Quais são as três regiões geoeconômicas

As regiões geoeconômicas do Brasil não seguem os limites das fronteiras dos estados, e sim, critérios socioeconômicos. As três regiões geoeconômicas do Brasil são a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.

Divisão do Brasil em complexos regionais

O planejamento governamental ocorre em nível municipal, estadual e federal.

A partir do governo de Getúlio Vargas, o governo federal passou a centralizar a arrecadação de impostos, fato agravado durante o regime militar. Esse processo de centralização de poder assumiu características marcantes após a integração econômica que ocorreu com o processo de concentração industrial no Sudeste. A região recebeu uma alocação maciça de recursos federais para criar uma infraestrutura energética e uma rede de transportes.

No final da década de 1950, as disparidades regionais criadas pela concentração espacial das atividades econômicas já era fato marcante e o governo federal passou a intervir na criação de órgãos de planejamento de desenvolvimento regional (SUDENE, SUDAM, etc.). Contudo, a via de desenvolvimento adotada por esses órgãos foi a do crescimento econômico por meio de grandes projetos que, de fato, não amenizaram significativamente as graves condições de vida da população.

PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NO PIB (2006)

Quais são as três regiões geoeconômicas

IBGE - Contas Regionais do Brasil 2006

PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NO PIB

Quais são as três regiões geoeconômicas

Fonte: IBGE

 O Brasil sofreu influências da colonização de exploração e do povoamento do país. As atividades econômicas e culturais de cada região mantêm uma forte influência histórica. Com o processo de industrialização, acelerado após 1930, a desigualdade no Brasil aumentou. Há enormes contrastes no desenvolvimento das grandes cidades do país e entre as suas regiões. O mapa acima ilustra desequilíbrios na concentração do PIB nos estados do Brasil.

O governo federal tem tomado medidas para diminuir a desigualdade por meio de programas como o Bolsa Família e o Fome Zero, que visam a ajudar dezenas de milhões de brasileiros.

Herança do Planejamento Centralizado

O objetivo da divisão regional do território brasileiro era o de facilitar o planejamento governamental, diretamente ou por meio das superintendências regionais, nas áreas de atuação do governo: saúde, educação, moradia, transportes, comunicações, energia e lazer.

Uma das divisões regionais usada em estudos geográficos é a do Brasil em três regiões geoeconômicas: Amazônia Legal, Nordeste e Centro-Sul. Essa divisão, diferentemente da divisão do Brasil em cinco regiões, considera aspectos econômicos, mas não os limites dos estados. Por exemplo, os aspectos econômicos do norte de Minas Gerais se assemelham aos do Nordeste. Portanto, o norte de Minas, diferentemente do sul do estado, é classificado como fazendo parte da região geoeconômica do Nordeste.

As áreas geoeconômicas identificam em mais detalhes as grandes necessidades de cada região. Contudo, assim como há disparidades entre as regiões brasileiras, há também grandes contrastes dentro de cada macrorregião. É, portanto, impossível estabelecer uma política de desenvolvimento para toda uma região. Há uma profunda desigualdade social no país, com grande concentração de renda em certos estados, como ilustra o mapa acima.

Estudaremos, a seguir, a divisão regional que considera três grandes conjuntos geoeconômicos: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.

OS TRÊS GRANDES COMPLEXOS REGIONAIS

Amazônia Legal

A região da Amazônia Legal foi delimitada em 1966 pelo Governo Federal, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), visando a criar incentivos para desenvolvê-la. A Amazônia Legal inclui os estados do Amazonas, Amapá, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e parte dos estados de Maranhão e Goiás.

A região da Amazônia Legal compreende a Floresta Amazônica brasileira que, com quase cinco milhões de quilômetros quadrados, representa mais da metade do território nacional. A natureza domina a região: há enormes bacias hidrográfica e diversa fauna e flora. A Amazônia Legal também inclui o cerrado e outros ecossistemas.  A natureza é um componente fundamental para o desenvolvimento dessa região.

Por ser uma região de difícil acesso – as distâncias são grandes para se chegar às principais cidades –, apresenta baixas densidades populacionais, as menores do país, apesar de o processo de povoamento ter sido intenso nas últimas décadas. Na década de 1970, o governo, com o objetivo de desenvolver essa região e integrá-la ao restante do país, criou muitos incentivos para que milhões de brasileiros passassem a habitá-la. O governo investiu em estradas, na construção de usinas hidroelétricas e em vários programas de desenvolvimento para estimular a ocupação dessa região. Sua rede urbana é composta por algumas metrópoles, pelas capitais regionais e por cidades locais dispersas.

A economia da Amazônia Legal é fundamentada no extrativismo vegetal e na lavoura. Contudo, a política brasileira da década de 1970 (o Plano de Integração Nacional – PIN) resultou em transformações na região, pois os novos focos econômicos se tornaram a agropecuária e a mineração. Grandes projetos foram implantados, tendo sido financiados parcialmente pela Sudam.

As atividades econômicas da região são, em grande parte, primárias. A derrubada de enormes trechos da floresta para abrir espaço para a pecuária se intensificou a partir da década de 1970, visando à criação de gado para exportação de carne. Áreas desmatadas se tornaram grandes propriedades de terra. Contudo, a pecuária não se desenvolveu tanto quanto se esperava. Muitas das áreas desmatadas permanecem ociosas e pertencem a multinacionais ou empresários brasileiros. Além disso, os limites das propriedades não são claros e, consequentemente, o caos fundiário não é incomum.

A expansão agrícola e o povoamento da Amazônia resultaram em danos ambientais: florestas e cerrados foram desmatados para criar espaço para áreas agrícolas. Tal desmatamento resultou em muitos problemas graves – sociais e ambientais. Além disso, os projetos agropecuários e minerais realizados na Amazônia obtiveram resultados limitados e duvidosos em termos de desenvolvimento sustentável local e regional. Para agravar a situação: em grandes plantações e áreas de garimpo, há formas de escravidão, inclusive exploração sexual.

Os projetos de desenvolvimento econômico na Amazônia foram caracterizados não apenas pelos seus impactos ambientais negativos, mas também por sua ineficácia. Há na Amazônia um ritmo acelerado de destruição: desmatamento de grandes áreas, erosão do solo, poluição e contaminação dos rios. Na Floresta Amazônica há muitas espécies em perigo de extinção. Isso resulta em desequilíbrios ecológicos.

Quais são as três regiões geoeconômicas

Onça-Pintada

O desmatamento, causado pela pecuária, pelas fábricas de madeira e pelos incêndios, empobrece o solo, prejudica o meio ambiente e resulta na escassez de espécies de plantas. O crescimento do cultivo da soja, com a implantação de monoculturas mecanizadas, também contribui para acelerar o desmatamento da Floresta Amazônica. Se o processo de desmatamento não for impedido, haverá mudanças drásticas no ecossistema da região.

O extrativismo vegetal – a extração da borracha – é uma atividade de importância fundamental para a região, principalmente para o estado do Acre. A extração da borracha é praticada de forma rudimentar, pois não é um produto muito exportado. Entre 1870 e 1910 e, décadas mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil era um grande exportador de borracha. Contudo, após a segunda Grande Guerra, a exportação brasileira de borracha voltou a decrescer: o país não conseguia competir com o Sudeste Asiático.

A madeira e a castanha-do-pará também são produtos extrativos de alguma importância econômica para a região.

A mineração na Amazônia gera quase dois milhões de empregos. Há ferro, ouro, manganês e bauxita em abundância. Há também reservas de cobre, níquel e gás natural e existe a possibilidade de exploração de reservas de petróleo.

A Amazônia Legal inclui a Serra dos Carajás, no sul de Belém, que é rica em ferro, e a Serra Pelada, no Pará, que é rica em ouro. No Amapá, há extração de manganês na Serra do Navio. Em Rondônia, explora-se a cassiterita (minério de estanho).

A Amazônia é também sede de empresas farmacêuticas internacionais que procuram, na fauna da região, plantas de caráter medicinal para serem comercializadas. O ecossistema da Amazônia apresenta uma enorme biodiversidade, com possibilidade de grandes descobertas de remédios e alimentos. Isso atrai à região empresas de biotecnologia. O capital, tanto nacional como multinacional, tem muito interesse nos recursos naturais da Amazônia.

É importante ressaltar que a maioria das tribos indígenas do Brasil, 60%, atualmente vive na Amazônia.

Ação do Governo

Na década de 1970, foram iniciadas as construções de enormes rodovias federais ligando Belém a Brasília, Cuiabá a Porto Velho, Cuiabá a Santarém e Porto Velho a Manaus. A construção das rodovias acelerou a integração da Amazônia ao Centro-Sul. Até então, graças à rede hidráulica natural da região, Belém era o centro econômico.

O governo concedeu incentivos fiscais para que grandes empresas nacionais e estrangeiras se estabelecessem na região, adquirissem terras e investissem na agropecuária. Para atrair capital estrangeiro para a Amazônia, o governo brasileiro ofereceu participação em empreendimentos industriais e de mineração, como a exploração da Serra dos Carajás e a construção de ferrovias e portos para escoar minérios para o mercado internacional.

O Governo também lançou o projeto Radam (Radar Amazônia) com o intuito de difundir informações a respeito das oportunidades e recursos da Amazônia Legal.

A criação da Zona Franca de Manaus (1967) contribuiu para o desenvolvimento econômico da região. Já que o extrativismo não era mais capaz de impulsionar a economia regional, o governo criou um centro industrial que pudesse beneficiar a Amazônia Ocidental.

A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio. As empresas instaladas na Zona Franca de Manaus estão isentas do imposto de exportação e de importação. Isso permite que empresas atuem como montadoras usando tecnologia internacional. Além disso, o governo oferecia incentivos fiscais para atrair indústrias. A isenção de impostos da Zona Franca era também uma forma de compensar as indústrias pelos custos mais elevados de transportar produtos produzidos em Manaus para os mercados consumidores. Os bens produzidos deveriam ter alto valor, pouco volume e baixo peso para que seu transporte para localidades longínquas fosse economicamente viável.   

A Zona Franca se tornou um polo industrial moderno e diversificado – centro de indústrias de eletrônicos, de material elétrico e de transportes e de relógios.

A Zona Franca de Manaus atraiu muitas empresas, principalmente multinacionais, cujos investimentos transformaram a economia regional. Indústrias eram atraídas para a Zona Franca não apenas pelos incentivos governamentais, mas também pela mão de obra barata. Os salários eram baixos – menos da metade dos de São Paulo – e os lucros eram altos. Manaus se industrializou e o comércio, inclusive em cidades vizinhas, expandiu. Contudo, a industrialização por si só foi concentradora e não se espalhou pela região.

Contudo, a criação da Zona Franca de Manaus teve consequenciais prejudiciais: as importações cresceram e a dívida externa brasileira aumentou. A maioria das fábricas que se instalaram em Manaus eram linhas de montagem: montavam certos produtos cujas peças eram importadas do exterior. Linhas de montagem empregam pouca mão obra e muita tecnologia. Além disso, graças aos incentivos governamentais, os produtos montados em Manaus eram vendidos a preços menores do que os do Sudeste. Isso prejudicou indústrias dessa região.

Atualmente, a Zona Franca de Manaus tem sido prejudicada pela diminuição de tarifas de importação aplicada em todo o Brasil inteiro. Essa zona de livre comércio perdeu parte de seu diferencial.

Atual conjuntura

O processo de ocupação da Amazônia brasileira e de industrialização da região continua sendo predatório. A fauna e a flora estão sendo destruídas e as tribos indígenas, muito prejudicadas. Além disso, há constantes conflitos, muitos deles violentos, entre proprietários de terras e posseiros.   

Apesar dos esforços governamentais, a Amazônia brasileira é ainda uma região relativamente despovoada, principalmente em comparação às outras regiões do país. Nas últimas décadas, com o avanço das fronteiras agrícolas e urbanas, o povoamento da Amazônia brasileira foi acelerado. Devido à isolação geográfica e à falta de recursos públicos, uma parcela significativa da população vive sem energia elétrica, escolas e medicamentos. Na região há uma grande incidência de doenças, como a malária e o mal de Chagas. É necessário que o governo aja para melhorar as condições de vida da população.

Na região, há também o problema do narcotráfico e de outras atividades criminosas. A região é vasta – o que dificulta o monitoramento e o controle legal. Para combater atividades ilegais e criminosas, foram criados o Projeto Calha Norte e o SIVAM.

O Projeto Calha Norte tem como objetivo povoar as fronteiras que o Brasil faz na região amazônica com Colômbia, Venezuela e Peru. O projeto foi criado para melhorar a infraestrutura do território ao norte dos rios Amazonas e Solimões e criar povoados na região, dificultando invasões pela fronteira. A prioridade era evitar invasões de guerrilheiros, como os das FARC. Atualmente, o projeto é subordinado ao Ministério da Defesa do Brasil e é implementando pelas Forças Armadas.

O Projeto SIVAM - Sistema de Vigilância da Amazônia - tem o propósito de zelar pela Amazônia Legal, por meio de controle de tráfego aéreo, vigilância ambiental, recepção de dados e imagens de satélites meteorológicos e mapeamento da floresta. Isso é feito com radares, sistemas de comunicação e satélites. O programa fornece às autoridades, em tempo real, informações sobre desmatamento, queimadas na floresta e localização de tribos indígenas. Com essas informações, o governo pode combater ações indiscriminadas na região e a exploração irracional de suas riquezas. Contudo, o governo federal e os governos dos estados que compõem a Amazônia Legal não têm tomado as medidas necessárias para garantir a preservação ambiental.

O NORDESTE

O complexo regional do Nordeste inclui os estados da Bahia, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, leste do Maranhão e norte de Minas Gerais. Os problemas atuais dessa região geoeconômica são relativamente homogêneos: resumem-se às baixas condições de vida de uma grande parte de sua população. O órgão criado para desenvolver a região foi a Sudene - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

Durante os séculos 16 a 18, período em que o Brasil era colônia, a maior parte da população vivia no Nordeste. Salvador, até o ano de 1763, era a capital do Brasil.

Atualmente, o Nordeste abrange pouco menos de 20% do território nacional e é habitado por 27,8% da população brasileira (Censo 2010). A região é caracterizada por grande concentração de terra, renda e poder.

A partir da década de 1960, a Sudene passou a estimular investimentos na região. Esse órgão atuou de forma sistemática no Nordeste, oferecendo incentivos fiscais e financeiros, benefícios do Banco do Nordeste e participações em programas de desenvolvimento.

Nos últimos anos, a região tem se desenvolvido bastante. Investimentos em infraestrutura auxiliaram a industrialização dos estados. Apesar da diminuição na desigualdade social, o Nordeste ainda apresenta áreas de extrema pobreza.

Empresas de carros e motos, refinarias, shopping centers e siderúrgicas investiram na região. Durante os anos 2002-2010, o número de trabalhadores formais nas indústrias da região mais do que dobrou, saltando de 800 mil para 1,7 milhão. As exportações nordestinas também cresceram significativamente: US$ 4,6 bilhões em 2000, US$ 18,8 bilhões em 2011.

Os programas do governo federal e o aumento do salário mínimo e do emprego têm ampliado o poder de compra das classes C e D e expandido o comércio. Investimentos em infraestrutura – estradas, aeroportos, sistemas de comunicação e fontes de energia – e incentivos fiscais fizeram com que mais indústrias se estabelecessem no Nordeste.

Isso mudou a realidade do Nordeste: a região deixou de ser uma área de forte repulsão populacional. Contudo, a migração ainda é intensa dentro da região: é voltada para as metrópoles regionais, como Fortaleza, Salvador e Recife.

Apesar do crescimento, ainda há enormes disparidades econômicas e naturais entre as diferentes áreas do Nordeste. A região continua a apresentar graves problemas – pobreza, desigualdade social e subdesenvolvimento.

O CENTRO-SUL

A região Centro-Sul compreende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, a maioria de Minas Gerais e do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse complexo regional, que abrange cerca de um-terço do território brasileiro, estende-se do sul de Goiás, juntamente com o Mato Grosso do Sul, até o extremo meridional do Brasil.

Dois em cada três brasileiros vivem no Centro-Sul, que concentra a maior parte dos recursos econômicos nacionais. No século 20, a região passou por um intenso processo de industrialização, urbanização e modernização que fez com que ela se desenvolvesse mais do que o restante do país.

O Centro-Sul é o centro econômico do Brasil. A região concentra indústrias, agropecuária moderna, bancos, mercados de capitais, comércio, universidades, etc. É a área de maior capacidade produtiva do país. Devido ao desenvolvimento econômico e à industrialização, é a região do país com a mais alta renda per capita.

Contudo, a modernização no Centro-Sul não foi homogenia. Na região, há grandes disparidades sociais e contrastes extremos: cidades modernas e ricas, mas repletas de favelas, agropecuária modernizada e a prática da agricultura tradicional.

Por ser um polo de atração populacional, o Centro-Sul é a região do território nacional com a maior densidade populacional. Atrai pessoas de dentro e fora do país. Há também uma grande mobilidade demográfica no Centro-Sul. Nas últimas décadas, a região atraiu milhões de migrantes à procura de emprego e condições de vida mais dignas. Contudo, o Centro-Sul não possuía a infraestrutura, habitação e serviços públicos necessários para absorver de forma adequada tantos migrantes. Tal desequilíbrio resultou em graves problemas, entre eles, aumento de pobreza, impactos ambientais, violência, segregação de espaço, exclusão social, surgimento de favelas, aumento de desabrigados, etc.

O Centro-Sul é uma região extremamente urbanizada. Compreende algumas das maiores metrópoles do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Brasília, a capital político-administrativa do Brasil, também está localizada no Centro-Sul.

O Centro-Sul é a região com a maior rede de infraestrutura do país. Foram feitos grandes investimentos para desenvolver sua rede de transportes, meios de comunicação e fontes de energia. O sistema de transportes do Centro-Sul, que inclui rodovias movimentadas, portos e aeroportos, é mais desenvolvido do que o da Amazônia e do Nordeste. As cidades do Centro-Sul são integradas e conectadas e há intenso fluxo de mercadorias, pessoas, informações e capitais.

O grau de modernização dos espaços agrícolas do Centro-Sul distingue essa macrorregião das demais. O Centro-Sul é a principal área agropecuária do Brasil em termos de variedade, produtividade e rentabilidade. Mesmo nos cerrados houve o avanço da agricultura moderna.  

Principais áreas do Centro-Sul

1. O CENTRO ECONÔMICO DO BRASIL

O centro econômico do Brasil é o espaço industrial que tem como núcleo São Paulo e se estende até o Rio de Janeiro. Essa área inclui a cidade de São Paulo, o ABCD Paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema), Campinas, Jundiaí, São José dos Campos, a Grande Rio de Janeiro e as cidades ao longo da rodovia Presidente Dutra, que é o principal eixo de ligação entre as duas metrópoles nacionais.

A área abrange a Baixada Santista, onde se localiza o porto de Santos, além de diversas indústrias, inclusive siderúrgicas e petroquímicas.

Essa área é caracterizada pela atividade industrial – é onde se localizam as fábricas mais modernas do país – e por atividades agropecuárias, particularmente na cidade de Mogi das Cruzes e no Vale do Paraíba.

2. ZONA DA MATA MINEIRA

No sudeste do estado de Minas Gerais se destaca a cidade de Juiz de Fora. É uma área agrícola e de pecuária leiteira, que abastece a Grande Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

3. QUADRILÁTERO FERRÍFERO

Localizado no centro-sul de Minas Gerais, o Quadrilátero Ferrífero é responsável pela maior produção brasileira de minério de ferro e manganês. É também fonte de bauxita e cassiterita, mas em menos quantidades. Diversas indústrias siderúrgicas se estabeleceram ao redor do Quadrilátero Ferrífero.

Vários fatores favoreceram o crescimento da produção nessa área:

  • Proximidade dos principais centros consumidores do país, como São Paulo e Rio de Janeiro.
  • Infraestrutura bem desenvolvida: disponibilidade de fontes de energia e rede de transporte.
  • Relativa proximidade litorânea, que facilita o processo de exportação.

4. TRIÂNGULO MINEIRO

O Triângulo Mineiro inclui a área sudoeste do estado de Minas Gerais, onde se destacam as cidades de Uberlândia, Uberaba, Araguari e Ituiutaba. Essa é uma região agrícola e pecuarista, com gado de corte. As principais indústrias que se instalaram no Triângulo Mineiro são de processamento de alimentos, madeira, açúcar, álcool, fumo e fertilizantes.

O Triângulo Mineiro tem recebido grandes investimentos de multinacionais e de grandes empresas nacionais que se estabeleceram na região, como a Sadia, a Souza Cruz e a Black & Decker.

5. REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

A região metropolitana de Belo Horizonte é uma área de grande dinamicidade industrial que abriga empresas automobilísticas, têxteis, etc. Há uma zona metalúrgica em torno de Belo Horizonte.

A implantação de estatais nas áreas de mineração e siderurgia estimulou a região industrial do Vale do Rio Doce.

6. GOIÁS

A economia do estado de Goiás se baseia na produção agrícola, na pecuária, no comércio e nas indústrias de mineração, alimentação, confecção, mobiliário, metalurgia e madeira.

A agropecuária é a atividade mais explorada no estado.

7. MATO GROSSO DO SUL:

A principal área econômica do estado do Mato Grosso do Sul é a do planalto da Bacia do Paraná, que possui solos florestais e terra roxa. Essa região é beneficiada por dois fatores: a eficiência dos seus meios de transporte e a proximidade aos mercados consumidores da região Sudeste.

A economia do Mato Grosso do Sul se baseia na produção rural – animal, vegetal, extrativa vegetal e indústria rural --, na extração mineral, na indústria, no turismo e na prestação de serviços. O Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros com o maior rebanho de bovinos.

Graças à sua infraestrutura econômica e localização geográfica, o estado, além de ser uma potência agropecuária, é o centro de redistribuição de produtos que advêm dos grandes centros consumidores para o restante da região Centro-Oeste e para a região Norte.

8. PARQUE INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA:

No parque industrial de Santa Catarina se destacam as cidades de Itajaí, Blumenau, Brusque e Joinville.

Área de colonização alemã, predominam as pequenas e médias propriedades agrícolas e empresas. Estas atuam nos seguintes setores: têxtil, alimentício, agroindustrial, de roupas e de calçados.

9. REGIÃO SERRANA DO RIO GRANDE DO SUL:

A região serrana do Rio Grande do Sul compreende as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul. Área de colonização italiana, é o principal centro vinícola do país.

10. PORTO ALEGRE

Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é um centro econômico, político e cultural.

11. CURITIBA

Área de grande concentração de indústrias de tecnologia avançada e grande escala. Há indústrias de material de transporte e de material elétrico e químico.

Capital do estado do Paraná, Curitiba se tornou um polo de grande atração populacional.

12. REGIÃO DOS PAMPAS

Compreende as cidades de Bagé, Uruguaiana, Santana do Livramento e Santa Maria.

É uma região de pecuária e agricultura moderna. Destacam-se as produções de trigo, soja e arroz.

Quais são os três regiões geoeconômicas?

Essa divisão estabelece três regiões geoeconômicas – a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul. Os estados que integram essas regiões apresentam várias características em comum, no entanto, é necessário ressaltar que não há homogeneidade, sendo que cada unidade apresenta peculiaridades socioeconômicas.

O que são as regiões geoeconômicas do Brasil?

De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste. Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.

Quais as três regiões geoeconômicas caracterize cada uma?

Em linhas gerais, as três grandes regiões dessa divisão atendem a determinadas características: o Nordeste é a região com mais problemas sociais, o Centro-Sul é a região mais industrializada e a Amazônia é o território onde se encontra a fronteira agrícola e de povoamento do país.

Quais são as regiões econômicas?

O Brasil possui 3 regiões geoeconômicas, também chamadas de macrorregiões econômicas ou complexos regionais. São elas: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.