Quais aspectos sociais e econômicos se tornaram argumentos contrários à entrada da Turquia na União Europeia?

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Quais aspectos sociais e econômicos se tornaram argumentos contrários à entrada da Turquia na União Europeia?

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Curso de Graduação em Relações Internacionais
Disciplina: Integração Regional
Profa. Naiane Cossul
Atividade avaliativa Grau A
Aluno(a): Mariana Araujo Vera 
Resumo sobre a entrada da Turquia na União Europeia 
	A Turquia é um país euroasiático que ocupa toda a península da Anatólia. Faz fronteira com oito países: Bulgária, Grécia, Geórgia Armênia o enclave do Naquichevão do Azerbaijão, Irã, Iraque e Síria. Devido a sua posição ele é geográfica e estrategicamente importante. É uma das regiões continuamente habitadas mais antigas do mundo e colocada como centro da difusão das línguas indo-europeias. Grandes impérios como o Bizantino e Otomano fazem parte da história da região. 
A república foi proclamada em 29 de outubro de 1923, mas foi apenas em 3 de março de 1924 que a família real foi expulsa, o califado abolido e a laicidade do novo regime confirmado. Mustafa Kemal tornou-se o primeiro presidente da república e fez diversas reformas para tornar o país mais moderno, com direitos igualitários para homens e mulheres (incluindo direito ao voto) e a educação passou a ser responsabilidade estatal, cortando a influência islâmica. 
Além disso, em 1928 foi adotado o alfabeto turco de grafia latina, para substituir o alfabeto árabe e persa. Até 1945 o sistema político era unipartidário, sendo a transição para um regime pluripartidário bem tumultuoso. Houveram sucessivos golpes de Estado, em 1960, 1971, 1982 e 1997, comprometendo a democracia e originando um governo muito repressivo. 
Após o fim da Segunda Guerra Mundial o país tornou-se membro das Nações Unidas e em 1952 aderiu a OTAN, tornando-se um importante aliado contra a expansão soviética no mediterrâneo. Em setembro de 1959 a Turquia demonstra seu interesse em participar da Comunidade Econômica Europeia, que mais tarde daria origem a União Europeia, mas foi somente em 1963 com o Acordo de Ancara que é previsto um protocolo financeiro e o estabelecimento progressivo de uma união aduaneira que se viabiliza a entrada do país ao bloco e finalmente a Turquia consegue o status de país europeu. 
Em 1974 a Turquia invade um terço da ilha de Chipre, proclamando a República Turca de Chipre do Norte, tendo como capital Nicósia e sendo a Turquia é o único país que reconhece a soberania do mesmo. Tal questão atrapalhou e atrapalha até os dias de hoje a adesão turca à União Europeia. 
Já em 1982 uma crise econômica assola o país e com isso um golpe militar derruba o governo, levando a suspensão do Acordo de Ancara e a interrupção as relações políticas com o país e retomadas apenas em 1987 após nova solicitação de adesão. Essa, por sua vez, teve retorno apenas em 1989 quando um parecer ressaltou que a falta de condições políticas e legislativas na Turquia para inicias as negociações novamente eram evidentes. 
A concretização da união aduaneira proposta pelo Acordo de Ancara foi feita apenas em 1995, quando a CEE já havia se tornado União Europeia. O mesmo aboliu impostos, reduziu barreiras comerciais entre as partes, definiu tarifas externas comuns para a importação de países terceiros e a harmonização com as políticas da União Europeia em cada campo relacionado ao mercado comum. 
Apesar de todos os avanços, após o golpe de estado de 1997 o Conselho Europeu exclui a Turquia dos países candidatos à adesão uma vez que a mesma não atende aos critérios políticos e econômicos, entretanto outros países aderiram ao bloco, levando os turcos a suspenderem parcialmente as relações com a União Europeia e entrarem em contato com outros blocos. Já em 1999 o conselho volta a considerar o país “em pé de igualdade” com os demais candidatos. No ano de 2004 o bloco passou de 15 para 25 membros, testemunhando o maior alargamento até então, e também definiu-se as condições necessárias para a adesão da Turquia, descritas através de 33 capítulos. 
Sabe-se que o nacionalismo curdo é a maior fonte de conflitos interno no país. Apesar da constituição reconhecer a liberdade de expressão, de impressa e de associação aos curdos isso não ocorre de fato, havendo historicamente repressão de grau variável conforme inclinação política dos governantes. Outros direitos como à vida, os direitos das mulheres e da liberdade de impressa também foram e são ameaçados, denúncias contra tortura também estão presentes. Entre 1998 e 2008 o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos emitiu mais de 1600 sentenças contra à Turquia, claramente bloqueando sua entrada na UE.
Os dados demográficos do país são consideravelmente bons, à exceção da mortalidade infantil que é de 17,5%. Os demais dados (2006) são de alta taxa alfabetização, expectativa de vida em 74 anos e o IDH de 0,767, portanto elevado. Outros pontos também são importantes para a análise. De fato, o maior grupo étnico da Turquia são os turcos, mas é possível perceber que, devido ao caráter multiétnico e multicultural do Império Otomano, esse seja um grupo miscigenado. 
Apesar de ser uma região secular e com fortes raízes históricas, a Turquia é um país laico, que defende a liberdade de religião e de consciência, mesmo o islamismo sendo a religião predominante no país, chegando a representar quase 90% da população. A constituição turca é bem clara, e, apesar de haver partidas islamistas atualmente, é extremamente proibido a influência religiosa.
As sucessivas tentativas da Turquia de aderir ao tratado de Maastrich são completamente frustradas repetidamente até os dias atuais, independente da sua infraestrutura, índices econômicos, localização geograficamente estratégica e de possuir o segundo maior contingente da OTAN. Há muitos pontos de incerteza para os países membros, sendo as questões desde políticas, econômicas à sociais e religiosas. 
A dívida externa da República Turca coloca em pauta se o mesmo será capaz de arcar com as exigências econômicas do bloco, em contrapartida alguns autores e até mesmo comissários da União Europeia afirmam que a adesão pode levar a implosão financeira do bloco uma vez que o estado turco teria direito a cerca de 28 000 milhões de euro líquidos por ano, ou seja, um terço do orçamento, mesmo o PIB per capita sendo de US$ 10 530. 
Outro ponto que preocupa a comunidade europeia é que a migração da mão-de-obra barata turca cause desemprego em alguns países, apesar de ser bem vinda em outros onde há elevado número de aposentados e baixa taxa de natalidade, equilibrando esse ponto. Entretanto, a principal questão a ser superada nesse entreva é a questão religiosa, sendo a União Europeia considerada o “clube cristão” e a Turquia tendo sua população majoritariamente mulçumana, sendo ela praticante ou não, alteraria brutalmente os aspectos religiosos e culturais do bloco. De todos os membros e solicitantes, a Turquia foi a que mais precisou se reorganizar para fazer parte da União Europeia, como a mudança de alfabeto, a laicidade do Estado e a proibição do uso do véu em determinados lugares, sendo tal lei revogada apenas em 2017. 
Em 2013 foi anunciada a retomada das negociações e a abertura de um novo capitulo. Até então foram abertos 13 capítulos e um já foi encerrado. A questão relacionada ao Chipre continue sendo uma pauta constante, a Grécia e o Chipre não permitirão a entrada turca no bloco enquanto a ilha não for reconhecida pelo país. 
Uma decisão negativa significará dar base para os movimentos fundamentalistas islâmicos e aumentar sua desconfiança com os países ocidentais, sendo um risco principalmente pois a Turquia é uma das portas de entrada para a Europa, com importantes fronteiras, como falado anteriormente, sendo um ponto geograficamente estratégico. Outro ponto negativo é a credibilidade da UE no cenário internacional e com a opinião pública já que são mais de 50 anos de negociação, dar uma negativa após tanto tempo e esforço pode acabar deixando ainda mais instável a situação.
E, ademais, a economia turca depende muito da sua relação com os países da União Europeia, dentro das exportações do país seu relacionamento com o bloco representa 57% do total e nas importações representa

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Quais aspectos sociais e econômicas se tornaram argumentos contrários à entrada da Turquia na União Europeia?

RESPOSTA: A violação aos direitos humanos, sobretudo no que se refere ao tratamento dado aos curdos, e o fato de ter uma população numerosa (75 milhões de habitantes), cujo nível econômico é mais baixo que o padrão da União Europeia.

O que dificultou a entrada da Turquia na União Europeia?

Desde 2016, as negociações de adesão estão paralisadas. A UE acusou e criticou a Turquia por violações dos direitos humanos e desrespeitos ao Estado de direito. Em 2017, funcionários da UE expressaram que as políticas turcas em planejamento violam os Critérios de Copenhaga de elegibilidade para adesão à UE.

Porque a Turquia quer entrar na União Europeia?

Assim, logo no começo das negociações, foi imposto à Turquia a necessidade de resolução de seu conflito com o Chipre, pertencente ao bloco europeu, iniciado em 1974 com a invasão da ilha cipriota por tropas turcas e a sua subsequente divisão em República Turca do Norte do Chipre (reconhecida no Sistema Internacional ...