Qual o papel da arte no enfrentamento das dificuldades individuais e coletivas

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Licenciatura em Artes Visuais apresentado à Universidade Paulista — UNIP (2019).

RESUMO

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) atende pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social. Ele tem como objetivo fortalecer as relações familiares e comunitárias, promover a troca de experiência e valorizar o sentido de vida coletiva. Geralmente, nesse serviço, é oferecido oficinas de Arte apenas como estratégias para tornar os encontros dos grupos mais atrativos. No entanto, não percebem que, se inserir a metodologia do ensino da arte e se trabalhar a Arte como linguagem — assim como sugerem os PCNs e a BNCC –, ela pode ajudar, e muito, no desenvolvimento humano e social do indivíduo que frequenta esse serviço. Contribuindo assim para que os objetivos do SCFV sejam atingidos com mais eficácia. No entanto, é discutido neste trabalho que, para que isso aconteça é preciso que o educador social esteja apto a trabalhar em conjunto com a metodologia do ensino em Artes e as propostas do SCFV.

Palavras-chave: Arte Educação; Educador Social; Desenvolvimento humano e social.

ABSTRACT

The Community Relationship and Strengthening Service (SCFV) serves people in situation of vulnerability and social risk. It aims to strengthen family and community relations, promote the exchange of experience and enhance the sense of collective life. Usually, in this service, art workshops are offered only as strategies to make group meetings more attractive. However, they do not realize that inserting the methodology of teaching art and working with Art as a language — as suggested by the PCNs and the BNCC — can greatly help to the human and social development of the individual who attends this service. Thus contributing to achieve the goals of the SCFV more effectively. However, it is discussed in this paper that, for this to happen, the social educator must be able to work together with the methodology of teaching in the arts and the proposals of the SCFV.

Key-words: Art education; Social educator; Human and social development.

1. INTRODUÇÃO

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é oferecido pelas prefeituras e instituições não governamentais (conveniadas, ou não, às prefeituras), como por exemplo: ongs, museus, centros comunitários, culturais e esportivos, projetos sociais, etc. O SCFV atende pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social e tem um caráter preventivo. Ele é focado na defesa e afirmação de direitos, além de desenvolver as capacidades dos usuários. Ele tem como objetivo fortalecer as relações familiares e comunitárias, promover a troca de experiência e valorizar o sentido de vida coletiva.

Geralmente, nesse serviço, é oferecido oficinas de Arte como estratégia para chamar a atenção do aluno e tornar as aulas mais atrativas. Mas será que essas atividades não podem ser oferecidas de forma a contribuir mais e melhor para os objetivos do SCFV? Qual a contribuição que a Arte pode oferecer nesse serviço? Qual o perfil do educador no ensino da Arte dentro do SCFV?

Para obter essas respostas, o presente trabalho tem como objetivo propor uma reflexão sobre o potencial que a arte tem no processo de desenvolvimento humano e social dentro do SCFV, contribuindo para a formação de um indivíduo mais crítico e pertencente ao mundo. E fazer pensar sobre a importância de um educador comprometido com o ensino da arte e com os objetivos do SCFV.

O interesse em discutir este tema surgiu ao perceber o potencial que o ensino da arte tem em atingir os objetivos esperados em um SCFV. Porém, muitas vezes, a arte é utilizada apenas como atividade meio, tendo um olhar voltado para o lazer, recreação e/ou artesanato. Isso chega a ser contraditório, pois não percebem que se inserir metodologias e trabalhar a arte como linguagem e expressão, ela pode contribuir, e muito, na formação de um cidadão emancipado com autonomia no pensar e no fazer, promover a coletividade e desenvolver as capacidades do indivíduo. Atingindo assim, os objetivos esperados dentro do SCFV.

Para isso, primeiramente, é apresentado como o SCFV é organizado e seus objetivos gerais. Depois é feito um recorte na pesquisa e é apresentado os objetivos específicos do SCFV ao grupo de crianças e adolescentes de 6 a 15 anos. Para ser comparado depois, no final desse trabalho, com os objetivos do ensino da Arte no ensino fundamental, que contempla essa mesma faixa etária. Ainda nesse mesmo capítulo também é apresentado os três eixos orientadores que o educador social deve seguir — Convivência social; Direito de ser; e Participação social — e as estratégias que ele deve seguir para oferecer atividades para essa faixa etária. Para isso foi consultado os manuais e cartilhas disponíveis nos sites do Ministério do Desenvolvimento Social e da Cidadania, Secretaria Nacional da Assistência Social e o Sistema Único de Assistência Social.

Depois, através de pesquisas nos sites do Ministério e da Secretaria, ambos da educação, é tratado sobre o ensino da Arte a partir do que é esperado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) dentro do ensino fundamental — ensino obrigatório para todas as crianças com idade entre 6 e 14 anos.

Através das seis dimensões do conhecimento propostas pela BNCC, é apresentado como as quatro linguagens da Arte (Artes Visuais, Música, Dança e Teatro) devem articular buscando com que o aluno seja protagonista e adquira o reconhecimento pessoal e cultural. E mostra também, que o PCN diz que a Arte Educação deve propiciar o desenvolvimento do pensamento crítico estético, cultural e social, desenvolvendo sensibilidades, percepções e imaginações.

Depois de apresentar os objetivos do SCFV e os objetivos do ensino da Arte é trazido para a discussão o ensino da Arte dentro do SCFV. Autoras como Maria da Glória Gohn e Lívia Marques Carvalho nos mostra como as atividades artísticas estão sendo trabalhadas nas instituições não governamentais pesquisadas por elas. Isso torna possível refletir sobre: como o ensino da Arte deve ser trabalhado para que tanto os objetivos da arte e do SCFV sejam atingidos. E quais as qualificações que o educador social precisa ter ao ministrar estas oficinas para que os objetivos sejam potencializados.

2. SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é um serviço da Proteção Social Básica do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) com o objetivo de garantir proteção social, prevenir a ocorrência de situações de risco social e fortalecer os vínculos familiares e comunitários. Ele pode ser oferecido pelas prefeituras e pelas instituições não governamentais, com, ou sem, convênio com as secretarias de Assistência Social dos municípios.

Podem participar do SCFV todos os que necessitarem do serviço, tendo como prioridade pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social. O atendimento é organizado em grupo de modo que haja trocas culturais e de vivência entre os usuários, além de desenvolver o sentimento de pertença e de identidade. A composição deste grupo assegura a participação de usuários de diferentes etnias, gêneros, deficiências, entre outras, garantindo a diversidade das relações sociais.

São formados grupos de no máximo 30 pessoas de acordo com as necessidades e idade dos participantes, podendo ser organizados a partir de faixas etárias ou intergeracionais: Crianças até 6 anos; Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos; Adolescentes de 15 a 17 anos; Jovens de 18 a 29 anos; Adultos de 30 a 59 anos; Pessoas Idosas. (Ministério da Cidadania, 2015).

Os encontros são realizados com regularidade — podendo ser diários, semanais ou, no máximo, quinzenais — para que se fortaleça os vínculos familiares, sociais e comunitários e promova a integração e a troca de experiências entre os participantes, valorizando o sentido de vida coletiva.

Nos encontros “são desenvolvidas atividades planejadas, que consideram as especificidades relacionadas aos ciclos de vida dos usuários, bem como as suas potencialidades, as vulnerabilidades e os riscos sociais presentes no território.” (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2016. P. 21). É o educador social (outras etimologias também são usadas: orientador social, professor, instrutor, técnico, oficineiro, educador, mediador, assessor, facilitador, monitor, apoio etc.) que tem como função mediar às atividades que acontecem no SCFV, com objetivo de criar um ambiente de convivência participativo e democrático. Suas atividades são planejadas de acordo com os três eixos orientadores: Convivência social; Direito de ser; e Participação social.

I. Convivência social — é o principal eixo do serviço, traduz a essência dos serviços de Proteção Social Básica e volta-se ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. As ações e atividades inspiradas nesse eixo devem estimular o convívio social e familiar, aspectos relacionados ao sentimento de pertença, à formação da identidade, à construção de processos de sociabilidade, aos laços sociais, às relações de cidadania, etc. São sete os subeixos relacionados ao eixo convivência social, denominados capacidades sociais: capacidade de demonstrar emoção e ter autocontrole; capacidade de demonstrar cortesia; capacidade de comunicar-se; capacidade de desenvolver novas relações sociais; capacidade de encontrar soluções para os conflitos do grupo; capacidade de realizar tarefas em grupo; capacidade de promover e participar da convivência social em família, grupos e território.

II. Direito de ser — o eixo “direito de ser” estimula o exercício da infância e da adolescência, de forma que as atividades do SCFV devem promover experiências que potencializem a vivência desses ciclos etários em toda a sua pluralidade. Tem como subeixos: direito a aprender e experimentar; direito de brincar; direito de ser protagonista; direito de

adolescer; direito de ter direitos e deveres; direito de pertencer; direito de ser diverso; direito à comunicação.

III. Participação — tem como foco estimular, mediante a oferta de atividades planejadas, a participação dos usuários nos diversos espaços da vida pública, a começar pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, passando pela família, comunidade e escola, tendo em mente o seu desenvolvimento como sujeito de direitos e deveres. O eixo

“participação” tem como subeixos: participação no serviço; participação no território; participação como cidadão; participação nas políticas públicas. (SUAS, 2017. P. 15).

Com base nesses eixos pode ser realizadas atividades de arte, cultura, esporte, lazer, estudos, reflexões, debates, experimentações, visitas a equipamentos institucionais públicos ou privados do território (ou fora dele) e ações na comunidade.

Essas atividades, segundo o Caderno de Orientações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, devem criar situações desafiadoras para os usuários e que os estimulem e os orientem a construir e reconstruir as suas histórias e vivências individuais e coletivas, oferecendo alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social. (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2016. P.15).

As atividades devem promover o diálogo, a convivência e os fazeres.

Nessa direção, esses encontros são um espaço para promover:

processos de valorização/reconhecimento: estratégia que considera as questões e os problemas do outro como procedentes e legítimos;

escuta: estratégia que cria ambiência — segurança, interesse, etc. — para que os usuários relatem ou partilhem suas experiências;

produção coletiva: estratégia que estimula a construção de relações horizontais — de igualdade -, a realização compartilhada, a colaboração;

exercício de escolhas: estratégia que fomenta a responsabilidade e a reflexão sobre as motivações e interesses envolvidos no ato de escolher;

tomada de decisão sobre a própria vida e de seu grupo: estratégia que desenvolve a capacidade de responsabilizar-se, de negociar, de compor, de rever e de assumir uma escolha;

diálogo para a resolução de conflitos e divergências: estratégia que favorece o aprendizado e o exercício de um conjunto de habilidades e capacidades de compartilhamento e engajamento nos processos resolutivos ou restaurativos;

reconhecimento de limites e possibilidades das situações vividas: estratégia que objetiva analisar as situações vividas e explorar variações de escolha, de interesse, de conduta, de atitude, de entendimento do outro;

experiências de escolha e decisão coletivas: estratégia que cria e induz atitudes mais cooperativas a partir da análise da situação, explicitação de desejos, medos e interesses; negociação, composição, revisão de posicionamentos e capacidade de adiar realizações individuais;

aprendizado e ensino de forma igualitária: estratégia que permite construir, nas relações, lugares de autoridade para determinadas questões, desconstruindo a perspectiva de autoridade por hierarquias previamente definidas;

reconhecimento e nomeação das emoções nas situações vividas: estratégia que permite aprender e ter domínio sobre os sentimentos e afetações, de modo a enfrentar situações que disparam sentimentos intensos e negativos em indivíduos ou grupos;

reconhecimento e admiração da diferença: estratégia que permite exercitar situações protegidas em que as desigualdades e diversidades podem ser analisadas e problematizadas, permitindo que características, condições e escolhas sejam tomados em sua raiz de diferença e não a partir de um juízo de valor hegemônico. (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2016. P. 15–16).

Ou seja, esses encontros, através das atividades oferecidas ao grupo, deve criar oportunidades para as experiências. E tem como objetivo, além de tantos outros, proporcionar a produção coletiva, entender os próprios sentimentos e emoções, reconhecer e admirar as diferença, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, comunicar, experimentar, construir e reconstruir as suas histórias.

2.1 Crianças e adolescentes no SCFV

Como já foi dito anteriormente, os grupos são divididos de acordo com as necessidades e idade dos participantes. Cada grupo tem suas atividades e objetivos específicos a ser seguido.

Para o grupo de crianças e adolescentes, com a faixa etária de 6 a 15 anos, as atividades devem promover o desenvolvimento físico e mental, assim como estimular as interações sociais entre as crianças e adolescentes, sua família e a comunidade. Deve estimular as vivências, práticas e experiências relativas ao universo informacional, cultural e social e promover a convivência, a formação para a participação e cidadania, o desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes. As intervenções devem ser pautadas a partir dos interesses, das demandas e das potencialidades dessa faixa etária através de experiências lúdicas, culturais e esportivas como formas de expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social. (SUAS, 2017).

O SCFV, voltado para o público de 6 a 15 anos, tem como objetivos:

• Complementar as ações da família e da comunidade na proteção e no

desenvolvimento de crianças e adolescentes e no fortalecimento dos vínculos familiares e sociais;

• Assegurar espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo;

• Possibilitar a ampliação do universo informacional, artístico e cultural das crianças e adolescentes, bem como estimular o desenvolvimento de potencialidades, habilidades, talentos e propiciar sua formação cidadã;

• Estimular a participação na vida pública do território e desenvolver competências para a compreensão crítica da realidade social e do mundo moderno;

• Contribuir para a inserção, reinserção e permanência no sistema educacional. (SUAS, 2017. P. 12).

As atividades são focadas na formação para a participação e cidadania, além de promover a convivência, o desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes. Deve possibilitar a ampliação do universo artístico e cultural e desenvolver habilidades, talentos e compreensão crítica da realidade social e do mundo. A partir dos interesses, das demandas e das potencialidades, as atividades devem ser lúdicas, culturais e esportivas, sempre trazendo experiências culturais local e promovendo a diversidade, qualidade e criatividade (SUAS, 2017).

Para essa faixa etária, as atividades podem ser desde sessões de cinema como mote para a reflexão e debate dos temas abordados nos encontros do serviço; montagem de peças teatrais e musicais; gincanas desportivas e culturais; brincadeiras tradicionais e dinâmicas de grupo; até passeios e visitas a equipamentos de cultura, lazer e cívicos.

Além de poder ser realizado oficinas de Arte com materiais recicláveis; oficinas de pintura e escultura; confecção artesanal de instrumentos musicais; oficinas de música; oficinas de danças populares; jogos de tabuleiro; oficinas de produção de texto; entre outras de acordo com o interesse do grupo.

2.2 O educador dentro do SCFV

Como foi visto, o objetivo principal do SCFV é garantir os direitos fundamentas das crianças e adolescentes e tirá-las de situações de riscos social e fortalecer vínculos familiares e comunitários. Para isso o serviço procura realizar diversas ações educativas, culturas e esportivas para desenvolver potencialidades nos alunos, além de estimular a conscientização dos seus direitos como cidadão.

Esse estilo de educação é chamado de educação não formal pois acontece fora do âmbito escolar. Essas atividades acontecem no contra turno escolar e costuma ser oferecida em instituições como: ongs, museus, centros comunitários, culturais e esportivos, projetos sociais, etc. Na educação não formal, o trabalho é desenvolvido de forma socioeducativa, levando em conta a problemáticas e assuntos inseridos no contexto social e familiar. E seu objetivo é a interação e a troca de saberes entre os indivíduos.

Os processos de aprendizagem na educação não formal ocorrem a partir da produção de saberes gerados pela vivência, por exemplo, na arte de tocar um instrumento ou desempenhar uma atividade — de dança, teatro, pintura etc. As vivências constituem-se em momentos de situações-problemas, desafios a serem enfrentados e superados. Os aprendizes têm de mergulhar por inteiro nas atividades/ações, corpo e intelecto, e não apenas utilizar as atividades mentais, o raciocínio lógico (que certamente continua se fazendo presente o tempo todo, monitorando a experimentação). O intelecto e o pensamento articulam-se com o movimento do corpo do aprendiz, cria-se uma unidade de ação. os resultados desse processo configuram identidades ao sujeito aprendiz, constroem repertórios que delineiam a própria história desse sujeito. (GOHN, 2015. P.17).

Quem faz essa mediação entre as atividades oferecidas na educação não formal e o processo de formação humana é o educador social.

Segundo “a Resolução CNAS nº 09/2014. O orientador social tem atuação constante junto ao(s) grupo(s) do SCFV e é responsável pela criação de um ambiente de convivência participativo e democrático.” (SUAS, 2017. P.55). Suas funções são:

a) desenvolver atividades socioeducativas e de convivência e socialização visando à atenção, defesa e garantia de direitos e proteção aos indivíduos e famílias em situações de vulnerabilidade e, ou, risco social e pessoal, que contribuam com o fortalecimento da função protetiva da família;

b) desenvolver atividades instrumentais e registro para assegurar direitos, (re)construção da autonomia, autoestima, convívio e participação social dos usuários, a partir de diferentes formas e metodologias, contemplando as dimensões individuais e coletivas, levando em consideração o ciclo de vida e ações intergeracionais;

c) assegurar a participação social dos usuários em todas as etapas do trabalho social;

d) apoiar e desenvolver atividades de abordagem social e busca ativa;

e) atuar na recepção dos usuários possibilitando ambiência acolhedora;

f) apoiar na identificação e registro de necessidades e demandas dos usuários, assegurando a privacidade das informações;

g) apoiar e participar no planejamento das ações;

h) organizar, facilitar oficinas e desenvolver atividades individuais e coletivas de vivência nas unidades e, ou, na comunidade;

i) acompanhar, orientar e monitorar os usuários na execução das atividades;

j) apoiar na organização de eventos artísticos, lúdicos e culturais nas unidades e, ou, na comunidade;

k) apoiar no processo de mobilização e campanhas intersetoriais nos territórios de vivência para a prevenção e o enfrentamento de situações de risco social e, ou, pessoal, violação de direitos e divulgação das ações das Unidades socioassistenciais;

l) apoiar na elaboração e distribuição de materiais de divulgação das ações;

m) apoiar os demais membros da equipe de referência em todas etapas do processo de trabalho;

n) apoiar na elaboração de registros das atividades desenvolvidas, subsidiando a equipe com insumos para a relação com os órgãos de defesa de direitos e para o preenchimento do Plano de Acompanhamento Individual e, ou, familiar;

o) apoiar na orientação, informação, encaminhamentos e acesso a serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de renda, ao mundo do trabalho por meio de articulação com políticas afetas ao trabalho e ao emprego, dentre outras políticas públicas, contribuindo para o usufruto de direitos sociais;

p) apoiar no acompanhamento dos encaminhamentos realizados;

q) apoiar na articulação com a rede de serviços socioassistenciais e políticas públicas;

r) participar das reuniões de equipe para o planejamento das atividades, avaliação de processos, fluxos de trabalho e resultado;

s) desenvolver atividades que contribuam com a prevenção de rompimentos de vínculos familiares e comunitários, possibilitando a superação de situações de fragilidade social vivenciadas;

t) apoiar na identificação e acompanhamento das famílias em descumprimento de condicionalidades;

u) informar, sensibilizar e encaminhar famílias e indivíduos sobre as possibilidades de acesso e participação em cursos de formação e qualificação profissional, programas e projetos de inclusão produtiva e serviços de intermediação de mão de obra;

v) acompanhar o ingresso, frequência e o desempenho dos usuários nos cursos por meio de registros periódicos;

x) apoiar no desenvolvimento dos mapas de oportunidades e demandas. (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2014. P. 4–5)

Apesar de estar escrito na Resolução CNAS nº 09/2014 que o educador tem a função de apoiar, na prática é ele que, geralmente, é o responsável pelo planejamento e o cronograma das atividades. Porém, diferentemente da educação formal, elas são feitas com mais liberdade, autonomia e com menos grau de sistematização burocrática.

Ter liberdade de ação, no entanto, não significa que estes estejam insetos de cumprir certas condições. Mesmo não havendo a necessidade ou a preocupação em medir conhecimentos ou aprovar os educandos para as series seguintes, as práticas educativas são sistematicamente avaliadas e observadas pela direção. Cobra-se dos educadores capacidade intelectual para transmitir conteúdos práticos e teóricos; habilidades, criatividade e aptidões específicas para manter os educandos atraídos e interessados em permanecer nas oficinas, bem como que os trabalhos produzidos apresentem elevada qualidade estética. Os educadores devem, ainda, possuir capacidades de liderança e estimular o desencadear das transformações pessoais e sociais desejadas, o que faz recair sobre eles elevada cota de responsabilidade. (CARVALHO, 2008. P. 126).

As atividades serem realizadas de forma mais livres e com menor grau de burocracia não significa que elas sejam feitas sem uma metodologia e um preparo antecipado. Para mediar essas atividades são exigido do educador certas habilidades. Dele, costuma-se exigir liderança, criatividade, velocidade mental, que saiba trabalhar em equipe, tome decisões, assuma responsabilidades, tenha auto-estima, tenha posicionamento políticos, éticos e estéticos alinhados aos da instituição e atue como cidadão. Pois ele se torna referência na vida do educando. A través de atividades e diálogos, ele transmite sua “visão de mundo, projeto societário, ideologias, propostas de conhecimentos acumulados etc.” (GOHN, 2015. P. 22). Mas esse diálogo não é apenas uma conversa a toa. Deve haver sempre uma metodologia e um fio condutor para a formação do cidadão. É o que explica GOHN:

O diálogo, tematizado — não é um simples papo ou conversa jogada fora, é sempre o fio condutor da formação. Mas há metodologias que supõem fundamentos teóricos e ações práticas- atividades, etapas, métodos, ferramentas, instrumentos etc. O espontâneo tem lugar na criação, mas ele não é o elemento dominante no trabalho do Educador Social, pois o seu trabalho deve ter: princípios, métodos e metodologias de trabalho. (GOHN 2009. P. 33).

É através dos diálogos tematizados que o educador transmite seu conhecimento em ações recíprocas — onde educador e educando ensinam e aprendem. Aprendem através da troca de experiências e dos valores socialmente aceitos. Porém esses temas não devem ser aleatórios e nem pré-selecionados.

Eles devem emergir de acordo com o cotidiano do grupo e ter alguma ligação com a vida e o dia a dia dos alunos. Assim, o educador ouvem e compartilha problemas de seus alunos buscando junto solucioná-los.

Nuns momentos lidam com as linguagens artísticas, em ou ação recíproca, entre a sua própria maneira de ver e entender o mundo e a de seus educandos, noutros instantes lidam dialeticamente com o seu saber e querer e o saber e querer de seus educandos, ao mesmo tempo que ocupam a posição de pesquisador, lendo, refletindo, questionando e questionando-se, reprogramando, alterando sua postura, suas concepções. buscando soluções para os impasses entre a prática e o anseio de acertar. (CARVALHO, 2008. P. 127).

Assim, com atividades planejadas, o educador estimula o querer pesquisar, aprender, refletir e questionar, ampliando, assim, o conhecimento de mundo de seu educando.

Carvalho (2008. P. 119) nos conta que essa modalidade de ensino é relativamente nova em nossa história. Ela surgiu a partir dos problemas sociais que cresceram no início dos anos de 1980 e a preocupação da sociedade civil em oferecer ações educativas alternativas para combater a violação de direitos e a exclusão social.

É por isso que o educador social tem um papel tão importante na vida dessas crianças e adolescentes. Ele educa para a vida e lida com meninos e meninas com diversas dificuldades e vulnerabilidades que demanda um trabalho pedagógico cuidadoso focado no desenvolvimento humano e social.

No caderno de perguntas frequentes do SUAS diz que o preparo da prática “do orientador social/educador social, o seu compromisso com uma postura dialógica, propositiva e cooperativa são essenciais para assegurar que as ações/atividades sejam coerentes e consequentes. (SUAS, 2017. P. 74).

Desta forma as instituições exigem dos educadores uma dedicação e disponibilidade muito grande.

Frequentemente eles são solicitados a realizar trabalhos extras; participar de reuniões internas; aplicar questionários; realizar avaliações; participar de reuniões em instâncias como conselhos, redes e fóruns; sem mencionar as horas extras que se acumulam por ocasião da realização de eventos, apresentações artísticas e coisas do gênero. (CARVALHO, 2008. P. 115).

Carvalho (2008. P. 115) chega a comparar com um trabalho de militância essas inúmeras exigências, compromissos e abnegação que o educador é exposto. No entanto, em sua pesquisa, ele observou que

todos os educadores se declaram satisfeitos com o trabalho. Nas entrevistas, muitos aspectos foram levantados para justificar os motivos dessa satisfação. Foram mencionadas a liberdade, a autonomia para gerenciar suas atividades, bem como a convivência em ambiente sem feições burocráticas.” (CARVALHO, 2008. P. 116–117).

Alguns chegam até a declarar “que se sentem bem ao se perceber úteis, em poder realizar um trabalho de alcance social e contribuir para o desenvolvimento pessoal e social dos educandos.” (CARVALHO, 2008. P. 117).

Porém ensinar em SCFV não é uma tarefa fácil. Ele possui um elevado grau de complexidade e desafios. Por isso que a

“(…) seleção de educadores para atuar nesses espaços é um dos pontos essenciais para a realização de um trabalho conseqüente. Além de uma seleção criteriosa, é necessário que os educadores conheçam e se identifiquem com a proposta da instituição e que tenham, também, uma pitada de sonho e utopia.” (CARVALHO, 2008. P. 119).

O educador precisa se identificar com a causa da instituição, ter comprometimento e responsabilidade, compreender o seu papel na vida dessas crianças e adolescentes, além de ter conhecimentos específicos e metodológicos dentro das atividades que ele propõe.3 A ARTE EDUCAÇÃO

O ser humano, desde sempre, sente a necessidade de classificar e organizar tudo a sua volta — desde os fenômenos e da natureza, até as relações sociais, políticas e econômicas — para compreender o seu lugar no universo e buscar significação da vida. E a Arte também está presente na história da humanidade, vinda com a necessidade de expressar-se e transmitir crenças e valores.

Tanto a ciência quanto a arte, respondem a essa necessidade mediante a construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Ciência e arte são, assim, produtos que expressam as representações imaginárias das distintas culturas, que se renovam através dos tempos, construindo o percurso da história humana. A própria idéia de ciência como disciplina autônoma, distinta da arte, é produto recente da cultura ocidental. Nas antigas sociedades tradicionais não havia essa distinção: a arte integrava a vida dos grupos humanos, impregnada nos ritos, cerimônias e objetos de uso cotidiano; a ciência era exercida por curandeiros, sacerdotes, fazendo parte de um modo mítico de compreensão da realidade. (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL, 1997. P. 26).

No entanto, quando se trata da Arte Educação a história é “relativamente recente e coincide com as transformações educacionais que caracterizaram o século XX em várias partes do mundo.” (BRASIL, 1997. P. 20).

Não cabe aqui, contar a história que a educação, no campo das Artes, percorreu até os dias de hoje. Porém, é importante dizer que em 1996, a LDB foi alterada e o ensino da Arte passou a ser componente curricular obrigatório na Educação Básica (formada por três grandes etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio).

Em 1997, os PCNs de Arte passam a exigir um ensino por área/linguagem (Artes Visuais, Música, Dança e Teatro) e a BNCC, homologada em 2017, propõe que essas quatro linguagens articulem em seis dimensões do conhecimento de forma indissociável e simultânea.

As dimensões são:

• Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e constroem. Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere materialidade estética a sentimentos, ideias, desejos e representações em processos, acontecimentos e produções artísticas individuais ou coletivas. Essa dimensão trata do apreender o que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, conflitos, negociações e inquietações.

• Crítica: refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em direção a novas compreensões do espaço em que vivem, com base no estabelecimento de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas. Essa dimensão articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais.

• Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. Nela, o corpo em sua totalidade (emoção, percepção, intuição, sensibilidade e intelecto) é o protagonista da experiência.

• Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários específicos e das suas materialidades.

• Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Essa dimensão implica disponibilidade dos sujeitos para a relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais.

• Reflexão: refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 194–195).

Essas dimensões buscam fazer com que o aluno seja o protagonista do seu conhecimento no campo das Artes. Elas possibilitam que ele explore crie, reflita, manifeste, pesquise, dialogue. Com essas mudanças, na sala de aula, (…) eles podem não só ajudar a definir os temas a serem tratados, mas devem sentirem-se mais livres para criar, dando vazão à sensibilidade de maneira mais plena, com a observação e incentivo do professor. (NOVA ESCOLA, 2018).

Apenas um pouco mais de 20 anos que o ensino da Arte foi elevado a outro patamar. Ela passou a ser mais discutida e se percebeu a importância da arte no processo educativo. A Arte saiu das questões estéticas, técnicas, recreacionistas, da reprodução e da história da Arte de forma linear.

(…) Os artistas deixaram os modelos preestabelecidos e evidenciaram a imaginação e a expressão individual no processo de criação. A arte saiu da esfera do belo e adquiriu uma nova dimensão: a da expressão e da determinação pessoal, em uma atitude de procurar ver não só a técnica, mas também o que forma a fala do artista. Assim, a obra de arte passou a ser percebida não apenas de maneira linear na contextualização da história da arte, tampouco com o rigor da técnica, mas como linguagem que difere de tempos em tempos e de lugar para lugar, com emoções, formas de expressões deferentes, mas não isoladas. (SANTIAGO. P. 68).

A Arte passou a ser vista como uma forma de expressão que estabelece relações e conexões entre culturas, tempos e outras obras de arte. E o ensino da Arte passou a fazer parte da área de Linguagens, “composta pelos seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e, no Ensino Fundamental — Anos Finais, Língua Inglesa.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 63).

Segundo a BNCC, na área de Linguagens, é

(…) importante considerar, também, o aprofundamento da reflexão crítica sobre os conhecimentos dos componentes da área, dada a maior capacidade de abstração dos estudantes. Essa dimensão analítica é proposta não como fim, mas como meio para a compreensão dos modos de se expressar e de participar no mundo, constituindo práticas mais sistematizadas de formulação de questionamentos, seleção, organização, análise e apresentação de descobertas e conclusões. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 64).

Já dentro do PCN de Arte, do ensino fundamental, diz que as linguagens devem articular entre

(…) saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se manifestam como formas de expressão no processo de aprendizagem em Arte. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 193).

E os processos de criação

(…) precisam ser compreendidos como tão relevantes quanto os eventuais produtos. Além disso, o compartilhamento das ações artísticas produzidas pelos alunos, em diálogo com seus professores, pode acontecer não apenas em eventos específicos, mas ao longo do ano, sendo parte de um trabalho em processo.

A prática investigativa constitui o modo de produção e organização dos conhecimentos em Arte. É no percurso do fazer artístico que os alunos criam, experimentam, desenvolvem e percebem uma poética pessoal. Os conhecimentos, processos e técnicas produzidos e acumulados ao longo do tempo em Artes visuais, Dança, Música e Teatro contribuem para a contextualização dos saberes e das práticas artísticas. Eles possibilitam compreender as relações entre tempos e contextos sociais dos sujeitos na sua interação com a arte e a cultura. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 193).

Desta forma, a BNCC entende que, nos anos finais do ensino fundamental, o componente Arte deva ter contribuido com o aprendizado das linguagens — “e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento –, com vistas a possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas.” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 205).

No PCN de Arte, diz que a Arte Educação

(…) propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. (BRASIL, 1997. P. 19).

Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um campo de sentido para a valorização do que lhe é próprio e favorecer abertura à riqueza e à diversidade da imaginação humana. Além disso, torna-se capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta, no exercício de uma observação crítica do que existe na sua cultura, podendo criar condições para uma qualidade de vida melhor. (BRASIL, 1997. P. 19).

O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL, 1997. P. 19).

Ou seja, o ensino da Arte transforma a forma de olhar o mundo e estabelece reflexões críticas. Ela

(…) se mostra em um processo dialético com a realidade, no momento em que alguém seleciona, compara e interpreta as imagens registradas sobre qualquer suporte, seja o som, a dança, o teatro, a cor, a forma de uma escultura e de tudo que faz parte da vida. Ela transforma o olhar, que deixa de ser passivo e torna-se ativo, seletivo, tátil, contemplativo e criador, articulando-se aos processos da vida cotidiana. Nesse entendimento, a prática artística torna-se uma linguagem promotora da identidade, em que é possível estabelecer uma reflexão crítica, considerando o jovem um sujeito sociocultural, ou seja, que percebe, reconhece e passa a considerar a diversidade no contexto social. (SANTIAGO. P. 69).

O aluno passa a decodificar e expressar-se, abrindo portas para o protagonismo e reconhecimento pessoal e cultural. Com a Arte, ele amplia “seus horizontes no campo da cidadania” (SANTIAGO. P. 69) e passa a compreender a sua realidade e entender que é possível transformá-la, sentindo-se integrante de sua própria sociedade.

4. O ENSINO DA ARTE DENTRO DO SCFV

Como foi possível observar nos capítulos anteriores, muito dos objetivos do SCFV são encontrados dentro das propostas do ensino da Arte.

Porém, muitas vezes, a Arte é utilizada apenas como meio para se atingir os objetivos do SCFV. Fazendo com que se tenha um olhar voltado para o lazer, recreação e/ou artesanato. A própria Secretaria Nacional de Assistência Social diz que as oficinas de esporte, lazer, arte e cultura por si só, não constituem o SCFV. Elas “são estratégias para tornar os encontros dos grupos atrativos e, com isso, dialogar com o planejamento do percurso, os temas transversais e os objetivos a serem alcançados nos grupos.” (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2016. P. 15–16).

Isso é limitar o ensino da Arte em atividades recreativas. Usar a Arte somente como atração para que o grupo frequente as atividades é menosprezar todo o potencial que ela pode oferecer ao SCFV.

Pois não percebem que se inserir metodologias e trabalhar a Arte como linguagem — como sugerem os PCNs e BNCC –, ela pode contribuir, e muito, nos diálogos e nos temas transversais discutidos dentro do SCFV, potencializando o desenvolvimento humano e social do indivíduo que participa do grupo.

Ana Mae Barbosa, educadora brasileira e pioneira em arte-educação, nos lembra que a arte é muito mais que libertar a emoção, pois ela ensina a entendermos e a refletirmos sobre o que sentirmos.

Aqueles que defendem a arte na escola meramente para libertar a emoção devem lembrar que podemos aprender muito pouco sobre nossas emoções se não formos capazes de refletir sobre elas. Na educação, o subjetivo, a vida interior e a vida emocional devem progredir, mas não ao acaso. Se a arte não é tratada como um conhecimento, mas somente como um “grito da alma”, não estamos oferecendo nem educação cognitiva, nem educação emocional. (BARBOSA)

A Arte pode, e deve, ajudar na formação das crianças e adolescentes do SCFV. Pois seus objetivos são muito parecidos aos que o serviço quer atingir.

A Arte contribui para construção de um cidadão emancipado com autonomia no pensar e no fazer, promove a coletividade e desenvolve as capacidades do indivíduo. Proporciona a produção coletiva, contribui para o entendimento dos próprios sentimentos e emoções. Faz com que o indivíduo reconheça e admire as diferenças, desenvolva o sentimento de pertença e de identidade. Ajuda a comunicar, experimentar, construir e reconstruir as suas histórias. Esses são apenas uns dos potenciais que Arte oferece se ela for ensinada como uma linguagem e tratada como um conhecimento.

No entanto, Maria Cecília Santiago diz que para atingir os objetivos do SCFV e possibilitar a formação de valores do indivíduo, os espaços que oferecem esses serviços devem encontrar, na Arte, a “ferramenta capaz de instigar a transformação do olhar dos jovens, com força de interferir positivamente tanto no plano da autoestima como no da constituição da própria imagem, estimulando-os a buscarem oportunidades como pessoas e como cidadão. (SANTIAGO. P. 68).

A arte é o atributo estrutural de toda a construção humana. O educador, ao utilizar-se de suas linguagens, ensina os jovens a lidar com as diferenças entre si, indicando atitudes de solidariedade e generosidade para com o outro. Esse olhar que vê o outro, que restitui o diálogo, a partilha de valores, permite a fruição não só dos momentos estéticos como também de um sentimento de amadurecimento em suas relações interpessoais. (SANTIAGO. P. 68–69).

Mas para que se possa trabalhar a Arte como uma ferramenta para se atingir os objetivos do SCFV, vai depender da forma como o educador social entende a Arte Educação. “Ou seja, para que uma oficina seja considerada arte depende, também, do perfil e da orientação do educador responsável pelo seu ensino.” (CARVALHO, 2008. P. 104).

Carvalho, nos lembra que

Um dos requisitos para ensinar Artes em uma escola de rede pública é ter o curso de Licenciatura Plena em Arte ou Educação Artística. Contudo, para ensinar arte em setores não formais como ONGs, que encerram uma diversidade de componentes entrelaçados, que lidam com meninos possuidores de dificuldades desmedidas, que demandam um trabalho pedagógico cuidadoso voltado para a reconstrução humana, o que é requerido? (CARVALHO, 2008. P. 106).

Quais qualificações são exigidas de um educador que ensina arte dentro de um SCFV? Carvalho comenta, em seu livro, sobre um processo seletivo que ela participou e foi determinado que, além da graduação em Educação Artística, Artes ou áreas correlatas — consideradas importantes, mas não essencial por si só –, era necessário experiência dentro da educação não formal,

além que atributos especiais como: liderança, autonomia, capacidade para trabalhar em equipe, habilidade no relacionamento interpessoal, capacidade para agir com responsabilidade. A preferencia era para aquele profissional que possuísse qualificações técnicas e teóricas associadas a habilidades e aptidões pessoais pertinentes. (CARVALHO, 2008. P. 107).

Já no processo seletivo da prefeitura de Embu das Artes que eu participei em 2016, o propósito era selecionar oficineiros para ministrar oficinas de desenho e grafite, canto, dança de salão, trabalhos manuais e percussão dentro do SCFV, com uma carga horária de 16 horas semanais. Os selecionados tinham como tarefa

“planejar e executar oficinas de artes para crianças, adolescentes. Participar de reuniões pedagógicas e de formação com a equipe da Proteção Social Básica. Contribuir na sistematização das experiências e na elaboração de relatórios. Ser responsável pelo controle de frequência dos participantes da sua atividade.” (ZAMBINI, 2016. P.2).

E tinha como exigência, para o preenchimento desta vaga, apenas ter ensino médio completo e ser maior de 18 anos.

Em sua pesquisa, Carvalho (2008. P. 130–131) percebeu que, de modo geral, os educadores ensinam através de suas experiências e, de forma intuitiva ou não, eles reproduzem a maneira como eles aprenderam ou repetem os procedimentos que vão sendo aperfeiçoados ao longo de suas vivências. É através dos erros e acertos que eles vão fazendo adaptações, ajustes e fusões, de modo a adaptar aos seus propósitos, objetivos do SCFV, objetivos da instituição e a situação encontrada no grupo. Os que têm formação específica tendem a buscar apoios nos modelos aprendidos nos seus cursos de graduação e adaptam às propostas das instituições. Mas Carvalho nos alerta que

(…), é necessário observar que, para que a educação artística possa contribuir efetivamente no processo educativo, é essencial conhecer seus pressupostos, mas é igualmente indispensável que se compreendam os princípios e os propósitos da situação educativa onde ela será aplicada. A transposição automática de abordagens pedagógicas de uma situação educacional para outra, como, por exemplo, do ensino formal para o não-formal, sem levar em conta as peculiaridades de cada contexto, corre o risco de se transformar em algo inócuo ou desprovido de sentido. Esse aspecto é particularmente importante para os projetos políticos pedagógicos das ONGs que empregam arte como meio capaz de transformar os indivíduos e a sociedade. (CARVALHO, 2008, p.12).

Para que isso não ocorra, Carvalho (2008. P. 112) observa a necessidade das faculdades elaborarem, nos seus cursos de Licenciatura em Artes, currículos que ofereçam conhecimentos e treinamentos que habilitam os alunos a atuar adequadamente nesses espaços especiais e não só apenas nas escolas regulares. É um mercado que o futuro profissional pode trabalhar, mas que exige habilidades e competências específicas. Afinal é preciso encarar as peculiaridades e diversidades que cada grupo e comunidade apresentam, lidando com meninos e meninas que possuem dificuldades e que demandam um trabalho pedagógico responsável e cuidadoso voltado para a reconstrução humana.

Aqui, é importante ressaltar novamente, que se o educador, que for ministrar as oficinas de arte, não oferecer o ensino da arte com metodologia e tratá-la como uma linguagem e conhecimento, corre-se o risco das oficinas serem apenas produções artísticas focadas no artesanato e na técnica. Transformando, assim, as aulas em recreativas ou uma forma de passar o tempo, tirando todo o potencial que a o ensino de Arte pode oferecer para os grupos do SCFV.

As manifestações artísticas não podem ser reduzidas às produções legitimadas pelas instituições culturais e veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição de códigos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os alunos sejam protagonistas e criadores.(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. P. 193).

Para que a Arte possa contribuir para com os objetivos do SCFV é preciso ministrar as oficinas de Artes a partir da metodologia própria do ensino de Arte. Por isso é importante a formação acadêmica na área. Porém, a

habilitação acadêmica, por si só, não é suficiente para preparar o educador para realizar um trabalho de qualidade nesse campo de ensino. Em alguns casos, os profissionais com formação acadêmica trazem, para o espaço educacionais informais, vivências e atitudes próprias da escola formal que não se adaptam a essa esfera pedagógica, dificultando a sua atuação. (CARVALHO, 2008. P. 112).

Por isso que a seleção dos profissionais que irão promover alguma atividade artística, dentro das instituições que oferecem o SCFV, deve ser criteriosa. Não só observar as suas habilidades técnica e sua formação acadêmica, mas suas habilidades emocionais, suas aspirações e necessidades.

“(…) O entendimento das condições reais em que os educadores vivem, suas necessidades e aspirações, é a premissa fundamental para propiciar a realização de um trabalho transformador. Portadores de títulos acadêmicos desacompanhados desse entendimento e habilidade são de pouca valia. (CARVALHO, 2008. P.110).

Para oferecer um trabalho transformador dentro do SCFV, o educador deve conhecer e se identificar com as propostas e objetivos da instituição contratante. É preciso conhecer os objetivos gerais e específicos do SCFV. É preciso ter um entendimento da Arte como linguagem e forma de expressão. É preciso ter técnica e metodologia específica para oferecer o ensino da Arte dentro da educação não formal. E entender que a Arte é um dos recursos, com potencial real, que permitirá o desenvolvimento humano e criativo dessas crianças e adolescentes dentro do SCFV.5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os grupos de 6 a 15 anos, dentro do SCFV, tem como público prioritário crianças e adolescentes com deficiência; acesso precário à renda e a serviços públicos; em situação de risco e vulnerabilidade social; em situação de isolamento; com vivência de violência e/ou negligência; fora da escola ou com defasagem escolar superior a 2 anos; em situação de acolhimento; em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto; em situação de abuso e/ou exploração sexual; em situação de rua; em situação de trabalho infantil, em risco iminente de ingressar no trabalho ou dele retirados; etc. Ou seja, o SCFV tem como foco principal o combate e a prevenção de situações de violação dos direitos, na medida que fortalece os vínculos familiares e comunitários.

Neste trabalho foi apresentado os objetivos gerais e específicos para essa faixa etária dentro do SCFV. Assim como os três eixos orientadores e as estratégias que o educador social deve seguir. E foi visto que para que o fortalecimento de vínculos ocorra são oferecidas diversas atividades, dentre elas artísticas, como forma estratégica de tornar os encontros mais atrativos.

No entanto, ao apresentar a Arte — não como um fazer artístico, recreativo ou de forma de artesanato, focado, muitas vezes, nas decorações e apresentações em datas comemorativas, mas a Arte — como uma linguagem, como uma forma de se comunicar com o mundo e para o mundo, foi percebido que ela contribui, e muito, para se atingir os objetivos do SCFV. Afinal, a Arte tem uma grande contribuição para a formação de um cidadão emancipado com autonomia no pensar e no fazer.

Foi percebido que os objetivos que o PCN e a BNCC propõem para o ensino da Arte, no ensino fundamental, são muito parecidos com os objetivos que o SCFV busca com seus encontros e atividades. Mas, para que isso ocorra de fato, é essencial que o educador social esteja apto a articular o ensino da Arte — e todas as suas dimensões do conhecimento — com os objetivos proposto pelo SCFV e as peculiaridade, especificidades e necessidades de cada grupo. É preciso ter certas habilidades, apresentadas nesse trabalho. E isso, o educador social irá conseguir com muito estudo, especializações, compromisso, responsabilidade, disposição, dedicação, vontade de fazer a diferença e muito carinho para com seus educando.

REFERÊNCIAS

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Como a arte pode influenciar em nossa vida pessoal e coletiva?

De um modo geral, a arte proporciona às pessoas a possibilidade de desenvolver habilidades interculturais em todas as idades, combatendo, principalmente, os “pré-conceitos” que vivem na sociedade. Além disso, ela muda a forma como as pessoas interagem com o mundo, solucionam seus dilemas e enxergam outras culturas.

Qual a importância das artes na conscientização dos problemas sociais?

Na arte temos uma grande aliada para a inclusão das crianças com deficiência, pois lhe proporcionam espaços para o autoconhecimento, ajudando no desenvolvimento global da criança, na socialização com seus pares e demais grupos sociais que frequentam, contribuindo de forma significativa para elevar a autoestima através ...

Qual deve ser o papel da arte na sociedade?

A arte permite que emoções e sentimentos venham à tona, sendo este o seu papel na formação da sociedade: dar o sustento que ela necessita, ao garantir que a vida tenha significado.

Como a arte pode melhorar a vida das pessoas?

A arte é uma excelente ferramenta para o autoconhecimento quando podemos expressar por ela o que sentimos e quais emoções estamos passando naquele momento; pode ajudar além da comunicação, mas também em entender quais são essas sensações.