Quais as adaptações dos répteis para dominarem o ambiente terrestre?

Mestre em Ecologia (UERJ, 2016)
Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013)

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Os répteis são considerados o primeiro grupo de vertebrados tipicamente terrestres e evoluíram de um grupo primitivo de anfíbios no final da Era Paleozoica, no período Carbonífero. Para conseguirem explorar e se estabelecerem no ambiente terrestre, os répteis desenvolveram diversas características que permitiram sua independência em relação ao ambiente aquático no que diz respeito à respiração e reprodução. Atualmente os répteis são representados por 10.450 espécies divididos em seis grandes grupos: Amphisbaenia (anfisbenas), Sauria (lagartos), Serpentes (cobras), Testudines (tartarugas), Crocodylia (crocodilos) e Rhynchocephalia (tuataras).

A pele dos répteis é seca, não possui glândulas mucosas e é recoberta por escamas de origem epidérmica ou por placas ósseas ou córneas de origem mesodérmica. Com essas características os animais ganharam uma resistência quanto à dessecação com a pele deixando de ser um órgão permeável. O desenvolvimento desta pele seca e não permeável deixou também de ser uma estrutura de respiração, como acontece nos anfíbios. Nos répteis, a respiração é apenas pulmonar.

Quais as adaptações dos répteis para dominarem o ambiente terrestre?

Crocodilo. Foto: Judd Patterson, National Park Service biologist [Public domain], via Wikimedia Commons

Os ovos desenvolveram uma casca porosa que permite a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico, fundamentais para a respiração do embrião. O isolamento do embrião no interior do ovo veio associado com o surgimento da vesícula amniótica (garante o desenvolvimento do embrião em meio aquoso), da vesícula vitelínica (reserva alimentar garantindo a sobrevivência do embrião), o alantoide (bolsa excretora do ácido úrico) e o cório (aderido á membrana da casca garantindo as trocas gasosas respiratórias com o sangue). A excreção de ácido úrico pelos embriões e adultos de répteis também foi uma evolução importante uma vez que esta substância não precisa de água para ser eliminada, representando desta forma uma economia de água. Nos répteis o desenvolvimento é direto, não havendo estágios larvais e a maioria é ovípara, mas existem alguns lagartos e cobras que podem apresentar ovoviviparidade ou viviparidade.

Quais as adaptações dos répteis para dominarem o ambiente terrestre?

Surucucu da espécie Lachesis muta. Foto: Patrick K. Campbell / Shutterstock.com

A ectotermia foi outra importante evolução deste grupo de animais que permitiu a independência em relação à temperatura. As variações de temperatura no ambiente terrestre são maiores do que no ambiente aquático e manter a temperatura média corpórea constante foi fundamental para os vertebrados terrestres. Os ectodérmicos aquecem seus corpos por meio de fontes externas de calor, como o sol ou a superfície quente do substrato. Devido a isto é comum observarmos os répteis expostos ao calor do sol durante o dia ou com o corpo totalmente encostado no substrato para absorver o calor retido ao longo do dia. Quando ficam muito aquecidos, geralmente eles buscam locais sombreados ou entram na água. E com este mecanismo de termorregulação, eles vão mantendo a temperatura corpórea constante.

Os répteis, com exceção dos crocodilianos, possuem um coração com três câmaras sendo dois átrios e um ventrículo. Nos crocodilianos, duas aortas que se originam no ventrículo esquerdo e na região esquerda do ventrículo direito encaminham o sangue para a circulação sistêmica e se conectam próximo à base do coração pelo forame de Panizza (que é intercomunicação do arco aórtico sistêmico direito e esquerdo do coração dos crocodilianos). Este forame de Panizza permite que o sangue do ventrículo direito passe para a circulação pulmonar quando o crocodilo prende a respiração para mergulhar.

Referências Bibliográficas:

SÓ BIOLOGIA. Répteis: Primeiros Vertebrados Bem-Sucedidos no Meio Terrestre. < http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/biorepteis.php>

Devoe, R. Anatomia e Fisiologia de Anfíbios e Répteis. In: COLVILLE, T. & BASSERT, J. M. Anatomia e Fisiologia Clínica para Medicina Veterinária. 2 Ed. 2010. Rio de Janeiro, Editora Elsevier Saunders: 455-478 p.

Lopes, Sônia. Bio: volume único. In: Chordata II, Répteis. 1 Ed. 2004. São Paulo, Saraiva: 357-361 p.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/evolucao-dos-repteis/

Arquivado em: Evolução, Répteis

Quais adaptações permitem os répteis a viverem em ambientes terrestres?

b) Dentre as adaptações dos répteis para a vida em ambiente terrestre, podemos destacar: pele queratinizada e impermeável; excreção nitrogenada na forma de ácido úrico; respiração exclusivamente pulmonar; fecun- dação interna, ovo com casca calcária, desenvolvimento direto e presença de anexos embrionários.

Por que os répteis conseguiram conquistar o ambiente terrestre?

Os répteis, além de terem pulmões bastante eficientes para as trocas gasosas em meio aéreo, têm a pele revestida por uma camada grossa de proteína chamada queratina. Esse revestimento torna a pele impermeável, diminuindo bastante a perda de água para o ambiente, por evaporação.

Como os répteis sobrevivem em ambientes secos?

Esses animais não possuem glândulas e sua pele pode ser recoberta por placas, escamas, plastrões e carapaças. Essa característica permite que os répteis tenham grande vantagem em ambientes secos, tais como os desertos.

Qual a adaptação evolutiva dos répteis em relação aos anfíbios no que se refere ao habitat definitivamente terrestre?

Na verdade, na pele dos anfíbios, essa molécula já existe, só que em pequeníssima quantidade, sendo incapaz de tornar a pele impermeável à água e aos gases da respiração. Essa adaptação permitiu aos répteis a economia de água, possibilitando a vida em habitat dos mais diversos, inclusive desérticos.