Por Show
As análises das informações, coletadas antes e após o período, mostraram redução da capacidade cardiorrespiratória e da força muscular, acompanhadas de aumento dos níveis de insulina, triglicérides e hemoglobina glicada, indicando altos valores de açúcar no sangue por períodos prolongados, conta Carlos Roberto Bueno Júnior, professor da EEFERP e um dos coordenadores do trabalho. A professora Ellen Cristini de Freitas, colega de Bueno Júnior na EEFERP, conta que a pesquisa acompanhou 34 mulheres fisicamente inativas, que foram recrutadas e avaliadas entre janeiro e fevereiro de 2020. Nesta primeira fase do estudo, os pesquisadores analisaram porcentagem de gordura, índice de massa corporal, pressão arterial, nível de atividade física em diferentes contextos, alimentação, força muscular, capacidade cardiorrespiratória, parâmetros sanguíneos, perfil lipídico e hemograma completo. Ao final das 16 semanas de distanciamento social, entre junho e julho, as participantes foram novamente submetidas aos mesmos exames. Os resultados ruins chamaram a atenção dos pesquisadores porque, como avalia Bueno Júnior, analisaram “fatores que representam a saúde geral das pessoas”, relacionados com “qualidade de vida e de mortalidade”. As voluntárias também se surpreenderam com as informações que receberam. A costureira Joana D’arc Vitor Botelho, de 65 anos, por exemplo, diz que foi alertada sobre o que fazia de errado com sua saúde: “Fiquei sabendo que não tomava muita água”, conta. Importância de manter-se fisicamente ativoTreino – Foto: schantalao – Freepik
O estudo Efeitos da pandemia covid-19 na saúde global de mulheres com idade entre 50 e 70 anos acaba de ser publicado na Experimental Gerontology. Além de Ellen e Bueno Júnior, participaram os pesquisadores João Gabriel Ribeiro, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e Gabriela Abud, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara. Ouça reportagem sobre a pesquisa no player abaixo. O momento atual de pandemia e isolamento social gerou muitas mudanças em nossas rotinas. É seguro dizer que a maioria de nós está se movimentando menos, ficando mais tempo sentado ou deitado. As pessoas que eram ativas antes estão se exercitando menos e as que já eram sedentárias estão mais “paradas” ainda. Quais os benefícios da atividade física? Exercícios físicos regulares reduzem a pressão arterial, auxiliam na perda de peso e na manutenção do peso adequado, melhoram o metabolismo do açúcar no corpo (o que impacta profundamente indivíduos pré-diabéticos ou diabéticos), reduzem o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (infarto, “derrame”), fortalecem o sistema imune (algo fundamental em tempos de pandemia), aumentam a força e a flexibilidade musculares, influenciam o metabolismo ósseo (excelente na prevenção de osteopenia e osteoporose), reduzem até a chance de desenvolvimento de certos tipos de câncer (mama, intestino, próstata, estômago, dentre outros). Em idosos, o fortalecimento muscular e a melhora do equilíbrio que a atividade física promove auxiliam também na prevenção de quedas. No campo da saúde mental, o exercício físico também tem os seus benefícios: reduz a chance de desenvolvimento de demências, depressão, ansiedade e diminui os níveis de estresse. Quanto de atividade física devo fazer? A Organização Mundial da Saúde recomenda o mínimo de 150 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana (ou 75 minutos se a atividade for intensa). Em outras palavras, 30 minutos por dia de atividades como caminhada, bicicleta, corrida, natação ou qualquer outra atividade física aeróbica. Primordial lembrar que o alongamento dos grupamentos musculares deve se feito sempre antes e após a atividade física para evitar dores e lesões musculares. Como realizar essas atividades durante a pandemia? Lembre-se de que fazer alguma atividade física (mesmo que em condições não ideais) é melhor do que não fazer nenhuma! Se você está restrito à sua residência, utilize a Internet para buscar videoaulas de dança, ginástica, exercícios físicos e alongamentos em casa. Se você tem videogame, invista em jogos que exijam movimentação (lembre-se de que as crianças também precisam se exercitar). Se tem acesso a escadas, suba e desça os degraus. Se tiver bicicleta ergométrica ou
esteira, não as deixe “empoeirando” num canto qualquer da casa, agora é a hora de utilizá-las. Se tiver espaço, pule corda, faça polichinelo. Se tem quintal, faça caminhadas ou corridas. Se onde você mora não há proibição legal para sair de casa e exercitar-se, aproveite. Exercícios ao ar livre são muito prazerosos para o corpo e a mente. Tome o cuidado de evitar aglomerações e mantenha distância dos outros praticantes, mas faça sua atividade física. E os grupos de risco para COVID-19? Obesos, hipertensos, diabéticos? Esses são os que mais necessitam da atividade física! Essa população pode e DEVE manter sua rotina de exercícios, mesmo que com adaptações. Caso contrário, correm o risco de, não só apresentar formas mais graves e fatais da COVID-19 (caso sejam infectados), como de apresentarem complicações de suas condições de saúde, como infarto do coração ou “derrame cerebral”. A atividade física, como já dito, ajuda a regular os níveis de glicose (açúcar) no sangue e faz sim muita diferença no controle do diabetes. Um diabético obeso e sedentário tem a expectativa de vida reduzida em muitos anos comparado à população sem essas comorbidades. Se você tem diabetes, tome suas medicações e pratique atividade física! Devo usar máscara durante os exercícios ao ar livre? Se no local onde você mora há uma determinação legal que obrigue o uso de máscaras ao sair de casa, sim. Importante dizer que a máscara pode diminuir o rendimento do exercício e provocar fadiga mais precocemente pela relativa dificuldade que causa nos processos de inspiração e expiração (por se comportar como uma barreira física à ventilação), mas normalmente esses não são impedimentos à atividade. Caso você se sinta mal com o uso da máscara durante o exercício, opte por atividade física dentro de casa, conforme orientado acima. E para quem está trabalhando na categoria home office? Preste atenção e ajuste sempre a sua postura quando estiver sentado; isso evita dores nas costas e lesões musculares. Além disso, evite permanecer muitas horas sentado. Levante a cada meia hora, ande um pouco, faça um alongamento, suba ou desça uma escada. Isso é especialmente importante para os obesos e pessoas com varizes nas pernas (ver:Você passa muitas horas em pé ou sentado?). Não se esqueça de hidratar-se bastante, bebendo água várias vezes ao dia, estando em atividade física ou não. Autoria: Tayná Fontes: Organização Mundial da Saúde Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Sociedade Brasileira de Diabetes Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Imagens: Internet Agosto/2020 Qual a importância da prática de atividades físicas no período de isolamento?Durante sua prática, vários são os hormônios liberados, em especial a endorfina, que tem a função de controlar a ansiedade e diminuir o estresse, e a serotonina, cuja atuação está relacionada ao humor, sono e apetite, ambos proporcionando a sensação de bem-estar.
Porque é importante fazer atividade física durante a pandemia?São muitos os benefícios da atividade física: Ajuda no controle de doenças crônicas como câncer, doenças do coração, diabetes e obesidade; Fortalece o sistema imunológico, o que contribui para um bom estado geral de saúde; Contribui para manter a saúde mental, por proporcionar prazer e relaxamento.
Qual a importância da atividade física para a saúde social?A importância da atividade física para a saúde está diretamente relacionada à melhoria da qualidade de vida, reduzindo consideravelmente os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, problemas relacionados a baixa imunidade, além dos transtornos de fundo emocional.
|