O Brasil chegou à sua centésima medalha de ouro na história dos Jogos Paralímpicos. Na noite brasileira de segunda-feira (30), manhã de terça (31) no Japão, Yeltsin Jacques venceu a prova final dos 1.500 m, classe T11, para cegos, e foi o responsável por dar ao país a marca centenária. Show Jacques, 29, já havia subido ao topo do pódio nos 5.000 m T11 nas Paralimpíadas de Tóquio, com uma chegada espetacular. Desta vez, o atleta de Mato Grosso do Sul liderou de ponta a ponta, abrindo grande vantagem e dominando totalmente a disputa. Com 3min57s60, ele colocou quase oito de segundos sobre o segundo colocado, o japonês Shinya Wada. Apoiado pelo guia Carlos Antonio dos Santos, o atleta estabeleceu o novo recorde mundial e comemorou bastante a conquista no Estádio Olímpico de Tóquio. A delegação do Brasil chegou a Tóquio precisando de 13 ouros para atingir a marca centenária. A aposta era que esses lugares mais altos do pódio sairiam sobretudo no atletismo e na natação, modalidades em que historicamente a equipe brasileira conquista mais medalhas. No Japão, porém, outras modalidades também colaboraram decisivamente para isso. O judô e o halterofilismo ganharam o ouro pela primeira vez na história, ambas com mulheres. Nos tatames, Alana Maldonado triunfou na categoria até 70 kg. Já Mariana D'Andrea triunfou (categoria até 73 kg) ao levantar 137 kg. Ao longo da história, os atletas que mais contribuíram para a chegada do ouro centenário vieram da natação. Daniel Dias, da classe S5, que disputa sua última edição das Paralimpíadas, já subiu 14 vezes ao lugar mais alto do pódio. Ele é seguido pelos nadadores André Brasil, da classe S10 (7), e Clodoaldo Silva, da classe S5 (6). O maior vencedor do atletismo é Luiz Cláudio Pereira, que soma seis ouros. Ele competiu entre 1984 e 1992 em quatro provas: arremesso do peso, lançamento do dardo, lançamento do disco e pentatlo. Após se aposentar, chegou a ser vice-presidente do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro). Hoje, dirige a ABRC (Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas). Com quatro medalhas douradas aparecem Ádria Santos (atletismo), Antonio Tenório (judô), Dirceu Pinto (bocha) e Marquinhos (futebol de 5). Tenório, que ganhou ouros entre Atlanta-1996 e Pequim-2008, continua competindo aos 50 anos. Em Tóquio, quase voltou a subir ao pódio. Perdeu a disputa do bronze para o uzbeque Sharif Khalilov, 31, no "golden score". Ele foi o primeiro brasileiro fora do atletismo e da natação a ganhar o ouro paralímpico. Também conta com um bronze em Londres-2012 e uma prata nos Jogos Rio-2016. Se o atletismo perde para a natação entre os atletas com mais medalhas, as modalidades de pista e campo superam a piscina no total de ouros. Até Tóquio, o atletismo somava 40 ouros contra 32 da natação. Em seguida vinham bocha (6), judô (4), futebol de 5 (4) e esgrima em cadeira de rodas (1). A bocha foi impulsionada por Dirceu Pinto, que se destacou na classe BC4, para atletas cadeirantes que não recebem assistência durante as partidas. Ele ganhou dois ouros individuais e dois em dupla com Eliseu dos Santos, em Pequim-2008 e Londres-2012. No Rio-2016, ganhou a prata em duplas mistas. Dirceu não pôde adicionar mais conquistas à carreira em Tóquio-2020. Ele morreu no ano passado, aos 39 anos, de problemas cardíacos. Com as conquistas obtidas até agora em Tóquio-2020, o Brasil passa a perseguir outra marca histórica. Londres-2012 foi a edição dos Jogos em que a delegação nacional conquistou mais ouros, com 21. Se subir mais nove vezes ao alto do pódio, o país quebrará mais essa marca. O Brasil terminou as Paralimpíadas de Tóquio na sétima colocação do quadro geral de medalhas e igualou a melhor posição do país em uma edição dos Jogos. Foram 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Em Londres-2012, a delegação brasileira também ficou em sétimo. Com a 22ª medalha de ouro em Tóquio, o país ainda ultrapassou o recorde de douradas em uma edição dos Jogos. A antiga melhor marca era de 21 ouros, conquistados em 2012. RelacionadasNa capital japonesa, o Brasil totalizou 72 medalhas e igualou a maior quantidade de pódios em uma Paralimpíada. Na Rio-2016, o país também levou 72 medalhas, mas com apenas 14 ouros. A delegação brasileira ainda teve a chance de estabelecer um novo recorde com a 73ª medalha, mas bateu na trave duas vezes no último dia dos Jogos de Tóquio. Na maratona da classe T12, Edneusa Jesus Santos, bronze no Rio-2016, era terceira colocada até os 30km, mas caiu de rendimento nos quilômetros finais e terminou em quarto. Mais tarde, Vitor Tavares foi o último brasileiro em ação em Tóquio e perdeu para o britânico Krysten Coombs na disputa pelo terceiro lugar da classe SH6 do parabadminton. Veja todas as medalhas do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio: OurosFutebol de 5 masculino Goalball masculino Atletismo Canoagem Judô Halterofilismo Natação Taekwondo Carol Santiago foi a maior medalhista brasileira em Tóquio Imagem: ALE CABRAL/CPBPratasAtletismo Canoagem Hipismo Natação Tênis de mesa Taekwondo Esgrima em cadeira de rodas Rodolpho Riskalla levou a prata no hipismo BronzesVôlei sentado feminino Atletismo Bocha Judô Remo Natação Tênis de mesa Taekwondo Daniel Dias conquistou três bronzes em Tóquio Imagem: OIS/Bob MartinQual o atleta brasileiro que mais ganhou medalhas nos Jogos Paralímpicos?O atleta com mais medalhas
Dono de incríveis 27 medalhas paralímpicas, Daniel fez sua última participação em Jogos na edição de Tóquio, encerrando a carreira no alto rendimento com três bronzes nas provas de 100m e 200m livre e no revezamento misto 4x50m livre 20 pontos.
Quais os brasileiros com maior destaque nos Jogos Paralímpicos?Os Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 serão a terceira participação brasileira no evento e contará com o maior número de atletas da história: seis – Aline Rocha, Cristian Ribera, Guilherme Cruz Rocha, Robelson Moreira Lula e Wesley dos Santos, pelo esqui cross-country, e André Barbieri, pelo snowboard.
Quem é o maior atleta paralímpico do Brasil?Aos 33 anos, o nadador Daniel Dias é o maior medalhista paralímpico do Brasil. E da natação. E, claro, também está entre os maiores do mundo de todos os tempos. Desde Pequim, em 2008, Dias marcou pódio em todas as edições das Paralimpíadas, conquistando 14 ouros, sete pratas e três bronzes – 24 medalhas no total.
Quem é o maior medalhista paralímpico do Brasil que encerrou sua carreira em 2021?Com 27 medalhas, sendo 14 de ouro, Daniel encerra a carreira como o terceiro maior campeão da natação paralímpica masculina.
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