Quanto atuação do pedagogo na pedagogia hospitalar Assinale a alternativa correta?

Quanto atuação do pedagogo na pedagogia hospitalar Assinale a alternativa correta?

Posted at 12:55h in Pedagogia

Por Alex Ribeiro Nunes e Bárbara Cristina Heitor Silva, professores do curso de Pedagogia do Unilavras

Além de ser um profissional da educação, atuando em escolas, o Pedagogo também atua em espaços não-escolares, sabia? O texto de hoje é justamente sobre isso! Você vai conhecer um pouco mais sobre onde este profissional se encaixa e apoia a sociedade, fora da sala de aula. Vamos lá?

O mercado de trabalho para Pedagogos está cada vez mais amplo e diverso. Este profissional pode atuar em editoras, ONGs, brinquedotecas, centros de reabilitação de jovens e adolescentes, empresas, hospitais e até mesmo em fóruns ou tribunais de justiça, integrando as equipes técnicas ou multidisciplinares.

Os desafios para o Pedagogo são enormes, principalmente no que se refere ao seu processo de formação e aperfeiçoamento. Assim, existem diversas oportunidades que estão começando a surgir para este profissional.

Seu papel não se resume simplesmente em coordenar treinamentos, elaborar planos, metas, avaliar os cursos de relações humanas. As empresas querem mais que isso! Elas querem um aliado, um representante, que crie estratégias para que cada colaborador se perceba como peça importante para a instituição.

O Pedagogo, no exercício de sua função, precisa trabalhar em equipe. Dessa forma, suas atividades são desenvolvidas no contato com as pessoas e setores da empresa. Assim também, ele está presente na elaboração e/ou reestruturação de documentos que registrem e organizem os processos de pessoal.

Agora que você já entendeu como o Pedagogo pode contribuir na formação de pessoas e organizações, vamos deixar listadas as áreas que mais se destacam com a presença deste profissional. Confira um pouco mais sobre a atuação da pedagogia em espaços não-escolares!

Pedagogia hospitalar

O Pedagogo hospitalar tem um importante papel dentro dos hospitais e clínicas. Sua finalidade é acompanhar a criança ou adolescente que está internado, ou realizando algum tipo de tratamento. Dessa forma, o pedagogo é responsável por acompanhar este paciente no período de ausência escolar. Ele tem, também, como proposta, a intervenção terapêutica no resgate à alegria e a autoestima que, muitas vezes, são perdidos devido à doença e à hospitalização.

Pedagogia em núcleos de Educação a Distância

Nesta área, o Pedagogo trabalha as práticas pedagógicas que acontecem na organização e dinâmica da Educação a Distância (EAD). Ou seja, ele é responsável pela elaboração da sala de aula virtual; pela escolha dos conteúdos e metodologias e elaboração das atividades.

É preciso pensar na diversificação das ferramentas de aprendizagem, como a criação das avaliações e os processos das relações educativas virtuais: professor-aluno; tutor-aluno; aluno-aluno; professor-conteúdo; aluno-conteúdo; professor-tutor.

Pedagogia em agências ou espaços de turismo

A atuação deste profissional no campo do turismo está relacionada a projetos e funções de recreação. Assim também, pode ter sua presença em acompanhamentos durante ocasiões e atividades de lazer e entretenimento, como excursões, passeios e visitas escolares; acampamentos.

Pedagogia empresarial

As possibilidades de atuação do Pedagogo nesta área são várias. Entre elas estão a gestão do conhecimento; comportamento humano nas organizações; projetos culturais; cultura organizacional; gestão do processo da qualidade e produtividade; relações interpessoais no trabalho e outros espaços comuns ao aspecto humano.

Enfim, os conhecimentos do Pedagogo pode colaborar para os processos e dinâmicas das mais diferentes instituições. É importante que o profissional esteja bem preparado para mediar, intervir e canalizar os diversos processos, transformando em fatores positivos todos os envolvidos.

No curso de Pedagogia do Unilavras, a identidade do Pedagogo para o trabalho nesses espaços é desenvolvida ao longo de todo o curso focando nas habilidades de comunicação, trabalho em grupo, proatividade e expertise. Faça o vestibular e seja Unilavras!

1. Introdução

A brinquedoteca em ambiente hospitalar é um assunto importante, visto que a pedagogia hospitalar é uma área que vem se expandindo cada dia mais dentro de ambientes hospitalares em nosso país, onde crianças e adolescentes hospitalizados também tem direito a educação, assim como aprender brincando.

A pedagogia hospitalar está presente nos quartos e enfermarias dos hospitais, bem como na brinquedoteca. Esse campo de atuação contribui no desenvolvimento integral da criança e do adolescente para aliviar um os processos de enfrentamentos de crianças e adolescentes aos quadros patológicos.

Estudar a brinquedoteca dentro dos hospitais é importante pois, podemos entender como se deve atuar em uma brinquedoteca, onde o papel do brincar colabora para a evolução e transformação das crianças e adolescentes, onde vão se interagir mais, criar autonomia, esquecer sua doença, angustia, aprender a lidar com a separação dos familiares, criando um ambiente mais acolhedor, alegre e lúdico.

A relevância do tema está relacionada a buscar compreender a importância da criação e utilização deste espaço, a brinquedoteca, em ambientes hospitalares.

Entendemos que a brinquedoteca não é somente mais um espaço, mas sim um lugar onde crianças e adolescentes hospitalizados poderão brincar, imaginar, criar e até mesmo buscar a alegria que tanto precisam para lutar pela vida.

O objetivo deste estudo foi analisar o atendimento oferecido na brinquedoteca hospitalar como espaço de interação na pedagogia hospitalar. Para fundamentação teórica, este artigo será dividido em três tópicos, sendo eles, - Conhecendo a pedagogia hospitalar, - Tipos de atendimentos existentes, - Brinquedoteca Hospitalar: algumas reflexões.

No primeiro tópico, denominado Conhecendo a pedagogia hospitalar, será abordado uma breve história de como surgiu a Pedagogia Hospitalar. Abordaremos também a importância de se ter um pedagogo dentro de um hospital, auxiliando as crianças/adolescentes a dar continuidade em seus estudos e a ter um ensino-aprendizagem mesmo estando internados.

No segundo tópico, Tipos de atendimentos existentes, estudaremos os tipos de atendimento existente, sendo eles: classes hospitalares, atendimento ao leito, brinquedoteca hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar, abordaremos cada um deles, ressaltando a importância de cada atendimento que existe dentro dos hospitais que atende crianças e adolescentes hospitalizados e como o pedagogo atua de diferentes maneiras e lugares, pensando sempre na aprendizagem de seus alunos.

E no terceiro tópico denominado Brinquedoteca Hospitalar, faremos algumas reflexões de como o brincar é essencial para a vida de uma criança e principalmente para seu ensino-aprendizagem, a importância da criação e utilização da brinquedoteca dentro de ambientes hospitalares para o atendimento crianças e adolescentes hospitalizados, ressaltando a importância da organização desse espaço lúdico atendendo as diretrizes previstas.

2. Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, por meio de livros impressos e artigos científicos.

A pesquisa bibliografia é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exibido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. (GIL, 2002, p.44.).

Nesse sentido, esta pesquisa bibliográfica, encontra-se fundamentada teoricamente a partir das contribuições de pesquisadores renomados na área da Educação Especial, que abordam o tema Pedagogia Hospitalar, tais como: Gil e Paula (1999), Matos e Mugiatti (2007), Viegas (2008), Silva e Fantacini (2013).

3. Conhecendo a pedagogia hospitalar

As crianças e os adolescentes hospitalizados, como todas as outras pessoas têm direito a uma educação integral e de boa qualidade, onde vai ter uma qualidade de vida melhor, pois aprendendo a criança e o adolescente vai ter sua saúde mental e física muito mais equilibrada, ela vai esquecer um pouco sobre sua saúde física, a fragilidade em que se encontra, dores, saudade dos familiares e amigos e vai se ocupar mais com sua saúde mental, ocupar sua mente com seus estudos e atividades, podendo assim se sentir de bem consigo mesma e com as outras pessoas que estarão em sua volta e em seu convívio diário, como: Médicos, enfermeiras, pacientes e etc., e até mesmo auxiliar no trabalho da equipe hospitalar.

Conforme a LDB, a proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) é de que toda criança, disponha de todas as oportunidades possíveis, para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos.

A educação é um dos direitos das crianças e adolescentes e a garantia desse direito se estende nas oportunidades educativas no ambiente hospitalar com vistas a aprendizagem de forma lúdica e o prosseguimento nos estudos nas situações de tratamento e internação sem prejudicar as etapas da escolarização no sistema educacional brasileiro.

A pedagogia hospitalar nas palavras de Matos e Mugiatti (2009, p.68):

Este enfoque educativo e de aprendizagem deu origem à ação pedagógicas em hospitais pediátricos, nascendo de uma convicção de que a criança e o adolescente hospitalizados, em idade escolar, que não devem interromper, na medida do possível, seu processo de aprendizagem, seu processo curricular educativo. Trata-se de estímulos e da continuidade dos seus estudos, a fim de que não percam seu curso e não se convertam em repetentes, ou venham a interromper o ritmo de aprendizagem, assim dificultando, consequentemente, a recuperação da sua saúde. A necessidade de continuidade, exigida pelo processo de escolarização, é algo tão notório que salta à vista dos pais, professores e mesmo das próprias crianças e adolescentes.

Com isso no Brasil a primeira Classe hospitalar implantada dentro de um hospital foi em 1950, nos arredores da Região Sudeste, no município do Rio de Janeiro. O início oficial das atividades é datado de 14 de agosto de 1950, com o intuito de possibilitar o acesso de crianças hospitalizadas a educação e as atividades de interação e socialização. E essa ideia de juntar a educação e saúde deu muito certo, pois ambos os lados, um completa o outro e cada vez mais a pedagogia hospitalar vem se expandindo mais e mais trazendo ideias inovadoras. A pedagogia hospital contribui para a relação das áreas da saúde e educação tendo com o princípio o desenvolvimento integral dos sujeitos.

A pedagogia hospitalar está relacionada ao trabalho humanista se preocupando com os aspectos físicos, as relações afetivas e emocionais. No que se refere a escolarização de alunos hospitalizados existe um processo de documentação e cadastro do aluno na escola para o apoio pedagógico no hospital. Essa articulação possibilita ao sujeito após a saída do hospital, a continuidade em seus estudos e o acompanhamento aos conteúdos ensinados durante o período de tratamento ou internação no ambiente hospitalar.

De acordo com Matos e Mugiatti (2009, p.73):

Sendo assim, hospital-escola constitui-se num espaço alternativo que vai além da escola e do hospital, haja vista que se propõe a um trabalho não somente de oferecer continuidade de construção. Ele vai além, quando realiza a integração do escolar hospitalizado, mas em todos os aspectos decorrentes do afastamento necessário do seu cotidiano e do processo, por vezes, traumático da internação.

Além dos aspectos educativos no sentido estrito da escolarização, a criança ou adolescente hospitalizado precisa se ocupar com outras atividades, precisa interagir, se divertir, brincar para que o seu estado não piore e para que possa superar esse processo de internação, que conforme já dito, muitas vezes é traumático.

De acordo com Fonseca (1999, p. 24-36):

[...] a escola é um fator externo á patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantedora da escolarização. E escolarização indica criação de hábitos, respeito á rotina; fatores que estimulam a auto-estima e o desenvolvimento da criança e do adolescente.

A escola pode contribuir para promoção da saúde de seus alunos nos espaços escolares e não-escolares. A pedagogia hospitalar pode ser uma alternativa para a escolarização, na qual os enfermos crianças/adolescentes possam se desenvolver, interagir e aprender.

4. Tipos de atendimento existentes

Na pedagogia hospitalar existem vários tipos de atendimento e o pedagogo atua de forma inter/multi/transdisciplinar, levando-o a trabalhar de diferentes maneiras e lugares, como:

  1. - Classes Hospitalares;

    - Atendimento ao leito;

    - Brinquedoteca hospitalar,

    - Atendimento pedagógico domiciliar.

A pedagogia hospitalar é uma modalidade de atendimento educacional especializado com vistas a educação continuada nas unidades hospitalares que atendem crianças e adolescentes hospitalizados.

O atendimento existente mais utilizado dentro dos hospitais é a Classe Hospitalar, que de acordo com a Politica Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), é ambiente que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação e que estejam em tratamento escolar.

A esse respeito Silva e Fantacini (2013, p.37) mencionam que em 2001, segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, já existiam várias modalidades de educação especial, entre elas: classes comuns; salas de recursos; itinerância; professores-intérpretes; classes especiais; ensino domiciliar e a “Classe Hospitalar: definida como sendo um serviço destinado a promover, mediante atendimento especializado, a educação escolar a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial.” (BRASIL, 2001, p. 52).

Por ser um trabalho realizado com muita responsabilidade, seriedade e respeito, o atendimento realizado pelo Pedagogo Hospitalar em Classes hospitalares têm sido muito bem visto e aceito dentro dos hospitais, pois além de auxiliar na recuperação das crianças e adolescentes hospitalizados que ali estão, possibilita que não interrompam os seus estudos, e no caso de cura, possam retornar a escola.

Conforme os documentos do Ministério da Educação:

Além de um espaço próprio para a classe hospitalar, o atendimento propriamente dito poderá desenvolver-se na enfermaria no leito ou no quarto de isolamento uma vez que restrições imposta ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram. O atendimento pedagógico poderá também ser solicitado pelo ambulatório do hospital onde poderá ser organizada uma sala especifica da classe hospitalar ou utilizar-se os espaços para atendimento educacional. (BRASIL, 2002, p.16).

O atendimento ao leito é quando a criança não pode sair do quarto e da maca por algum motivo, o pedagogo vai até essa criança e ensina do mesmo jeito como ensina aos que vão no ambiente próprio dentro do hospital que é a classe hospitalar, se preocupando com seu desenvolvimento e aprendizagem.

De acordo com documentos do Ministério da Educação:

Os aspectos físicos referem-se aos recursos necessários ao professor para a efetivação do atendimento pedagógico domiciliar e às adaptações que deverão ser realizadas na residência do educando e no ambiente de ensino quando do seu reingresso à unidade escolar de referência à qual está matriculado ou será matriculado. (BRASIL, 2002, p. 16).

No atendimento pedagógico domiciliar a criança é matriculada regularmente em uma escola de educação e por algum motivo de doença não pode ir à escola todos os dias ou está afastada ela recebe a educação dentro de casa e o pedagogo responsável ou que trabalha com a pedagogia hospitalar vai até a residência dessa criança para que ela tenha acesso à educação e tenha continuidade em seus estudos em casa e há também a brinquedoteca hospitalar que é um ambiente cheio de criatividade, ludicidade, um ambiente prazeroso onde a criança hospitalizada passa horas e horas brincando sem se lembrar da hora e principalmente de seu problema de saúde.

Conforme Oliveira; Souza Filho; Gonçalves (2008, p. 04):

Temos que levar em conta que o afeto no período de internação, que apresenta um momento delicado da vida é muito importante, mas temos que deixar bem claro que o professor tem que exercer o papel de professor não de mãe substituta, tia psicóloga ou até mesmo uma recreacionista, mas cabe sim ao pedagogo uma escuta pedagógica que autoriza um sentimento de aprendizagem, processo, avanço, transposição do não sei, para o agora sei.

As crianças e adolescentes hospitalizados, em geral se apegam muito fácil ao pedagogo visto que eles se sentem sozinhos, estão carentes, precisam de companhia e alguém que eles possam se sentir protegidos, só que o pedagogo não deveria se apegar a esses alunos, o professor tem que entender que ele está ali para ensinar e que tem outros profissionais e cada um faz seu trabalho, mas lógico que um auxiliando o outro. Que tem crianças que vão sair dali e voltar para sua família e rotina normal, voltar para a escola regular e quando a criança é internada dentro do hospital o pedagogo tem que ir até a escola que esses alunos estavam inseridos e saber quais são os conteúdos que eles estavam aprendendo, para que o pedagogo possa trabalhar junto com essa escola com o aluno que está internado e precisa aprender, o aluno tem que se matricular ou continuar sendo matriculado na escola, e depois de ter alta o professor tem que fazer um relatório descritivo sobre a aprendizagem do aluno e mandar para a escola, para quando ele sair do hospital, possa voltar para a escola no mesmo ano que ele estava, sem ter que repetir e começar tudo de novo.

De acordo com Viegas (2008) o educador tem que ir aonde o aluno se encontra e se há alunos internados dentro de um hospital e precisa de educação, lá deve haver um educador para ensinar essa criança ou adolescente hospitalizado. Porem tem aquele aluno onde o professor vai ter que elaborar propostas e conteúdos curriculares pedagógicos para o aluno, que está ali desde pequeno e não frequentou nenhuma escola para que possa aprender conforme suas potencialidades.

5. Brinquedoteca Hospitalar: algumas reflexões

O brincar é essencial na vida da criança desde o seu nascimento, brincar é importante traz momentos de ludicidade para a criança e ela desenvolve suas potencialidades, se socializa, faz amigos, prepara-se para o mundo.

De acordo com Cunha (2007) a proposta de um espaço infantil para brincar surgiu no ano de 1934, na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, por um diretor de escola após receber queixas de um proprietário de loja de brinquedos que as crianças estavam roubando. Assim tiveram a ideia de constituir um local onde se pudessem emprestar brinquedos para aquelas crianças que não tinham com o que brincar.

Segundo Cunha (2007, p. 12):

Os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam a criança possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressão. É preciso haver tempo para eles, e espaço que assegure o sossego suficiente para que a criança brinque e solte a sua imaginação, inventando, sem medo de desgostar alguém ou de ser punida. Onde possa brincar com seriedade.

A brinquedoteca é um espaço onde as crianças podem ir para brincar, se divertir, onde possam se expressar através dos espaços que contem dentro do ambiente da brinquedoteca, que são: o canto do faz de conta, canto da leitura, canto das invenções, teatrinho, estantes com brinquedos, oficina, mesa de atividade, acervo.

Cunha diz que,

Na Europa as brinquedotecas se chama de TOY LIBRARIES-BIBLIOTECAS DE BRINQUEDOS ou LUDOTECAS na Itália, França, Suíça e Bélgica são chamadas LUDOTECAS são emprestados os brinquedos para levarem para casa. Tem se espalhado pelo mundo a preocupação a criança poder ter o direito a brincar, nos congressos da ITLA-Internacional Toy Library Association reúnem pessoas de vários países, para lutarem pelo direito da criança brincar” (CUNHA, 2007, p.14.).

A brinquedoteca brasileira é diferente das brinquedotecas americanas chamada Ludotecas ou Toy Libraries a brinquedoteca brasileira as crianças podem brincar no próprio local já nas Ludotecas as crianças pegam os brinquedos lá existentes emprestadas e levam para sua casa.

[...]. No Brasil a primeira Brinquedoteca foi implantada na APAE, na cidade de São Paulo, em 1982, pelo trabalho pioneiro da pedagoga Nylse Helena Silva Cunha. A Associação Brasileira de brinquedotecas (ABBRI) foi fundada e presidida por ela em sua escola para excepcionais [...] (MACEDO In: VIEGAS, 2008, p.63).

A pedagoga Cunha (2007) participou de vários encontros nacionais e internacionais relacionados a brinquedoteca em um destes participou do Encontro Nacional sobre Brinquedoteca hospitalar foi em agosto 2005 em Brasília e através daí tem focado em preparar Brinquedistas Hospitalares, que são os responsáveis em trabalhar na brinquedoteca hospitalar. A ideia de se criar a Brinquedoteca Hospitalar veio porque muitas crianças, adolescentes jovens, devido há algum tipo de tratamento acabam tendo que se afastar de seus ambientes, como: escola, casa, rua etc., para tratarem de sua saúde. Durante o tratamento sabemos que a criança, adolescente ou jovem vai ficando estressado, cansado, e muitas vezes sem perspectiva de vida e com a existência da brinquedoteca essa dor passa a ser amenizada.

Segundo Oliveira (2008, p.30.):

[...] a alegria, animação e o envolvimento dão mais agilidade não só a nossos pensamentos, como a nossos movimentos. A importância do brincar no ambiente hospitalar vem, portanto, colaborar com o bem-estar integrado e biopsicossocial da criança, favorecendo inclusive a sua melhor compreensão do que está se passando consigo.

A criação de uma brinquedoteca dentro de um hospital possibilita a interação da criança ou adolescente hospitalizado com um ambiente lúdico, que lhe proporcionará momentos de alegria e prazer, fazendo que por alguns momentos se esqueçam do motivo pelo qual estão ali.

De acordo com Cunha (2008, p.72), cita alguns objetivos da brinquedoteca hospitalar:

  1. - Preservar a saúde emocional da criança ou do adolescente, proporcionando oportunidades para brincar, jogar e encontrar parceiros.

    - Preparar a criança para situações novas que irá enfrentar, levando-a a familiarizar-se com roupas e instrumentos cirúrgicos de brinquedo por meio de situações lúdicas, a tomar conhecimento de detalhes da vida no hospital e do tratamento a que vai ser submetida.

    - Dar continuidade à estimulação de seu desenvolvimento, pois a internação poderá privá-la de oportunidades e experiências de que necessita. Se a hospitalização for longa, pode ser necessário um apoio pedagógico para que a criança não fique muito defasada no seu processo de escolarização.

    - Proporcionar condições para que a família e os amigos que vão visitar a criança encontrem-se com ela em um ambiente favorável, que não seja deprimente nem vá aumentar a condição de “vitima” em que já se encontra. Um brinquedo ou um jogo pode facilitar o relacionamento, tornando-o mais alegre

    - Preparar a criança para voltar para casa, depois de uma internação prolongada ou traumática.

Após a leitura desses objetivos, podemos perceber que a utilização da brinquedoteca em ambientes hospitalares, é de grande ajuda para que a criança possa dar continuidade em seu tratamento e nos seus estudos, por meio do apoio pedagógico.

A brinquedoteca também é um espaço em que as crianças e jovens hospitalizados podem receber a visita de seus familiares e entes queridos, podendo assim brincar e se divertirem juntos, pois os pais e familiares podem participar dessa fase da criança, e o lúdico pode estar presente sempre na vida e no tratamento de seus filhos.

Surge então um questionamento sobre como as crianças que não podem sair do leito vão até a brinquedoteca para brincar?

Cunha aponta algumas soluções, entre elas:

Pode ser providenciado um carrinho que leve brinquedos, jogos e material para expressão plástica, a fim de que as atividades criativas possam acontecer.

A posição da criança para brincar deve ser confortável e permitir fácil manuseio dos objetos.

Para apoiar os brinquedos, é recomendável uma bandeja em forma de mesa que contenha as peças para que não escorreguem para fora.

Os brinquedos devem ser selecionados para que: proporcionem sentimento de competência e autoestima por propiciarem resultados gratificantes; não requeiram movimentação, visto que a criança não pode sair da cama; embora tragam alegria e divertimento, não sejam excitantes; não produzam muito barulho, pois podem incomodar outros pacientes; não requeiram a participação de um número maior de participantes; não sejam nem muito pesados nem muito grandes. (CUNHA, 2008, p.73).

Como todas as outras crianças que podem ir até a brinquedoteca se divertir e brincar, as que estão no leito também tem direito a se divertir e ter seu momento lúdico, só que como elas não podem ir até aonde estão os brinquedos, os brinquedos vão até elas, porém com todos cuidados e normas a serem respeitadas, pois no quarto não tem só um paciente e com isso tem que respeitar o espaço em que se encontram. Brinquedos pequenos, que não faz barulho, cama inclinada em uma posição que ela fica confortável e possa brincar sem nenhum problema. Há também os meios eletrônicos, como computadores e tablets que facilita muito, como as crianças no leito tem que estudar e fazer as atividades o computador é um ótimo recurso a ser usado, pois é muito difícil escrever deitado e com o computador a criança/adolescente pode escrever e se comunicar com outras pessoas facilmente, sem muitas dificuldades, podem brincar, jogar e se divertir, e com isso tornando seus dias mais alegres e menos entediante. Na brinquedoteca também pode ter um espaço com computadores, para as crianças se divertirem e se comunicar com outras pessoas, familiares, amigos e se distraírem, esquecendo dos problemas e angustia em que vivem.

Considerando o disposto na Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação, foi aprovado a Portaria nº 2.261, de 23 de novembro de 2005, contendo todo o regulamento e as diretrizes de instalação e funcionamento das brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam o atendimento pediátrico em regime de internação.

Art 5º Para o cumprimento do disposto nos artigos anteriores, deverão ser observadas as seguintes diretrizes:

I - os estabelecimentos hospitalares pediátricos deverão disponibilizar brinquedos variados, bem como propiciar atividades com jogos, brinquedos, figuras, leitura e entretenimento nas unidades de internação e tratamento pediátrico como instrumentos de aprendizagem educacional e de estímulos positivos na recuperação da saúde;

II - tornar a criança um parceiro ativo em seu processo de tratamento, aumentando a aceitabilidade em relação à internação hospitalar, de forma que sua permanência seja mais agradável;

III - agregação de estímulos positivos ao processo de cura, proporcionando o brincar como forma de lazer, alívio de tensões e como instrumento privilegiado de crescimento e desenvolvimento infantil;

IV - ampliação do alcance do brincar para a família e os acompanhantes das crianças internadas, proporcionando momentos de diálogos entre os familiares, as crianças e a equipe, facilitando a integração entre os pacientes e o corpo funcional do hospital; e

V - a implementação da brinquedoteca deverá ser precedida de um trabalho de divulgação e sensibilização junto à equipe do Hospital e de Voluntários, que deverá estimular e facilitar o acesso das crianças aos brinquedos, do jogos e aos livros. (BRASIL, 2005, p. 1)

Observamos que a brinquedoteca tem algumas normas a serem seguidas, para montar uma brinquedoteca a direção do hospital deve autorizar e dar apoio/subsídios para que possam dar continuidade no projeto da brinquedoteca; precisa de um espaço físico bom e adequado; precisa de materiais que vão ser utilizados na brinquedoteca, como brinquedos, jogos, computadores, entre outras coisas, pois a brinquedoteca não precisa necessariamente de brinquedos e sim um espaço onde pode inventar e ter momentos lúdicos, como um palco para apresentar teatro, ouvir uma música entre outras formas de se divertir… precisa de uma equipe que fica responsável por essa brinquedoteca, como um (a) brinquedista que é o profissional que vai mediar, orientar as crianças/adolescentes, ele tem que estar o tempo todo presente na brinquedoteca, deve haver também a interação da família dentro dessa brinquedoteca, para que as crianças se sintam mais à vontade e com os familiares mais presente; respeitar as regras do hospital e do local que está inserida e a principal prevenção da contaminação hospitalar por meio dos brinquedos, a equipe responsável, tem que tomar muito cuidado para que os brinquedos não sejam contaminados, principalmente os brinquedos que vão até o leito das crianças/jovens, e com isso deve ocorrer toda uma Higienização e limpeza desses brinquedos.

Segundo Cardoso (2008, p.150):

Deve haver uma preocupação quanto á escolha dos brinquedos a serem fornecidos ás crianças. Estes devem ser rígidos (plásticos e não porosos) a fim de permitir sua limpeza e desinfecção entre os usos. Não se recomendam bichinhos de pelúcia, pois o seu reprocessamento é de difícil operacionalização e principalmente controle.

Uma rotina institucional deve ser elaborada, especificando a periodicidade da limpeza e desinfecção dos brinquedos, vídeo game e computadores.

Ainda de acordo com a Portaria nº 2.261, de 23 de novembro de 2005, em seu Art. 6º deve ser prevista uma área para guarda e higienização dos brinquedos, conforme definido pela Comissão de Controle de Infecção do Hospital (CCIH). Portanto, o ideal é que os brinquedos sejam separados adequadamente; os brinquedos que vão para o leito não devem ser misturados com os da brinquedoteca; os brinquedos sujos devem ser separados em outro lugar para que possam ser limpos e lavados; os brinquedos que podem ser utilizados na brinquedoteca devem ser escolhidos aqueles que podem ser esterilizados/desinfetados, ursos de pelúcia não pode conter na brinquedoteca de espécie alguma, tudo que contem na brinquedoteca, e; os brinquedos que vão até aos leitos devem ser limpos com todo cuidado, pois crianças e adolescentes hospitalizados já têm uma baixa resistência e imunidade e podem se contaminar e até mesmo pegar algum tipo de infecção com muita facilidade e isso não pode acontecer de jeito nenhum, pois o hospital é responsável e pode piorar o grau de saúde desse paciente.

6. Considerações Finais

Por meio desta pesquisa bibliográfica, pudemos conhecer um pouco mais sobre a Pedagogia Hospitalar, mais especificamente a brinquedoteca dentro desses ambientes hospitalares e a importância que tem a continuação dos estudos, de forma lúdica, para a vida da criança hospitalizada, o trabalho do pedagogo no ambiente hospitalar.

Ao analisar o atendimento oferecido na brinquedoteca hospitalar como espaço de interação na pedagogia hospitalar, concluímos que a brinquedoteca hospitalar possibilita que crianças/adolescentes continuem a se desenvolver através do brincar, auxiliando assim na recuperação, quando hospitalizados.

Vimos que a brinquedoteca não é um espaço qualquer, mas sim um ambiente acolhedor, que através das brincadeiras, traz uma formação e desenvolvimento na aprendizagem desses alunos que ali se encontram, pois brincando a criança aprende e se desenvolve de forma lúdica e interessante, o pedagogo pode usar a brinquedoteca como um recurso para dar continuidade em seu ensino, fazendo brincadeiras e jogos conforme o que eles estão aprendendo, assim fica mais fácil para os alunos adquirirem o conhecimento preciso, criando através do brincar aprendizagens e habilidades, e ter um momento em que possam relaxar, brincar, se divertir, socializar, criar, inventar, esquecer os problemas e a doença, aprender, se comunicar, se expressar, criar noção de mundo, espaço e tempo.

A brinquedoteca pode ser dividida em alguns espaços que são: o cantinho do faz de conta, cantinho da leitura, cantinho das invenções, teatrinho, estantes com brinquedos, oficina, mesa de atividade e acervo, ao criar a brinquedoteca, não precisa propriamente ter espaços com nomes pode se fazer conforme suas condições.

O trabalho junto a equipe pedagógica hospitalar é um grande desafio a ser enfrentado, a importância da continuação dos estudos seja de uma criança ou de um adolescente é de seu direto como cidadão. O pedagogo em sua atuação no ambiente hospitalar, seja em qualquer tipo de atendimento é preciso ter um contato direto com o professor de seus alunos hospitalizados e de seus familiares para assim fazer um bom planejamento de suas aulas e saber lidar com seus conflitos afetivos, emocionais, sociais e etc.

Para que tenha um bom relacionamento e um bom convívio entre o pedagogo e seus alunos no Ensino Aprendizagem, é de extrema importância o contato com uma Brinquedoteca Hospitalar, é um ambiente colorido, alegre que a criança ou o adolescente possa vivenciar o mundo da imaginação, da criatividade encontram-se espaços lúdicos, se interagem e ameniza assim o sofrimento que passam durante o tratamento clínico, e com essa interação feita na brinquedoteca pode se haver uma grande melhora em seu estado clínico.

Quanto à atuação do pedagogo na pedagogia hospitalar Assinale a alternativa correta?

Quanto à atuação do pedagogo na pedagogia hospitalar, assinale a alternativa correta: A - No momento da internação, é necessário que o pedagogo obtenha informações sobre a família do paciente, sendo este um fator obrigatório.

Qual o papel do pedagogo no contexto hospitalar?

O que é Pedagogia Hospitalar? A Pedagogia Hospitalar leva o ensino e a aprendizagem a crianças e adolescentes impedidos de frequentar a escola por motivos de saúde. O objetivo é garantir que eles não sejam prejudicados nos estudos.

Qual o maior desafio do pedagogo hospitalar?

Constatamos alguns desafios da docência na Pedagogia hospitalar: direito negado, desvalorização da Pedagogia Hospitalar; relação com sofrimento e morte; relação pedagogo e família; ausência da estrutura física e de profissionais qualificados.

Qual é a relação entre a aprendizagem é tempo de hospitalização?

Assim, a preocupação com a aprendizagem cresce à medida que o tempo da hospitalização se estende” (livro-base, p. 66). B A ação pedagógica deve se basear no fato de que a escolarização efetiva só pode se dar fora do ambiente hospitalar.