Quais eram as principais atividades econômicas desenvolvidas pelo império?

A agricultura e o uso de mão de obra escrava foram as principais características da economia bizantina na Antiguidade.


Quais eram as principais atividades econômicas desenvolvidas pelo império?

Moeda bizantina: características de uma economia dinâmica e mercantil

Introdução

O Império Bizantino foi muito próspero do ponto de vista econômico. Grande parte da renda e das propriedades estavam concentradas nas mãos da nobreza e dos ricos comerciantes. Embora praticassem a agricultura, grande parte da riqueza tinha no comércio interno  e externo.

Principais características econômicas do Império Bizantino

- Modo de produção agrícola baseado na escravidão. Esta foi uma das características econômicas que o Império Bizantino herdou dos romanos.

- Grande importância das atividades comerciais (base da economia). O Império Bizantino se destacou nas relações comerciais com a Arábia, China, Pérsia e Índia. O contato comercial era realizado por via terrestre e marítima. As mercadorias mais comercializadas eram: especiarias (temperos), joias, âmbar, tecidos de seda, escravos (infelizmente, os escravos eram tratados como mercadorias), porcelanas, imagens religiosas, marfim, pedras preciosas, peças de ouro, azeite, azeitonas, papiro e etc.

- O governo imperial arrecada muitas receitas, originárias dos altos impostos cobrados da população. Impostos e taxas também eram cobrados dos comerciantes.

- Como a economia bizantina era muito dinâmica, houve o uso de moedas metálicas nas atividades comerciais. As moedas eram cunhadas, principalmente, em ouro, prata e cobre. Muitas delas, levavam a imagem desenhada de algum imperador bizantino.

- Outra importante fonte de renda da monarquia bizantina era a venda do trigo, que era de exclusividade do governo.

- Com os impostos arrecadados em grande quantidade, a monarquia bizantina tinha condições de contratar exércitos mercenários, cujas funções principais eram manter a ordem interna e proteger as fronteiras do império. Esta política era amplamente apoiada pelos comerciantes, que garantiam a segurança para os seus negócios.

- Em função dessa riqueza e prosperidade, Bizâncio (Constantinopla), capital do império, chegou a ter cerca de 1 milhão de habitantes. Ela foi uma das cidades mais povoadas e ricas na Idade Média.

Quais eram as principais atividades econômicas desenvolvidas pelo império?

Camponeses bizantinos: agricultura foi uma das principais atividades econômicas do Império Bizantino.


Artigo publicado em: 01/10/2018 - atualizado em 20/10/2020

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

- ARAÚJO, Daniel de. História Geral – Coleção Diplomata. São Paulo: Editora Saraiva, 2015.

- ARRUDA. José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática, 1988.

No decorrer do processo de colonização do Brasil, observamos que a economia baseada no latifúndio, na monocultura, na exportação e na mão-de-obra escrava foi predominante durante todo esse período. O mais claro exemplo onde contemplamos esse tipo de experiência econômica está presente na economia açucareira desenvolvida desde o século XVI.

De certa forma, esse modelo de desenvolvimento econômico impediu a diversificação da economia brasileira. O Brasil conviveu historicamente com a formação de pequenas elites agro-exporatodoras responsáveis por subjugar todo espaço de exploração econômica do país a um modelo visivelmente limitador. Conforme alguns historiadores, esse seria o principal “sentido da colonização” brasileira.

No entanto, o interesse exploratório da metrópole lusitana e a demanda interna dos colonos possibilitaram o aparecimento de outras atividades econômicas. Também conhecidas como atividades complementares ou secundárias, tais modalidades de empresa foram responsáveis pela dinamização econômica e a ampliação dos territórios coloniais.

As primeiras atividades complementares implementadas na colônia foram o cultivo da mandioca e atividades pecuaristas. A mandioca era um item alimentar primordial entre os colonos, principalmente os escravos. Sua importância era tamanha que a Coroa Portuguesa chegou a exigir que parte das terras dos senhores de engenho fosse destinada a esse tipo de cultura. Muitos deles não aceitavam perder recursos e mão-de-obra nesse tipo de atividade, tendo em vista os melhores lucros obtidos na exploração açucareira.

A pecuária típica nas regiões nordeste e sul trouxeram o surgimento de outras classes sociais e a ampliação dos territórios coloniais. No nordeste, o gado era criado em regiões fora das áreas de plantação açucareira. Criado de forma livre, o gado avançou em regiões do Maranhão, Ceará e ao longo do Rio São Francisco. No sul, as pradarias gaúchas também propiciaram o desenvolvimento da atividade pecuarista, que atingiu seu auge com o comércio do charque destinado às regiões mineradoras.

Além de abastecer as populações coloniais, a pecuária também representou um peculiar instrumento de mobilidade social. Ao contar com brancos não-proprietários de terras, mestiços e mulatos a pecuária remunerava-os com parte dos restos das tropas de gado. De tal maneira podiam usufruir de uma melhor condição financeira.

Na região do Recôncavo Baiano, o fumo era plantado por pequenos lavradores que comercializavam a produção obtida com a metrópole portuguesa. Tal atividade era de suma importância na realização do escambo entre as tribos africanas que aprisionavam os escravos a serem comercializados no Brasil. A produção de aguardente e rapadura foram outras duas atividades que também se desenvolveram com esse mesmo intuito.

O algodão, que era primordial para a confecção da vestimenta dos escravos, também passou a entrar na pauta de exportações da economia colonial. O advento das primeiras manufaturas e a posterior consolidação da indústria têxtil européia foi responsável pela inserção do algodão entre as atividades de interesse da metrópole.

Por fim, a extração das drogas do sertão foi outro importante ramo da economia colonial. Ervas aromáticas, plantas medicinais, cacau, canela, baunilha, cravo, castanha e guaraná eram buscados pelos bandeirantes que circulavam as regiões do interior do Brasil e a região amazônica. Tais artigos eram consumidos no mercado europeu para o uso alimentício e medicinal.

Ao mesmo tempo em que essas atividades possibilitaram o alargamento das fronteiras coloniais, principalmente com a União Ibérica (1580 – 1640) e a invalidação do Tratado de Tordesilhas, demonstraram como a economia e a sociedade colonial não sobreviveram somente à custa do controle e das determinações do pacto colonial.

Por Rainer Sousa
Mestre em História