Qual a importância de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino para a filosofia medieval?

Índice

Introdução

Compreendida entre os séculos VII d.C a XIV d.C, a Filosofia Medieval foi altamente influenciada peloteocentrismo da Idade Média.

A Igreja Católica teve grande influência e determinava que todo pensamento que buscava conhecimento e as verdades deste mundo deveria buscar na Palavra de Deus, a bíblia cristã.

É neste escopo que surgem Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

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Filosofia de São Tomás de Aquino

Apesar de ser categorizado como Filósofo Escolástico, São Tomás nunca se identificou desta forma. Ele repudiava os filósofos por serem “seres que buscavam uma verdade que não vem de Deus”.

São Tomás de Aquino teve destaque nas áreas da Teologia, Origem do Universo e do Homem, Metafísica, Epistemologia e Ética.

Apesar disso, São Tomás possuía grande respeito por Aristóteles, referenciando a ele por “o Filósofo”, e dissertando sobre sua obra.

São Tomás, em seus comentários da obra de Aristóteles, comparava suas próprias ideias com as do filósofo, se utilizando de sua lógica para organizar e construir sua própria filosofia, buscando sempre exaltar o cristianismo através de suas obras.

Também estudou a Metafísica de Aristóteles, dividindo-a em “Essência do Ser Geral” e a “Essência do Ser Pleno”, sendo este último Deus.

Ele definiu a própria Metafísica como sendo um trio de pensamentos, Metafísica enquanto ciência do ente, ciência divina e filosofia. Estas três levavam o homem a Deus através do pensamento lógico e da razão.

São Tomás defendia sempre a conciliação da fé com a razão, tentando mostrar que uma não exclui outra, mas sim aperfeiçoava e completava.

Assim, teve grande parte na Teologia dos próximos séculos onde defendia a junção da Filosofia com a Teologia. Apesar dessa tentativa, São Tomás acabou entrando em algumas discordâncias com a Igreja Católica.

Enquanto São Tomás defendia que o Universo era infinito, sem início nem fim, e por tal ele sempre existiu, apenas os humanos vieram a existir em determinado ponto, a Igreja defendia que o Universo foi criado juntamente com os humanos, seguindo cada um uma interpretação da bíblia cristã.

Filosofia de Santo Agostinho

Santo Agostinho foi um Bispo da Igreja Católica que estudou principalmente temas voltados à Teologia, sendo ínfimos seus estudos fora desta área.

Entre seus estudos se destacam: Antropologia Cristã, Astrologia, Eclesiologia, Escatologia, “Guerra Justa” e o Conhecimento Natural afiliado a Interpretação Bíblica.

Agostinho foi o primeiro a dissertar sobre a Antropologia Cristã, defendendo que somos feitos de uma junção entre nossos corpos físicos e nossa alma, sendo a alma detentora da inteligência e da razão, e por este motivo, mais importante que o corpo.

Apesar desta hierarquização estabelecida, ele ainda dá importância ao corpo, exemplificando em uma metáfora que “Nosso corpo é nossa esposa”, e que devemos cuidado e respeito a ele.

A Guerra Justa que Agostinho disserta mostra como deve ser o comportamento de um cristão frente à guerra, ou qualquer tipo de injustiça segundo seu texto.

Segundo ele o cristão não pode agir de maneira a fazer o mal apenas pelo querer, mas estas atitudes estão autorizadas quando se mostra necessário, como a guerra, ou autodefesa pessoal ou de um ente querido. Nestes casos ele alega que Deus permite ações agressivas por parte do cristão.

Seus estudos da interpretação bíblica também regem grande parte de seus estudos. Santo Agostinho buscava interpretar e esclarecer metáforas e textos obscuros da bíblia, que muitas vezes eram ensinados errados.

Exemplificando, Santo Agostinho ensinava que não se deveria acreditar que nosso mundo foi criado em 6 dias como dito no livro de Gênesis, mas que este é somente um artifício lógico, uma metáfora, para mostrar a passagem do tempo e a ordem das criações de Deus.

Ele defendia uma interpretação baseada na razão e no conhecimento natural das coisas.

Qual a importância de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino para a filosofia medieval?

Santo Agostinho (354-430) e S�o Tom�s de Aquino (1227-1274) foram, respectivamente, os maiores pensadores da Patr�stica e da Escol�stica. Santo Agostinho valeu-se da filosofia de Plat�o, enquanto Santo Tom�s de Aquino da de Arist�teles. Com isso, cada qual, em sua �poca, pode influenciar n�o s� a religi�o cat�lica como muitos pensadores crist�os que lhes sucederam.

Tanto Santo Agostinho como Santo Tom�s de Aquino afirmam que Deus, sendo eterno, transcendente, todo bondade e todo sabedoria, criou a mat�ria do nada e, depois, tudo o que existe no universo. Para Santo Agostinho, as id�ias ou formas estavam no Esp�rito de Deus. Santo Tom�s de Aquino acrescenta a no��o dos universais em seus racioc�nios. Dizia que Deus � a causa da mat�ria e dos universais. Al�m disso, Deus est� continuamente criando o mundo ao unir universais e mat�ria para produzir novos objetos.

Nenhum deles colocava em d�vida a imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que alma e corpo s�o distintos, mas n�o soube explicar como a alma se liga ao corpo. De acordo com Santo Tom�s, a alma humana � princ�pio imaterial, espiritual e vital do corpo � foi criada por Deus. Acreditava que a alma espiritual � agregada ao corpo por ocasi�o do nascimento, e continua a existir depois da morte do corpo, formando, pois, por si mesma, um novo corpo, um corpo espiritual, por meio do qual atua por toda a eternidade.

Em suas teorias, reportam ao "desprezo do mundo". Contudo, Santo Agostinho mostra-se incapaz de decidir entre o mundo e desprezo por ele. A despeito dessa d�vida, apega-se firmemente � id�ia de que a Igreja, como a encarna��o mundana da cidade de Deus, deve ter supremacia sobre o Estado. Santo Tom�s de Aquino, da mesma forma que Arist�teles, doutrinava que o homem � naturalmente um ser pol�tico e procura estar em sociedade. Este homem deve tributar lealdade � Igreja e a Deus, mas tem, tamb�m, que obedecer ao Estado porquanto este, por sua vez, recebeu o seu poder da Igreja.

F�, Raz�o e Revela��o s�o os pontos fundamentais de suas teorias. Santo Agostinho demonstra claramente sua voca��o filos�fica na medida em que, ao lado da f� na revela��o, deseja ardentemente penetrar e compreender com a raz�o o conte�do da mesma. Santo Tom�s consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equil�brio nas rela��es entre a F� e a Raz�o, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas n�o as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da raz�o natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da raz�o divina manifestada na revela��o.

Fiquemos com o lado bom de seus racioc�nios, ou seja, a cren�a num Deus �nico, causa prim�ria todas as coisas. Refutemos, por�m, a supremacia que deram � Igreja, considerando-a como a monopolizadora da revela��o de Deus. 

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos B�sicos dos Grandes Fil�sofos. S�o Paulo, Cultrix.

S�o Paulo, 09/03/2001

Qual a importância de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino para o conhecimento filosófico?

Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino constituem os pilares da escolástica, essencialmente uma pedagogia fundada na teologia cristã e que se constituiu ao longo da Idade Média. Ambos os filósofos estão na base doutrinária da pedagogia do cristianismo e ainda têm profunda influência na pedagogia laica contemporânea.

Qual a importância de Santo Agostinho para a filosofia medieval?

Foi responsável por reforçar o conceito de 'pecado original' e desenvolver o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus, distinta da cidade material dos homens. Também afirmou que a origem do mal estaria no livre-arbítrio, concedido por Deus, donde todo mal seria o resultado do livre afastamento do bem.

Qual foi a importância de Tomás de Aquino para o pensamento medieval?

São Tomás de Aquino tem grande importância para o cristianismo, pois ele foi um frade que escreveu obras como preces e sermões, além de comentários cristãos. Também deixou legado para a Teologia e Filosofia. Foi o precursor do tomismo e teve Aristóteles como sua maior influência.