Qual a base do Plano de Metas de JK?

História do Brasil

O Presidente Juscelino Kubitschek prometia incrementar a industrialização brasileira através do Plano de Metas, cujo lema era “cinquenta anos em cinco”,

Objetivos do Plano de Metas

O plano de metas completaria o quadro da industrialização do país, através da “substituição das importações” nos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis. Para isso, o Estado continuaria investindo em setores da indústria de base, enquanto a indústria de bens de consumo durável se daria pela iniciativa privada, com incentivo ao capital estrangeiro.

O capital estrangeiro poderia ingressar no país facilitado pela Portaria 113 da Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito), que franqueava a entrada do capital estrangeiro para importação de máquinas e equipamentos, através da associação com as indústrias nacionais.

Contexto histórico

O capital estrangeiro, antes investido na indústria militar e na recuperação europeia do pós-guerra, encontrava-se disponível e à procura de áreas e países onde pudesse ser aplicado, desde que fosse garantido o retorno da margem de lucro aos seus países de origem. Getúlio Vargas foi contra essa remessa sem limites e, por isso, defrontou-se com os Estados Unidos.

O imperialismo tomou outra feição: transferia para os países periféricos sua tecnologia obsoleta e os fazia retornar na forma de lucros para serem investidos, em seus próprios países, em novas tecnologias.

Essa política tornou o Brasil dependente da tecnologia e do capital estrangeiro, além de formar aqui uma influente classe econômica que representasse seus interesses.

Resultados do Plano de Metas

O desenvolvimentismo dos anos JK formou uma classe operária mais qualificada, com importância maior na economia e na política, além de uma numerosa classe média empregada nos serviços burocráticos e nos setores prestadores de serviços, ampliando o mercado consumidor interno.

A agricultura acompanhou as transformações em curso através da mecanização da lavoura, gerando desemprego rural, êxodo e redução dos salários dos camponeses.

A industrialização aumentou as disparidades geográficas brasileiras: o Nordeste não se beneficiou da industrialização, que se concentrou no Sudeste. Por isso, o governo criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que não logrou grandes vitórias.

Em contrapartida, o desenvolvimento industrial no período aumentou as disparidades sociais. Os lucros industriais aumentaram em torno de 76%, a produtividade aumentou em torno de 35%, e os salários apenas 15%.

O controle do capital estrangeiro sobre a economia nacional era inquestionável: detinha 99,8% da indústria de tratores, 98,2% da indústria automobilística, 88% da indústria farmacêutica, 70% da indústria de máquinas, dentre outras. As indústrias estrangeiras possuíam um capital de 100,8 bilhões de cruzeiros investidos, enquanto as indústrias nacionais tinham um total de apenas 39 bilhões.

Consequências do plano de metas

Os planos de desenvolvimento do governo JK foram quase todos alcançados: indústria naval, automobilística e construção civil (com a construção de Brasília). Porém, o custo social foi elevado: inflação, queda no valor salarial, elevação do custo de vida e da dívida externa.

Os altos índices inflacionários e o medo de insolvência da economia brasileira levaram os credores internacionais, através do FMI (Fundo Monetário Internacional), a pressionarem o governo a adotar medidas de austeridade econômica, de forma a condicioná-las à obtenção de novos financiamentos.

O desenvolvimentismo requeria mais investimentos e a participação expressiva do Estado na indústria de base. O governo JK recusou-se a ceder às pressões do FMI, optando pela continuidade do desenvolvimentismo, pelo emissionismo monetário e pela inflação, chegando a romper com o FMI.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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O que foi o Plano de Metas? O Plano de Metas Foi o ponto central do governo de Juscelino Kubitschek (JK).

Consistia em um programa acelerado de modernização da economia baseada no aumento de indústrias e no forte crescimento econômico do Brasil.

Durante a campanha eleitoral de JK, tal proposta era simbolizada pelo lema, cinquenta anos em cinco, que prometia o avanço do país de cinco décadas em apenas cinco anos do seu mandato.

Plano de Metas – JK: resumo

O Plano de Metas foi organizado em cinco eixos:

  • Transporte
  • Energia
  • Indústria de base
  • Alimentação
  • Educação

Apenas um item do Plano foi dedicado à educação, enquanto onze foram direcionados à indústria.

O programa pretendia investir em setores estratégicos, dando oportunidades para as indústrias privadas ampliarem sua produção para assim criar mais postos de trabalho e aumentar a circulação de capitais e mercadorias.

As empresas estrangeiras também foram beneficiadas pelo Plano de Metas, que permitiu sua entrada e atuação no Brasil. À elas, o programa oferecia:

  • Facilidade na importação de equipamentos e máquinas;
  • Vantagens tributárias;
  • Reserva de mercado aos seus produtos;
  • Benefícios na remessa de lucros para o exterior.

O foco de JK se concentrava nas indústrias de bens duráveis para atender às demandas da classe média urbana que desejava obter eletrodomésticos, carros e outras tecnologias.

Realizações do Plano de Metas

O governo investiu milhões na indústria de base, construindo siderurgias e hidrelétricas. Ao oferecer inventivos às empresas multinacionais, ele conseguiu atrair diversas indústrias estrangeiras, como  a Ford, General Motors e Volkswagen. Todas concentradas no ABC Paulista.

A indústria automobilística foi um sucesso, porém, fez com que o governo deixasse de lado investimentos nos meios de transporte coletivo.

Muitas das metas de JK foram alcançadas, inclusive a construção de Brasília, chamada de meta-síntese.

Qual a base do Plano de Metas de JK?
Presidente Juscelino Kubitschek

De um lado, o governo de JK promoveu uma arrancada industrial, de outro permitiu que a inflação disparasse a chegasse a cerca de 30% ao ano.

A industrialização gerou muitos empregos mas não beneficiou igualmente todas as regiões do país, pois as indústrias se concentravam basicamente nas regiões Sul e Sudeste o que aprofundou as diferenças socioeconômicas entre as regiões.

Por isso, somente a classe média urbana do Sul e Sudeste aumentou seu poder de consumo. Já as pessoas das outras partes do país migraram para essas regiões, desejando melhores condições de vida.

Milhares de nordestinos e mineiros (do interior do estado) migraram para os grandes centros urbanos, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Dessa maneira, o governo de Juscelino Kubitschek aumentou as desigualdades sociais e regionais.

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Qual a base do Plano de Metas?

Plano de Metas foi um programa cuja finalidade era melhorar as infraestruturas brasileiras implementado durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960). O projeto definia trinta objetivos, agrupados em cinco setores, a serem alcançados: energia, transporte, indústria, educação e alimentação.

O que serviu de base para as metas do governo Juscelino Kubitschek?

Para sustentar sua proposta desenvolvimentista, o governo JK organizou o Plano de Metas, um programa econômico que estipulava 31 metas para garantir o desenvolvimento econômico do Brasil. As áreas consideradas cruciais dentro desse plano eram energia, transportes, indústria de base, alimentação e educação.

Quais os pontos principais do plano de desenvolvimento de JK?

Transporte, educação, alimentação, energia e indústria eram os principais pontos que esse plano queria desenvolver. Entretanto, foi o transporte e a indústria que mais se desenvolveram nesse período.

Quantos objetivos tinha o Plano de Metas?

Esse ideal desenvolvimentista foi consolidado num conjunto de 30 objetivos a serem alcançados em diversos setores da economia, que se tornou conhecido como Programa ou Plano de Metas.