Quais foram as adaptações do basquete em cadeira de rodas?

O basquete em cadeira de rodas começou a ser praticado nos Estados Unidos, em 1945. Os jogadores eram ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a 2ª Guerra Mundial. A modalidade é uma das poucas que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paraolímpicos. As mulheres disputaram a primeira Paraolimpíada em Tel Aviv, no ano de 1968. O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada no Brasil, em 1958.

Os principais responsáveis pelos primeiros passos foram Sérgio del Grande e Robson Sampaio que, ao retornarem de um programa de reabilitação nos Estados Unidos, trouxeram esta modalidade para São Paulo e Rio de Janeiro. Em função da receptividade desta modalidade, Robson funda no Rio de Janeiro o Clube do Otimismo e Del Grande funda em São Paulo o Clube dos Paraplégicos em 28 de julho de 1958. O primeiro jogo de basquetebol em cadeira de rodas entre equipes brasileiras ocorreu em um confronto entre paulistas e cariocas, no Ginásio do Maracanãzinho (RJ). Os paulistas venceram. Nos anos de 1960 e 1961, mais dois confrontos ocorreram, sendo dessa vez a equipe carioca vencedora. Desde então, a competição desta modalidade no Brasil tem-se tornado cada vez mais popular.

O Brasil foi representado na modalidade pela primeira vez em uma Paraolimpíada, em 1972, na cidade de Heidelberg, Alemanha Ocidental. A partir daí, as participações brasileiras tornaram-se efetivas. Nos II Jogos Parapan-americanos, em Mar Del Plata, em 2003, a seleção brasileira masculina conquistou uma vaga para Atenas 2004 retornando a uma edição de Jogos Paraolímpicos após 16 anos de ausência. Já a seleção feminina participou apenas dos Jogos de Atlanta 1996. No Parapan do Rio de Janeiro, em 2007, o Brasil conquistou o 4º lugar no feminino e o 3º no masculino.

A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico.

A primeira entidade nacional a dirigir esta modalidade foi a Abradecar (Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas) até o ano de 1997. Neste mesmo ano, em função do aumento no número de equipes, surgiu a necessidade de criar-se uma entidade máxima para coordenar, normalizar e incrementar a prática desta modalidade no Brasil. Surgindo assim a Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC), que atualmente administra a modalidade no Brasil.

Classificação

Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Para facilitar a classificação e participação dos atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.

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Fonte: CPB

Quais foram as adaptações do basquete em cadeira de rodas?

Fabiane de Oliveira Dorneles

O Basquetebol teve a sua versão em cadeiras de rodas após a Segunda Guerra Mundial, pois antes desse período o número de pessoas com deficiência que dependiam de cadeira de rodas era muito pequeno. Durante esse período histórico, as pessoas que sofriam algum acidente que lesionasse a medula espinal, não sobreviviam muito tempo, e os que sobreviviam ficavam confinados em uma cama. Já as pessoas que tinham alguma má-formação congênita, saiam pouco de casa, diante disso eram ignorados pela sociedade.

Após a Segunda Guerra Mundial, cresceu muito o número de pessoas com deficiência. Diante dessa situação de pós-guerra, os governos e sociedades não puderam mais ignorar essas pessoas, pois afinal de contas eram veteranos de guerra, que haviam ajudado suas nações em um momento de crise.

A primeira adaptação do Basquete convencional para a prática em cadeira de rodas ocorreu na Inglaterra, no Hospital de Stoke Mandeville, no ano de 1944. Neste hospital, o médico Sir Ludwig Guttman utilizava-se do esporte como parte essencial da reabilitação física, psicológica e social para a pessoa com deficiência. Já nos Estados Unidos esta adaptação do Basquetebol aconteceu por iniciativa das próprias pessoas com deficiência que se reuniram em um hospital de reabilitação e começaram a jogar.

No Brasil, após muito trabalho, envolvendo diversas pessoas, e principalmente por parte de Sergio Del Grande, foi fundado oficialmente o rimeiro clube esportivo voltado exclusivamente para pessoas com deficiência, localizado no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no ano de 1958 – o clube dos Paraplégicos de São Paulo.

Em relação às regras do Basquetebol em cadeira de rodas, elas são estabelecidas pela IWBF (Internacional Wheelchair Basketball Federation) e são similares e baseadas nas regras do “Basquetebol andante” (FIBA). Por exemplo, todas as medidas da quadra e altura da cesta são exatamente iguais às medidas da regra segundo a FIBA. As modificações levam em consideração a cadeira de rodas, a mecânica da sua locomoção e a necessidade de se jogar sentado.

A primeira adaptação feita foi em relação à funcionalidade dos atletas, para isso se desenvolveu uma classificação funcional no jogo. Os jogadores são divididos nas seguintes classes funcionais: 1; 1,5; 2; 2,5; 3; 3,5; 4; 4,5. Essa pontuação se da a partir da relação existente entre as seqüelas presentes em função da etiologia da deficiência e o potencial funcional apresentado pelo mesmo. Portanto, quanto maior a dificuldade funcional, menor a pontuação do atleta. A partir disto, os cincos jogadores em quadra não podem somar mais que 14 pontos, caso isto ocorra o técnico da equipe irá receber uma falta técnica por ter “estourado” a pontuação da classificação funcional.

Outra diferença do Basquete em cadeira de rodas é o entendimento da infração equivalente a andada no jogo para atletas sem ambulantes. Um jogador não pode dar mais do que dois impulsos em sua cadeira de rodas sem driblar a bola. Mas, a partir do momento em que o jogador faz o drible, ele poderá repeti-lo quantas vezes quiser. No entanto, essa sequência fica restrita aos oito segundos para sair da quadra de defesa ou aos 24 segundos que uma equipe tem de posse da bola para atacar.

No Basquetebol em cadeira de rodas são elegíveis, ou seja, podem participar dessa modalidade as pessoas com deficiência física de ambos os gêneros, com seqüelas permanentes, tendo como principais etiologias a poliomielite, os traumatismos raqui-medulares, as amputações, má-formação congênita, paralisia cerebral e outras, cujas seqüelas impossibilitam a execução de saltos, corridas e outros fundamentos do Basquetebol andante.

As principais competições internacionais do Basquetebol em cadeira de rodas que são regidas pela IWBF (Internacional Wheelchair Basketball Federation) são:

  • Paralimpíadas
  • Mundial
  • Torneiros Continentais. Ex.: Copa América / Europeu
  • Parapan-americano
  • Sul-americano (Clubes)
  • Eventos Promocionais e Torneios de Exibição
PARALÍMPIADAS
LOCAL MASCULINO ANO FEMININO
Roma/ Itália USA 1960    ————
Tóquio/ Japão USA 1964    ————
Tel Aviv/ Israel Israel 1968 Israel
Heldelberg/ Alemanha USA 1972 Argentina
Toronto/ Canadá USA 1976 Israel
Arnhein/ Noruega Israel 1980 Alemanha
Stoke Mandeville/ GB França 1984 Alemanha
Seoul/ Coréia USA 1988 USA
Barcelona/ Espanha Noruega 1992 Canadá
Atlanta/ USA Austrália 1996 Canadá
Sydney/ Autrália Canadá 2000 Canadá
Atenas/ Grécia Canadá 2004 USA
Pequim/ China Austrália 2008 USA
Londres/ Inglaterra Canadá 2012 Alemanha
MUNDIAL
LOCAL MASCULINO ANO FEMININO LOCAL
Bruges/ Bélgica Grã-Bretanha 1973    ———-   ———————–
Bruges/ Bélgica Israel 1975    ———-   ———————–
Tampa/ USA USA 1979    ———–   ———————–
Halifax/ Canadá USA 1983    ———-   ———————–
Bruges/ Bélgica USA 1986    ———-   ———————–
Melbourne/ Austrália França 1990 USA St. Etienne/ França
Edmonnton/ Canadá USA 1994 Canadá Stoke Mandeville/ GB
Sydney/ Autrália USA 1998 Canadá Sydney/ Autrália
Kitakyushu/ Japão USA 2002 Canadá Kitakyushu/ Japão
Amsterdam/ Holanda Canadá 2006 Canadá Amsterdam/ Holanda
Birmingham/ GB Austrália 2010 USA Birmingham/ GB
Incheon/ Coréia Austrália 2014 Canadá Toronto/ Canadá

Já as competições nacionais promovidas pela CBBC (Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas), são:

  • Regionais (Nordeste, Sul, Leste, Centro-Oeste, São Paulo).

São eventos abertos à participação de todos os clubes filiados à CBBC, sendo classificatórios para o campeonato brasileiro da terceira divisão.

  • Brasileiro (Atualmente o Brasil possui três divisões, com 12 equipes, mais o campeonato feminino).
ATLETAS DE DESTAQUE NO CENÁRIO NACIONAL
ATLETA CLASSE FUNC. EQUIPE
Leandro Soares de Oliveira 2.5 AFADEFI – SC
Heriberto Alves Rocca 1.0 ÁGUIAS – SP
Wandemberg Nejam do Nascimento 2.0 ÁGUIAS – SP
Anderson Carlos Silva Ferreira 2.5 ADA – GO
Gelson José da Silva Jr. 3.5 ADD MAGIC HANDS – SP
Luciano Felipe da Silva 4.5 ÁGUIAS – SP

Uma curiosidade sobre o Basquetebol em cadeira de rodas é que ele foi a primeira modalidade paralímpica a ser desenvolvida no Brasil.

Referências

CBBC. Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas. Disponível em: http://www.cbbc.org.br. Acesso em 18 de setembro de 2014.

IWBF. International Wheelchair Basketball Federation. Disponível em: http// www.iwbf.org. Acesso em 17 de setembro de 2014.

MELLO, M. T.; WINCLER. C. (Org.). Esporte Paralímpico. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.

TEIXEIRA, A. M. F. Basquetebol em cadeira de rodas: manual de orientação para professores de educação física – Brasília: Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2006.

Quais adaptações foram feitas no basquete de cadeira de rodas?

Outra adaptação é a da movimentação com a bola. No lugar de dois passos, o jogador só pode dar dois toques na cadeira sem que continue quicando o objeto, ou o passe para outro jogador. O basquete em cadeira foi a primeira modalidade paralímpica a ser praticada no Brasil. O jogo acontece por aqui desde 1958.

Quando foi que aconteceu a primeira adaptação do basquete na cadeira de roda?

Primeira modalidade Paraolímpica brasileira. O basquete em cadeira de rodas começou a ser praticado nos Estados Unidos, em 1945. Os jogadores eram ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a 2ª Guerra Mundial.

Como adaptar o basquete para cadeirantes?

Regras do Basquete Adaptado.
A saída é feita pelos alunos cadeirantes no centro da quadra;.
As dimensões da quadra foram reduzidas e somente existem linhas de fundo e lateral;.
A linha central é imaginária;.
O número de jogadores por equipe é de 5 (cinco) alunos;.
Não existe cobrança do lance livre;.

O que é o basquete adaptado?

O basquete em cadeira de rodas é uma adaptação do basquete para pessoas com deficiência nos membros inferiores. É um dos esportes paralímpicos mais conhecidos e mais antigos na competição.