Quem foi o sucessor de Ramsés

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Ramsés III, pertencente à vigésima dinastia, consagrado por seus sucessivos êxitos contra os povos que tentaram invadir o Egito, nasceu com o nome de Usermaetré Meriamon, na cidade de Tebas. Ele também é conhecido por quem se aventura na leitura do Antigo Testamento, pois foi o governante responsável pela tirania exercida sobre os hebreus, bem como pela emigração desta civilização. Ele foi fruto da união entre o faraó Setnakht e a rainha Tiymerenese. Seu governo durou mais ou menos 31 anos.

Quem foi o sucessor de Ramsés

Estátua de Ramsés III no templo de Amon, em Karnak, Egito. Foto: mountainpix / Shutterstock.com

Ele é tido pelos historiadores como o último grande faraó, principalmente por suas incursões militares contra os líbios e os Povos do Mar em geral, aos quais se atribuem a destruição de grandes potências. Não se tem conhecimento de quem, afinal, eram estes exilados, despojados de sua morada, errantes que buscavam uma terra na qual pudessem se fixar. Neste momento a Grécia era atingida por um período conhecido como Idade das Trevas, e vários forasteiros ameaçavam a soberania egípcia. Assim, Ramsés III foi obrigado a enfrentar estas guerras externas, somadas a conflitos internos e a adversidades econômicas.

O Egito atravessou uma era de fome e o país foi palco da primeira greve geral da História, quando o Faraó não pagou os próprios operários das obras por ele concebidas, em Deir el-Medina. Estes problemas, que não se iniciaram em seu reinado, dariam fim ao poder da Vigésima Dinastia. Mas isto não impediu que, sob seu governo, o Egito resgatasse seu vigor e seu poder. O Faraó preservou, assim, o domínio do Sinai e do Sul da Palestina.

As esposas mais famosas de seu harém eram Isis, Titi e Tiy. Esta última foi responsável por uma conspiração que envolveu possivelmente seu filho com a rainha rebelde, que desejava vê-lo ocupar o trono do pai; e servidores muito íntimos do faraó, que tinham como alvo sua morte e, para isso, incentivavam a revolução fora dos muros palacianos, visando a possibilidade de um golpe de estado. Alguns historiadores crêem que eles atingiram seus objetivos, mas outros alegam que Ramsés III teria morrido naturalmente, pois já era idoso nesta época, apesar de isso ocorrer durante o julgamento dos conspiradores, os quais foram condenados à morte, inclusive a esposa traidora.

O Faraó, que venceu e dominou terríveis adversários, teria, de uma forma ou de outra, sucumbido a este golpe nascido em seu próprio harém, embora envolvesse também vários oficiais, mordomos reais, dois tesoureiros, dois responsáveis por conduzir estandartes do exército, dois escribas e um arauto. De acordo com alguns pesquisadores, seu sucessor, o filho posteriormente intitulado Ramsés IV, teria comandado o julgamento destes revolucionários.

Seu túmulo, edificado no Vale dos Reis, está localizado junto ao templo fúnebre de seu pai, e difere dos outros por apresentar cenários distintos dos normalmente adotados nos leitos mortuários dos reis, como uma pintura representando dois tocadores de harpa cegos. Sua múmia, completamente preservada, está hoje aos cuidados do Museu do Cairo, ao lado de outras múmias famosas.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/civilizacao-egipcia/farao-ramses-iii/

Quem foi o faraó do Êxodo?

Moisés

Quem foi o sucessor de Ramsés

Descubra por que a narrativa do Êxodo não fala o nome do faraó que perseguiu Moisés

Como flores na primavera, assim são os políticos em ano de eleições. Eles podem ser vistos em toda parte. Suas fotos, nomes e números são quase onipresentes. Todos querem ser lembrados pelo público. Discrição ou timidez é algo impensável nesse período. E vale tudo para isso acontecer, inclusive ataques pessoais contra os adversários políticos.

A situação não era diferente no antigo Egito. Faraós não eram conhecidos por sua humildade ou pequenos atos, mas sim pelas batalhas e vitórias alcançadas com inteligência e força. Nas paredes de templos e palácios do antigo Egito podem ser vistas cenas de tais vitórias. E com elas, podem ser lidas inscrições em que o monarca orgulhosamente afirma sua superioridade diante do exército adversário.

Por causa desta ideologia triunfalista, os egípcios nunca admitiam derrota. Não apenas eles, mas os reis dos povos da Crescente Fértil, que também é chamada de Antigo Oriente Médio, dificilmente reconheciam um fracasso numa campanha militar ou a contenção de uma revolta em seu império. Por exemplo, em determinado momento do seu reinado, o faraó Ramsés II arregimentou suas tropas para lutar contra um império rival, os Hititas, que dominavam parte do que conhecemos hoje como Turquia e Síria e na ocasião eram liderados pelo rei Muwatallis. A batalha de Kadesh, como ficou posteriormente conhecida, se tornou célebre. Temos tanto a versão egípcia de como ela foi, bem como a hitita. Ambas as versões clamam vitória nesse confronto. Não sabemos quem ganhou a batalha de Kadesh. Dificilmente um governante do mundo antigo reconheceria uma derrota.
Havia uma outra prática nessa batalha ideológica. O rei derrotado era geralmente deixado sem nome nos textos, como uma forma de humilhação. Eis alguns exemplos:

a) Quando o Faraó Thutmoses III, em Megido, sufocou uma rebelião iniciada pelo rei de Kadesh, ele se refere a este rei como “aquele miserável rei de Kadesh”, ou “aquele miserável rei”;

b) Numa cena em que Seti I pode ser visto perseguindo o rei dos Hititas e o acertando com flechas, as 20 linhas de texto descrevendo a batalha não mencionam o nome do rei derrotado;

c) Nos poemas e descrições militares de Ramsés II da já mencionada batalha de Kadesh, em nenhum momento o rei hitita é mencionado pelo nome, mas sempre referido como “o inimigo de Hati” (como império hitita também era chamado) ou “o miserável rei de Hati”.

Ao que parece, essa prática de não nomear o rei derrotado foi adotada pelo autor do livro de Êxodo, Moisés. Nos quinze capítulos iniciais da obra, o(s) faraó(s) jamais é(são) mencionado(s) pelo nome. Alguns (muitos, eu diria) tomam essa ‘falta de objetividade histórica’ para afirmar que a história dos israelitas no Egito não passa de uma ficção criada pela elite sacerdotal nos dias do rei Josias, rei de Judá, no sétimo século a.C., durante sua reforma religiosa. Sendo assim, por que tal documento seguiu uma prática egípcia (não nomear o rei derrotado) que não era mais utilizada nos dias de Josias e bem diferente daquela que os babilônicos e assírios seguiam?1 Nesse ponto, a história do Êxodo parece apontar para um período mais próximo dos eventos que ali são narrados.
O autor de Êxodo sabia o nome do faraó da ocasião?2 Eu creio que sim. Ele sabia o nome das parteiras que ajudaram as mulheres hebreias, Sifrah e Puah (Êx. 1:15)! Tal omissão foi deliberada. Os quinze capítulos iniciais de Êxodo são uma batalha ideológica entre Yahweh, o Deus dos israelitas, e faraó, o rei divino egípcio. Quando confrontado por Moisés pela primeira vez para deixar seu povo abandonar a casa da servidão, em Êxodo 5:1-2, o monarca egípcio arrogantemente pergunta: “Quem é o Senhor para que eu obedeça a sua voz para deixar Israel ir? Eu não conheço o Senhor, e também não deixarei Israel ir.” Se Faraó não conhecia a Deus, Moisés fez questão de apresentá-Lo nos capítulos seguintes. A pergunta não deveria ser “quem foi o faraó do Êxodo?”, mas sim “Quem é o Deus do Êxodo?”, e a resposta para essa pergunta está na sua Bíblia.

Por Luiz Gustavo Assis 

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1 Babilônios e assírios documentavam todos os detalhes de suas batalhas, inclusive o nome dos reis derrotados. Muitos céticos rejeitam as histórias bíblicas, principalmente o Êxodo, devido à falta de evidências diretas que as comprovem. No caso do Êxodo, existem diversas evidências indiretas que reconstroem bem o ambiente histórico que o autor bíblico descreve ali. Meu professor James K. Hoffemeir é um dos principais pesquisadores na área com dois livros publicados sobre o assunto, “Israel in Egypt: The Evidence for the Authenticity of the Exodus Tradition” (Oxford University Press, 1996), e “Ancient Israel in Sinai: The Evidence for the Authenticity of the Wilderness Tradition” (Oxford University Press, 2005). Ambos sem previsão de publicação em língua portuguesa.

2 Aqueles que defendem a realidade histórica do Êxodo estão divididos em duas datas: uma durante a 18a dinastia (ca. 1450), com base em 1 Reis 6:1, e tendo mais de um Faraó como candidato (Thutmoses III/IV), e outra data durante a 19a dinastia (ca. 1260 a.C.), tendo Ramsés II como o Faraó da história. Como o artigo não é sobre a data do Êxodo não entrarei em maiores detalhes sobre a discussão envolvendo as duas datas.

Quem foi o herdeiro do trono de Ramsés?

Amenerquepexefe foi o príncipe herdeiro do Egito durante os primeiros 25 anos do reinado de Ramessés II, mas acabou morrendo antes de seu pai no ano 25 do reinado de seu pai.

Qual foi o rei mais poderoso do Egito?

14- Ramsés II (19ª dinastia), o mais famoso e poderoso dos faraós, reinou por 67 anos. Um grande construtor, mandou erguer os templos de Abu Simbel para ele e sua esposa, Nefertari. Ramsés II é conhecido por ter sido um grande rei guerreiro.

Quantos filhos Ramsés teve com Nefertari?

Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramessés II.

Quem é o rei do Egito nos dias de hoje?

Faruque do Egito.