Quando um idoso não quer ir para um lar

Sair de sua própria residência para viver em uma casa de repouso não é uma decisão bem aceita por todos os idosos. É compreensível que, em um primeiro momento, a pessoa sinta medo ou tenha a impressão de que está sendo rejeitada por sua família.

Por isso é importante pensar na abordagem que será utilizada para conversar sobre esta questão e como mostrar que esta opção é uma prova de amor. Para ajudar você, reunimos dicas que podem ajudar a convencer seu ente querido a ir para uma casa de repouso.

Escute

Tenha conversas francas com o idoso para entender sua resistência a essa ideia. A partir disso, é possível desconstruir mitos e melhor argumentar sobre as vantagens desta opção. 

Estrutura adaptada

Idosos que possuem mobilidade reduzida podem melhorar sua qualidade de vida em um espaço adaptado para eles, com rampas e corrimãos. Desta forma, é possível se movimentar com mais segurança e evitar o desgaste com escadas e móveis altos.

Os imóveis construídos no Brasil, em sua grande maioria, não levam em consideração a acessibilidade, o que fará com que seus moradores tenham dificuldades de locomoção ao envelhecerem. Adaptá-los é algo caro e que leva tempo.

Companhia

A solidão é uma das principais queixas dos idosos, já que os filhos crescem e saem de casa. Muitos, inclusive, sofrem a perda de seus companheiros de uma vida inteira.

Uma das grandes vantagens de uma casa de repouso é a interação social com outros hóspedes. Com a mesma faixa etária e trajetórias de vida semelhantes, o entrosamento é mais fácil e agradável.

Além disso, estes espaços costumam contar com monitores em seu quadro de funcionários os quais promovem oficinas e atividades lúdicas com frequência.

Cuidados médicos

Outro aspecto que costuma ser decisivo para que o idoso concorde com sua ida para uma casa de repouso é poder cuidar melhor de sua saúde. Cuidadores são responsáveis por administrar os medicamentos na hora certa, auxiliares de enfermagem ficam de prontidão para aferir a pressão e oferecer primeiros socorros, se necessário.

Há casas que também recebem a visita de médicos, fisioterapeutas e psicólogos algumas vezes por semana.

Custo benefício

A média salarial de aposentadoria no Brasil é insuficiente para contratar cuidadores particulares, comprar remédios, pagar as contas e comprar alimentos. Por isso, as casas de repouso se mostram uma boa alternativa para ter acesso aos serviços e a uma boa qualidade de vida.

Os custos com os profissionais especializados, as despesas com instalações e alimentação são divididas entre os responsáveis de cada hóspede. Desta forma, o valor fica mais baixo e cabe no bolso do próprio idoso - com sua aposentadoria – e/ou de seus familiares.

Use o Guia do idoso para descobrir uma casa próxima que ofereça as condições ideais para ambos.

Conteúdo

  • 1 Atenção aos idosos
  • 2 Idoso morando sozinho
  • 3 A partir de qual idade o idoso é considerado incapaz?
  • 4 Pode deixar um idoso sozinho?
  • 5 É crime deixar o idoso morando sozinho?
    • 5.1 Como saber quando o idoso não deve morar sozinho?
  • 6 Quais são os riscos quando o idoso não aceita o cuidado?
  • 7 O cuidador do idoso pode ser alguém da família?
  • 8 Conflito familiar

Quando o idoso não deve morar sozinho? A ideia de que, em um determinado momento, os filhos tornem-se os pais de seus pais pode não ser apenas um clichê.

Com a longevidade, é essencial que os familiares (ou quem for responsável) tenham um olhar mais atento aos idosos da família. Saiba mais no Blogdocuidado.

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Atenção aos idosos

O estatuto do idoso prevê o direito à moradia digna na terceira idade. Na prática, é preciso levar em conta mais do que o teto; é preciso pensar em questões como a higiene, a segurança pessoal, organização da casa, a independência do idoso, e outros fatores que podem atrair a atenção da família para a pergunta do título: o idoso não deve morar sozinho a partir de quando?

Via de regra, caso a pessoa não seja capaz de se cuidar e de se manter bem, considerando o seu bem-estar e integridade física/emocional, o idoso não deve morar desassistida.

Conheça mais sobre o tema neste artigo, que traz questões e perguntas levantadas por nossos leitores.

Idoso morando sozinho

Familiares devem ficar atentos aos sinais de que a saúde do idoso não está bem e de que pode ser necessário interferir.

O desejo e a escolha da própria pessoa, se esta for capaz de decidir por si, são extremamente relevantes e não devem ser negligenciados.

Não cabe à família expropriar o idoso de suas decisões, mesmo sendo com o argumento de protegê-lo.

Mas caso este (ou esta) não tenha mais condições de decidir por si, é obrigação moral e legal dos familiares e responsáveis não se abster de ajudar, inclusive em casos que podem requerer uma ação de interdição judicial (curatela).

A seguir, os profissionais da Acvida Cuidadores respondem dúvidas enviadas por nossos leitores sobre o tema “quando o idoso não deve morar sozinho”.

Quando um idoso não quer ir para um lar

A partir de qual idade o idoso é considerado incapaz?

Sandro Souza, gerente da unidade Acvida Asa Sul: Não existe uma resposta exata a essa pergunta, afinal, depende muito do estado em que cada idoso se encontra.

Normalmente, será necessário acompanhamento mais próximo quando se identifica problemas na locomoção, na cognição ou na manutenção das atividades de vida diária, de modo que esses fatores tornem o idoso um risco para si mesmo.

“A incapacidade física é mais fácil de ser aceita e percebida do que a diminuição da cognição, e alguns sinais podem ajudar a realizar este acompanhamento.”

Rita Ferreira, psiquiatra do Programa Terceira Idade do IPq do HC da FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). 

Pode deixar um idoso sozinho?

Sandro Souza: É necessário analisar caso a caso, pois tudo vai depender das condições físicas e mentais da pessoa idosa. Aquele que abandona uma pessoa for incapaz incorre em crime de “abandono de incapaz”, como tipificado na legislação.

O idoso não deve morar sozinho caso não esteja com plenas funções mentais (consciência). Reforço que, mesmo sem alterações cognitivas, deve-se considerar fatores como sua saúde física e emocional, sua estabilidade financeira, e sua capacidade de cumprir com suas atividades de vida diária como já citado (higiene pessoal e alimentação, por exemplo). 

Quando um idoso não quer ir para um lar

É crime deixar o idoso morando sozinho?

Sandro Souza: Vamos acompanhar o que diz o estatuto do idoso. Segundo seu artigo 37 (Lei 10741/03), a pessoa acima de 60 anos tem direito a ter uma moradia digna, sendo acompanhada ou não de seus familiares, em uma instituição pública ou privada (como uma ILPI ou Casa de Repouso).

Como saber quando o idoso não deve morar sozinho?

O idoso em estado de plena consciência pode decidir como pretende viver, sendo acompanhado ou não. Em resumo: é preciso considerar os casos em que o raciocínio e o poder de decisão esteja afetado devido a uma doença ou à idade.

Nestes casos, o idoso não deve morar sozinho e deve necessariamente ser acompanhado por um cuidador familiar ou profissional. 

Quais são os riscos quando o idoso não aceita o cuidado?

Aline Macedo, gerente da unidade Acvida Asa Norte: Cito abaixo os mais comuns, que acendem o alerta na família de que algo não vai bem e que talvez o idoso não deva morar sozinho.

  • Acidentes recentes ou quase-acidentes: Com o envelhecimento, aumentam as chances de quedas, e é fundamental dar atenção a isso mesmo que o idoso diga que “não foi nada“. Por exemplo, existe um preconceito social com o uso de bengala (muitos idosos pensam isso), mas a verdade é que o artefato serve de um ponto de apoio capaz de ajudar a evitar quedas, assim como a cadeira de banho.

Quando um idoso não quer ir para um lar

  • Recuperação lenta: Mesmo em doenças corriqueiras, como uma dor de barriga, é importante buscar ajuda e tratamento. Se faltou essa iniciativa, é importante avaliar o porquê. Dificuldades e limitações podem mudar os hábitos do idoso e, muitas vezes, ele precisa de companhia para manter sua rotina de cuidados com a saúde e a alimentação, para citar alguns pontos.
  • Dificuldade em gerenciar as atividades cotidianas: Observar as habilidades necessárias para viver de maneira independente, como vestir-se, cozinhar, cuidar das medicações. Se o idoso passa a agir e se apresentar de forma diferente do que era habitual, vale ficar em alerta.
  • Dificuldade no autocuidado: higiene precária, alimentação inadequada (insuficiente ou exacerbada), comportamento desajustado (isolamento, apatia, extroversão demasiada), dificuldade com as finanças, descontrole no acompanhamento de sua saúde são sinais que podem apontar algum problema.
  • Perda ou ganho de peso visível: uma pessoa que passa a ter dificuldades de locomoção para sair e fazer compras, ou preparar o alimento, irá enfrentar mudanças na rotina alimentar. Isso vai afetar o peso, que pode diminuir ou até aumentar, porque a pessoa passa a trocar uma refeição saudável por lanches e preparos mais fáceis e rápidos.
  • Observe o conteúdo da geladeira e despensas: confira se não há alimentos vencidos e estragados, se os produtos são saudáveis e corriqueiros da alimentação habitual desse idoso, se não há uma quantidade exagerada de um determinado produto. Tudo isso pode ser sinal de alerta.
  • Mudanças na aparência: As roupas estão limpas e ordenadas ao corpo, os cabelos estão penteados, o odor é desagradável? Não se cuidar por esquecimento ou falta de vontade pode ser sinal de que algo não vai bem. É fundamental buscar diagnóstico porque algumas demências são reversíveis.
Quando um idoso não quer ir para um lar
  • Coisas quebradas e queimadas: As demências provocam o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e interferindo no comportamento e na personalidade da pessoa, trazendo perda de memória recente. Portanto, observe se as bocas do fogão estão escuras ou se os fundos das panelas estão queimados; também confira se há rastros de desleixo na manutenção da casa, como lâmpadas queimadas há muito tempo, itens quebrados ou acúmulo de papéis. Tais sinais podem indicar esquecimento e falta de atenção, por isso devem ser investigados.
  • Descontrole financeiro: Contas vencidas, saldo negativo no banco, pedido de empréstimo consignado sem necessidade são situações que podem dar indícios de alguma confusão mental. Há casos em que o idoso também pode estar passando por necessidade e, por vergonha, não avisa a família. Por isso, monitoramento é essencial, mas com atenção para não causar constrangimentos. Tome cuidado para não abordar o tema apenas criticando, sem valorizar as suas potencialidades; apontar apenas os déficits pode causar um sofrimento emocional constrangedor.

Quando um idoso não quer ir para um lar

Antes de tomar qualquer decisão sobre se o idoso não deve morar sozinho ou não, vá a uma consulta médica com o geriatra, acompanhe-o ao supermercado, confira as receitas e veja se os medicamentos estão sendo tomados no horário certo. Na dúvida, não hesite em admitir que precisa de um cuidador de idosos.

Mais informações sobre quadros iniciais de demência no artigo “O que é demência em idosos? Saiba 10 sinais para reconhecer a condição“.

O cuidador do idoso pode ser alguém da família?

Aline Macedo: Sem dúvida. Inclusive temos um artigo sobre o tema, de título “Quem deve cuidar do idoso na família?” que pode ajudar a esclarecer a questão.

Quando o idoso não deve morar sozinho, as mulheres, de modo geral, costumam assumir essa tarefa

Sem discutir sobre se isso é socialmente correto ou não, a realidade da maioria das famílias é essa. A única filha, a nora, aquela que tem mais afinidade, mais disponibilidade (de tempo, financeira, de espaço físico em casa); usualmente as mulheres lideram as questões relacionadas ao cuidado, ou até mesmo atuam como cuidadoras diretamente.

Mas atenção: ter um familiar que toma a frente não quer dizer que um cuidador profissional não possa ajudar. Em muitos caso, na verdade, deve haver um cuidador para não sobrecarregar os demais e tornar a presença do idoso um fardo.

Conflito familiar

A convivência entre os familiares pode ser uma experiência harmoniosa ou conflituosa, também por causa do estresse emocional que é lidar com uma doença incapacitante na família.

Conviver com o declínio das capacidades físicas e mentais dos genitores, avós ou tios, não é nada fácil, e se não for bem conduzida pode até adoecer aqueles que estão em volta.

É importante ainda reconhecer para evitar os impactos das demências para além dos doentes (nos familiares e cuidadores de idosos).

Dividir as tarefas e discuti-las com todos na família é essencial para não sobrecarregar ninguém.

A sobrecarga das providências de cuidados e a priorização do tempo em função das demandas do assistido podem impactar severamente a saúde do responsável pelo dependente.

A melhor alternativa é contar com apoio quando o idoso não deve morar sozinho.

Quando um idoso não quer ir para um lar

A opção pela contratação de profissionais que assumam integralmente os cuidados é, quando possível, a alternativa que melhor exonera todos os membros da família, e principalmente o responsável direto.

Essa escolha não exclui o familiar do convívio e da supervisão dos cuidados, pois é fundamental acompanhar o desempenho dos cuidadores e a qualidade dos serviços prestados.

Descobrir que o idoso não deve morar sozinho não deve ser sinônimo de problemas e conflitos familiares.

A melhor evidência da qualidade dos serviços de um cuidador de idoso é a aparência da pessoa assistida, além de seu estado de espírito do assistido (ele ou ela está feliz?)

Além disso, recomenda-se com alguma frequência:

  • Inspecionar a integridade da pele e mucosas;
  • Ler as anotações dos registros dos cuidadores: conheça o Diário do Cuidador gratuito da Acvida;
  • Verificar uso correto e racional de medicamentos, materiais e cosméticos;

Quando um idoso não quer ir para um lar

  • Perguntar ao assistido, caso a opinião seja segura, sobre a satisfação com os profissionais;
  • Perceber alterações de humor, sentimentos de insegurança e expressões do assistido na presença de cada cuidador (para aqueles incapazes de verbalizar);
  • Acompanhar eventualmente o banho e as trocas de fraldas para avaliar a execução de técnicas de cuidados;
  • Caso o profissional faça o acompanhamento nas consultas, pergunte reservadamente (longe da presença do idoso) sobre como ocorreram e quais as recomendações médicas;
  • Pergunte aos profissionais de saúde (médicos, fisios, fonos, terapeutas ocupacionais e afins) a opinião deles sobre a atuação e relação dos cuidadores com o assistido. Deve-se averiguar também com vizinhos e outros profissionais da residência;
  • Se possível, monitorar a casa com a instalação de câmeras (esse acesso pode ser compartilhado com toda a família para avaliar os cuidados – com a discrição necessária no caso de banhos e trocas de roupas): câmeras de monitoramento são favoráveis também aos profissionais, pois promovem o reconhecimento de bons serviços, fortalecem a confiança, inibem a atuação Ilícita e auxiliam na apuração justa em caso de furtos e maus tratos.

Se tiver mais dúvidas sobre se o idoso não deve morar sozinho, escreva nos comentários abaixo e iremos responder.

O que fazer quando o idoso não quer?

ENTENDA O MOTIVO DA RECUSA Primeiramente é preciso conversar com o idoso para entender os motivos da recusa em ter um cuidador ou familiar por perto. Neste primeiro momento, promova uma conversa amistosa, apenas para ouvi-lo, sem contrariar ou argumentar, buscando entender suas opiniões sobre o assunto.

Qual a idade do idoso que não responde mais por ele?

De maneira clara: não há limite de idade, nem de percentual do patrimônio para ser vendido por uma pessoa idosa. Apenas quando a mesma já tiver indícios de incapacidade cognitiva é que o negócio jurídico pode ser contestado ou anulado.

Qual filho deve cuidar do idoso?

Inicialmente, a obrigação de cuidar do idoso é dos filhos. Havendo mais de um filho, a obrigação é proporcional. Se não houver filhos, ou estes não tiverem condições / disponibilidade para cuidar do idoso, chama-se os netos. Se os netos estiverem indisponíveis, chama-se os irmãos do idoso.

O que acontece quando os filhos não quer cuidar do idoso?

Assim, o segundo questionamento é vencido uma vez que a falta de cuidado acaba desencadeando patologias diversas ao idoso, caracterizando com isso um ilícito civil o direito subjetivo do ofendido buscar a devida indenização junto ao Poder Judiciário, conforme disposição do artigo 927 do Código Civil bem como sua ...