IntroduçãoA controladoria, enquanto órgão organizacional responsável pelo gerenciamento das informações, com a adoção das normas internacionais de contabilidade, passou a realizar e a apoiar novos procedimentos de mensuração e evidenciação, como aplicação do valor justo, impairment test, do ajuste ao valor presente, do custo atribuído, entre outros conceitos e técnicas que se refletem nas informações geradas para os usuários das informações contábeis da
empresa. Isso altera funções da controladoria e das atribuições dos controllers e dos demais envolvidos nessa área organizacional (Beuren & Almeida, 2012Beuren, I. M., & Almeida, D. M. (2012). Impactos da implantação das normas internacionais de contabilidade na controladoria: um estudo à luz da teoria da estruturação em uma empresa têxtil. Revista de Administração, 47(4): 653-670 doi: 10.5700/rausp1065
. Show
Miller (1994, p. 1)Miller, P. (1994). Accounting as social and institutional practice: an introduction. In A. G. Hopwood & P. Miller (Coords.), Accounting as social and institutional practice (pp. 3-39). New York: Cambridge University Press. destaca "que a contabilidade exerce influência e, por sua vez,
é influenciada por uma multiplicidade de agentes, órgãos, instituições e processos". Evidências de que o uso da contabilidade dentro do processo de gestão vem mudando são destacadas por Burns e Scapens (2000)Burns, J., & Scapens, R. W. (2000). Conceptualizing management accounting change: an institutional framework. Management Accounting Research, 11(1): 3-25 doi: 10.1006/mare.1999.0119
. A adoção das normas internacionais implicou várias mudanças, seja na estrutura de tecnologia da informação, seja nas políticas e processos de relatórios financeiros, afetando diversos elementos integrantes, tanto no que se refere às técnicas e tecnologias quanto nos aspectos comportamental e organizacional (Taipaleenmäki & Ikäheimo, 2011 Taipaleenmäki, J., & Ikaheimo, S. (2011). On the convergence of financial
accounting and management accounting: the role of information technology in accounting change [Working Papers Series]. Social Science Research Network. Retrieved from http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1963638 Angelkort, Sandt e Weißenberger (2008) Angelkort, H.., Sandt, J.., & Weißenberger, B. E.. (2008). Controllership under IFRS: some critical observations from a German-speaking country [Working Paper nº 1]. Giessen Electronic Library. Retrieved from
http://geb.uni-giessen.de/geb/volltexte/2008/5397/pdf/ApapIMC_2008_01.pdf A adoção das IFRS trouxe novos procedimentos para a área da controladoria, o que pode ter exigido a implantação de novas funções ou a reestruturação das já existentes, além de demandas adicionais do controller por parte dos usuários das informações nas organizações. A contabilidade é um mecanismo que permeia a estrutura das organizações e as instituições sociais, não apenas como uma tecnologia, mas, segundo Miller (2001)Miller, P. (2001). Governing by numbers: why calculative practices matter. Social Research, 68(2): 379-396., com os propósitos de aumentar a eficiência e a competitividade, promover o crescimento econômico da organização, além de melhorar a tomada de decisão e incentivar a responsabilidade dos gestores. Miller (1994, p. 4) Miller, P. (1994). Accounting as social and institutional practice: an introduction. In A. G. Hopwood & P. Miller (Coords.), Accounting as social and institutional practice (pp. 3-39). New York: Cambridge University Press. explica que "a prática da técnica contábil é intrínseca e irremediavelmente social". Denota-se a importância de estudar a contabilidade sob a lente de teorias sociológicas, como é o caso da Teoria da Estruturação. A Teoria da Estruturação, conforme preconizada por Giddens (1979Giddens, A. (1979). Central problems in social theory. Berkeley: University of California., 1996Giddens, A. (1996). Novas regras do método sociológico (2a ed.). Lisboa: Gradiva., 2003Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.), utiliza o conceito central da dualidade da estrutura em interação, a qual prevê que a estrutura, formada pelas regras e recursos, impacta na ação dos agentes e vice-versa. Macintosh (1985)Macintosh. N. B. (1985). The social software of accounting and information systems. Chichester: John Wiley & Sons. demonstrou o potencial da Teoria da Estruturação como um dispositivo de sensibilização na pesquisa em contabilidade gerencial, ilustrando como a contabilidade representa as dimensões de legitimação, significação e dominação. Também demonstrou o papel da agência na mudança de sistemas de controle gerencial. Macintosh e Scapens (1991)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1991). Management accounting and control systems: a structuration theory analysis. Journal of Management Accounting Research, 3: 131-158. observam que pesquisadores em contabilidade vêm reconhecendo que não podem limitar suas pesquisas às questões técnicas e econômicas. Em âmbito internacional, a Teoria da Estruturação foi investigada na área contábil em ensaios teóricos (Araújo, 2003Araújo, P P. (2003) . Nuevo institucionalismo, teoría de la estructuración y cambio en los sistemas y
prácticas de contabilidad de gestión: teorías y métodos de investigación. Revista Española de Financiación y Contabilidad, 32(118): 693-724., Barley & Tolbert, 1997Barley, S. R., & Tolbert, P. S. (1997). Institutionalization and structuration: studying the links between action and institution. Organization Studies, 18(1): 93-117 doi: 10.1177/017084069701800106
. Em âmbito nacional, a Teoria da Estruturação foi essencialmente pautada em Giddens (1979Giddens, A. (1979). Central problems in social theory. Berkeley: University of California., 1996Giddens, A. (1996).
Novas regras do método sociológico (2a ed.). Lisboa: Gradiva., 2003Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.) por meio de ensaios teóricos, como o de Machado-da-Silva, Guarido e Rossoni (2006)Machado-da-Silva, C. L., Guarido, E. R., Filho, & Rossoni, L. (2006). Campos organizacionais e estruturação: reflexões e possibilidade analíticas [Edição Especial].
Revista de Administração Contemporânea, 10: 159-196 doi: 10.1590/S1415-65552006000500009 . Alguns estudos teórico-empíricos também foram identificados, como o de Costa e Carvalho (2006) Costa, A. M.., & Carvalho, J. L. S.. (2006, maio). O discurso da responsabilidade social empresarial no Brasil sob a perspectiva da teoria da estruturação. Anais do Encontro
da Divisão de Estudos Organizacionais da ANPAD, Porto Alegre, RS, Brasil, 4., que evidenciam construções discursivas por meio das quais os dirigentes de organizações brasileiras valem-se de dinâmicas e propriedades estruturais para a (re)produção de relações sociais na esfera da Responsabilidade Social Empresarial; de Machado-da-Silva e Rossoni (2007)Machado-da-Silva, C. L., & Rossoni, L. (2007). Persistência e mudança de temas na
estruturação do campo científico da estratégia em organizações no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 11(4): 33-58 doi: 10.1590/S1415-65552007000400003 . Depreende-se que a Teoria da Estruturação vem sendo investigada em diferentes perspectivas da área da Administração no Brasil. Este cenário não se replica com a mesma intensidade em pesquisas da área da Contabilidade, embora se tenham observado referências a essa teoria. Wanderley e Cullen (2012)Wanderley, C. A. de, & Cullen, J. (2012). Um caso de mudança na contabilidade gerencial: a dinâmica política e
social. Revista de Contabilidade & Finanças, 23(60): 161-172 doi: 10.1590/S1519-70772012000300002 . Assim, com o intuito de compreender a dinâmica do campo do órgão organizacional da controladoria, fundamentado em um quadro estruturacionista, nas dimensões de legitimação, significação e dominação, elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: Qual o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade, sob a lente da Teoria da Estruturação, na área da controladoria de empresas do Novo Mercado da BM & FBovespa? O objetivo do estudo é verificar o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade, sob a lente da Teoria da Estruturação, na área da controladoria de empresas do Novo Mercado da BM & FBovespa. Esta pesquisa difere da realizada por Moore (2011)Moore, D. R J. (2011) . Structuration theory: the contribution of Norman Macintosh and its
application to emissions trading. Critical Perspectives on Accounting, 22(2): 212-227 doi: 10.1016/j.cpa.2010.06.011 . De modo tangencial, ainda faz alusão aos estudos de Macintosh e Scapens (1990Macintosh, N. B., & Scapens, R. W.
(1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade e suas Implicações na ControladoriaO processo de convergência contábil possui como objetivo integrar as
práticas contábeis entre os países, atendendo a necessidade de informação contábil padronizada por parte dos usuários, principalmente dos mercados financeiros e de capitais. Esse processo busca harmonizar diferenças de padrões contábeis existentes, tornando possível a comparabilidade da informação com os Generally Accepted Accounting Principles (GAAP) e a maior mobilidade de capitais entre as economias envolvidas (Oliveira & Lemes, 2011Oliveira, V.
A., & Lemes, S. (2011). Nível de convergência dos princípios contábeis brasileiros e norte-americanos às normas do IASB: uma contribuição para a adoção das IFRS por empresas brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, 22(56): 155-173 doi: 10.1590/S1519-70772011000200003 . Algumas dificuldades são enfrentadas com a adoção do processo de convergência contábil. Niyama (2009)Niyama, J. K. (2009). Contabilidade internacional. São Paulo: Atlas. destaca que os critérios de avaliação, apropriação e classificação contábil, determinados pela legislação fiscal, geram uma dificuldade maior para que a harmonização aconteça. Weffort (2005)Weffort, E. F. J. (2005). O Brasil e a harmonização contábil internacional: influências dos sistemas jurídico e educacional, da cultura e do mercado. São Paulo: Atlas. menciona que, se não forem consideradas as diferenças nacionais de cada país, como cultura, economia, sistemas jurídicos e fiscais, a adoção das normas internacionais de contabilidade pode não resultar em harmonização efetiva. No Brasil, o processo de convergência aconteceu com a promulgação da Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que estabeleceu mudanças contábeis na legislação societária, além da adoção dos Pronunciamentos Contábeis, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, de aplicação obrigatória pelas empresas a partir do exercício social encerrado em 2010. A adoção desses CPCs trouxe várias alterações nas normas contábeis em termos de mensuração, reconhecimento e evidenciação, exigindo mudanças nos sistemas de informações contábeis das empresas, o que influenciou na estrutura e no comportamento das pessoas da controladoria. De acordo com Mosimann e Fisch (1999) Mosimann, C. P., & Fisch, S. (1999). Controladoria: seu papel na administração de empresas (2a ed.). São Paulo: Atlas., a controladoria pode ser definida sob dois enfoques: como unidade administrativa e como área do conhecimento. Para esses autores, a controladoria, enquanto unidade administrativa, tem a finalidade de: (a) garantir informações adequadas ao processo decisório; (b) colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas; (c) assegurar a eficácia empresarial por meio da coordenação dos esforços dos gestores das áreas. Já como área do conhecimento, recebe contribuições de diversas ciências que, de alguma forma, tangenciem aspectos organizacionais. No presente estudo, a controladoria foi considerada uma unidade administrativa, responsável pela coordenação e disseminação das informações de suporte ao processo de gestão. Nessa perspectiva, ela busca direcionar os esforços dos gestores de modo que conduzam as decisões e as ações de sua área de responsabilidade à otimização do resultado global da organização (L. B. Almeida, Parisi, & Pereira, 1999 Almeida, L. B., Parisi, C., & Pereira, C. A. (1999). Controladoria. In A. Catelli (Coord.), Controladoria: uma abordagem da gestão econômica - GECON (pp. 369-381). São Paulo: Atlas.). Esse conjunto de funções e atividades tende a impactar na estrutura da controladoria, e a refletir a ação dos agentes na estrutura, conforme previsto na Teoria da Estruturação, por meio da Dualidade da Estrutura. Pilares da Teoria da Estruturação na ControladoriaA Teoria da Estruturação aborda "a interação das ações dos agentes e as estruturas sociais na produção, reprodução e regulação de toda a ordem social" (Macintosh & Scapens, 1990, p. 459Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management
accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Dualidade da estrutura, conforme Macintosh e Scapens (1990, p. 456)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S
. As estruturas, conforme Busco (2009, p. 250Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6
. Os sistemas sociais
são formados pelas atividades de agentes humanos, desenvolvidas pelo tempo e espaço (Busco, 2009Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . Junquilho
(2000, p. 39)Junquilho, G. S. (2000). Ação gerencial na administração pública: a re/produção de "raízes" brasileiras (Tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, BH, Brasil. menciona que, em função da dualidade da estrutura, "a ação humana pode constituir (produzir) propriedades estruturais dos sistemas sociais, bem como, pode ser constituída (reproduzida) por essas mesmas propriedades". Assim, além da estrutura, a Teoria da Estruturação
está preocupada com a interação das ações, ou seja, com a agência. Para Giddens (2003, p. 10) Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes., a "agência não se refere às intenções que as pessoas têm ao fazer as coisas, mas à capacidade delas para realizar essas coisas em primeiro lugar". Macintosh e Scapens (1990, p. 458)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990).
Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . De acordo com Giddens (1979Giddens, A. (1979). Central problems in social theory. Berkeley: University of California., 2003Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.), por meio da agência humana, ou seja, das ações dos atores sociais, a Teoria da Estruturação permite a análise da conduta estratégica, sendo considerado metodologicamente um segundo nível de análise. A análise institucional e a análise da conduta estratégica são consideradas dois níveis de análise complementares, em função da Dualidade da Estrutura (Giddens, 1979Giddens, A. (1979). Central problems in social theory. Berkeley: University of California., 2003Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.). Denota-se, então, que agência e estrutura estão relacionadas, e que o processo de estruturação acontece por meio da ligação entre a estrutura e a interação das ações dos agentes, as regras e recursos influenciam na ação dos agentes e a ação destes influencia na estrutura. Essas relações fundamentam-se nos pilares da Teoria da Estruturação. Giddens (1979Giddens, A. (1979). Central problems in social theory. Berkeley: University of California., 1996Giddens, A. (1996). Novas regras do método sociológico (2a ed.). Lisboa: Gradiva., 2003Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.) utiliza três dimensões de estruturas sociais que constituem os pilares da Teoria, as quais são: significação em interação com comunicação, dominação em interação com poder e legitimação em interação com sanção, conforme demonstrado na Figura 1.
Figura 1. Modelo O modelo da dualidade da estrutura em interação é o processo pelo qual Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. concilia estrutura e ação social (interação), possibilitando a estruturação de sistemas sociais e representando, conforme Junquilho (2000) Junquilho, G. S. (2000). Ação gerencial na administração pública: a re/produção de "raízes" brasileiras (Tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, BH, Brasil., a reprodução e a produção da vida social. Segundo Junquilho (2000, p. 46)Junquilho, G. S. (2000). Ação gerencial na administração pública: a re/produção de "raízes" brasileiras (Tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, BH, Brasil., parte-se do princípio de que "a mediação da conduta humana pela estrutura, bem como a constituição dessa mesma estrutura através da ação humana, acontecem de forma simultânea, exprimindo a vinculação entre as rotinas das ações cotidianas e propriedades institucionalizadas da vida social". As modalidades, compostas por esquema interpretativo, facilidade e norma, são mediadoras da estrutura e da interação, e expressam a cognoscitividade dos agentes sociais em cada dimensão da estrutura. Para Giddens (2003, p. 440)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes., a cognoscitividade é "tudo que os atores sabem (creem) acerca das circunstâncias de sua ação e da de outros, apoiados na produção e na reprodução dessa ação, incluindo tanto o conhecimento tácito quanto o discursivamente disponível". De acordo com Junquilho (2000)Junquilho, G. S. (2000). Ação gerencial na administração pública: a re/produção de "raízes" brasileiras (Tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, BH, Brasil., tais modalidades são utilizadas pelos agentes para realizar a produção da interação e, ao mesmo tempo, provocar a reprodução das estruturas, nas mesmas dimensões da interação. Cánepa, Brodbeck e Fetzner (2008) Cánepa, P. C. V.., Brodbeck, A. F.., & Fetzner, M. A. M.. (2008, setembro). Abordagens teóricas na compreensão das relações sociais na implementação da Tecnologia de Informação (TI). Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 23. mencionam que a estruturação começa por um estágio cognitivo, passa para um estágio regulativo e, finalmente, o processo evolui para um estágio normativo. O estágio cognitivo é formado pela comunicação das regras entre os agentes, as quais geram os recursos que são utilizados para atingir os objetivos, por meio da dominação, que forma o estágio regulativo, e, por fim, tem-se o estágio normativo, em que a norma é legitimada por pressões morais e sociais. Junquilho (2000, p. 48)Junquilho, G. S. (2000). Ação gerencial na administração pública: a re/produção de "raízes" brasileiras (Tese de doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais, BH, Brasil. alerta que é importante observar "que a divisão entre as dimensões da estrutura e da interação é apenas analítica, dado que o processo de estruturação pressupõe o vínculo entre estrutura e interação pela intermediação das modalidades". Denota-se que a Teoria da Estruturação, por meio dos seus pilares, envolve regras, recursos e ações que permeiam as atividades de uma organização ou de uma área organizacional, como a unidade organizacional da controladoria, permitindo conhecer sua ordem social. As funções e as atividades desenvolvidas pelos controllers e demais agentes da controladoria constituem-se em práticas sociais, uma vez que envolvem procedimentos, métodos, técnicas, visando ao desenvolvimento de suas próprias atividades num cenário de várias diferenças, complexidades e mudanças
(Beuren & Almeida, 2012Beuren, I. M., & Almeida, D. M. (2012). Impactos da implantação das normas internacionais de contabilidade na controladoria: um estudo à luz da teoria da estruturação em uma empresa têxtil. Revista de Administração, 47(4): 653-670 doi: 10.5700/rausp1065 . Hopwood (1987, p. 213)Hopwood, A. G (1987) . The archaeology of accounting systems. Accounting Organizations and Society, 12(3): 207-234 doi: 10.1016/0361-3682(87)90038-9 . O pilar de significação compreende as regras compartilhadas, conceitos e teorias que são delineados para fazer sentido nas atividades organizacionais. A contabilidade gerencial é um meio para os gestores acompanharem as atividades da organização e permite que os mesmos se
comuniquem com conhecimento profundo sobre suas atividades (Busco, 2009Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . No que se refere à dominação, Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S
. Quanto ao pilar de legitimação, segundo Barrachina (2001, p.
89)Barrachina, M. P. (2001). Enfoque económico: social de los sistemas contables de gestión: problemática del cambio contable (Tesis de doctorado). Universitat de València, Espanha., "os sistemas de contabilidade gerencial são utilizados por diferentes atores para legitimar seu comportamento sobre os outros ou as decisões, consolidando o que é atribuído". Macintosh e Scapens (1990, p. 462)Macintosh, N. B., &
Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Depreende-se do exposto que os pilares da Teoria da Estruturação podem contribuir para o entendimento da dinâmica do campo pretendido nesta pesquisa. Os estudos apontados sugerem que os pilares estão relacionados com as práticas da contabilidade. Várias alterações, como as decorrentes do processo de convergência às normas internacionais de contabilidade, vêm sendo imputadas a essas práticas, o que pode alterar a ordem social na área organizacional da controladoria. Método e Procedimentos da PesquisaPesquisa descritiva foi realizada a partir de um levantamento em empresas sobre o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade na área organizacional da controladoria, relacionando-se a estrutura e a ação dos agentes envolvidos, conforme preconizado na Teoria da Estruturação. A população da pesquisa compreendeu as empresas listadas no segmento do Novo Mercado da BM & FBovespa. Segundo a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros Bovespa (BM & FBovespa, n.d.), "o novo mercado é um segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação". O comprometimento voluntário, a adoção de práticas de governança corporativa adicionais, bem como a obrigatoriedade de adoção das normas contábeis internacionais, são fatores que aumentam a possibilidade de contribuição ao estudo e justificam a escolha desse segmento como população da pesquisa. A população inicial compreendeu as 118 empresas listadas no rol do novo mercado da BM & FBovespa. No entanto, a amostra final foi constituída das 36 empresas respondentes da pesquisa, o que representa 30,51% da população, configurando-se como uma amostra por acessibilidade. Os sujeitos da pesquisa foram as pessoas que fizeram parte da controladoria e que estiveram ligadas de alguma forma ao processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Os respondentes poderiam ser o controller, o coordenador da contabilidade financeira, o coordenador da contabilidade gerencial, o analista sênior e o analista júnior. Variáveis e instrumento de pesquisaPara atender ao objetivo da pesquisa e operacionalizá-lo, foi desenvolvido o constructo evidenciado na Tabela 1. Tabela 1 Constructo Observa-se, na Tabela 1, que para cada variável constituíram-se subvariáveis e respectivas perguntas. As variáveis e subvariáveis foram baseadas nos estudos de Macintosh e Scapens (1990Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S
. Todas as perguntas compreenderam assertivas com escala Likert de zero a quatro, sendo zero (0) nenhum impacto, nenhuma presença ou nenhuma normativa implementada, e quatro (4) forte impacto, forte presença ou todas as normativas implementadas. Utilizou-se a escala de cinco pontos, de zero a quatro, para analisar o grau da presença, do impacto ou da implementação das situações apresentadas no questionário, nas empresas objeto de estudo. Por exemplo, o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade, em determinada função da controladoria, pode variar de zero, quando não existir impacto, a quatro, quando for de forte impacto. Apesar de não recomendada por alguns autores (Fávero, Belfiore, Chan, & Silva, 2009 Fávero, L. P.., Belfiore, P.., Chan, B. L.., & Silva, F. L.. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier.) para além de uma composição de frequências, de acordo com Martins e Theóphilo (2009) Martins, G. A.., & Theóphilo, C. R.. (2009). Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas., a escala Likert é bastante utilizada em pesquisas sociais. Na survey, o sujeito externa sua reação ante assertivas, escolhendo os pontos de uma escala. O somatório dos pontos indicará sua atitude positiva ou negativa em relação ao objeto. Há casos em que os pesquisadores utilizam valores de 0 a 4 ou de - 2 a +2, considerando uma pontuação alta ou baixa, segundo o número de itens e os valores atribuídos a cada ponto da escala. Ressalta-se ainda que as perguntas foram elaboradas com base nos estudos de Macintosh e Scapens (1990Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S
. Antes da aplicação do questionário realizou-se um pré-teste com dois controllers de empresas e um aluno de doutorado com experiência nas atribuições, funções e atividades da área organizacional da controladoria. Alguns ajustes de redação foram efetuados em questões com base nas sugestões apresentadas, mas como se referiam basicamente a correções gramaticais e à concordância verbal, o questionário não foi encaminhado para outros juízes. Hipóteses da pesquisa e justificativaPara a formulação das hipóteses, utilizaram-se estudos fundamentados na Teoria da Estruturação de pesquisas em contabilidade (Busco, 2009Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W.
(1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . De acordo com Busco (2009)Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and
Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . H1: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de significação. Nessa hipótese, pretende-se concluir que os elementos do pilar de significação se inter-relacionam na controladoria com a adoção das normas internacionais de contabilidade, existindo uma dualidade entre a estrutura de significação e a interação de comunicação. A dominação "está
fortemente relacionada com o conceito de poder" (Busco, 2009, p. 258Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . Pressume-se que a controladoria seja a principal responsável nas organizações pelo processo de convergência, apresentando capacidade e facilidade para gerenciar os recursos e alcançar os objetivos almejados com esse processo, gerando uma inter-relação entre a estrutura de dominação (recursos) e a interação (poder). Assim, espera-se uma inter-relação entre os elementos que formam o pilar de dominação na área organizacional da controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Nesse sentido, elaborou-se a hipótese a seguir: H2: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de dominação. Nessa hipótese, pretende-se concluir que os elementos do pilar de dominação se inter-relacionam na controladoria com a adoção das normas internacionais de contabilidade, existindo uma dualidade entre a estrutura de dominação e a interação na forma de poder. Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., &
Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . As novas obrigações dos agentes em decorrência do processo de convergência, além de gerar mudanças nas funções, atividades e recursos da controladoria, também provocaram mudanças na conduta dos agentes. Com isso, legitimaram novos comportamentos e valores, produzindo moralidade e sanção, gerando uma inter-relação entre a estrutura de legitimação (regras normativas) e a interação (sanção). Assim, espera-se uma inter-relação entre os elementos que formam o pilar de legitimação na controladoria, com a adoção das normas internacionais de contabilidade. Com base no exposto, elaborou-se a seguinte hipótese: H3: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de legitimação. Nessa hipótese, pretende-se concluir que os elementos do pilar de legitimação se inter-relacionam na controladoria com a adoção das normas internacionais de contabilidade, existindo uma dualidade entre a estrutura de legitimação e a interação de sanção. A estrutura de dominação, que compreende os recursos mobilizados nas relações de poder, está intimamente ligada às estruturas de significação e legitimação (Macintosh & Scapens, 1990Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi:
10.1016/0361-3682(90)90028-S . H4: O pilar de significação está forte e significativamente correlacionado com o pilar de dominação. Nessa hipótese, pretende-se concluir que existe uma ligação entre o pilar de significação e o pilar de dominação na controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Wanderley e Cullen (2012, p. 171)Wanderley, C. A. de, & Cullen, J. (2012). Um caso de mudança na contabilidade gerencial: a dinâmica política e social. Revista de Contabilidade
& Finanças, 23(60): 161-172 doi: 10.1590/S1519-70772012000300002 . Conforme observado por Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . H5: O pilar de dominação está forte e significativamente correlacionado com o pilar de legitimação Nessa hipótese, pretende-se concluir que existe uma ligação entre o pilar de dominação e o pilar de legitimação na controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Busco (2009)Busco, C. (2009). Giddens structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . Segundo Cánepa et al. (2008) Cánepa, P. C. V.., Brodbeck, A. F.., & Fetzner, M. A. M.. (2008, setembro). Abordagens teóricas na compreensão das relações
sociais na implementação da Tecnologia de Informação (TI). Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 23., as modalidades que ligam a estrutura com a interação se iniciam com um estágio cognitivo (significação), passam por um estágio regulativo (dominação) e finalizam-se com um estágio normativo (legitimação). Com base em Busco (2009)Busco, C. (2009). Giddens
structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . H6: Os pilares de significação e dominação estão forte e significativamente correlacionados com o pilar de legitimação. Nessa hipótese, pretende-se concluir que existe uma ligação entre os pilares de significação e dominação com o pilar de legitimação na controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. Análise dos dadosA Figura 2 evidencia as etapas de análise percorridas neste estudo. Nela são apresentados o sistema social e suas propriedades estruturais pelos quais o controller e os demais envolvidos na controladoria orientam-se em suas ações diárias. Figura
2. Esquema A análise dos dados foi realizada em três etapas. Na Etapa 1, apresenta-se a análise simultânea da estrutura (análise institucional) e da interação (análise da conduta estratégica), ou seja, o inter-relacionamento dos elementos na controladoria. Na Etapa 2, apresenta-se a correlação entre os pilares, confirmando ou não a estruturação da controladoria. Na Etapa 3, faz-se uma síntese das análises efetuadas, evidenciando a estruturação da controladoria. Para a análise da Etapa 1, foi aplicada a análise fatorial, que permite identificar o inter-relacionamento das subvariáveis em cada pilar. "A análise fatorial, ou análise do fator comum, é uma técnica multivariada de interdependência que busca sintetizar as relações observadas entre um conjunto de variáveis inter-relacionadas, buscando identificar fatores comuns" (Fávero et al., 2009, p. 235 Fávero, L. P.., Belfiore, P.., Chan, B. L.., & Silva, F. L.. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier.). Na Etapa 3, para se confirmar a estruturação da controladoria, ou seja, a produção e reprodução de sua ordem social, foi utilizada a correlação canônica. "O objetivo da correlação canônica é quantificar a força da relação existente entre dois vetores de variáveis, representados pelas dependentes e pelas independentes" (Fávero et al., 2009, p. 506 Fávero, L. P.., Belfiore, P.., Chan, B. L.., & Silva, F. L.. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier.). Com a utilização da correlação canônica, é possível identificar a relação entre os pilares. Descrição e Análise dos DadosInter-relacionamento dos elementos na controladoria Nesta seção, busca-se averiguar, dentro de cada pilar da Teoria da Estruturação, o inter-relacionamento dos elementos, de acordo com o modelo da dualidade da estrutura em interação, que relaciona estrutura e interação (ação social), levando em consideração que essa relação é recíproca e acontece de forma simultânea. Para tanto, foi aplicada a análise fatorial, por meio da Análise das Componentes Principais (ACP) para as subvariáveis de cada pilar. Para a aplicação da análise fatorial, primeiramente calcularam-se as médias, por respondente, das respostas obtidas para cada elemento e/ou subvariável em cada pilar (variável), já que, em cada pergunta, havia várias assertivas. Identificadas as médias por respondente para cada subvariável, foi aplicada a análise fatorial. Para avaliar a adequação da análise fatorial, aplicaram-se os testes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e Esfericidade de Bartlett para cada pilar (variável), conforme demonstrado na Tabela 2. Tabela 2 Resultados Observa-se na Tabela 2 que o KMO do pilar de significação é de 0,499, 0,50, considerado estatisticamente desfavorável. No entanto, ainda é aceitável a aplicação da análise fatorial, pois, segundo Fávero, Belfiore, Chan e Silva (2009, p. 254) Fávero, L. P.., Belfiore, P.., Chan, B. L.., & Silva, F. L.. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier., os valores da estatística KMO "próximos de zero indicam que a análise fatorial pode não ser adequada, já que explicitam a existência de uma fraca correlação entre as variáveis. Ao contrário, quanto mais próximos de 1, maior será a qualidade da AF". Nos pilares de dominação e legitimação, o KMO foi superior a 0,50. O nível de significância do teste de esferecidade de Bartlett, p-value = 0,000, evidencia que há correlações entre as subvariáveis, o que permite utilizar a análise fatorial. Aplicou-se ainda a matriz anti-imagem, que auxilia na análise da adequação do uso dessa técnica estatística. Segundo Maroco (2003, p. 286)Maroco, J. (2003). Análise estatística: com utilização do SPSS (2a ed.). Lisboa: Edições Sílabo., "as matrizes de anti-imagem para a variância-covariância e para as correlações apresentam os valores negativos das covariâncias e correlações parciais entre as variáveis. Estes valores estimam as correlações entre as variáveis que não são devidas aos fatores comuns". Os resultados da matriz anti-imagem em cada pilar apontaram que todas as subvariáveis se ajustam à estrutura definida. Na Tabela 3 apresenta-se a matriz da componente pilar de significação. Para Fávero et al. (2009, p. 256) Fávero, L. P.., Belfiore, P.., Chan, B. L.., & Silva, F. L.. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier., "a matriz das componentes apresenta as cargas que correlacionam as variáveis com os fatores antes da rotação, ou seja, permite verificar qual fator melhor explica cada uma das variáveis originais". Tabela 3 Matriz Observa-se, na Tabela 3, que nas subvariáveis funções (FUN), atividades (ATI), transformações (TRA) e comunicações (COM), houve predomínio da componente (fator) um, e todas as subvariáveis possuem cargas elevadas, pois são superiores a 75%. Percebe-se que atividades (ATI) foi o elemento que mais se destacou, apresentando carga fatorial de 0,868, seguido do elemento comunicações (COM), com 0,814, após transformações (TRA) com 0,796, e, por fim, funções (FUN) com 0,784. Portanto, todos os elementos que formam a estrutura e a interação do pilar de significação, na Teoria da Estruturação de Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes., estão intensamente definidos no fator um. Infere-se do exposto que os elementos do pilar significação apresentaram inter-relacionamento na área organizacional da controladoria com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade, constituindo uma única carga fatorial. As funções, atividades, transformações e comunicações foram impactadas na controladoria das empresas, existindo a dualidade da estrutura, entre a estrutura de significação e a ação dos agentes da controladoria na forma de comunicação, conforme preconizado por Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.. Na Tabela 4, demonstra-se a matriz das componentes do pilar de dominação, formada por duas componentes. Tabela 4 Matriz De acordo com a Tabela 4, na primeira componente (fator), as subvariáveis recursos autoritários (RAU), facilidades (FAC) e poder (POD) apresentaram cargas mais elevadas, 0,655, 0,806 e 0,749, respectivamente. Já na segunda componente, a subvariável recursos alocativos (RAL), com 0,797, possui carga mais elevada. Observa-se que as facilidades (que se referem às modalidades) e o poder (a interação) da Teoria da Estruturação de Giddens (2003) Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. se concentram no fator um. Porém, os recursos autoritários (que dizem respeito à estrutura), com maior carga na primeira componente, e recursos alocativos (que se referem à estrutura), com maior carga na segunda componente, mostraram-se menos especificados. Infere-se, assim, que as facilidades e o poder apresentaram inter-relacionamento na área da controladoria das empresas pesquisadas, durante o processo de adoção das IFRS. Isso também ocorreu com os recursos autoritários e alocativos, mas de modo menos contundente, já que esses dois elementos se apresentaram especificados de forma menos intensa. Tal resultado evidencia dualidade da estrutura, entre a estrutura de dominação e a ação dos agentes da controladoria na forma de poder, conforme proposto por Giddens (2003) Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.. A Tabela 5 evidencia a matriz das componentes do pilar de legitimação, formada por duas delas. Tabela 5 Matriz Observa-se, na Tabela 5, que, para as subvariáveis sanções (SAN), comportamentos legitimados (CLE) e produção de moralidades (PMO), há predomínio da componente (fator) um; já para o elemento obrigações (OBR), há predomínio da componente dois. Todas as subvariáveis apresentaram cargas elevadas, superiores a 65%. No entanto, nem todos os elementos que formam a estrutura e a interação do pilar de legitimação, na Teoria da Estruturação de Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes., estão intensamente definidos em um fator, como é o caso das obrigações (OBR). Depreende-se do exposto que as sanções, os comportamentos legitimados e a produção de moralidades apresentaram inter-relacionamento na área organizacional da controladoria das empresas pesquisadas durante o processo de adoção das IFRS. O elemento obrigações também pode apresentar inter-relacionamento, mas isso é menos contundente. Disso resulta a dualidade da estrutura, entre a estrutura de legitimação e a ação dos agentes da controladoria na forma de sanção, conforme proposto por Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.. Os resultados desta pesquisa, embora realizada em campo e foco distintos, sinalizam para semelhanças com os do estudo de Macintosh e Scapens (1991)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1991). Management accounting and control systems: a structuration theory analysis. Journal of Management Accounting Research, 3: 131-158., de que os sistemas de contabilidade podem legitimar as ações e as interações dos gestores no âmbito organizacional, uma vez que apresentam valores e indicam caminhos sobre o que deveria acontecer, além de institucionalizar as obrigações e os direitos dos gestores. Correlação entre os pilares na controladoriaNa análise individual dos três pilares, já se constatou que, no processo de convergência contábil, a estrutura impactou na interação e a interação impactou na estrutura da controladoria. Observa-se, assim, a dualidade da estrutura, apesar de alguns elementos terem sido especificados de forma menos intensa na análise fatorial. Com a correlação canônica, verifica-se a correlação de um pilar com o outro, para confirmar a estruturação da controladoria, pois, de acordo com a Teoria da Estruturação de Giddens (2003)Giddens, A. (2003). A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes., os pilares são interligados. A Tabela 6 evidencia as equações canônicas, seus coeficientes e o p-value de cada situação. Tabela 6 Correlações Constata-se, na Tabela 6, que as correlações um e três são consideradas fortes, pois apresentam coeficientes superiores a 70%, embora a correlação dois seja menor, mas ainda é considerada boa, pois apresentou um percentual superior a 60%. Todas as correlações possuem significância, já que apresentam um p-value inferior a 0,05. Assim, consideram-se todas as correlações para análise, uma vez que são fortes, boas e apresentam significância. Na situação 1, observa-se uma correlação de 85,30% e significância de 0,0000, entre as subvariáveis do
pilar significação e dominação. As novas regras sociais, formadas pelas funções e atividades da controladoria, e a comunicação gerada com a adoção das IFRS, estão fortemente relacionadas com a dominação da controladoria, ou seja, os recursos mobilizados nas relações de poder. A controladoria, por meio de recursos, foi a responsável pela coordenação desse processo, necessitando de investimentos tecnológicos e humanos, delegando as novas responsabilidades com poder de influência aos agentes da
controladoria que se sentiram preparados. Tal resultado coaduna com o que mencionam Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Na situação 2, percebe-se uma correlação de 64,13% e significância de 0,0121 entre as subvariáveis do pilar dominação e legitimação. Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S
. Na situação 3 também há forte correlação, com 84,84%, e significância de 0,0004, entre as subvariáveis dos pilares significação, dominação e legitimação. Busco (2009)Busco, C. (2009). Giddens structuration theory
and its implications for management accounting research. Journal of Management and Governance, 13(3): 249-260 doi: 10.1007/s10997-008-9081-6 . Cánepa et al. (2008) Cánepa, P. C. V.., Brodbeck, A. F.., & Fetzner, M. A. M.. (2008, setembro). Abordagens teóricas na compreensão das relações sociais na implementação da Tecnologia de Informação (TI). Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 23. afirmam que a estruturação começa pelo estágio cognitivo, em seguida passa para o estágio regulativo e, por fim, para o estágio normativo. É o que se observa na controladoria com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade, em função da forte correlação dos três pilares. O estágio cognitivo, formado pela estrutura de significação, com as funções e as atividades da controladoria impactadas pela adoção das normas internacionais, gera a comunicação entre os agentes. O estágio regulativo na estrutura de dominação, constituído pela coordenação das atividades e poder, destaca o papel da controladoria nesse processo. O estágio normativo no pilar legitimação, produziu moralidade e comportamentos legitimados, permitindo a estruturação da controladoria. Nas correlações canônicas entre os pilares, observaram-se as dimensões de significação, dominação e legitimação da controladoria com o processo de convergência contábil. Tal fato ocorre porque a contabilidade representa tais dimensões, conforme preconizado por Macintosh (1985)Macintosh. N. B. (1985). The social software of accounting and information systems. Chichester: John Wiley & Sons., e se reflete na controladoria na medida em que ela é responsável pelas informações de suporte ao processo de gestão. Análise da estruturação da controladoriaNesta seção demonstra-se a estruturação (produção e reprodução da ordem social) da área organizacional controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade. A Figura 3 demonstra a estruturação da ordem social da controladoria. Figura 3. Estruturação Na Figura 3, verifica-se que a adoção das normas internacionais de contabilidade contribuiu para a estruturação (produção e reprodução) da ordem social da área organizacional controladoria, demonstrando a presença da dualidade da estrutura, uma vez que a estrutura impactou na interação e a interação impactou na estrutura. A estrutura da controladoria foi formada pelas regras sociais e normativas, e pelos recursos. As regras sociais foram constituídas pelas novas atividades e funções, e as normativas pela obrigatoriedade de implementação dos CPCs, produzindo moralidade e legitimando comportamentos. Os recursos autoritários constituíram-se pelas imposições por parte da controladoria no processo de adoção das normas internacionais de contabilidade e os recursos alocativos foram formados pelos recursos tecnológicos e humanos utilizados. Essa estrutura foi influenciada pela interação dos agentes, com leitura, discussão, dedicação e comprometimento, permitindo uma comunicação fluente a partir de reuniões e troca de ideias. Os agentes também se sentiram preparados para alcançar os resultados relativos aos novos procedimentos determinados pela controladoria, com liderança e poder de influência. O processo provocou mudanças nas condutas na pessoa do controller, legitimando novos comportamentos, maior preocupação com os novos procedimentos, maior nível de cobrança e postura mais firme. Observou-se também a legitimação de normas e valores, colocando em evidência a missão dessa área organizacional, ou seja, produzindo moralidade, apesar de não existir tão fortemente a presença da sanção que se refere ao remanejamento de funcionários, e a advertência aos que não se adaptaram. Esses resultados estão em consonância com os da pesquisa de Junquilho (2003)Junquilho, G. S (2003) . Condutas gerenciais e suas raízes: uma proposta de análise à luz da Teoria da Estruturação [Edição Especial]. Revista de Administração Contemporânea, 7: 101-120 doi. 10.1590/S1415-65552003000500006
. Conrad (2005)Conrad, L. (2005). A structuration analysis of accounting systems and systems of accountability in the privatised gas industry.
Critical Perspectives on Accounting, 16(1): 1-26 doi: 10.1016/S1045-2354(02)00212-5 . Síntese das hipóteses analisadasNa Tabela 7 apresenta-se uma síntese das hipóteses analisadas, em que se evidenciam a hipótese formulada, os resultados dos testes aplicados e se a hipótese foi rejeitada ou se falha em rejeitar a hipótese nula. Doane e Seward (2010) Doane, D. P.., & Seward, L. E.. (2010). Estatística aplicada à administração e à economia. Porto Alegre: Artmed. explicam que uma hipótese é testada contrastando suas implicações contra evidências empíricas. Assim, pode ocorrer a rejeição da hipótese nula quando ela é verdadeira, denominada de erro tipo 1, e pode-se falhar em rejeitar a hipótese nula quando ela é falsa, chamada de erro tipo II. Tabela
7 Síntese De acordo com a Tabela 7, falha-se em rejeitar a hipótese nula de H1, H2, H3, H4 e H6, além de rejeitar-se parcialmente a hipótese nula da H5, visto que o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade impactou a área organizacional da controladoria, provocando a produção e a reprodução da sua ordem social. Embora o teste da hipótese H5 tenha apresentado significância, com um p-value de 0,0121, portanto, inferior a 0,05, a correlação foi de 64,13%. Ainda que a correlação tenha ficado acima de 60%, ela é caracterizada apenas como boa, e isso implicou rejeitar parcialmente a hipótese H5, já que se previa uma correlação forte e significante entre os pilares de dominação e de legitimação. ConclusõesBuscando compreender a dinâmica do campo do órgão organizacional da controladoria, fundamentado em um quadro estruturacionista, nas dimensões de legitimação, significação e dominação, o estudo objetivou verificar o impacto da adoção das normas internacionais de contabilidade, sob a lente da Teoria da Estruturação, na área da controladoria de empresas do novo mercado da BM & FBovespa. Os resultados da pesquisa mostraram que, no pilar de significação, todas as subvariáveis, funções, atividades, transformações e comunicação se destacaram, constituindo um único fator, demonstrando uma inter-relação entre os elementos. No pilar de dominação, destacaram-se dois componentes, um formado pelos recursos autoritários, facilidades e poder; e outro pelos recursos alocativos, ou seja, houve inter-relacionamento entre os elementos. No pilar legitimação também resultaram dois fatores em que sanção, comportamentos legitimados e produção de moralidade formaram o primeiro fator; e obrigações formou o segundo fator. Observou-se, assim, a dualidade da estrutura na área organizacional da controladoria com a adoção das normas internacionais, com a estrutura (significação, dominação e legitimação), influenciando a ação dos agentes (comunicação, poder e sanção) e a ação influenciando a estrutura. Esses resultados estão em linha com o preconizado na Teoria da Estruturação, conforme descrito por Macintosh e Scapens (1990)Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990).
Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Constatou-se também uma correlação forte e significativa entre os elementos dos pilares de significação e dominação, e dos pilares de significação e dominação com o pilar de legitimação. A correlação entre os pilares de dominação e legitimação foi boa e significativa. Tais correlações evidenciam a transição dos estágios, cognitivo, regulativo e normativo durante o processo de convergência, demonstrando a interligação entre os pilares. Assim, reforça-se a observação de Cánepa et al. (2008) Cánepa, P. C. V.., Brodbeck, A. F.., & Fetzner, M. A. M.. (2008, setembro). Abordagens teóricas na compreensão das relações sociais na implementação da Tecnologia de Informação (TI). Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 23., de que a estruturação começa por um estágio cognitivo, passa para um regulativo e evolui para um normativo. Portanto, na análise da estruturação (produção e reprodução da ordem social) da área organizacional controladoria, com o processo de adoção das normas internacionais, constatou-se a estruturação da controladoria. Em outras palavras, houve a produção e a reprodução da sua ordem social por meio da dualidade da estrutura em interação, e pelos estágios que a mesma transitou durante o processo de convergência das normas brasileiras às normas internacionais de contabilidade. Isso confirma a adequação da Teoria da Estruturação (Macintosh, 1985Macintosh. N. B. (1985). The social software of accounting and information systems. Chichester: John Wiley & Sons.) para analisar as dimensões de legitimação, significação e dominação, e o papel da agência nas mudanças da controladoria com a convergência contábil. No teste das hipóteses, falhou-se em rejeitar a hipótese nula de H1: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de significação; H2: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de dominação; H3: Existe inter-relacionamento entre os elementos do pilar de legitimação; H4: O pilar de significação está forte e significativamente correlacionado com o pilar de dominação; e H6: Os pilares de significação e dominação estão forte e significativamente correlacionados com o pilar de legitimação. Além disso, ocorreu a rejeição parcial da hipótese nula de H5: O pilar de dominação está forte e significativamente correlacionado com o pilar de legitimação. Confirma-se, desse modo, que a adoção do processo de convergência das normas internacionais de contabilidade nas empresas pesquisadas impactou na área da controladoria, provocando a produção e a reprodução da sua ordem social. Os resultados da pesquisa
coadunam com os de Macintosh e Scapens (1990Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Structuration theory in management accounting. Accounting, Organizations and Society, 15(5): 455-477 doi: 10.1016/0361-3682(90)90028-S . Conclui-se que o processo de adoção das normas internacionais de contabilidade impactou na área da controladoria, provocando a produção e a reprodução de sua ordem social, ou seja, a sua estruturação. O pilar de significação foi o que mais sofreu impacto, seguido dos pilares de dominação e legitimação. Ressalta-se, todavia, que esses resultados limitam-se à amostra de empresas pesquisadas e não podem ser extrapolados para além das técnicas estatísticas utilizadas, logo não podem ser generalizados, sendo que estudos em outras empresas e a aplicação de outras técnicas estatísticas podem levar a diferentes conclusões. O estudo contribui para identificar, em uma visão estruturacionista, as mudanças que o processo de adoção dessas normas contábeis provocou na área da controladoria, em suas funções e procedimentos, e na conduta de seus agentes. No entanto, recomenda-se que outras empresas sejam pesquisadas, considerando um período de investigação em que a adoção das normas internacionais de contabilidade esteja mais consolidada. Recomenda-se ainda que as subvariáveis, criadas a partir das variáveis extraídas do referencial teórico, sejam adaptadas e/ou replicadas para outros contextos, com reflexões sobre a utilização das questões e assertivas elaboradas neste estudo em outro campo de pesquisa. Referências
Quais são os impactos causados pela adoção de normas internacionais de contabilidade?Os resultados apontam que a adoção das normas internacionais de contabilidade não impactou os indicadores econômico-financeiros das empresas analisadas. O impacto observado foi relacionado apenas ao indicador de imobilização do patrimônio líquido. Palavras-chave: Harmonização contábil internacional.
Quais foram os impactos que a adoção das IFRS no Brasil?Espera-se que com a adoção, adaptação e harmonização das IFRS, tenha-se um aumento na comparabilidade e qualidade das demonstrações financeiras e como consequência um impacto positivo para a capacidade de previsão dos analistas que seguem e avaliam as empresas do mercado de capitais e nas decisões que envolvem fatos ...
Qual o impacto da internacionalização da contabilidade do Brasil?Nesse ambiente de internacionalização da economia, fortalecimento do mercado de capitais, aumento de investimentos estrangeiros diretos e formação de blocos econômicos, as informações econômico-financeiras para avaliação conjuntural e tomada de decisão se tornaram imprescindíveis.
Quando as normas internacionais de contabilidade foram adotadas no Brasil e qual a finalidade dessa adoção?Ao adotar as normas internacionais de contabilidade desde 2008, por meio da lei 11.638/07, o país proporcionou que suas empresas apresentem ao mercado demonstrações financeiras em formato aceito internacionalmente com regras claras e bem definidas, dando mais segurança e transparência aos investidores e demais ...
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