Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

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Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Agricultura urbana pode abastecer 20 milhões de pessoas, em São Paulo, e gerar milhares de empregos 

Pensar em abastecer grandes metrópoles, como São Paulo, com alimentos orgânicos, frescos e com custos reduzidos pode parecer uma realidade bastante distante. No entanto, os caminhos para transformar o sistema alimentar estão mais perto do que imaginamos. Isso é o que mostra o estudo “Mais perto do que se imagina: os desafios da produção de alimentos na metrópole de São Paulo”, realizado pelo Instituto Escolhas em parceria com o Urbem. Conforme o levantamento, a agricultura urbana é capaz de fornecer verduras e legumes para 20 milhões de pessoas anualmente, o que corresponde a cerca de 90% da população da Região Metropolitana de São Paulo.

O estudo considera 60 mil hectares cultivados em propriedades modelo na área periurbana da Região Metropolitana de São Paulo, ou seja, nos locais que marcam a transição entre a área urbana e rural. Além de gerar alimentos frecos para uma parcela expressiva da população local, este modelo também criaria cerca de 180 mil novos postos de trabalho na metrópole.

Entretanto, estes não são os únicos benefícios da agricultura urbana. Apesar de ainda ser um modelo pouco discutido, a produção realizada próximo aos centros urbanos é benéfica para os produtores, consumidores, à cidade e ao meio ambiente. "Você pode associar a proximidade [entre o produtor e os consumidores] ao encurtamento dos circuitos e à redução do desperdício de alimentos. Uma vez que seus alimentos vêm de perto, eles não precisam passar horas sendo transportados", explica Jaqueline Ferreira, gerente de Produtos e Projetos do Instituto Escolhas, em entrevista à Casa Vogue.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Segundo ela, a agricultura urbana traz ainda condições de comercialização mais justas tanto para o produtor, quanto para o consumidor, que pode conseguir preços melhores ao negociar diretamente ou por meio de um único intermediário. Ademais, este modelo gera diversos benefícios para os centros urbanos. Além de trazer mais verde para as cidades e reduzir as ilhas de calor, este modelo de produção aproxima a sociedade dos alimentos e de como eles são produzidos. Isso é o que o empresário Giuliano Bittencourt, CEO da BeGreen, busca desenvolver em suas fazendas urbanas.

Fazendas urbanas

Dentro da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, e em shoppings do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, dezenas de pessoas trabalham na produção de alimentos orgânicos nas fazendas urbanas da BeGreen. Este modelo que faz parte da agricultura urbana aposta na tecnologia e na inovação para produzir legumes, frutas e verduras sem agrotóxicos e com desperdício mínimo.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Giuliano Bittencourt, CEO da BeGreen

Alfaces, rúcula, agrião, couve, tomilho, cebolinha e salsa saem das fazendas urbanas da empresa diariamente e diretamento para os clientes. Dessa forma, ao chegar aos consumidores, mercados ou restaurantes, a vida útil destes alimentos é maior, o que ajuda a reduzir o desperdício em até 70% quando comparado à cadeia de produção tradicional.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Plantação em fazenda urbana da BeGreen

A aproximação entre os consumidores e os produtores se dá de forma ainda mais direta nestas fazendas urbanas. Segundo Bittencourt, estes espaços podem servir também para incentivar o cultivo. "As nossas fazendas são abertas ao público, para crianças e adultos que queiram ter uma experiência de sustentabilidade. Dessa forma, a gente consegue aproximar as pessoas para que possam enxergar a produção dentro da cidade", explica o CEO.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Cestas da BeGreen que são enviadas aos consumidores

Além da BeGreen, dezenas de outras fazendas urbanas também estão se espalhando pelo país. Segundo o Censo Agrícola 2017, somente na Região Metropolitana de São Paulo, existem mais de cinco mil estabelecimentos agropecuários, o que corresponde a 15,5% da área total da região. Assim, além dos produtores de médio e grande porte, a produção em menor escala, como aquela que é realizada por agricultores familiares e em hortas comunitárias, também é responsável por compor estes dados.

Agricultura familiar

Alimentos frescos, produzidos por meio da agricultura familiar, formam as caixas que são enviadas mensalmente aos assinantes do Brasil na Caixa. A empresa é um intermediário entre estes agricultures e os consumidores. Em entrevista à Casa Vogue, o pesquisador de alimentos, cozinheiro e um dos idealizadores do grupo, Luiz Camargo, contou que a iniciativa visa destacar a diversidade da flora brasileira, além de ressaltar o trabalho do pequeno agricultor.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Caixas do Brasil na Caixa antes do envio aos assinantes 

"Os produtos que a gente seleciona na caixa são brasileiros e nativos. Além de destacar o trabalho do agricultor familiar, também temos a função de ressaltar a nossa biodiversidade", explica o idealizador.

Qual a importância da agricultura familiar para a alimentação da população urbana?

Conteúdo de uma das caixas, que inclui mel e granola

O grupo é um dos exemplos desenvolvidos atualmente no Brasil para incentivar e auxiliar a produção de alimentos orgânicos em menor escala. Isso porque, ao contrário de produtores maiores, estes profissionais enfrentam uma série de desafios. Conforme os cenários hipotéticos apresentados no estudo feito pelo Instituto Escolhas, para transformar o sistema alimentar é fundamental pensar em investimentos. Em uma área produtiva de dois hectares, por exemplo, o montante a ser investido pode chegar a casa de R$ 220 mil, o que pode parecer inacessível para estes profissionais.

Para Camargo, o acesso ao crédito ainda é um dos desafios enfrentados pelos agricultores menores. Além disso, a questão da capacitação também foi levantada por ele. "Enquanto o mercado privado tem agências de publicidade e um aparato de estratégias de marketing para promover os produtos, o pequeno produtor não tem isso", diz.

"O mercado tradicional está acostumado a comprar o produto tradicional, embalado, com a garantia de que ele não vai passar mal. Falta uma preocupação com o pequeno produtor, que deve partir ou da iniciativa privada ou do governo"

Luiz Camargo, um dos idealizadores do Brasil na Caixa

Dessa forma, de acordo com a gerente de produtos do Instituto Escolhas, Jaqueline Ferreira, é fundamental que existam políticas públicas de crédito que levem em consideração todos os tipos de produção. "Precisam considerar que o começo é difícil. Talvez começar com juros mais baixos, para que o pequeno produtor consiga pagar", explica ela.

Como transformar este cenário?

Apesar de ser totalmente viável, como indica o estudo, algumas medidas devem ser tomadas para que a agricultura urbana ganhe cada vez mais espaço. De acordo com Ferreira, é essencial que os gestores públicos das grandes cidades levem em conta a agricultura e entendam que a produção de alimentos precisa fazer parte das políticas públicas.

"Quando o gestor passa a olhar o alimento com as várias funções que ele pode ter para dinamizar a economia da cidade, não só do ponto de vista de empregos, mas também de gerar saúde, espaços verdes e oportunidades, ele consegue ver que várias políticas tem a ver com esta questão"

Jaqueline Ferreira, gerente de produtos do Instituto Escolha

Além dos cuidados que partem dos gestores públicos, Bittencourt acredita que é fundamental pensar também no poder de consumo da sociedade. Dessa forma, deve-se haver um processo de conscientização para que as pessoas entendam a importância e os benefícios de consumir alimentos que sabemos de onde vem e que fortalecem uma cadeia sustentável.

"A gente toma decisões de consumo diariamente. A partir do momento em que a gente difundir isso [a agricultura urbana] para mais pessoas, a gente consegue fazer uma transformação"

Giuliano Bittencourt, CEO da BeGreen

Por fim, para Camargo, um dos papéis fundamentais para esta mudança é a conquista dos "grandes players" do mercado. Ou seja, para ele, um dos passos mais importantes é não entrar em uma guerra ideológica com os grandes produtores ou com o mercado privado. Isso pode fazer com que estes produtores apoiem os pequenos agricultores e pode contribuir, inclusive, para a criação de incentivos monetários e de capacitação.

Qual a importância da agricultura familiar para nossa alimentação?

Os agricultores familiares têm importância tanto para o abastecimento do mercado interno quanto para o controle da inflação dos alimentos do Brasil, produzindo cerca de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% da produção de leite e 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos.

Qual é a importância da agricultura familiar para as pessoas que vivem na cidade?

A agricultura familiar é de suma importância para assegurar a segurança alimentar e nutricional da população brasileira, uma vez que é responsável por 70% dos alimentos consumidos no país.

Qual a importância da agricultura urbana para a produção de alimentos?

Com este artigo podemos perceber três áreas fundamentais, entre as principais contribuições da agricultura urbana: bem-estar, meio ambiente e economia. O aumento da segurança alimentar, a melhoria da nutrição e o ambiente mais limpo estão relacionados ao bem-estar da população.

O que é e qual a importância da agricultura familiar?

A agricultura familiar corresponde à produção agropecuária realizada por pequenos produtores em que o sistema agropecuário é mantido pelo núcleo familiar e, no máximo, por alguns poucos funcionários assalariados. Essa prática refere-se, portanto, a pequenas propriedades rurais, nunca maiores que quatro módulos fiscais.