PUBLICIDADE Show Os fósseis são registros arqueológicos deixados no solo ou no subsolo, são restos de animais e plantas que se conservaram de maneira natural ao longo de milhões ou até bilhões de anos. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Para a realização de estudos pré-históricos é preciso analisar os fósseis, eles são fontes imprescindíveis para desvendar acontecimentos que ocorreram em tempos distantes. Para a datação dos fósseis, o método mais usado e eficaz é o de radioatividade. Com o auxílio de aparelhos sofisticados, os cientistas avaliam ou medem a quantidade de carbono 14, urânio e chumbo presente nesses fósseis. A partir desses dados é possível saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou um mineral, por exemplo, além de identificar a idade de um fóssil animal ou vegetal. Por Eduardo de Freitas O termo fóssil é proveniente do latim fossilis, que significa “tirado da terra”. Fósseis podem ser definidos como restos ou vestígios de seres vivos que habitaram o planeta Terra no passado e são o objeto de estudo da Paleontologia. É através deles que torna-se possível obter informações a respeito dos seres que viveram em um período de tempo geológico anterior ao atual, sendo importantes para o entendimento da evolução da vida através do tempo. Os fósseis são encontrados nas rochas sedimentares, rochas formadas a partir de sedimentos (fragmentos de outras rochas) que são transportados através de agentes como vento e rios e se depositam em um determinado local. Portanto, a gênese de um fóssil está, muitas vezes, diretamente relacionada à gênese da rocha sedimentar a qual está incorporado. É na rocha que estão as informações sobre o ambiente habitado pelo ser vivo ou, no caso de ter havido transporte do material biológico, o ambiente em que foi soterrado. Diversos grupos de seres vivos estão representados no registro fossilífero, de modo que a variedade dos materiais encontrados é muito grande, existindo desde grandes mamíferos e gigantescos dinossauros, até polens e esporos de plantas que só conseguimos observar através de microscópios. Comumente associamos os fósseis a imagens de grandes ossadas de dinossauros, mas esta é somente uma fração do registro dos seres do passado. É possível acharmos fósseis de ossos, troncos, folhas, carapaças, conchas, pegadas, tocas, ovos, fezes, impressões de pele, etc. Fóssil de pegada de dinossauro terópode do Jurássico do Rio Grande do Sul. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.Fóssil do peixe Dastilbe, proveniente do Cretáceo do Ceará. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.Fóssil de dente do mamute Elephas primigenius, do Pleistoceno da Inglaterra. Foto por Arielle Both Gazzana, 2019.Fósseis de ossos, troncos e folhas são classificados como restos (ou somatofósseis), visto que representam a preservação de partes do corpo do próprio organismo. Já pegadas, fezes, tocas e trilhas são classificados como vestígios (ou icnofósseis), estruturas resultantes da atividade em vida de um organismo que modifica o substrato e é preservada no registro fossilífero. O processo pelo qual os restos e vestígios dos organismos são preservados nas rochas é chamado de fossilização, um evento extremamente raro, visto que a maior parte dos seres vivos acaba sendo decomposta após sua morte, impossibilitando a preservação de seus restos. Muitos dos vestígios deixados por estes organismos são destruídos pelo intemperismo, pela erosão ou pela ação biológica de outros organismos. Ainda, mesmo que um organismo seja fossilizado, durante o curso de milhões de anos é possível que este seja exposto e erodido antes que seja encontrado, isto é, destruído antes mesmo de tomarmos ciência de sua existência. Portanto, os fósseis são materiais raros que representam uma porção limitada do que foi a realidade da biodiversidade no passado geológico. A fossilização é um processo que varia de acordo com o tipo de material fossilizado, as características do sedimento ao qual é incorporado e ao tipo de ambiente em que ocorre. Alguns dos tipos de fossilização existentes são:
É possível também que, durante a litificação, o sedimento que envolve o material biogênico preserve a forma do resto mesmo que este seja totalmente destruído. O tipo de fóssil resultante desse processo é chamado de molde. Vale a pena mencionar que, apesar de também serem vestígios de um organismo, os moldes não podem ser classificados como icnofósseis, já que não foram produzidos por um organismo em vida. Os principais tipos de moldes são:
Fósseis são encontrados em todos os lugares do planeta, desde os áridos desertos da Mongólia até as geladas terras da Antártica. Em conjunto, são capazes de reconstituir os cenários da biodiversidade existente em cada período geológico e demonstrar sua modificação ao longo do tempo. Microfósseis como conodontes, ostracodes e foraminíferos são utilizados na indústria petrolífera, possuindo além de seu valor científico um valor econômico expressivo. É através dos fósseis que podemos reconstruir seres que tanto nos encantam, como dinossauros, pterossauros, mamutes e tigres dente-de-sabre. São, portanto, o objeto de fascínio que faz da Paleontologia uma ciência tão cativante. Materiais de ReferênciaBENTON, Michael J.; HARPER, David. A. T. Introduction to Paleobiology and the Fossil Record. 1.ed. Nova Jersey: Wiley-Blackwell, 2013. 608 p. CASSAB, Rita de Cassia Tardin. Objetivos e Princípios In: CARVALHO, Ismar de Souza (Org.). Paleontologia – Volume 1: Conceitos e Métodos. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2010. 756 p. VEGA, C. S.; DIAS, E. V.; RODRIGUES, S. C. Fósseis e Processos de Fossilização. In: SOARES, M.B.(Org.). A paleontologia na sala de aula. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Paleontologia, 2015. p. 90-102. Sobre o autorLucca Cunha é licenciando em Geografia na UFRGS e atua como bolsista de iniciação à popularização da ciência no programa Ciência na Sociedade, Ciência na Escola da Propesq. Também atua como voluntário no Laboratório de Paleovertebrados do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS.
Sobre o autorHeitor Francischini é licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos. Mestre em Geociências (Área de Concentração: Paleontologia; 2014) e Doutor em Ciências (Área de Concentração: Paleontologia; 2018) pelo PPGGeo-UFRGS. Durante o doutorado realizou período sanduíche no New Mexico Museum of Natural History and Science (em Albuquerque, EUA) e, durante a graduação, realizou intercâmbio na Universidad de la Republica (em Montevidéu, Uruguai). Atualmente é Professor Adjunto A da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ministrando as disciplinas Paleontologia Aplicada à Biologia, Paleontologia II e Paleontologia de Vertebrados para os cursos de Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) e Geologia. Possui experiência com os seguintes temas: Paleontologia, Paleobiologia e Paleoicnologia, com ênfase no registro de vertebrados continentais do Paleozoico e Mesozoico, principais temas de sua pesquisa. É membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia Como descobrir se é um fóssil?Os pesquisadores dizem que, quando se trata de um fóssil, a língua tende a “grudar” na superfície do artefato; enquanto isso, no caso de uma pedra comum, eles acabam apenas lambendo poeira. E por que os fósseis são mais grudentos do que as rochas?
O que pode ser considerado um fóssil?Os fósseis podem ser ossos, conchas, dentes, pegadas e geralmente são encontrados nas pedras e rochas muito antigas. Existem fósseis que são conservados quase que inteiramente, por exemplo, os mamutes encontrados no gelo, ou os insetos em âmbar (resina vegetal).
Como saber se um fóssil é falso?Um Fossil autêntico tem um número de série gravado na caixa. No entanto, a presença de um número não indica que o relógio é original. Ligue para a central de atendimento (nos EUA) da Fossil no número 800-449-3056 e forneça o número de série para o representante.
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