Quais são os principais críticas feitas a atuação chinesa na África

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No contexto de ressurgimento da China como ator relevante no sistema interestatal, vem se alterando o relacionamento desse país com a África. A China tem se consolidado como o principal parceiro económico de vários países do continente, tomando o lugar dos antigos colonizadores europeus. Este artigo mostrará que essa relação deve ser vista como um dos elementos da estratégia chinesa de desenvolvimento. In the context of China's resurgence as a relevant actor in the International system, it is changing the relationship from that country with Africa. Chinas has played strategic role of major economic partner for most African countries, replacing old European settlers. This article will show that the process above should be understood as specific characteristic of China's development strategy. Palavras-chave: China; África; desenvolvimento Key-Words: China; Africa; development

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Gale Document Number: GALE|A324349345

Angola é hoje o segundo maior parceiro comercial da China no mundo lusófono, atrás somente do Brasil. Em 2012, as trocas entre angolanos e chineses aumentaram 35,5% em relação ao ano anterior. Além de Angola, as relações económicas entre a China e outros países do continente africano intensificaram-se nos últimos anos.

Os efeitos dessas relações e os interesses envolvidos são alvo de questionamentos. Muitos críticos dizem que a China está interessada somente nas matérias-primas africanas e não no desenvolvimento do continente.

Doris Fischer pesquisa a política económica chinesa e leciona na Universidade de Würzburg, na Alemanha. Ela formou-se em Sinologia e Administração de empresas e possui doutorado em Economia. Em entrevista à DW África, Fischer falou sobre algumas das particularidades das relações China-África.

DW África: Qual a importância da África para a China em comparação a outras regiões do mundo?

Quais são os principais críticas feitas a atuação chinesa na África
Fischer: Um dos principais interesses são petróleo e também outras matérias-primas e produtos agrícolasFoto: DIE

Doris Fischer (DF): As relações China-África desenvolveram-se muito rapidamente nos últimos anos. A China vê a África como um continente com muitas oportunidades. A maioria são países em desenvolvimento, de modo que ela pode estabelecer alianças. Do ponto de vista político, a África é importante. Uma prova é que acaba de ser anunciado que as primeiras viagens ao exterior de Xi Jinping como presidente serão para a Rússia e para a África. Do ponto de vista económico, os Estados Unidos e a Europa ainda são mais importantes, mas a China já atribui à África uma importância grande.

DW África: Quais são os principais interesses da China na África?

DF: Um dos principais interesses são os recursos naturais: petróleo e também outras matérias-primas e produtos agrícolas. O segundo motivo é que a China vê o potencial de desenvolvimento para projetos de infraestrutura e exportação de equipamentos de telecomunicação, por exemplo. E também para exportar para outros continentes.

DW África: A Angola ocupa um lugar especial nas relações com China-África? Pode-se dizer que, neste caso, o principal interesse da China são as matérias-primas?

DF: Sim, pode-se dizer isso facilmente. É o país que mais exporta para a China e é o mais importante fornecedor de petróleo da China na África. A China tem um grande déficit comercial com a Angola, porque importa muito e exporta pouco para a Angola. Mas, neste meio tempo, a China também tornou-se importante para a Angola como mercado.

DW África: Além de importar, a China também expandiu suas exportações para a África. Qual a dimensão dessas exportações para a África como um todo?

Quais são os principais críticas feitas a atuação chinesa na África
Angola é o mais importante fornecedor de petróleo da China na ÁfricaFoto: AP

DF: A China exporta menos do que importa para a África. Mas a África tornou-se um importante mercado para equipamentos de telecomunicação, por exemplo, e também para bens de consumo, têxteis e aparelhos de telecomunicação. Há países com os quais a China trabalha principalmente no âmbito de matérias-primas e outros que servem sobretudo de mercado para a China. A África do Sul, por exemplo, é importante nos dois âmbitos. Recentemente, na crise financeira global, a balança comercial da China com a África mudou, porque o país precisa de menos matérias-primas para a produção destinada a mercados como a Europa e os Estados Unidos. Portanto, importou menos da África. Ao mesmo tempo, ela usou a China como mercado de substituição para produtos que não conseguia vender a outros mercados.

DW África: Como vê as relações China-África nos próximos anos? Continuarão em expansão?

DF: Sim, em média na África como um todo. Em detalhe, crescerão em intensidade diferente com cada país. A perspectiva fundamental da China em relação à África é diferente da perspectiva europeia clássica. A imagem frequentemente propagada na Europa é a de que se trata de um continente pobre, que precisa de ajuda para o desenvolvimento, e não de um local interessante para se investir. A ideia de que a África é um continente de oportunidades, com potencial de crescimento, chega aos poucos aqui, mas se estabeleceu mais tarde do que na China.

Autora: Luisa Frey
Edição: António Cascais

"A China vê a África como continente de oportunidades", diz pesquisadora

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Quais as principais críticas feitas a atuação chinesa na África?

Resposta. Resposta: Explicação:os países ocidentais têm apresentado críticas às políticas chinesas de investimento e exploração . Uma dessas críticas se refere à postura de não interferência sobre as políticas internas dos países e a outra , ao desrespeito aos direitos humanos.

Quais são as críticas feitas aos chineses quanto à exploração do trabalho na África?

As criticas feitas a China consiste na utilização de mão de obra barata no continente africano, do mesmo modo que acontece dentro do próprio território chinês.

Como a China atua na África?

A maior atuação chinesa no continente africano dá-se por meio de investimentos externos diretos, ajuda financeira, projetos de infraestrutura e perdão de dívidas, por exemplo. Os benefícios dessa relação para o desenvolvimento de países africanos são grandes.

Como se caracteriza a presença chinesa na África?

Nos últimos anos, sobretudo a partir do governo Xi Jiinping em 2013, observa-se um aumento substancial da presença chinesa no continente africano. Essa presença se dá por meio de grandes fluxos de investimentos e ajudas que a China envia para África todos anos, além de uma crescente presença política e militar.