Quais são os impactos ambientais da hidrelétrica de Belo Monte?

Autores

  • Josiane Rowiechi Universidade Estadual de Londrina
  • Fábio Luiz Zanardi Coltro Universidade Estadual de Londrina https://orcid.org/0000-0002-6261-3182

DOI:

https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2020.9.3.31735.74-96

Palavras-chave:

Estado, Hidrelétrica de Belo Monte, Antropoceno, Capitaloceno, Ecologia-mundo

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, localizada em Altamira – PA, região Amazônica no Brasil, pela perspectiva da ecologia-mundo. Para o desenvolvimento desde estudo, apresenta-se a relação do Estado no que se refere às configurações funcionais e às críticas no âmbito das decisões de políticas ambientais, em especial no tocante às grandes obras de infraestrutura, como no caso da usina de Belo Monte, bem como seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Trata-se da temática da natureza nas organizações referindo-se à sustentabilidade, antropoceno, capitaloceno, ecologia-mundo e as estratégicas de embaratecimento da natureza, da energia e da vida. Os procedimentos metodológicos apoiaram-se em pesquisa documental, através de abordagem qualitativa descritiva. Os resultados da análise apresentaram que as condicionantes impostas pelo Estado apenas promoveram a mitigação das consequências irreversíveis que a grande obra ocasionou, modificando para sempre a forma de vida destas comunidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josiane Rowiechi, Universidade Estadual de Londrina

Mestranda em Administração pela Universidade Estadual de Londrina. Especialista em Gestão Empresarial pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (2007). Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (2004). Atualmente é professora na Universidade Estadual do Paraná: Campus - Apucarana

Fábio Luiz Zanardi Coltro, Universidade Estadual de Londrina

Graduado em Marketing e Propaganda pela Universidade Norte do Parana (2001), Especialista em Bioética pela UEL - Universidade Estadual de Londrina (2002) e Mestre em Geografia, Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UEL - Universidade Estadual de Londrina (2005) e Doutor em Geografia pela UEL - Universidade Estadual de Londrina e University of Cambridge (UK). Desenvolveu pesquisas na área de Animal Geography; Consumo Sustentável; Ética Animal; Responsabilidade Sócio-ambiental e Pós-humanismo. Também é pesquisador da área de bioética, em especial para a Ética Animal e Ética Ambiental da Sociedade Brasileira de Bioética. Tem experiência na área de pesquisa em relações humano-animal, atuando principalmente nos seguintes temas: Antropoceno; Animal Geographies, Bioética, Meio Ambiente, Ética animal. Atualmente pesquisa na área de Animal Geographies; Antropoceno e Capitaloceno

Referências

Acselrad, H. (2009). A noção de “sustentabilidade” presente no documento intitulado “RIMA do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte”. Análise crítica do estudo de impacto ambiental do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte. Belém: Painel de Especialistas, 53-54.

Altvater, E., Crist, E. C., Haraway D. J., Hartley, D., Parenti, C & McBrien J. (2016). Anthropocene or capitalocene? Nature, history, and the crisis of capitalism. (Mo-ore, J. ed). San Francisco. Pm Press.

Artaxo, P. (2014). Uma nova era geológica em nosso planeta: o Antropoceno? Re-vista Usp, (103), 13-24.

Barry, A., & Maslin, M. (2016). The politics of the Anthropocene: a dialogue. Geo: Geography and Environment, 3(2), -00022. https://doi.org/10.1002/geo2.22

Bermann, C. (2012). O projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte: a autocracia ener-gética como paradigma. Novos Cadernos NAEA, 15(1).: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v15i1.895

Castro, E. (2009). Belo Monte e efeito sobre o aumento no desmatamento no Pará e na Amazônia. Análise crítica do estudo de impacto ambiental do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte. Belém: Painel de Especialistas, 55-59 Recuperado de http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/Dossie/BM/Outros/Belo%20Monte%20painel%20especialistas.pdf

Crutzen, P. J. (2002). Geology of mankind. Nature, 415(6867), 23.

Cunha, J. M., Lima, F. C. T., Zuanon, J. A. S., Birindelli, J. L. O., & Buckup; P. A. (2009). Avaliação do EIA–RIMA – ictiofauna (2). Em: Painel de Especialistas - Análise Crítica do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte. 148-159 Recuperado de http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/Dossie/BM/Outros/Belo%20Monte%20painel%20especialistas.pdf

Davis, H., & Todd, Z. (2017). On the Importance of a Date, or, Decolonizing the An-thropocene. ACME: An International Journal for Critical Geographies, 16(4), 761-780. Retrieved from https://acme-journal.org/index.php/acme/article/view/1539

Di Chiro, G. (2016). Environmental justice and the Anthropocene meme. In The Ox-ford Handbook of Environmental Political Theory.

Downs, A. (1972). Up and down with ecology: The issue-attention cycle. The public, 462-473.

Duit, A., Feindt, P. H., & Meadocrowft, J. (2016). Greening Leviathan: the rise of the environmental state? Environmental Politics, 25(1), 1-23. https://doi.org/10.1080/09644016.2015.1085218

Época Negócios. (2019). Belo Monte quer térmica para suprir baixa geração. Recu-perado em 24, de maio, de 2020, de https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2019/12/epoca-negocios-belo-monte-quer-termica-para-suprir-baixa-geracao.html

Fearnside, P. M. (2015). Hidrelétricas na Amazônia – Impactos ambientais e sociais na tomada de decisões sobre grandes obras. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Vol.1. Recuperado de https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4683

Hamilton, L. C., Hartter, J., Lemcke-Stampone, M., Moore, D. W., & Safford, T. G. (2015). Tracking Public Beliefs About Anthropogenic Climate Change. PLoS ONE, 10(9).

. Heikkurinen, P., Rinkinen, J., Järvensivu, T., Wilén, K., & Ruuska, T. (2016). Organ-ising in the Anthropocene: an ontological outline for ecocentric theorising. Jour-nal of Cleaner Production, (113), 705-714. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2015.12.016

Jessop, B. (2016). The State: past, present, future. Cambridge: Polity Press.

Lacerda, J. M. A. F., Vasconcelos, F. D. A., & Ludwig, F.J. (2019). O caso Belo Mon-te e a proteção interamericana dos direitos humanos: A reação do Estado Brasi-leiro. Revista de Estudos Internacionais (REI) 10(2) 128-152.

Lewis, S. L., & Maslin, A. M. (2018). The Human Planet How we created the Anthro-pocene. Londres. A Pelican Book.

Maia, R. E. F., Guerra, G. A. D., & Calvi, M. F. (2017). Dilemas do processo de des-territorialização de famílias atingidas por grandes projetos na Volta Grande do Xingu, Pará, Brasil. Revista Nera 20(37), 195-215. https://doi.org/10.47946/rnera.v0i37.4050

Malm, A., & Hornborg, A. (2014). The geology of mankind? A critique of the Anthro-pocene narrative. The Anthropocene Review, 1(1) 1-8. https://doi.org/10.1177/2053019613516291

Marques, E. C. (1997). Notas críticas à literatura sobre Estado, políticas estatais e atores políticos. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências So-ciais, 43(1), 67-102.

Marx, K. (2015) Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. São Paulo: Boitempo Editorial.

Merrian, S.B. (2009) Qualitative research: a guide to design and implementation. San Francisco: Jossey-Bass.

Minayo, M. C. D. S. (2001). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. Petrópo-lis: Vozes.

Moore, J. W. (2015). Capitalism in the Web of Life: Ecology and the Accumulation of Capital. USA-UK: Verso Books.

Moore, J. W. (2017). The Capitalocene, Part I: On the nature and origins of our eco-logical crisis. The Journal of Peasant Studies, 44(3), 594-630. https://doi.org/10.1080/03066150.2016.1235036

Moore, J., & Patel, R. (2018). A História do Mundo em Sete Coisas Baratas (Portu-guese Edition) (Portuguese) Unknown Binding.

O'Connor, J. (2002). ¿Es posible el capitalismo sostenible? In: Alimonda, H. (org.) Ecología política. Natureza, sociedad y utopia. (pp. 27-52), Buenos Aires: CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales.

Parenti, C. (2016). In. Moore, J., W., (ed..), Anthropocene or Capitalocene? Nature, History, and the Crisis of Capitalism. (pp. 166-184), San Francisco. PM Press.

Pierri, N. (2001). El Proceso histórico y teórico que conduce a la propuesta del desa-rrollo sustentable. In: Pierri, N., & Foladori, G. (Eds.) Sustentabilidad? Desacuer-dos sobre el desarrollo sustentable. Montevideo: Trabajo y Capital.

Santos, T., Santos, L., Albuquerque, R., & Corrêa, E. (2013). Belo Monte: impactos sociais, ambientais econômicos e políticos. Tendencias, 13(2), 214-227. Recu-perado a partir de https://revistas.udenar.edu.co/index.php/rtend/article/view/479.

Satterthwaite, D. (2009). The implications of population growth and urbanization for climate change. Environment and Urbanization, 21(2), 545-567.

Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em Ciências Sociais – A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas S.A

Villas-Bôas, A., Rojas Garzón, B., Reis, C., Amorim, L., & Leite, L. (org.). (2015). Dossiê: Belo Monte – não há condições para a Licença de Operação. Vozes do Xingu. Instituto Socioambiental (p. 172), Brasília, DF, Brasil.

Vom Hau, M. (2015). State theory: Four analytical traditions. The Oxford Handbook of Transformations of the State. Oxford: Oxford University Press.

Wright, C., Nyberg, D.; Rickard. L., & Freund, J.; (2018). Organizing in the Anthro-pocene. Organization, 25(4), 455 – 471. https://doi.org/10.1177/1350508418779649

Quais são os impactos ambientais da hidrelétrica de Belo Monte?

Como Citar

Rowiechi, J., & Zanardi Coltro, F. L. . (2021). Impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte na teia da vida: uma análise sob a perspectiva da ecologia-mundo. Revista Gestão & Conexões, 9(3), 74–96. https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2020.9.3.31735.74-96

Edição

Seção

Seção Especial: Relações organização-natureza no Antropoceno:“Nossa casa está...

Licença

Os direitos autorais dos originais aprovados serão automaticamente transferidos à Revista, como condição para sua publicação, e para encaminhamentos junto às bases de dados de indexação de periódicos científicos.

Esta cessão passará a valer a partir da submissão do manuscrito, em formulário apropriado, disponível no Sistema Eletrônico de Editoração da Revista.

A revista se reservará o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos(as) autores(as).

Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos(às) autores(as), quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.

As provas finais serão encaminhadas aos(às) autores(as).

Os trabalhos publicados passarão a ser de propriedade da Revista, ficando sua re-impressão (total ou parcial) sujeita à autorização expressa da Revista. Em todas as citações posteriores, deverá ser consignada a fonte original de publicação: Revista Gestão & Conexões.

A Universidade Federal do Espírito Santo e/ou quaisquer das instâncias editoriais envolvidas com o periódico não se responsabilizarão pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos. As opiniões emitidas pelos(as) autores(as) dos artigos serão de sua exclusiva responsabilidade.

Em todo e qualquer tipo de estudo que envolva situações de relato de caso clínico é fundamental o envio de cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado(s) pelo(s) paciente(s).

Quais são os impactos ambientais da Usina Hidrelétrica de Belo Monte?

A obra pode destruir igarapés que cortam cidades importantes do interior do Pará, como Altamira e Ambé. Áreas de agricultura de pequeno porte serão inundadas. Muitos produtores já perderam seu chão. Também pode comprometer o transporte fluvial em algumas áreas e isolar totalmente centenas de comunidades ribeirinhas.

Quais foram os impactos negativos e positivos causados pela construção da hidrelétrica de Belo Monte?

O desmatamento é um tema que também está fortemente ligado a construção da Usina de Belo Monte, pois cerca de 640 km quadrados de floresta amazônica seriam alagados, inundados e destruídos. Vale lembrar que este fator ainda compromete a cultura local. E, além dela, o projeto também comprometerá a flora e a fauna local.

Quais são os impactos decorrentes da construção da hidrelétrica de Belo Monte sobre os diversos atores que vivem na região?

Os impactos decorrentes da construção da hidrelétrica de Belo Monte sobre os diversos atores que vivem na região onde se pretende construí-la estão relacionados com. a promoção do desenvolvimento das atividades tradicionais possibilitada pela disponibilidade de energia.

Quais são as vantagens e desvantagens da Usina de Belo Monte?

A usina deve fornecer eletricidade para 60 milhões de pessoas quando entrar em operação. Por outro lado, está encravada na Floresta Amazônica e não tem como não causar problemas ambientais. Confira os principais pontos contra e a favor da terceira maior usina do planeta. A maior vantagem é óbvia: mais eletricidade.