ONU Show
A preservação da cultura dos povos originários passa pela conservação da biodiversidade ambiental e alimentar
O clima está mais quente em todo o País, seja no inverno sulista ou no verão amazônico, as temperaturas se aproximam, cada vez mais, dos índices registrados em regiões desérticas. O aquecimento global é uma realidade que todos sentem, e o conhecimento e as práticas indígenas, realizadas há séculos, são uma das saídas, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO ONU). Registra o documento que quase 30% da superfície terrestre, incluindo áreas florestais intactas e biodiversas, é gerenciada por povos nativos, famílias, pequenos proprietários e outras comunidades locais. Essas terras indígenas, cada vez mais, têm um papel estratégico na proteção da diversidade e dos recursos naturais. Bom exemplo disso é a forma como essas populações nativas conseguem harmonizar o cultivo de alimentos à biodiversidade sem comprometer ou prejudicar seus ciclos naturalmente renováveis. Apenas no estado do Pará, 39 etnias vivem nesses termos e se põem como parceiras essenciais na preservação do bioma amazônico, a exemplo dos Parakanãs, Xikrins, Jurunas e Caiapós. A esses povos não faltam vivência e unidade, demonstrações do quanto são anacrônicos e predatórios os atos de destruição desse ecossistema em prol de argumentos meramente econômico e extrativista. Eduardo Barnes, coordenador de gestão territorial da The Nature Conservancy (TNC), destaca a importância e a diversidade dos ensinamentos indígenas. “São cerca de cinco mil pessoas vivendo em aldeias no sul do Pará. A força dessa diversidade cultural não está apenas nos diferentes nomes dos rios, peixes e pássaros, esses povos indígenas sabem viver e produzir na floresta. Eles fazem do seu habitat um lugar fértil para o desenvolvimento de uma economia diferenciada, forte e sustentável, trazendo benefícios para a melhora da qualidade da água, da fauna e da flora da região”. Exemplos disso, os povos Xikrin e Parakanã, do médio Xingu, são muito bem-sucedidos na coleta sustentável de castanha do Pará, cumaru e copaíba, além de produzir óleo de babaçu e artesanato com matéria-prima da floresta. Integrante da Associação Floresta Protegida, com sede em Tucumã/PA, Bepnhoti Atydjare, indígena M?bêngôkre, explica como é importante o diálogo e aprendizado com diferentes populações para a geração de renda. “Mantemos as nossas relações com as tecnologias e linguagens de outros povos. A nossa tradição contempla essa incorporação de novas estruturas e também podemos criar acampamentos temporários em lugares onde encontramos oportunidades. Estamos sempre em movimento”, diz. A versatilidade dos povos ancestrais também é um manancial de soluções sustentáveis para enfrentar eventos climáticos extremos. Procedimentos históricos e comprovados, como criar terraços para evitar a erosão do solo ou jardins flutuantes para fazer uso de campos inundados, reforçam a sofisticação das suas técnicas. Biodiversidade e mapeamento Recente estudo da FAO aponta que apesar de abranger apenas 28% da área terrestre do planeta, as comunidades indígenas tradicionais preservam 80% de toda a biodiversidade do mundo. Dois anos de mapeamento do Global Safety Net, projeto internacional que indica áreas com demandas urgentes de preservação no mundo, indicam que 50,4% do planeta possa ser preservado por ações de populações indígenas. Sem a conservação dos diferentes biomas, os riscos não são apenas climáticos, mas alimentares: a biodiversidade é fundamental para a segurança e variedade. Como muitos povos indígenas vivem em ambientes restritos e com escassos recursos, desenvolveram, ao longo do tempo, culturas que se adaptam e priorizam o cultivo de espécies nativas mais resistentes à seca, altitude, inundações e a outras situações desfavoráveis. Sobre a campanha Floresta sem fogo
Atua diretamente em 5 municípios polo da região sul do Estado do Pará, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre algumas das regiões mais afetadas pelos incêndios florestais que degradaram vegetação nativa no ano de 2019. O polígono é formado pelos municípios de Altamira, São Félix do Xingu, Senador José Porfírio, Anapú e Tucumã. Juntos, os 5 municípios somam mais de 27 mil hectares. TagsAmazônia onu Povos indígenas5 maneiras que os povos indígenas estão ajudando o mundo a alcançar a #FomeZero17 Agosto 2019ODS FAO destaca que povos indígenas e seus sistemas alimentares podem fornecer respostas à insegurança alimentar e às mudanças climáticas. Os povos indígenas constituem apenas 5% da população mundial, mas são no entanto, gestores vitais do meio ambiente. De acordo com Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, 28% da superfície terrestre do mundo, incluindo algumas das áreas florestais mais ecologicamente intactas e biodiversas, são gerenciadas principalmente por povos indígenas, famílias, pequenos proprietários e comunidades locais. A TerraMatch reúne uma série de recomendações baseadas na qualidade do solo e nos tipos de árvores para facilitar a tarefa por parte de governos, inciativas privadas e cidadãos. FlorestasA agência da ONU aponta que essas florestas são cruciais para reduzir as emissões de gases e manter a biodiversidade. Os alimentos indígenas também são particularmente nutritivos, e seus sistemas alimentares associados são notavelmente resilientes ao clima e bem adaptados ao meio ambiente. Para a FAO, os modos de vida dos povos indígenas e seus meios de subsistência podem ensinar ao mundo muito sobre como preservar os recursos naturais, suprir e cultivar alimentos de maneira sustentável, vivendo em harmonia com a natureza. A agência acredita que mobilizar o conhecimento que se origina desse patrimônio e desses legados históricos é importante para enfrentar os desafios que a agricultura e os alimentos enfrentam hoje e no futuro. Na lista abaixo a FAO apresenta cinco das muitas maneiras em que os povos indígenas estão ajudando o mundo a combater a mudança climática:
Nas florestas andinas, as comunidades indígenas estão plantando árvores medicinais, e que são fonte de alimento e de água. A FAO considera os povos indígenas como parceiros inestimáveis no fornecimento de soluções para as mudanças climáticas e na criação de um mundo com #FomeZero. Jamais conseguiremos soluções de longo prazo para as mudanças climáticas e a segurança alimentar e nutricional sem buscar ajuda e proteção dos direitos dos povos indígenas. ♦ Baixe o aplicativo/aplicação para - iOS ou Android Qual a importância da preservação dos povos indígenas?A divulgação da cultura indígena pode sensibilizar a população para a importância de viver de forma sustentável e, assim, utilizar práticas conservacionistas e transmitir para as futuras gerações o conhecimento adquirido por esses povos. A valorização da cultura indígena é um dever de todos os países do mundo.
Qual é a importância de preservar o modo de vida dos povos e das comunidades tradicionais?Povos e Comunidades Tradicionais vivem protegendo seus territórios e seus recursos naturais. São esses territórios e os conhecimentos de quem vive neles que subsidia a “invenção e a descoberta” de novos medicamentos, curas, cosméticos e muito mais.
Qual a importância da natureza para os povos indígenas e explique?Respeito e equilíbrio, a relação entre os índios e a natureza é pautada por dois elementos básicos para o dia a dia de qualquer ser humano. O relacionamento que também envolve o afeto faz com que os índios vivam uma relação mais próxima e sagrada, como se a terra fosse a grande mãe.
O que pode ser feito para preservar a cultura indígena?Veja como você também pode ajudar:. Dê adeus aos estereótipos. ... . Saiba que os povos indígenas não estão só na Amazônia. ... . Conheça os direitos indígenas. ... . Entenda, de uma vez por todas, que não tem muita terra para pouco índio. ... . Conheça os povos indígenas do Brasil. ... . Ouça o que eles dizem. ... . Consuma com consciência. ... . Pressione seu banco.. |