A leitura programada e sequenciada é a mesma coisa

A leitura colaborativa ou compartilhada é um exemplo de estratégia que favorece o desenvolvimento da compreensão leitora dos alunos. Por essa razão, a prática é destaque nas aulas de muitos professores. Se a leitura colaborativa ainda não faz parte da sua prática pedagógica em sala de aula, não perca este post!

Vamos falar sobre o conceito e sua importância, explicar o papel do professor no processo dialógico entre leitor e o texto e mostrar algumas dicas para que a mediação seja produtiva e alcance os objetivos propostos. Confira!

O que é leitura colaborativa?

A leitura colaborativa é uma atividade em que os alunos estudam um determinado texto juntos, com a mediação do professor. O objetivo não é gerar um produto específico, como responder questões que aferem o conhecimento dos alunos sobre um tema. Portanto, nesse caso, o foco é conscientizar os estudantes em relação ao processo necessário para compreender as ideias e intenções do autor.

Dessa forma, a leitura colaborativa tem um caráter mais reflexivo e as estratégias utilizadas devem observar essa característica. Elas podem incluir a avaliação de conhecimentos prévios da turma sobre um tema, levantamento de antecipações e inferências, identificação dos valores apresentados pelo autor e identificação de relações de intertextualidade e interdiscursividade, entre outras.

Qual é a importância da leitura colaborativa?

Como já foi dito, essa estratégia não está focada no produto, mas no processo. Portanto, o conteúdo explorado é a própria leitura e sua prática contribui para melhorar a proficiência dos alunos nesse requisito.

A leitura colaborativa tem, efetivamente, o papel de “ensinar o aluno a ler”. Por meio dessa atividade, o professor mostra quais são as estratégias para que o contato entre o leitor e o texto vá além da decifração do código. Ele precisa orientar os estudantes e prepará-los para utilizarem procedimentos e comportamentos leitores que os capacitem a atribuir sentido ao que foi escrito pelo autor.

Qual é o papel do professor na leitura colaborativa?

O professor tem um papel fundamental para o sucesso da leitura colaborativa. A mediação deve acontecer de forma consciente e sem improviso, orientada para que se atinjam os objetivos propostos para aquela atividade. É preciso que o professor elabore uma estratégia que não visa mediar apenas a leitura da obra em foco. É seu papel atuar como uma espécie de embaixador do mundo mágico criado pelo autor.

Nesse momento, o professor precisa ampliar a visão dos alunos em relação ao contexto necessário para compreender a obra. Ele deve familiarizá-los com as características do período histórico retratado, com o estilo do autor e com outras referências que favorecem a interpretação do texto. Porém, o grande desafio do professor é fazer com que os alunos realmente discutam o que foi lido, que comentem o que entenderam do texto e o sentido atribuído. Esse é o verdadeiro enfoque da proposta. É dessa forma que se constrói, coletivamente, um sentido mais amplo para a obra.

Quando o aluno lê um texto sozinho, atribui um sentido a ele. Para isso, mobilizou seus próprios conhecimentos prévios, saberes sobre o gênero utilizado ou sobre o autor, realizou inferências e antecipou fatos. O resultado dessa interação vai muito além das palavras escritas pelo autor, que são ressignificadas e avaliadas de acordo com a experiência do leitor.

No entanto, a leitura compartilhada amplia esse significado. O aluno ouve as interpretações de outros alunos, analisa os argumentos apresentados e forjados diante de experiências diferentes. Isso faz com que ele perceba outros pontos de vista, o que faz com que reveja seus próprios conceitos e obtenha um dos três resultados possíveis: modificação, ampliação ou reforço.

Portanto, o professor é o agente que, com sua intervenção planejada, promove todo esse intercâmbio de informações e provoca transformações. Cabe a ele instigar os alunos e estimulá-los à reflexão, tornando essa experiência realmente enriquecedora do ponto de vista pessoal e educacional.

Como fazer uma boa mediação durante a leitura compartilhada?

Algumas ações são muito importantes para garantir que a mediação durante a leitura compartilhada seja adequada e produtiva. Por isso, selecionamos as principais, a seguir.

Planeje cuidadosamente a atividade

O professor deve escolher com antecedência o texto e as perguntas de acordo com o objetivo proposto para aquela atividade. Se o educador planeja mostrar aos alunos a importância da inferência, por exemplo, uma das alternativas que ele tem é utilizar anedotas para essa leitura compartilhada.

Da mesma forma, é possível utilizar vários gêneros para atingir outros objetivos. Textos jornalísticos podem ser utilizados para destacar a articulação da linguagem verbal com outras, já que podem ser relacionadas com gráficos, fotografias, linhas do tempo, tabelas, entre outros.

Crie um clima que favoreça a liberdade

Como já comentamos, a atribuição de significado ao texto depende muito da experiência pessoal do leitor. O compartilhamento desses pontos de vista é essencial para que o grupo entenda as diferenças. Porém, esse tipo de diálogo só acontece em um ambiente em que os alunos se sentem seguros para expressar suas ideias, sem o receio de julgamentos ou recriminações.

Por isso, o professor deve criar um clima de liberdade, em que cada um sente que pode expressar livremente suas ideias e percepções. Dessa forma, eles não terão receio de demonstrar qual é a resposta afetiva provocada pelo texto, tornando o debate muito mais profundo e significativo.

Realize pausas protocoladas

Na pausa protocolada, o professor planeja interrupções estrategicamente para que o aluno faça inferências e previsões de acordo com as informações já vistas no texto. Com isso, ele apresenta um trecho de cada vez, interrompe a leitura e faz perguntas para avaliar se os estudantes compreenderam a parte em questão e o que eles acreditam que acontecerá a seguir.

Assim, ele retoma e interrompe a leitura em momentos cruciais. Cada parada tem uma série de perguntas, algumas trabalhando a questão da antecipação e outras que avaliam por que suposições anteriores se confirmaram ou não. Esse processo faz com que os alunos façam deduções sobre o texto, permite que prestem atenção em detalhes que passariam despercebidos no ato individual e favorece a análise textual.

Organize as falas

Nem sempre os alunos sabem expressar suas ideias da melhor maneira, mesmo que elas sejam muito interessantes. Crie estratégias para reformular, sintetizar ou recapitular o que eles dizem, ajudando-os a organizarem as falas.

Vale a pena destacar que a leitura colaborativa é uma estratégia fundamental para promover o entendimento do texto. Incorporá-la à prática pedagógica em sala de aula garante os mesmos benefícios quando se trata de estudar e compreender textos de todos os gêneros, principalmente porque desenvolve a compreensão leitora como um todo.

Gostou do post e acredita que ele contribuirá para melhorar sua prática pedagógica? Então, continue aqui no blog e confira um artigo que mostra o que é melhor para ensinar e entreter: leitura digital ou impressa? Leia e descubra a resposta!

O que é uma leitura sequenciada?

- ATIVIDADES SEQUENCIADAS DE LEITURA: Possibilitar o estudo de determinado tema por meio de uma sequência de atividades que preveem a leitura de textos com grau crescente de ampliação e/ou aprofundamento de informações.

O que é leitura programada?

b) leitura programada: a leitura que serve para a ampliação da proficiência leitora, sobretudo, no que se refere à extensão dos textos trabalhados ou à seleção de textos/livros mais complexos.

Quais são os diferentes tipos de leitura?

Pois é, existem tipos de leitura!.
Leitura literal. ... .
Leitura mecânica. ... .
Leitura rápida. ... .
Leitura reflexiva. ... .
Leitura oral. ... .
Leitura silenciosa. ... .
Leitura inconsciente..

Quais são as 3 fases da leitura?

O processo de leitura é dividido em 4 fases: decodificação, compreensão, interpretação e retenção.