Qual a diferença do Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente?

Após a morte do imperador Teodósio em 395, a unidade do Império é definitivamente quebrada com a divisão feita pelos seus dois filhos: Arcádio (Augusto desde 383), o mais velho, obteve o Oriente com sede em Constantinopla; Honório (Augusto desde 393), recebeu o Ocidente com sede em Milão ou Ravena. Na época, este ato não representava qualquer inovação, já que a partilha das responsabilidades e atribuições era prática corrente. Além disso, a ideia de unidade mantinha-se devido à figura de Estilicão, general de origem vândala, imposto por Teodósio como tutor dos jovens soberanos. Nas duas partes do império mantinham-se também idênticas instituições, tanto nas províncias como nos organismos centrais. Porém, não há dúvida que se vinha já produzindo uma diferenciação económica e social profunda entre Ocidente e Oriente, iniciada muito antes de 395, e que se acentuou nos anos seguintes, entre 395 e 410, devido, sobretudo, ao problema germânico. O Ocidente apresentava-se militarmente frágil e permeável às investidas bárbaras. A partir de 401, os Ostrogodos invadem as províncias do Danúbio superior. A partir de 406, são os Vândalos, os Sármatas, os Alanos e os Alamanos que devastam a Gália Ocidental, e Alarico saqueia Roma (410). O próprio Estilicão, internamente perseguido pelo partido antibárbaro, é decapitado a 22 de agosto de 408. O Ocidente ficou sob o poder dos chefes bárbaros e em 476, Odoacro, chefe dos Hérulos, depôs o último imperador romano do ocidente, Rómulo Augusto, e devolveu as insígnias ao imperador do Oriente cujos sucessores reinaram em Constantinopla até 1453.

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Porto Editora – Divisão do Império Romano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-10-21 13:06:32]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$divisao-do-imperio-romano

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Qual a diferença do Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente?

Porto Editora – Divisão do Império Romano na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-10-21 13:06:32]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$divisao-do-imperio-romano

Uma série de conflitos entre Papas e Imperadores bizantinos deflagrou o Cisma do Oriente em 1054, que dividiu o mundo cristão entre a Igreja Católica do Ocidente, com sede na cidade de Roma, e a Igreja Católica do Oriente, com sede na cidade de Constantinopla. Na parte ocidental, a Igreja foi chefiada pelo Papa e, na parte oriental, o controle ficou estabelecido pelo Imperador que possuía grande influência religiosa. Apesar de o Cristianismo ter sido a religião oficial tanto no Ocidente quanto no Oriente, isso não impediu que houvesse uma gigantesca diferença cultural entre os dois lados.

A cidade de Constantinopla, atual região da Turquia, foi a capital do Império Romano do Oriente e possuía uma privilegiada localização geográfica entre a Ásia e a Europa, o que impulsionou o desenvolvimento do comércio e contribuiu para uma vida urbana agitada. Produtos como perfumes, tecidos de seda, porcelanas e peças de vidro eram comercializados pelo continente europeu. Esse desenvolvimento impulsionou o crescimento da capital oriental que chegou a ter aproximadamente 1 milhão de habitantes.

A prática do comércio contribuiu para que os bizantinos entrassem em contato com diferentes países. Diante disso, os cristãos do Oriente sofreram influência de diversas culturas. Essas influências atingiram, por exemplo, o idioma bizantino, que passou a ser o grego a partir do século VI. A arquitetura grega também influenciou os bizâncios, que realizaram construções gigantescas e luxuosas, como foi o caso da construção da Igreja de Santa Sofia.

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As diferenças mais profundas entre cristãos do Ocidente e do Oriente estiveram no campo da religião. Os seguidores da Igreja Católica do Oriente desenvolveram vários pensamentos que se distanciaram das concepções religiosas dos fiéis da Igreja Católica do Ocidente. Entre essas diferenças, destacaram-se o Monofisismo e a Iconoclastia.

O Monofisismo foi a negação da natureza humana de Deus, afirmando somente a existência da natureza divina. Este pensamento era totalmente inverso ao que era postulado pelos cristãos do Ocidente. A Iconoclastia, outro exemplo das características próprias do cristianismo bizantino, era contra a adoração de imagens de santos por pensarem ser esta uma prática de heresia. Essas divergências religiosas dos cristãos da Igreja do Oriente perante os cristãos da Igreja do Ocidente foram consolidadas a partir do Cisma do Oriente em 1054.

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  • Império Romano - Cristianismo - Da pregação de Jesus a Constantino
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O desguarnecimento do limes (ou fronteiras) tornava-se ainda mais grave naquelas regiões onde as fronteiras naturais do Império (desertos, montanhas, oceano) eram mais frágeis. E essa fragilidade mostrava-se mais acentuada na fronteira do Império com a vasta região conhecida como Germânia, a qual tinha como fronteira básica os rios Reno e Danúbio.

A região conhecida pelos romanos como Germânia abrigava uma série de povos, genericamente chamados de germânicos, como francos, vândalos, visigodos, ostrogodos, anglos, saxões, jutos, hérulos, burgúndios, lombardos e vários outros. Tais povos representavam um potencial numérico muito grande e uma ameaça efetiva ao Império, notadamente num quadro de retração do seu poderio militar.

Tetrarquia e divisão do Império

A crise econômica teve também uma clara manifestação administrativa. A redução da arrecadação gerou uma queda no número de funcionários do Estado, tornando a administração mais difícil, principalmente nas províncias mais distantes de Roma.

Numa tentativa de sanar esse problema, o imperador Diocleciano dividiu o Império em duas partes: o Ocidente, com capital em Roma, e o Oriente, com capital em Bizâncio, às margens do mar Negro. Em cada uma dessas partes havia um imperador, com o título de Augusto, e um outro governante para as regiões mais distantes, com o título de César. Por contar com, na verdade, 4 governantes, essa forma de divisão foi chamada de Tetrarquia.

A Tetrarquia durou pouco tempo. Já no início do século 4, o imperador Constantino reunificou o Império. Entretanto, como o risco de invasão fosse maior na parte ocidental, ele transferiu a capital para Bizâncio, mais protegida e, na época, mais rica. Ali, ele ergueu uma cidadela para servir de sede ao governo, dando a ela o nome de Constantinopla, nome que, durante séculos, acabou designando toda a cidade.

Durante o século 4, o Império manteve-se unificado, com sua sede em Constantinopla. No final do século, o imperador Teodósio estabeleceu, em 395, a divisão definitiva: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino, com capital em Constantinopla.

Decadência e êxodo urbano

Ao mesmo tempo em que o Império se debatia com toda a sorte de dificuldades administrativas e militares, os aspectos econômico e social da crise iam gerando uma nova realidade. O declínio do comércio gerava uma decadência de toda a atividade urbana. E a incapacidade crescente do Estado romano de manter a ordem e a paz internas transformava as cidades em alvo de ataques e saques. Outro elemento era a impossibilidade de manter a política de concessão de alimentos à plebe miserável, tornando impossível sua permanência em Roma.

Esses elementos vão gerar um processo de êxodo urbano. A grande massa que sai das cidades para o campo vai passar a viver e trabalhar naqueles mesmos latifúndios em que, até então, utilizava-se a mão-de-obra escrava. O declínio da escravidão abria espaço, portanto, para o trabalho plebeu, mas em condições significativamente diferentes.

Tais latifúndios continuavam com sua mesma extensão, sendo necessário que várias famílias vivessem e trabalhassem dentro de uma mesma propriedade. Assim, a paisagem rural do Império, notadamente no ocidente, passou a se caracterizar por um tipo de propriedade à qual os romanos davam o nome de vilas, nas quais várias famílias de trabalhadores vivem e trabalham numa terra que não lhes pertence.

Bases do feudalismo

Esse processo de ruralização apresentava outras características. Esses trabalhadores, apesar de serem livres, não eram proprietários da terra. Ao mesmo tempo, a escassez de moedas inviabilizava o pagamento de salários. Dessa forma, a única possibilidade de vida para esses trabalhadores era extrair da terra o seu sustento, entregando ao proprietário um excedente - como forma de pagamento pelo uso da terra. São os primeiros rudimentos econômicos do feudalismo, já presentes na crise do Império.

Ao lado desses elementos, outra realidade se desenrolava. Desde o início do século 3, o Império havia adotado a política de permitir que tribos bárbaras se instalassem dentro das suas fronteiras. Essa relação estabelecia-se com o Império cedendo a essas tribos terras, chamadas pelos romanos de feudus.

Esses bárbaros eram admitidos na condição de colonos, segundo a qual, em troca da terra, eles se comprometiam a cultivá-la, pagar tributos ao Império e, por lei, estar presos à terra, não podendo deixá-la. Isso se explica pela necessidade romana de usar esses povos para a própria defesa das regiões fronteiriças. Tanto que esses bárbaros eram também considerados como federados ao Império, termo que tinha uma conotação de aliados militares.

Quando a crise no interior do Império agravou-se, no final do século 3, com Roma cada vez mais dependente da produção agrícola, o regime de colonato foi estendido para as próprias populações romanas. Tal medida foi baixada pelo imperador Diocleciano, tornando o colonato uma instituição.

Os hunos, os povos germânicos e o fim do Império

A partir do final do século 4, a situação do Império tendeu ao colapso. Já por volta de 370, a presença de um povo asiático - os hunos - no sul da Europa contribuiu para destruir o frágil equilíbrio em que ainda se assentava o Império e sua relação com os povos bárbaros.

Ao longo de quase um século, os hunos assolaram regiões da Europa, chegando mesmo a sitiar Roma em 452. Ferozes, saqueadores e extremamente numerosos, eles espalharam terror por várias regiões da Europa, incluindo a Germânia.

Para vários historiadores, os ataques dos hunos contribuíram largamente para pressionar os povos germânicos em direção às terras pertencentes a Roma, acelerando o processo de invasões. Tais invasões se estenderam ao longo do século 5. Os visigodos saquearam Roma em 410, e os vândalos em 455; os francos, após saquearem Roma, ocuparam a Gália; anglos, saxões e jutos invadiram a Bretanha; burgúndios, o sul da França; lombardos, o norte da Itália; e, em 476, os hérulos, seguidos pelos ostrogodos, depuseram o último imperador, Rômulo Augústulo.

Esse evento assinala oficialmente o fim do Império Romano do Ocidente. A parte oriental do Império manteve-se unificada até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos. Entretanto, a influência do chamado Império Bizantino sobre a Europa foi rapidamente esvaindo-se. As áreas dominadas pelos vários povos germânicos deram origem a uma série de reinos fragmentados, destruindo a unidade imposta pelos romanos. Também esse evento assinala o início da Idade Média europeia, erigida a partir justamente da integração entre elementos romanos e germânicos.

Qual a diferença entre o Império Romano do Oriente e do Ocidente?

A sede oriental estava em um território (Ásia Menor, hoje Turquia) onde a língua principal era o grego. A sede ocidental tinha Roma como “capital simbólica” e onde ainda estava sediado o senado, mas a sede de comando era Milão. E no setor ocidental a língua principal era o latim.

Porque o Império Romano foi dividido em dois Ocidente e Oriente?

Inicialmente, a construção de Constantinopla (pelo imperador Constantino, no ano de 330) e, posteriormente, a divisão do Império em duas partes (executada pelo imperador Teodósio, em 395) tinham como principal objetivo evitar, controlar e manter a preponderância do Império Romano.

O que significa Império Romano do Ocidente?

O Império Romano do Ocidente compreende as províncias ocidentais do Império Romano em qualquer época durante a qual foram administradas por uma corte imperial independente; em particular, este termo é usado na historiografia para descrever o período entre os anos 395 e 476, onde havia cortes equivalentes e separadas ...

Quais são as principais características do Império Romano do Ocidente?

Características do império romano O controle das províncias era feito por Roma; Politeísta; O governante tinha cargo vitalício; A extensão territorial era obtida por conquistas ou golpes militares.