Porque os escravos eram trabalhadores tão importantes na vida ateniense

Grátis

112 pág.

Porque os escravos eram trabalhadores tão importantes na vida ateniense

  • Porque os escravos eram trabalhadores tão importantes na vida ateniense
    Denunciar


Pré-visualização | Página 12 de 26

houve uma organização censitária da sociedade, 
Divisão da sociedade de acordo 
com níveis de riqueza.
Organização censitária
49UnIdade 2
e a cidadania, portanto, deixou de ser definida pelo pertencimento à aristocracia. 
Com Clístenes, em 509 a.C., a participação dos cidadãos tornou-se independente 
do critério de renda.
A democracia ganhou ainda mais força no governo de Péricles. Em 451 a.C., 
ele definiu que os cidadãos atenienses com direito à participação na vida política 
seriam todos os homens com mais de 18 anos, filhos de pai e mãe atenienses.
A Eclésia, assembleia de cidadãos, reunia-se duas vezes por ano na ágora 
(praça pública) para discutir e tomar decisões sobre as questões fundamentais 
da cidade.
Na democracia ateniense, além da Eclésia, havia a Bulé, também chamada 
de Conselho dos 500. Ela era composta por 500 cidadãos atenienses de cada 
uma das 50 tribos em que a cidade estava dividida, levando em conta o litoral 
e o interior.
O quadro a seguir apresenta os grupos sociais que viviam em Atenas nesse 
período, conhecido como Clássico.
Os grupos sociais de Atenas
Grupo social Características Participação política
Cidadãos
Homens com mais de 18 anos filhos de pai e mãe 
atenienses. Os cidadãos poderiam ser proprietários 
de terras, da qual obtinham riquezas por meio do 
trabalho escravo. Havia cidadãos que eram artesãos ou 
proprietários de pequenos lotes de terras.
Tinham direito de 
voto na Eclésia.
Escravos
Estrangeiros prisioneiros de guerra que exerciam várias 
funções, como a agricultura e a organização da vida 
doméstica, e também assumiam tarefas especializadas 
relacionadas à produção artesanal, ao comércio ou a 
atividades intelectuais.
Não tinham 
direitos políticos.
Metecos
Estrangeiros livres que exerciam diferentes atividades 
na cidade. Deviam cumprir obrigações militares e pagar 
impostos como os cidadãos, mas não tinham direitos 
políticos nem acesso à propriedade de terras. Como 
estrangeiros, também tinham de pagar uma taxa anual 
para permanecer na cidade. Entre os metecos havia 
negociantes, intelectuais, artesãos, enfim, era um grupo 
bastante heterogêneo.
Não tinham 
direitos políticos.
50 UnIdade 2
Os gregos eram politeís-
tas, isto é, acreditavam em 
vários deuses. Na parte alta 
de Atenas, localizava-se a 
Acrópole, o santuário religioso 
da cidade, onde ficava um 
grande monumento de már-
more, o Partenon, em home-
nagem à deusa Atena, que 
deu nome à cidade e era con-
siderada sua protetora.
A riqueza da cidade de 
Atenas começou a se consti-
tuir ainda no século VIII a.C., 
quando ela já tinha começado 
o processo de conquista de 
outras cidades, fundando colônias. Essas colônias, além de serem dominadas pelo 
governo ateniense, tinham de pagar impostos, ceder navios para a guerra e enviar 
©
 K
ev
in
 s
ch
af
er
/p
ho
to
lib
ra
ry
/G
et
ty
 Im
ag
es
pode-se observar, no alto da imagem, as ruínas do partenon, templo construído no século v a.c., em homenagem à deusa atena. 
a parte alta da cidade era chamada de acrópole. lá ocorriam as assembleias políticas e havia estádios, ginásios e outros templos.
Segundo a mitologia grega, 
Atena era a deusa da guerra 
estratégica, da sabedoria e 
da justiça, sendo conside-
rada a grande protetora da 
cidade de Atenas. Ela era 
um dos doze deuses gre-
gos que viviam no Monte 
Olimpo e era filha de Zeus, 
o deus dos deuses. Na obra 
em versos Odisse ia , de 
Homero, Atena era a prote-
tora do herói Odisseu.
©
 d
im
itr
io
sp
/1
23
rF
estátua de atena, inspirada na esté-
tica da Grécia antiga. obra localizada 
na academia de atenas, em atenas 
(Grécia).
51UnIdade 2
escravos para os atenienses. Essas cidades também eram obrigadas a fornecer pro-
dutos que poderiam faltar em Atenas em determinados períodos, como o trigo, e 
seus habitantes ainda eram obrigados a outras imposições, tais como usar o grego 
como língua e cultuar os deuses atenienses.
Durante o governo de Péricles (461-429 a.C.), Atenas viveu o auge da sua demo-
cracia. Foi também o período de maior expansão territorial, o que garantiu recursos 
para, por exemplo, construir vários templos, entre os quais o Partenon.
História – Volume 1
Escravidão na Antiguidade
Esse vídeo ajuda você a entender a escravidão na Antiguidade Clássica, na Grécia e Roma 
antigas. Uma sequência de imagens, filmes e entrevistas com especialistas mostra como a 
escravidão funcionava nas cidades-estado de Atenas e Esparta. Em ambas, os prisioneiros de 
guerra eram comprados para desempenhar diferentes funções que, em geral, não eram feitas 
por aqueles que tinham status de cidadania. O vídeo, além de comparar os dois casos gregos, 
apresenta também a especificidade da escravidão no Império Romano. Naquele contexto, os 
escravos podiam ser prisioneiros capturados nas conquistas territoriais, ou mesmo plebeus 
endividados que eram escravizados durante um tempo, até saldarem suas dívidas. Ao final, o 
vídeo debate a força e a longevidade do sistema escravocrata romano e o que isso represen-
tou para a manutenção do maior império da Antiguidade.
atIvIdade 1 a pólis para os gregos
As questões a seguir fazem referência à organização política das cidades-
-estado da Grécia Antiga, propondo também uma comparação com o mundo atual. 
Para respondê-las, retome o texto lido anteriormente sobre os gregos, Atenas 
e a democracia, e releia as informações relacionadas à pólis e às cidades-estado. 
Sublinhe o que considerar mais importante. Em seguida, responda ao que se pede.
 1 O que era a pólis na Grécia Antiga?
52 UnIdade 2
 2 Que diferenças você consegue perceber entre a antiga organização política 
ateniense e a atual organização política brasileira?
O Brasil atual é um país que vive sob o regime democrático, mas, ao contrário 
do que ocorria na Grécia Antiga, não há democracia direta, e sim uma democracia 
representativa. Nesse sistema, os cidadãos votam em representantes que tomam 
decisões políticas em nome dos que o elegeram. Na sociedade brasileira atual, 
deputados e senadores são eleitos pelo voto popular para representar o conjunto da 
população. Já em Atenas, na Antiguidade, os cidadãos não elegiam representantes, 
mas participavam diretamente das decisões políticas da cidade. Eles reuniam-se na 
assembleia para discutir e deliberar sobre os problemas da cidade.
Nas sociedades atuais, é necessário considerar que a cidadania não deve se 
limitar a eleger seus representantes. Os cidadãos devem também lutar pela defesa 
de seus direitos, e para isso podem usar diversos caminhos, que vão desde a luta 
na justiça até a participação em movimentos de protesto em defesa de um direito.
atIvIdade 2 a escravidão na Grécia antiga
Leia o texto a seguir sobre a escravidão em Atenas e, retomando também o que 
você estudou, responda às questões.
No fim do século V e ao longo do IV [a.C.], período da história ateniense mais 
documentado, os escravos estão por toda parte, tanto nos campos dos agricultores 
postos em cena pelo poeta Aristófanes em suas comédias quanto nas minas ou ofi-
cinas, como a que possuía o meteco Céfalos [...]. Essas oficinas (respectivamente, de 
53UnIdade 2
 1 Conforme o texto, que atividades o escravo poderia exercer em Atenas?
 2 Com base nos números de escravos citados no texto de Claude Mossé, é correto 
considerar que os escravos eram os trabalhadores que estavam na base da vida 
econômica e social de Atenas? Por que os escravos eram trabalhadores tão impor-
tantes na vida ateniense?
Mossé, claude. dicionário da civilização grega. rio de Janeiro: zahar, 2004, p. 117-118.
fabricação de escudos e de fabricação de camas e artigos de cutelaria) estavam entre 
as maiores que nos são dadas a conhecer pelas fontes disponíveis: Céfalos teria pelo 
menos cento e vinte escravos, e o pai de Demóstenes cerca de cinquenta. Não era, 
porém, necessário ser um grande proprietário rural ou um rico artesão para possuir 
escravos. Nas pequenas lojas em torno da

Por que a escravidão era fundamental para a democracia ateniense?

Pode-se entender que a democracia ateniense dependia diretamente da escravidão, pois promoveu a ascensão do camponês médio, por meio da cidadania, que passou a ter certos poderes, ainda que limitados.

Porque os escravizados eram essenciais?

Os escravos eram vistos como essenciais para a democracia ateniense porque eram a maior força de trabalho daquela sociedade, usados para trabalhar desde o campo até nas residências dos atenienses.

Onde os escravos de Atenas trabalhavam e quais eram suas condições de trabalho?

Em Atenas, boa parte dos escravos era proveniente de regiões da Ásia Menor e Trácia. Em geral, eram obtidos por meio da realização de guerras contra diversos povos de origem estrangeira. Os traficantes realizavam a compra dos inimigos capturados e logo tratavam de oferecê-los em algum lucrativo ponto comercial.

Quais eram os limites de participação na democracia ateniense?

Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política.