo Borges (prata nos 100m livre).

Atlanta 1996

Gustavo Borges (prata nos 200m livre e bronze nos 100m livre) e Fernando Scherer (bronze nos 50m livre).

Sydney 2000

Revezamento 4x100m livre: Gustavo Borges, Fernando Scherer, Edvaldo Valério e Carlos Jayme (bronze).

Beijing 2008

  • César Cielo Filho (ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre).

Londres 2012

César Cielo Filho (bronze nos 50m livre) e Thiago Pereira (prata nos 400m medley).

Rio 2016

  • Poliana Okimoto (bronze na maratona aquática).

Tóquio 2020

Ana Marcela Cunha (ouro na maratona aquática), Bruno Fratus (bronze nos 50m livre) e Fernando Scheffer (bronze nos 200m livre).

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