Quais foram os principais fatos históricos da época da descoberta das bactérias?

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Quem foi Antonie van Leeuwenhoek, o pai da microbiologia (Foto: Wikimedia Commons)

Imagine tentar lidar com uma pandemia como a de Covid-19 em um mundo onde a vida microscópica era desconhecida. Antes do século 17, as pessoas se limitavam ao que podiam ver com seus próprios olhos. Até que um vendedor de tecidos holandês mudou tudo.

Seu nome era Antonie van Leeuwenhoek e ele viveu de 1632 a 1723. Embora sem formação científica, van Leeuwenhoek se tornou o maior fabricante de lentes da sua época, tendo descoberto a forma de vida microscópica e tido como o “pai da microbiologia”.

Visualizando "animálculos" com uma “pequena lente”
Van Leeuwenhoek não se propôs a identificar micróbios. Na verdade, ele queria identificar a qualidade da trama dos tecidos. Ele desenvolveu então um método de fazer lentes queimando minúsculos filamentos de vidro para fazer pequenas esferas. Suas lentes eram de tamanha qualidade que ele viu coisas que ninguém podia ver.

Isso o permitiu treinar seu microscópio — literalmente as “pequenas lentes” —  para enxergar um universo novo e bastante inesperado: objetos, incluindo organismos, extremamente pequenos de serem vistos a olho nu. Ele foi o primeiro a visualizar os glóbulos vermelhos, os fluxos sanguíneos em capilares e os espermatozoides.

Van Leeuwenhoek também foi o primeiro humano a ver uma bactéria — e a importância dessa descoberta para a microbiologia e a medicina dificilmente pode ser exagerada. Ainda assim, ele relutava em publicar suas descobertas devido à falta de educação formal. Mas no fim, seus amigos o persuadiram a fazê-lo.

Ele escreveu: “Sempre que descobri algo notável, pensei ser meu dever colocar minhas descobertas no papel, para que todas as pessoas engenhosas pudessem ser informadas sobre isso”. Ele foi guiado por sua curiosidade e alegria na descoberta: “Eu não dei atenção para aqueles que disseram ‘por que se dar tanto ao trabalho?’ e ‘de que adianta?’”

Quando ele relatou ter visto “animálculos” (minúsculos animais) nadando em uma gota d’água de lagoa, membros da comunidade científica questionaram sua confiabilidade. Depois que suas descobertas foram corroboradas por autoridades religiosas e científicas confiáveis, elas foram publicadas. Em 1680, ele foi convidado para fazer parte da Sociedade Real de Londres, até então o principal corpo científico mundial.

Van Leeuwenhoek não foi o único microscopista do mundo. Na Inglaterra, seu contemporâneo Robert Hooke cunhou o termo “célula” para descrever a unidade básica de vida e publicou sua “micrografia”, apresentando imagens incrivelmente detalhadas de insetos e similares, se tornando o primeiro best-seller científico. Hooke, no entanto, não identificou a bactéria.

Apesar da destreza de Van Leeuwenhoek como um fabricante de lentes, mesmo ele não conseguia detectar vírus. Eles têm cerca de 1/100 do tamanho das bactérias, pequenos demais para serem visualizados por microscópios de luz, que devido à física, podem amplificar apenas milhares de vezes. Os vírus não foram identificados até 1931, com a invenção dos microscópios eletrônicos, que poderiam amplificar as imagens em milhões de vezes.

Um vasto mundo nunca antes visto
Van Leeuwenhoek e seus sucessores abriram, de longe, o maior reino da vida. Por exemplo, o peso de todas as bactérias da Terra superam o dos humanos em mais de 1.100 vezes, em quantidade numérica por uma margem inimaginável. Existem evidências fósseis de que a bactéria esteve entre as primeiras formas de vida da Terra, datadas em mais de 3 bilhões de anos, e hoje acredita-se que o planeta abriga cerca de 5 nonilhões (1 seguido por 30 zeros) de bactérias.

Algumas espécies de bactérias causam doenças, como cólera, sífilis, e faringite estreptocócica; enquanto outras, conhecidas como extremófilos, podem sobreviver a temperaturas além dos pontos de ebulição e de congelamento da água, desde nas partes superiores da atmosfera até nos pontos mais profundos dos oceanos. Além disso, o número de células bacterianas inofensivas em nossos corpos provavelmente supera as humanas.

Os vírus, incluindo o coronavírus Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19, superam a bactéria por um fator de 100. Isso significa que há mais deles na Terra do que estrelas no universo. Eles também são encontrados em todos os lugares, desde a alta atmosfera até as profundezas do oceano.

Estranhamente, os vírus provavelmente não se qualificam como organismos vivos. Eles podem se replicar somente infectando células de outros organismos, onde sequestram sistemas celulares fazendo cópias de si mesmos, às vezes causando a morte da célula infectada.

É importante lembrar que micróbios, como as bactérias e vírus, fazem muito mais do que apenas causar doenças, e muitas são vitais. Por exemplo, bactérias sintetizam a vitamina B12, sem a qual a maioria dos organismos vivos não seriam capazes de produzir DNA.

Da mesma forma que os vírus causam doenças como a gripe comum e a Covid-19, eles também atuam com um papel vital de transferir genes entre espécies, ajudando a aumentar a diversidade genética e a impulsionar a evolução. Hoje, pesquisadores usam os vírus até para tratar doenças, como o câncer.

A compreensão dos cientistas sobre os micróbios progrediu muito desde Van Leeuwenhoek, incluindo o departamento de desenvolvimento de antibióticos contra bactérias e vacinas para vírus, incluindo a Sars-CoV-2. Mas ele quem primeiro abriu os olhos das pessoas para o vasto reino microscópico, uma descoberta que continua transformando o mundo.

Richard Gunderman é professor de Medicina, Artes Liberais e Filantropia na Universidade do Indiana. O texto foi publicado originalmente em inglês no The Conversation.

Quais foram os principais acontecimentos que marcaram a história da microbiologia?

A Microbiologia como conhecemos nos dias atuais só foi possível quando no ano de 1674 o alemão Antony Van Leeuwenhoek criou o primeiro microscópio. Ele usou este pequeno equipamento criado por ele para observar pequenos seres, em amostras de solo, rio, saliva e fezes, dos quais ele nomeou como “animálculos”.

Como foi descoberta a primeira bactéria?

Antonie van Leeuwenhoek em 1673, usando um microscópio de lente simples projetado por ele mesmo, foi o primeiro cientista a observar a existência de micro-organismos. Durante os anos seguintes, van Leeuwenhoek publicou suas descobertas em uma série de cartas e manuscritos que enviou a Royal Society de Londres.

Quais as principais descobertas da Idade de Ouro na microbiologia?

Durante esse período, avanços rápidos, liderados princi- palmente por Pasteur e Robert Koch, levaram ao estabelecimento da microbiologia como uma ciência. As descobertas durante esses anos incluíram tanto os agentes de muitas doenças como o papel da imu- nidade na prevenção e na cura das doenças.

Quais foram as descobertas que revolucionou a ciência microbiológica?

Entre as descobertas de Pasteur, destacam-se:.
o conceito de que doenças são causadas por microrganismos;.
o processo de pasteurização;.
a vacinação contra a raiva;.
o estabelecimento da teoria da biogênese..

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