Quais as características do feudalismo com a sociedade atual?

Índice

Introdução

O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que vigorou durante parte da Idade Média em diversos territórios da Europa.

Seu nome deriva de “feudo”, terras que estavam sob poder dos senhores feudais, concentravam a produção agrícola no período, e onde vivia a maior parte da população.

Quais são as características do feudalismo?

O feudalismo viveu seu auge durante a Alta Idade Média, entre os séculos IX e XI, e se caracterizou pela descentralização política, por isso se manifestou de forma diferente em cada região.

Dessa forma, quando estudamos esse sistema, é necessário destacar que os conceitos apresentados são generalizações para facilitar a compreensão, e que cada caso possui especificidades.

Com o declínio do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras que o levaram ao fim em 476 d.C., diversos povos de origem germânica se instalaram na Europa. Com o aumento dos conflitos e as dificuldades da vida nas cidades, parte da população passou a procurar abrigo e recursos para subsistência nas áreas rurais.

Em decorrência desse processo, a partir do século IX, onde hoje está localizada a França, teve início um sistema de organização política, econômica e social que posteriormente seria denominado feudalismo.

Suas características principais foram a descentralização política, ruralização, ou seja, concentração da população e da produção nas áreas rurais, estabelecimento de uma rígida hierarquia social, e o fortalecimento do cristianismo, com o aumento de sua influência na esfera política e social.

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Estrutura social do feudalismo

De maneira geral, a sociedade feudal era caracterizada por uma estrutura social rígida, que não permitia quase nenhuma mobilidade social. Ou seja, a posição na hierarquia social era determinada pelo nascimento.

As três principais ordens na sociedade medieval eram:

  • Clero: composto por membros da Igreja;
  • Nobreza: ocupava um lugar privilegiado na sociedade medieval e era formada pelos grandes proprietários de terra, chamados de cavaleiros e senhores feudais;
  • Povo: na base da pirâmide social, estavam os servos, principal força de trabalho nos feudos, que destinavam a maior parte de sua produção aos senhores. Também existiam os vilões, trabalhadores pobres que viviam nas vilas, e escravos, em menor número, geralmente ligados às atividades domésticas.

As relações sociais predominantes nessa estrutura eram chamadas de feudo-vassálicas. O surgimento dos senhores feudais se deu a partir de relações entre suseranos e vassalos.

Nesse tipo de relação, um suserano (o maior deles era o rei), grande senhor de terras, “doava” um pedaço de suas terras para outro membro da nobreza, que passava a ser seu vassalo.

Por sua vez, o vassalo lhe retribuía com proteção militar. Após receber a terra, ou feudo, o vassalo se tornava um senhor feudal, exercendo poderes quase absolutos sobre sua propriedade.

Por isso o feudalismo é caracterizado como um sistema político descentralizado. Embora os reis continuassem a existir durante todo o período da Idade Média, seu poder se tornou reduzido, em especial dentro dos feudos.

O que eram os feudos?

Os feudos eram unidades produtivas, geralmente fortificadas, onde viviam o senhor feudal, sua família e os servos. O regime de servidão foi o principal tipo de mão de obra utilizado durante a Idade Média e se diferenciava da escravidão pelo fato de os servos não serem considerados mercadorias.

Contudo, os servos tampouco eram trabalhadores assalariados. Eles se dedicavam quase integralmente à produção agrícola e estavam “presos” aos feudos, pois não possuíam terras próprias.

Dessa forma, os senhores cediam parte de suas terras para uso dos servos, que, por sua vez, pagavam diversos tributos ao senhor feudal. Assim, o feudalismo se constituiu em um regime em que parte do trabalho do servo era destinado a sua subsistência, e parte ficava para o senhor feudal.

Entre os principais impostos devidos pelos servos, estavam a corveia, destinação de até três dias de trabalho por semana nas terras do senhor; a mão morta, cobrada para que os filhos de servos que morriam continuassem utilizando as terras ocupadas por seus pais; e as banalidades, imposto cobrado para uso das ferramentas do senhor, como os moinhos.

Além dos impostos, os servos também pagavam o dízimo, contribuição à Igreja, que acumulou grandes poderes durante o período feudal e a Idade Média em geral, por ser uma grande proprietária de terras e pela difusão do cristianismo nesse período.

Os feudos, em geral, apresentavam as seguintes divisões:

  • Manso senhorial: onde se encontravam a residência do senhor feudal e sua família, e suas terras, que eram cultivadas pelos servos;
  • Manso servil: onde se localizavam as terras utilizadas pelos servos (parte dessa produção também ia para os senhores);
  • Manso comunal: constituído pelas terras comuns que abrigavam as ferramentas utilizadas para a produção.

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Quando foi o fim do feudalismo?

A partir do século XI, esse modelo começou a entrar em crise, entre outros motivos, pela dinamização do comércio nas cidades, que provocou o renascimento urbano e a ascensão da burguesia, uma nova camada social ligada às atividades comerciais.

Com o crescimento populacional do período, as condições de vida no feudo se tornaram mais difíceis, e as cidades passaram a atrair as pessoas. As péssimas condições, aliadas à exploração promovida pelos senhores feudais, também provocaram uma série de revoltas camponesas, que enfraqueceram o poder dos senhores.

Cabe destacar que durante a Idade Média, as cidades continuaram existindo, assim como o comércio, porém, perderam espaço para a sociedade feudal, baseada na produção agrícola para subsistência.

Com o declínio do feudalismo, a centralização política e a formação dos Estados nacionais se consolidaram no Antigo Regime. Contudo, algumas características do sistema feudal permaneceram presentes na sociedade europeia durante os séculos seguintes, como a servidão.

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Exercício de fixação

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Nas relações de suserania e vassalagem dominantes durante o feudalismo europeu, é possível observar que:

A a servidão representou, sobretudo na França e na península Ibérica, um verdadeiro renascimento da escravidão conforme existia na Roma imperial.

B os suseranos leigos, formados pela grande nobreza fundiária, distinguiam juridicamente os servos que trabalhavam nos campos dos que produziam nas cidades.

C mesmo dispondo de grandes propriedades territoriais, os suseranos eclesiásticos não mantinham a servidão nos seus domínios, mas sim o trabalho livre.

D o sistema de impostos incidia de forma pesada sobre os servos. O imposto da mão morta, por exemplo, era pago pelos herdeiros de um servo que morria para que continuassem nas terras pertencentes ao suserano.

E as principais instituições sociais que sustentavam as relações entre senhores e servos eram de origem muçulmana, oriundos da longa presença árabe na Europa Ocidental.

Quais as principais mudanças na sociedade feudal e a sociedade atual?

Uma das primeiras mudanças ocorridas esteve ligada com o aumento da produção agrícola, que graças ao incremento de novas técnicas, permitiu uma maior circulação de mercadorias pela Europa. Novas rotas terrestres e marítimas se instalaram chegando a integrar a Europa a outras regiões do Oriente.

Quais são as principais características sociais do feudalismo?

Características do feudalismo: política descentralizada, economia rural e sociedade estamental. Concessão de terras acontecia dentro da relação de fidelidade entre os homens, na qual o suserano concedia uma porção de terras para um vassalo.

Quais são as principais características do feudalismo Brainly?

Algumas características do feudalismo: - A sociedade era dividida em três grupos sociais: o clero, a nobreza e os servos. - Todos os poderes (jurídico, econômico e político) concentravam-se nas mãos dos senhores feudais. - A população era estática e hierarquizada.

Por que a sociedade feudal é chamada de sociedade estamental?

Isso porque, nesse período, a sociedade era dividida por categorias, separando indivíduos de acordo com suas tradições familiares e valores conquistados a partir de privilégios. E é justamente esse o conceito desse termo: estrutura social organizada a partir da posse de bens e dos prestígios do berço familiar.