Quais foram os principais resultados das seguintes Conferêncais a Conferência de Estocolmo em 1972 B eco

Quais foram os principais resultados das seguintes Conferêncais a Conferência de Estocolmo em 1972 B eco

Quais foram os principais resultados das seguintes Conferêncais a Conferência de Estocolmo em 1972 B eco
Foto oficial dos chefes de delegações na ECO-92. (Foto: Michos Tzovaras/UN)

A Conferência Eco-92 ou Rio-92 foi a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992. A Conferência teve desdobramentos importantes dos pontos de vista científico, diplomático, político e na área ambiental, além de ceder espaço a debates e contribuições para o modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável.

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Antecedentes históricos da Conferência

A questão da proteção ambiental nem sempre possuiu os parâmetros de preservação quais conhecemos atualmente. Até o início da década de 1970, o pensamento global era de que o meio ambiente seria uma fonte inesgotável de recursos e, consequentemente, que as ações de aproveitamento da natureza seriam infinitas

Neste mesmo século, diante do fenômeno da globalização e de seu ideal desenvolvimento econômico como uma meta a ser alcançada por toda a humanidade, as questões ambientais começaram a ser observadas de forma gradativa.

Os países industrializados começaram a perceber o impacto negativo das suas tecnologias ao meio ambiente: rios poluídos, florestas sendo destruídas pela chuva ácida, poluições atmosférica nas grandes cidades, secas em lagos e rios e, assim, muitos passaram a questionar a visão de que os recursos não seriam ilimitados – e sim, limitados.

Nesses países, como resposta à destruição ambiental, movimentos de proteção ambiental começaram a se articular questionando o modelo de sociedade industrial. 

Alguns debates e estudos também passaram a identificar problemas como a poluição atmosférica e a sua relação com as atividades econômicas desenvolvidas a partir deste período. Um desses exemplos é o relatório “Limites do Crescimento”, preparado pelo Clube de Roma. O Clube é, na verdade, um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados a política, a economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, fundado em 1966 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King.

O relatório foi marcado como um dos primeiros estudos científicos a respeito da preservação ambiental, e que relacionava quatro grandes questões que deveriam ser solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade: o controle do crescimento populacional, o controle do crescimento industrial, a insuficiência da produção de alimentos, e o esgotamento dos recursos naturais.

Assim, a ideia de preservar o meio ambiente ganhou aos poucos força e os problemas ambientais ganharam atenção mundial, intensificando o movimento ecologista. Mas vale lembrar que até a década de 70 a proteção ambiental era praticamente escassa. O meio ambiente era visto como um instrumento a disposição de desejos antopocêntricos, ou seja, somente para satisfação das necessidades e dos interesses humanos.

Assim, foi somente em 1972, diante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano, também chamada de Conferência de Estocolmo, por ter sido realizada em Estocolmo na Suécia, que houve de fato mudanças.

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A conferência contou com a presença de 113 países, diversas Organizações Internacionais, ONGs, observadores e jornalistas inclinados a identificar, proteger, conservar, valorizar e transmitir às gerações futuras a importância do patrimônio cultural e natural.

Tida como o marco inicial da luta acerca das questões ambientais, a Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente contém 19 princípios que representaram um Manifesto Ambiental para nossos tempos com as bases para a nova agenda ambiental do Sistema das Nações Unidas.

A partir desse momento, ficou compreendido que a exploração dos recursos da natureza e comportamentos “parasitários” do homem em relação ao seu habitat acabariam ocasionando um esgotamento ambiental. Assim, segundo a declaração, houve o consenso global de que:

o homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça humana neste planeta chegou-se a uma etapa em que, graças à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem adquiriu o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os dois aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida mesma”.

Nessa convenção houveram outras grandes contribuições dentro da Declaração como, por exemplo, a criação dos princípios para questões ambientais internacionais, incluindo direitos humanos, gestão de recursos naturais, prevenção da poluição e à elaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Outro avanço nesta questão foi a publicação de um relatório sobre as necessidades presentes e futuras ambientais, em abril de 1987, pela médica Gro Harlem Brundtland, mestre em saúde pública e ex-Primeira Ministra da Noruega. O relatório – “Nosso Futuro Comum” –  ficou conhecido também  como a Comissão Brundtland e trazia consigo os conceitos de desenvolvimento sustentável.

A partir disso, foram evidenciadas a importância em organizar um plano de desenvolvimento sustentável que garantisse as futuras gerações suas necessidades básicas (ar, água e fonte de alimentos) bem como a responsabilidade em relação aos recursos ecológicos, padrões de consumo e os riscos causados os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra.

As amplas recomendações feitas pela Comissão levaram à realização de uma nova Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada em 1992 no Brasil.

A ECO-92

Realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Eco-92 aconteceu 20 anos após a primeira conferência do tipo (em Estocolmo) e, desta vez, devido ao ambiente político internacional favorável e as recomendações feitas pela Comissão Brundtland, foi considerada um verdadeiro sucesso.

A Conferência contou com a presença de 178 chefes de governo e foi marcada pelo fortalecimento da atuação de representantes da sociedade civil, da efetiva participação das ONGs e de movimentos sociais no Fórum Global.

O objetivo principal da Conferência estava na ideia de que se todos os países buscassem o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos (e tidos como desenvolvidos) não haveria recursos naturais para todos sem que ocorressem graves e irreversíveis danos ao meio ambiente.

Os países reconheceram, portanto, o conceito de desenvolvimento sustentável e começaram a moldar ações com o objetivo de proteger o meio ambiente e reconhecer que as responsabilidades pela preservação do meio ambiente, pela construção de um convívio equilibrado com o planeta e pela criação de práticas sustentáveis são essenciais.

Dos esforços de duas décadas de trabalhos da ONU sobre o assunto nasceram na Rio-92 duas convenções : uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas.

Assim, foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro e tecnológico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis. A partir do principal documento do encontro, a  Agenda 21,  foram estabelecidas algumas políticas e ações de responsabilidade ambiental, como por exemplo:

  • mudanças necessárias aos padrões de consumo (especialmente em relação aos combustíveis fósseis  como petróleo e carvão mineral);
  • a proteção dos recursos naturais; e,
  • o desenvolvimento de tecnologias capazes de reforçar a gestão ambiental dos países;
  • direcionamento para atividades que protejam e renovem os recursos ambientais, no qual o crescimento e o desenvolvimento dependem.
  • estabelecimento de áreas de ação: proteção da atmosfera; combate ao desmatamento, a perda de solo e a desertificação; prevenção a poluição da água e do ar; detenção da destruição das populações de peixes; e, promoção de uma gestão segura de resíduos tóxicos;

Mas a Agenda 21 foi além das questões ambientais. Nesse documento houve uma preocupação direta em abordar os padrões de desenvolvimento que causam danos ao meio ambiente que precisavam ser combatidos, como:

  • a pobreza e a dívida externa dos países em desenvolvimento;
  • os padrões insustentáveis de produção e consumo;
  • as pressões demográficas e a estrutura da economia internacional;

A agenda ainda incentivou que o papel desempenhado por grandes grupos como mulheres, organizações sindicais, agricultores, crianças e jovens, povos indígenas, comunidade científica, autoridades locais, empresas, indústrias e ONGs fossem fortalecidos e respeitados para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Para assegurar o total apoio aos objetivos da Agenda 21, a Assembleia Geral estabeleceu a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável e posteriormente, adotou a Convenção da ONU sobre a Diversidade Biológica  e da Convenção da ONU de Combate à Desertificação.

De maneira geral, a Agenda 21 cedeu contribuições a diferentes bases geográficas conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Pode-se dizer, então, que o slogan de “pensar globalmente, agir localmente” comum nas políticas de implantação do desenvolvimento sustentável realmente adequa-se a experiência vivida na Conferência Rio-92.

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Por que a Conferência foi importante?

A Conferência realizada no Brasil colocou o assunto ambiental na agenda pública de uma maneira inovadora, sendo um importante passo e marco de como a humanidade encara sua relação com o planeta.

Foi nesse momento que a comunidade política internacional admitiu claramente que era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza. Inúmeras propostas passaram a ser discutidas para que o progresso e o desenvolvimento acontecessem em harmonia com a natureza, garantindo a qualidade de vida tanto para a geração atual quanto para as futuras no planeta.

Pode-se dizer que foi somente na Rio-92 que o assunto sobre a união entre meio ambiente e desenvolvimento realmente avançou. Afinal, os chefes de governo e comissões diplomáticas assumiram o compromisso de que temos de juntar os componentes econômicos, ambientais e sociais ao debate e considerá-los como essenciais a agenda de todos os países, pois se isso não for feito, não há como se garantir a sustentabilidade do desenvolvimento.

A sua importância também possui relação com a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) que é vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc). A CDS tem como finalidade, além de cooperar com os países para que sejam atingidos os objetivos da Rio-92, a responsabilidade pela organização das conferências da ONU que se realizaram desde então.

Por fim, mesmo que conferência não tenha estipulado prazos para a concretização das metas discutidas, a participação das ONGs, associações de moradores, sindicatos na cobrança de atitudes e posturas por parte dos governantes foi um grande legado para as convenções seguintes.

A Rio+20

Realizada nos dias 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, a Rio+20 ficou assim conhecida pois marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92).

O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso, das lacunas na implementação das decisões adotadas e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Rio+20 teve dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

A ECO92 foi um grande marco em prol do meio ambiente, não é mesmo? E você, acredita que desde então temos avançado nas questões ambientais? Comenta com a gente.

REFERÊNCIAS

A ONU e o meio ambiente

Quais foram os principais resultados da Conferência de Estocolmo?

Embora nenhum acordo concreto fosse concluído em Estocolmo, a Conferência abriu caminho para o desenvolvimento sustentável, o Direito Ambiental e a consciência ecológica. Também inaugurou a agenda mundial de discussões ambientais, e após a sua realização, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Quais foram os principais resultados das seguintes Conferêncais a Conferência de Estocolmo em 1972 B eco

De acordo com a ONU, a conferência reuniu cerca de 1400 organizações não governamentais. A ECO-92 ou Rio-92 retomou os pontos abordados na Declaração de Estocolmo e reconheceu que os problemas que antes tinham abrangência local eram, agora, globais.

Quais foram as consequências da Conferência de Estocolmo de 72?

Além de criar a agenda mundial de discussões sobre o meio ambiente, a Conferência de Estocolmo instrumentalizou a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Também foi a partir dela que foi instituído o Dia Mundial do Meio Ambiente, como estratégia para lançar luz à pauta ambiental.

O que foi a Conferência de Estocolmo realizada em 1972?

Foi um marco histórico por ser tratar do primeiro grande encontro internacional com representantes de diversas nações para discutir os problemas ambientais. Teve como desdobramentos a elaboração da Declaração de Estocolmo, com 26 princípios e a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).