Quais os cuidados de enfermagem com a administração endovenosa de drogas sob acesso venoso profundo?

Índice

  • 1 O que é o cateter venoso central?
  • 2 Tipos de cateter venoso central 
    • 2.1 Cateter venoso central inserido perifericamente (CVCIP):
    • 2.2 Cateter venoso central de longa permanência (tunelizado):
    • 2.3 Não tunelizado: cateter venoso central temporário
  • 3 Epidemiologia do uso de cateter venoso central
  • 4 Técnica de Seldinger 
  • 5 Posicionamento do cateter
    • 5.1 Os seguintes passos devem ser seguidos em qualquer punção venosa central 
  • 6 Complicações do cateter venoso central 
  • 7 Sugestão de leitura complementar

Resumo sobre acesso venoso central: da definição as situações de complicação por seu uso, passando pela epidemiologia, tipos e muito mais!

O cateter venoso central (CVC), também chamados de acesso venoso central, é indispensável no manejo do paciente grave na emergência ou unidades de terapia intensiva.

O que é o cateter venoso central?

É possível definir o acesso venoso central como colocação de um cateter com a sua extremidade posicionada na veia cava superior ou no átrio direito. Os CVC possuem diversas funções no manejo do paciente em estado crítico, tanto para diagnósticos quanto para tratamentos especializados:  

  • Monitorização hemodinâmica
  • Administração de nutrição parenteral
  • Administração de líquidos com pH e osmolaridade extremos, quimioterápicos
  • Infusão de sangue e hemocomponentes
  • Hemodiálise 
  • Antibioticoterapia prolongada.

A inserção de um cateter venoso central em um ser humano foi relatada pela primeira vez em 1929, e teve a técnica facilitada protocolada por Sven-Ivar Seldinger em 1953. A inserção de um cateter venoso central com a técnica de Seldinger revolucionou a medicina ao permitir acesso venoso seguro e confiável. 

Tipos de cateter venoso central 

Sabe-se que existem 03 tipos de cateteres venosos centrais: 

  • Cateter venoso central inserido perifericamente (CVCIP)
  • Cateter venoso central de longa permanência (tunelizado)
  • Não tunelizado: cateter venoso central temporário (não tunelizado):

Cateter venoso central inserido perifericamente (CVCIP):

É um dispositivo de acesso vascular inserido perifericamente. A ponta está localizada em nível central, na altura do terço distal da veia cava, podendo possuir lúmen único ou duplo.

Tem como indicações a administração de antibióticos, terapia nutricional parenteral e na quimioterapia.

Cateter venoso central de longa permanência (tunelizado):

A principal característica desses cateteres é o fato de serem tunelizados, podendo permanecerem implantados por meses e até anos. Suas principais indicações são hemodiálise, nutrição parenteral total ou quimioterapia.

Não tunelizado: cateter venoso central temporário

Esse é o tipo de acesso mais utilizado em pacientes internados em unidade de terapia intensiva e semi-intensiva ou nos casos de cirurgias de grande porte.

Considera-se como temporário o cateter implantado diretamente no local da punção venosa, ou seja, que não possui nenhuma parte tunelizada. Indicado para infusão de volume, medicamentos e monitoração da pressão venosa central e hemodiálise por curto período.

Frequentemente, a seguinte lista de sítios de veias preferenciais é indicada pela maioria dos autores, levando-se em consideração uma combinação de fatores, tais como facilidade de inserção, razões de utilização e menor risco de complicações:

  • Jugular interna (VJI)
  • Subclávia (VSC)
  • Femoral (VF)
  • Jugular externa (VJE); 
  • Antecubital.

Epidemiologia do uso de cateter venoso central

O acesso venoso central é um procedimento comumente realizado, com aproximadamente 8% dos pacientes hospitalizados necessitando de acesso venoso central.

Mais de cinco milhões de cateteres venosos centrais são inseridos nos Estados Unidos a cada ano nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). No Reino Unido, cerca de 200.000 CVC são inseridos anualmente.  

Técnica de Seldinger 

O cateterismo venoso central é realizado utilizando a Técnica de Seldinger, que consiste em puncionar a veia central com uma agulha longa, de pequeno calibre, por dentro da qual avança-se um fio-guia.  Com o fio-guia na posição adequada, um dispositivo de dilatação venosa é introduzido vestindo o mesmo. A seguir, o cateter é passado vestindo o fio-guia até a posição desejada. 

Toda punção intravascular deve ser considerada como um ato cirúrgico e os cuidados de assepsia e antissepsia devem ser seguidos, a não ser em casos de extrema emergência, como durante a ressuscitação cardiopulmonar. A barreira estéril máxima é alcançada com gorro, máscara, avental estéril, luvas, campos estéreis e antissepsia cutânea com clorexidina 2% no local de inserção do CVC.

Posicionamento do cateter

Cada local anatômico de punção possui especificidades de posicionamento e cuidados especiais, mas de forma geral, utilizando a técnica de Seldinger.

Os seguintes passos devem ser seguidos em qualquer punção venosa central 

Para que o procedimento seja feito de forma correta, é preciso estar atento para alguns passos:

  1. Posicione o paciente de acordo com o local anatômico a ser puncionado. 
  2. Verifique se a iluminação está adequada.
  3. Proceda à paramentação cirúrgica para realizar o procedimento. 
  4. Realize a lavagem e a escovação cirúrgica das mãos.
  5. Coloque avental e luvas estéreis. 
  6. Faça a assepsia extensa do local de punção. 
  7. Coloque campos cirúrgicos estéreis para proteger a área do procedimento.
  8. Localize a veia de acordo com as referências anatômicas do sítio da punção.
  9. Realize a infiltração com anestésico local (xilocaína a 2%).
  10. Realize a punção venosa com agulha calibrosa conectada à seringa, mantendo sempre uma pressão negativa com o êmbolo da seringa.
  11. Quando houver refluxo de sangue, mantenha a posição da agulha e desconecte a seringa.
  12. Introduza o fio-guia metálico com extremidade em J” por volta de 20 cm.
  13. Mantenha o fio-guia nessa posição e retire a agulha.
  14. Proceda à dilatação da pele e ao trajeto até o vaso com introdução do dilatador pelo fio-guia (pode ser necessária a abertura da pele com lâmina de bisturi para  introdução do dilatador).
  15. Mantenha o fio-guia nessa posição e retire o dilatador. 
  16. Introduza o cateter definitivo com cuidado, sem perder a extremidade distal do fio-guia.
  17. Retire o fio-guia.
  18. Lave a via (distal) com solução salina e feche o lúmen. 
  19. Fixe o cateter com pontos, seguindo as especificações do fabricante do dispositivo. 
  20. Faça curativo oclusivo. 
  21. Descarte o material na caixa de perfurocortantes. 
  22. Realize a confirmação radiológica da posição adequada do dispositivo.

Complicações do cateter venoso central 

A infecção de Corrente Sanguínea Relacionada ao Cateter (ICSRC) é uma das principais complicações e está associada ao aumento do tempo de internação em até três semanas, da morbidade, da mortalidade e dos custos hospitalares.

Técnica de assepsia e antissepsia é essencial para prevenir a contaminação durante o procedimento. Programas educacionais para equipe de saúde e evitar a veia femoral para sua inserção. 

Além da ICSRC, outras complicações dependem do sítio da punção e do tipo de cateter, porém as mais comuns e que merecem maior destaque, são: Pneumotórax, hemotórax, punção arterial inadvertida, trombose venosa, estenose/oclusão venosa, infecção e embolia.

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Sugestão de leitura complementar

  • Resumo sobre flebite
  • Candidíase
  • HIV
  • Resumo sobre HPV
  • Sarampo
  • Dengue

Quais os cuidados de enfermagem na administração de medicamentos por via endovenosa?

Cuidados de enfermagem referente às complicações da terapia intravenosa são Interromper a infusão, remover o cateter, aplicar compressas mornas para promover vaso dilatação e reduzir o edema, usar compressas frias na fase inicial para diminuir dor, verificar a permeabilidade do acesso venoso.

Quais os cuidados de enfermagem na manipulação do acesso venoso profundo?

Cuidados com Cateter Venoso Central.
Realizar a higiene das mãos antes e após manuseio do cateter;.
Manter curativo sempre limpo e seco (com data e turno da troca);.
Trocar equipo de medicação a cada 72 horas;.
Trocar equipo da administração de hemocomponenente a cada transfusão;.

Quais os cuidados de enfermagem no acesso venoso?

Cuidados com o acesso venoso periférico.
Sempre lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente;.
Verificar se o acesso está bem fixado na pele;.
No momento do banho, proteger o acesso e evitar com que caia água no local – isso pode ser feito com plástico;.

Quais cuidados a equipe de enfermagem deve ter com os acessos venosos periféricos seguindo o manual?

Higiene das mãos. Higienizar as mãos antes e após a inserção de cateteres e para qualquer tipo de manipulação dos dispositivos. Higienizar as mãos com água e sabonete líquido quando estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais.