Quando os filhos viram pais

Com a idade avançada, é essencial que a família – ou quem for responsável – tenha um olhar mais atento aos idosos. A partir daí, levanta-se o questionamento: até quando eles podem viver sozinhos? Apesar da resposta dessa pergunta não ser exata, toda atenção é pouca, mesmo que a distância.

“É normal achar que está tudo certo porque o idoso está lúcido, toma os remédios diariamente e passa por consultas”, explica Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior, especializada em gerontologia. “A inaptidão física é mais simples de ser percebida e aceita do que a diminuição da cognição. Por isso, alguns sinais podem ajudar as famílias a ter esse acompanhamento”, ressalta.

Os pontos abaixo mostram a importância de buscar uma orientação médica a fim de obter um tratamento adequado:

1- Acidentes recentes: ao envelhecer, o risco de quedas aumenta e é crucial dar atenção a isso, mesmo que o idoso diga que não foi nada. “Eles costumam ter um preconceito com o uso de bengala, mas é um apoio necessário para evitar quedas”, explica Santos.

2- Dificuldade durante as atividades cotidianas: a especialista ressalta que se o idoso começa a agir de forma diferente do que antes era habitual, o alarme vermelho pode estar tocando. “Dificuldade no autocuidado, alimentação inadequada, isolamento e apatia, dificuldade com as finanças, são sinais que apontam algum problema”, alerta.

3- Objetos quebrados e coisas queimadas: sinais que indicam esquecimento e falta de atenção devem ser bem observados, como por exemplo, bocas do fogão escuras, fundos de panela queimados, itens quebrados e acúmulo de papéis. A especialista explica que as demências são doenças neurodegenerativas que geram uma decadência nas funções cognitivas, afetando o comportamento, personalidade e memória.

4- Ganho ou perda de peso: para manter o controle do peso do idoso, verifique os alimentos presentes na geladeira. Confira se não há nada vencido ou estragado, se os produtos são saudáveis para a alimentação ou se não há uma quantidade exacerbada de um determinado mantimento.

  • Maddy Savage
  • BBC Future

15 dezembro 2021

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Por que cada vez mais filhos cortam laços com pais por saúde mental

Uma conversa acalorada no Skype sobre relações inter-raciais levou Scott a eliminar todo o contato com seus pais em 2019.

Ele conta que sua mãe estava furiosa porque ele apoiou um ativista dos direitos civis nas redes sociais. Ela fez "uma série de afirmações racistas horríveis", segundo ele, e seu filho de sete anos de idade estava ouvindo a conversa.

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"Tive um sentimento de pai muito forte, como 'você não pode dizer isso na frente das crianças, não é assim que vou criar meus filhos", explica Scott, que é pai de duas crianças e vive no norte da Europa. Ele afirma que a gota d'água veio quando seu pai tentou defender o ponto de vista da mãe por email, incluindo um link para um vídeo sobre supremacia branca.

Scott ficou perplexo porque seus pais não conseguiam compreender a realidade das pessoas que são vitimadas pelas suas origens, especialmente considerando o seu próprio histórico familiar. "Eu disse para eles: 'Isso é loucura, vocês são judeus. Muitas pessoas da nossa família morreram em Auschwitz.'"

Esta não havia sido a primeira vez que Scott enfrentava um conflito de valores com seus pais. Mas foi a última vez que ele viu ou falou com eles.

Não existem dados concretos, mas há uma percepção crescente entre terapeutas, psicólogos e sociólogos de que esse tipo de rompimento intencional entre pais e filhos vem crescendo nos países ocidentais.

Chamado formalmente de estrangement, expressão inglesa para uma situação na qual alguém se separa ou deixa de estar em bons termos com um grupo social, que poderia ser traduzida como "distanciamento", o conceito é definido com leves variações pelos especialistas.

É amplamente utilizado para situações nas quais alguém corta todas as comunicações com um ou mais parentes, em uma situação que perdura a longo prazo, mesmo quando membros do grupo do qual a pessoa se afastou tentam restabelecer o contato.

"A decisão de se distanciar definitivamente de um membro da família é um fenômeno único e poderoso", explica Karl Andrew Pillemer, professor de desenvolvimento humano da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. "É diferente de disputas familiares, de situações de alto conflito e de relações emocionalmente distantes, mas que ainda incluem contato."

Ao perceber que existem poucos estudos importantes sobre o distanciamento familiar, Pillemer realizou uma pesquisa nacional para o seu livro Fault Lines: Fractured Families and How to Mend Them ("Falhas tectônicas: famílias fragmentadas e como reuni-las", em tradução livre), publicado em 2020. A pesquisa demonstrou que mais de um a cada quatro norte-americanos relata ter se distanciado de algum parente.

Uma pesquisa similar da organização britânica dedicada a distanciamento familiar Stand Alone sugere que o fenômeno atinge uma a cada cinco famílias no Reino Unido, enquanto pesquisadores acadêmicos e terapeutas na Austrália e no Canadá também afirmam que vêm observando uma "epidemia silenciosa" de rompimentos familiares.

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A diferença de valores políticos ou religiosos fez com que muitas pessoas se distanciassem de seus parentes

Nas redes sociais, existe um enorme crescimento de grupos de apoio online para filhos adultos que decidiram se distanciar dos pais. Scott participa de um desses grupos, que congrega milhares de membros. "Os números do nosso grupo vêm crescendo continuamente", afirma ele. "Acho que isso está se tornando cada vez mais comum."

O fato de que o distanciamento entre os pais e seus filhos adultos parece estar aumentando — ou pelo menos está sendo cada vez mais discutido — aparentemente se deve a um complexo conjunto de fatores culturais e psicológicos. Essa tendência levanta uma série de questões sobre os seus impactos em indivíduos e na sociedade.

Experiências do passado e valores atuais

Embora as pesquisas sejam limitadas, a maioria dos rompimentos entre pais e filhos crescidos tende a ser iniciativa dos filhos, segundo Joshua Coleman, psicólogo e autor do livro The Rules of Estrangement: Why Adult Children Cut Ties and How to Heal the Conflict ("As regras do distanciamento: por que os filhos adultos cortam os laços e como solucionar o conflito", em tradução livre).

Uma das razões mais comuns é o abuso do pai ou da mãe, no passado ou no presente, seja ele emocional, verbal, físico ou sexual. O divórcio é outro fator de influência frequente que traz consequências que variam desde o filho adulto "tomar um lado" até a chegada de novas pessoas à família, como padrastos, madrastas e meio-irmãos, que podem alimentar divisões sobre "recursos financeiros e emocionais".

Também se acredita que disputas de valores — como foi o caso entre Scott e seus pais — estejam cada vez mais presentes. Um estudo publicado em outubro por Coleman e pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, demonstrou que desavenças baseadas em valores foram mencionadas por mais de uma a cada três mães de filhos que se distanciaram.

As recentes conclusões de Karl Pillemer, da Universidade Cornell, também demonstraram que diferenças de valores são um "fator importante" nos distanciamentos, devido a conflitos resultantes de "questões como preferência pelo mesmo sexo, diferenças religiosas e adoção de estilos de vida diferentes".

Os dois especialistas acreditam que pelo menos parte desse contexto vem do aumento da polarização política e cultural ocorrida nos últimos anos. Nos Estados Unidos, uma pesquisa do instituto Ipsos relatou aumento das divergências familiares após a eleição presidencial de 2016 naquele país. Pesquisas da Universidade Stanford em 2012 sugeriram que uma proporção bem maior de pais se mostrou descontente com a ideia de seus filhos se casarem com alguém que apoia um partido político oposto na comparação com uma pesquisa realizada uma década antes.

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A pandemia covid-19 aumentou o distanciamento familiar

Um estudo recente no Reino Unido concluiu que uma a cada dez pessoas havia se distanciado de algum parente por questões relacionadas ao Brexit ( a saída do Reino Unido da União Europeia). "Esses estudos demonstram a forma como a identidade se tornou um fator mais importante para determinar quem decidimos manter por perto ou de quem nos afastamos", afirma Coleman.

Scott afirma que nunca discutiu suas preferências eleitorais com seus pais. Mas sua decisão de se distanciar deles foi influenciada, em parte, por uma maior conscientização — dele e de sua esposa — sobre questões sociais, incluindo os movimentos Black Lives Matter e MeToo.

Ele afirma que outros filhos adultos do seu grupo de apoio online se distanciaram dos pais devido a discordâncias sobre valores relacionados à pandemia, que vão desde pais mais idosos que se recusam a ser vacinados até divergências relacionadas a teorias da conspiração sobre a origem do vírus.

Saúde mental como fator

Os especialistas acreditam que nossa crescente conscientização sobre saúde mental e sobre como relacionamentos familiares tóxicos ou abusivos podem afetar o nosso bem-estar também tem impactos sobre o distanciamento.

"Embora não haja nada de novo em conflitos familiares ou no desejo de se distanciar disso, ver o distanciamento de uma pessoa de sua família como uma expressão de crescimento pessoal, como se faz normalmente hoje em dia, é com certeza algo novo", afirma Coleman. "Decidir quais pessoas manter dentro ou fora da nossa vida tornou-se uma estratégia importante."

Sam, que tem pouco mais de 20 anos de idade e vive no Reino Unido, afirma que cresceu em um lar instável e que seus pais eram alcoólatras. Ela praticamente parou de falar com seus pais logo depois de sair de casa para a universidade e conta que cortou os laços para sempre depois de ver seu pai abusar verbalmente de sua prima de seis anos de idade em um funeral.

A terapia ajudou Sam a reconhecer sua experiência como "mais do que apenas falhas na criação dos filhos" e processar seu impacto psicológico. "Acabei entendendo que 'abuso' e 'negligência' eram palavras que descreviam a minha infância. O fato de não ter apanhado não significa que não fui afetada de forma prejudicial."

Ela concorda com Coleman que "está se tornando mais aceitável socialmente" cortar laços com membros da família. "Agora se fala mais sobre a saúde mental e é mais fácil dizer: 'essas pessoas fazem mal para minha saúde mental'. Também acho que as pessoas estão ficando mais confiantes para traçar seus próprios limites e dizer 'não' para as pessoas."

O aumento do individualismo

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Os filhos também podem ser afetados por laços desfeitos, pois perdem o relacionamento com os avós, por exemplo

Coleman argumenta que o aumento do nosso foco sobre o bem-estar social vem sendo acompanhado de outras tendências mais amplas, como a mudança para uma "cultura mais individualista". Muitos de nós confiam muito menos nos parentes que as gerações anteriores.

"Não precisar de um membro da família para ter apoio ou porque você planeja herdar a fazenda da família significa que a escolha das pessoas com quem queremos passar o tempo é mais baseada nas nossas identidades e aspirações de crescimento do que na sobrevivência ou necessidade", explica ele. "Atualmente, nada une um filho adulto a um pai ou mãe além do anseio daquele filho adulto por ter esse relacionamento."

O aumento das oportunidades de viver e trabalhar em cidades ou até países diferentes das nossas famílias quando adultos pode também ajudar a facilitar o rompimento com os pais, simplesmente devido à distância física.

"Mudar de cidade agora é muito mais fácil para mim do que provavelmente teria sido 20 anos atrás", concorda Faizah, que é cidadã britânica de ascendência asiática e vem evitando viver na mesma região da sua família desde 2014.

Ela afirma que rompeu os laços com seus pais devido a comportamentos "controladores", como evitar que ela comparecesse a entrevistas de emprego, desejar ter influência sobre suas amizades e pressionar para que ela se casasse logo depois de terminar seus estudos. "Eles não respeitavam meus limites", afirma ela. "Eu quero apenas ser dona da minha vida e fazer minhas próprias escolhas."

O impacto do distanciamento

Existem fortes pontos positivos para muitos filhos adultos que se distanciaram do que acreditavam ser relacionamentos prejudiciais com seus pais. "As pesquisas demonstram que a maioria dos filhos adultos acredita que foi melhor assim", segundo Coleman.

Mas, embora uma melhor saúde mental e a sensação de mais liberdade sejam resultados comuns do distanciamento, Pillemer argumenta que a decisão pode também criar sentimentos de instabilidade, humilhação e estresse.

"O rompimento ativo e intencional de laços pessoais é diferente de outros tipos de perda", explica ele. "Além disso, as pessoas perdem os benefícios práticos de ser parte de uma família: apoio material, por exemplo, e a sensação de pertencerem a um grupo estável de pessoas que se conhecem bem."

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Pillemer argumenta que não devemos deixar de tentar superar os conflitos, especialmente os decorrentes de políticas ou valores opostos

Sentimentos de solidão e vergonha parecem ter se exacerbado durante a pandemia para muitas pessoas que se distanciaram da família. O "boom do Zoom" permitiu que algumas famílias se sentissem mais próximas e mantivessem contato com mais regularidade, mas pesquisas recentes no Reino Unido sugerem que os adultos com laços cortados sentiram ainda mais falta da vida em família durante o lockdown.

Outros estudos indicam que o Natal e outras festas religiosas são períodos muito difíceis para membros que se afastaram da família.

"Tenho minha própria família, meu companheiro e meus amigos próximos, mas nada substitui as tradições que você construiu com seus pais", concorda Faizah. Agora na casa dos 30 anos de idade, ela ainda acha o feriado muçulmano Eid al-Fitr (que marca o fim do jejum do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos) particularmente difícil, apesar de ter se afastado da religião dos seus pais. "É muito delicado. A solidão é grande... e sinto muita falta da comida da minha mãe."

Decidir não manter contato com os pais pode também ter efeitos muito fortes sobre as ligações e tradições familiares futuras. "Para mim, o que mais lamento é ver meus filhos crescendo sem os avós", afirma Scott. "Isso é preferível que ver [meus pais] dizendo — sabe-se lá o quê — para eles, [mas] acho que meus filhos sentem a falta deles."

É claro que tudo isso tem impacto sobre os pais que foram excluídos das vidas dos seus filhos — e talvez dos seus netos — muitas vezes contra a vontade deles. "A maioria dos pais fica muito infeliz com isso", segundo Coleman. Além de perderem a referência da unidade familiar tradicional, eles tipicamente "descrevem profundos sentimentos de perda, vergonha e arrependimento".

Scott afirma que a sua mãe recentemente tentou telefonar para ele. Mas ele respondeu com uma mensagem de texto dizendo que somente consideraria restabelecer contato se ela reconhecesse que os seus comentários haviam sido "terrivelmente racistas" e pedisse desculpas. Ele conta que, até agora, ela não o fez.

"Mesmo se isso acontecesse, eu sempre limitaria o que dizer a eles sobre a minha vida e certamente supervisionaria todas as visitas com as crianças. Mas infelizmente, não vejo isso acontecendo", afirma Scott.

Tentar superar os conflitos?

Com as divisões políticas no centro das atenções em muitos países e o aumento do individualismo nas culturas de todo o mundo, muitos especialistas acreditam que rompimentos entre pais e filhos seguirão acontecendo.

"Prevejo que ficará igual ou pior", afirma Coleman. "Os relacionamentos familiares serão baseados muito mais em buscar felicidade e crescimento pessoal e menos na ênfase às tarefas, obrigações ou responsabilidades."

Já Pillemer argumenta que não deveríamos desistir de tentar superar conflitos, especialmente os ligados a diferenças políticas ou de valores (em oposição aos ligados a comportamentos abusivos ou prejudiciais).

"Se o relacionamento anterior tiver sido relativamente próximo (ou pelo menos não conflituoso), acho que há evidências de que muitos membros da família podem restaurar esse relacionamento. E isso inclui, entretanto, definir uma 'zona desmilitarizada' na qual não se pode discutir sobre política", afirma ele.

Para seu livro, Pillemer entrevistou mais de 100 pessoas que se distanciaram de seus familiares e conseguiram se reconciliar. Ele concluiu que o processo realmente era definido por muitos como "motor para crescimento pessoal". "É claro que isso não é para todos, mas, para algumas pessoas, superar os conflitos, mesmo se o relacionamento resultante fosse imperfeito, era fonte de autoestima e orgulho pessoal."

Pillemer argumenta que são necessários estudos mais detalhados e atenção clínica para retirar o tema do distanciamento familiar "das sombras e levá-lo para a luz da discussão aberta". "Precisamos de pesquisadores para encontrar soluções melhores — tanto para as pessoas que querem se reconciliar, quanto para ajudar pessoas em distanciamento permanente."

Scott vê com bons olhos o crescente interesse no assunto. "Acho que ajudará muitas pessoas", comenta ele. "Existe ainda um grande estigma sobre o distanciamento familiar. Analisamos muito essas questões no grupo: 'O que você diz para as pessoas?', 'como você trata do assunto durante um encontro?'"

Ele reitera não estar disposto a se reconciliar com seus pais, a menos que eles reconheçam que foram racistas. "Isso da importância dos laços familiares é muito bom se você tem uma família agradável, mas, se você estiver rodeado de pessoas tóxicas, não funciona", conclui Scott.

Scott, Sam e Faizah omitiram seus sobrenomes para proteger sua privacidade e a de suas famílias.

Esta reportagem é parte da série Family Tree, que examina problemas e oportunidades enfrentados pelas famílias atuais - e como eles definirão o mundo de amanhã. Outras reportagens (em inglês) estão disponíveis no site BBC Future.

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