Qual a ligação que estabiliza a estrutura quaternária das proteínas?

As proteínas devido aos seus múltiplos grupos polares e não polares agarram-se a quase tudo; a quase tudo menos a outras proteínas.

As proteínas devido aos seus múltiplos grupos polares e não polares agarram-se a quase tudo; a quase tudo menos a outras proteínas. A isto se deve o facto de a evolução ter pressionado a que a disposição dos grupos da superfície da proteína evitassem a sua agregação sob determinadas condições fisiológicas. Se isto não acontecesse, o resultado da sua agregação não específica faria com a funcionalidade das proteínas fosse inútil. No entanto, em estudos protagonizados por Theodor Svedberg (1884 – 1971) provou-se que algumas proteínas são compostas por mais do que uma cadeia polipeptídica. Estudos posteriores estabeleceram que este facto ocorre na maioria das proteínas, principalmente nas proteínas com uma massa molecular superior a 100 kDa. Também se concluiu que estas subunidades polipeptídicas se associam numa forma geometricamente específica. A disposição espacial destas subunidades é designada de estrutura quaternária da proteína.

Existem diversas razões para que seja comum o facto de as proteínas possuírem diversas subunidades. Em organizações proteicas numerosas, como as fibrilas de colagénio, as vantagens da construção de subunidades em relação à síntese de uma cadeia polipeptídica enorme são análogas às vantagens de usar componentes pré-fabricados na construção de um edifício. Desta forma, os defeitos podem ser reparados substituindo simplesmente a subunidade defeituosa ao invés da proteína toda, o local da construção da subunidade pode ser diferente do local onde se encontra o produto final, e a única informação genética necessária para especificar o edifício inteiro é especificando as suas diferentes subunidades. No caso das enzimas, o aumento do tamanho da proteína induz uma melhor fixação das posições tridimensionais dos grupos que constituem o sítio ativo da enzima. O aumento do tamanho da enzima através da associação de subunidades idênticas é mais eficiente do que o aumento do comprimento da sua cadeia polipeptídica, uma vez que cada subunidade possui um sítio ativo. Adicionalmente, em algumas enzimas multiméricas, o sítio ativo localiza-se no interface entre as subunidades, onde o sítio ativo é compreendido por grupos de duas ou mais subunidades. Por último, mas não menos importante, sabe-se que a construção de subunidades de diversas enzimas fornece a base estrutural da regulação das suas atividades.

Uma proteína com múltiplas subunidades pode ser composta por cadeias polipeptídicas idênticas ou não idênticas. Por exemplo, a hemoglobina possui uma composição de subunidades α2β2. Geralmente designam-se de oligómeros às proteínas com subunidades idênticas e de protómeros às subunidades idênticas. Portanto, um protómero pode ser composto por uma ou por várias cadeias polipeptídicas. Desta forma, a hemoglobina é um dímero (um oligómero de dois protómeros) de protómeros αβ.

A associação de duas subunidades faz com que 1000 a 2000 Å2 de área superficial não esteja exposta ao solvente. O resultado do contacto destas regiões assemelha-se ao interior de uma subunidade singular de uma proteína: elas contêm cadeias não polares empacotadas, ligações de hidrogénio envolvendo as cadeias polipeptídicas e as suas cadeias laterais, e, em alguns casos, ligações dissulfeto entre cadeias. No entanto, interfaces entre subunidades tendem a possuir uma hidrofobicidade menor à do interior da proteína, mas maior à do seu exterior. Os interfaces entre subunidades de uma proteína que se dissociam in vivo têm menor hidrofobicidade do que interfaces permanentes. Para além disto, os interfaces proteína-proteína contêm pontes salinas que contribuem para a especificidade e também para a estabilidade da associação entre subunidades.

Outros assuntos relacionados:

  • Proteínas globulares
  • Estrutura primária da proteína
  • Estrutura secundária da proteína
  • Estrutura terciária da proteína
  • Estabilidade das proteínas

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References:

  • Eisenstein, E. e Schachman, H. K., Determining the roles of subunits in protein function, in Creighton, T.E. (Ed.), Protein Function. A Practical Approach, pp. 135-176, IRL Press (1989).

Qual a ligação que estabiliza a estrutura quaternária das proteínas?
07-01-2016

Licenciado e Mestre em Bioquímica pela Universidade da Beira Interior. Durante 2 anos estudou, sob a forma de uma bolsa de investigação, o comportamento de diversas proteínas ao adsorverem em suportes cromatográficos. Atualmente é assistente na área da qualidade e da segurança alimentar numa empresa do ramo alimentar e também exerce a função de explicador de conteúdos relacionados com a Química, Biologia, Física e Matemática. No seu tempo livre dedica-se à sua tese de doutoramento. É apaixonado pela ciência e pelo associativismo, tendo já sido organizador de diversos eventos ligados a estas temáticas. E-mail:

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Proteínas globulares

As proteínas globulares compreendem um grupo altamente diverso de substâncias que, no seu estado nativo, existem como moléculas compactas de aparência esferoide. As enzimas, os recetores e as proteínas transportadores apresentam uma estrutura globular. A maioria do conhecimento das estruturas das proteínas e, por consequência a sua função, deve-se às determinações dos seus cristais por raios-X e, mais recentemente, através da aplicação de técnicas como a ressonância magnética nuclear (RMN). Determinação da estrutura por raios-X As moléculas nos cristais de proteínas, tal como em outras substâncias cristalinas, estão dispostas numa estrutura repetitiva e regular. No entanto, os cristais de proteína diferem daqueles …

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Estudo realizados através da técnica de Raio-X em diversas proteínas demonstrou uma indicação errônea de que as proteínas apresentavam estruturas rígidas e fixas. Na verdade, as proteínas são moléculas bastante flexíveis e com mobilidade estrutural. Por exemplo, estudos realizados a partir da técnica de Raios-X indicam que o grupo heme da hemoglobina e da mioglobina estão tão rodeados pelas proteínas que não há um caminho próprio para a molécula de O2 se aproximar ou “escapar” da zona de ligação. No entanto, sabe-se que a mioglobina e a hemoglobina conseguem promover facilmente a ligação e a libertação das moléculas de O2. …

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Regulação da atividade enzimática

Um organismo deve deter a capacidade de regular as atividades catalíticas das enzimas e dos seus componentes, para que esta possa coordenar os seus processos metabólicos, responder a diversas alterações no seu ambiente e crescer/diferenciar-se de uma forma ordenada. Para tal, existem duas formas em que isto pode ocorrer: Regulação da disponibilidade da enzima: A quantidade de uma dada enzima numa célula depende tanto da sua taxa de síntese como da sua taxa de degradação. Cada uma destas taxas são diretamente controladas pela célula. Como por exemplo, a Escherichia coli (E. coli) quando cultivadas na ausência do dissacárido de lactose, …

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Proteínas Fibrosas

Este artigo é patrocinado por: «A sua instituição aqui» As proteínas fibrosas são moléculas altamente alongadas em que são compostas quase exclusivamente pela sua estrutura secundária. Muitas proteínas fibrosas, como as presentes na pele, tendões e ossos, funcionam como matérias estruturais que têm um papel protetivo, conectivo e de suporte nos organismos vivos. Outras, como as proteínas musculares e ciliares, têm funções relacionadas com o movimento. As moléculas fibrosas raramente cristalizam e assim não são, usualmente, sujeitas a determinação estrutural através da análise por raios-X. Ao invés de cristalizarem, elas se associam como fibras em que os seus longos eixos moleculares são mais …

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07-01-2016

Estrutura secundária da proteína

A estrutura secundária de um polímero é definida como a conformação local do seu suporte principal (ou cadeia principal). Nos anos de 1930 e 1940, Linus Pauling (1901 - 1994) e Robert Corey (1897 - 1971) determinaram as estruturas de raios-X de vários aminoácidos e dipéptidos num esforço para a elucidação dos constrangimentos estruturais na conformação da cadeia polipeptídica. Estes estudos indicaram que o grupo péptido tem uma estrutura rígida e planar, que, Pauling evidenciou, e que surge como uma consequência de interações de ressonância que dão à ligação peptídica um caracter de 40% de ligação covalente dupla. Esta explicação …

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Estrutura terciária da proteína

A estrutura terciária de uma proteína corresponde à sua disposição tridimensional; ou seja, é o enrolamento dos elementos da estrutura secundária, juntamente com a disposição espacial das suas cadeias laterais. A primeira estrutura de proteína determinada por raios-X (mioglobina do esperma de baleia) foi elucidada no final dos anos de 1950 por John Kendrew (1917 - 1997) e pelos seus colaboradores. A cadeia polipeptídica desta proteína foi de tal difícil compreensão que estes investigadores reportaram o seu desapontamento e frustração sobre ao não conseguirem obter uma estrutura regular. Nos anos seguintes, documentaram-se mais de 18000 estruturas de proteínas, em que …

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Estabilidade das proteínas

As medições termodinâmicas indicam que as proteínas no estado nativo são entidades marginalmente estáveis sob condições fisiológicas. A energia livre necessária para as proteínas desnaturarem é somente de ~0.4 kJ.mol-1 por resíduo de aminoácido, portanto uma proteína de 100 resíduos são estáveis por volta dos 40 kJ.mol-1. Em contraste, a energia necessária para quebrar uma só ligação de hidrogénio é de 20 kJ.mol-1. As várias influências não covalentes às quais as proteínas estão sujeitas – interações electroestáticas (atrativas e repulsivas), ligações por pontes de hidrogénio (intramoleculares e à água) e forças hidrofóbicas – têm diferentes magnitudes que podem totalizar milhares …

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Quais as ligações que estabilizam as proteínas nas estruturas?

As formas de ambas as estruturas são mantidas por ligações de hidrogênio, que se formam entre o O da carbonila de um aminoácido e o H do grupo amino de outro.

Que forças mantém a estrutura de uma proteína?

Forças de atração ou repulsão eletrostática; Pontes de hidrogênio; Forças de Van der Waals; Pontes de dissulfeto.

Quais os tipos de ligação que mantém a estrutura terciária das proteínas?

A estrutura terciária de uma proteína é determinada por interacções não covalentes entre as cadeias laterais dos aminoácidos constituintes ou, em alguns casos, por interacções covalentes designadas por pontes de disssulfureto.

Como é organizada a estrutura quaternária de uma proteína?

A estrutura formada pelas duas sub-unidades (dímero) é chamada de estrutura quaternária. Note que as sub-unidades formam uma estrutura bastante simétrica. A simetria é bastante importante na formação de estruturas quaternárias, seja de dímeros, trímeros, octâmeros, etc.