O estrogênio é o hormônio sexual feminino . É produzido pelos ovários e responsável por desenvolver características como crescimento das mamas e pelos pubianos. Além disso, tem papel importante no ciclo menstrual e interfere em questões como saúde óssea, vascular e reprodução. Seus níveis são maiores na adolescência e sua produção continua em menor quantidade até a menopausa . Show
A maior parte das mulheres não tem problemas com relação às taxas de estrogênio, especialmente se menstruam regularmente, explica Janayne Oliveira, ginecologista, obstetra e especialista em menopausa e sexologia do Hospital Anchieta de Brasília. Em alguns casos, contudo, pode haver aumento ou diminuição do hormônio no organismo, o que traz sintomas e requer acompanhamento médico. Leia também: Estrogênio: Alimentos ricos e seus benefícios Quando o estrogênio está alto Em quantidades excessivas, o estrogênio pode causar algumas consequências, além de representar risco à saúde. “Isso pode ser causado pela síndrome dos ovários policísticos , tumores nos ovários, câncer da glândula adrenal, síndrome de excesso de aromatase ou, então, pelo uso de alguns medicamentos”, explica Janayne. Como consequência, ocorre ganho de peso , ciclo menstrual irregular, dificuldade de engravidar, inchaço das mamas, irritabilidade, sintomas de TPM mais intensos, alteração do sono, maior risco de nódulos mamários e câncer de mama e de endométrio, bem como maior chance de episódios de trombose. Geralmente, mede-se o estrogênio através de exames de sangue, embora também seja possível testar através da urina, saliva e até via líquido amniótico. Quando o estrogênio está baixo Por outro lado, a deficiência nos níveis de estrogênio pode ter diferentes causas, porém a mais comum é a chegada da menopausa, quando a mulher para de ovular . Nessa situação, a baixa produção pode acarretar sintomas nada agradáveis. A médica explica, por exemplo, que, antes da menopausa, a mulher passa por um período de transição chamado climatério , caracterizado por ciclos menstruais irregulares e marcantes flutuações hormonais, muitas vezes acompanhadas por fogachos (ondas de calor), suores noturnos, secura vaginal, alterações do humor e sono, perda de elasticidade da pele e resistência dos ossos, causando grande impacto para a saúde no longo prazo. “Podemos diagnosticar a menopausa depois de 12 meses consecutivos sem menstruar e dosagem de FSH (hormônio folículo-estimulante) maior ou igual a 30UI/ml. Nesse momento, os ovários param de liberar óvulos e param de produzir os hormônios estrogênio e progesterona . Desse modo, a menopausa acontece, geralmente entre 45 e 55 anos. A média de idade é 51 anos”, detalha Janayne, que também avisa que pode acontecer, ainda que raramente, a menopausa precoce em algumas mulheres, ou seja, antes dos 40 anos. Quando o estrogênio para de ser produzido pelos ovários (menopausa), geralmente recomenda-se a terapia de reposição hormonal (TH) para alívio dos sintomas físicos e prevenção das consequências clínicas de deficiência estrogênica. “É especialmente indicada para mulheres sintomáticas abaixo dos 60 anos e com menos de 10 anos de menopausa. Isso porque a terapia hormonal é efetiva para prevenir a perda de massa óssea e as fraturas por fragilidade. No caso de mulheres com insuficiência ovariana prematura, há maior morbidade e mortalidade em decorrência do hipoestrogenismo prolongado.” Leia também: Reposição de estrogênio pode prevenir Alzheimer, diz estudo Quando não é indicada a terapia hormonal Existem algumas contraindicações para a terapia de reposição hormonal. Entre elas, quando a mulher tem câncer de mama ou endométrio ou lesão precursora para o câncer de mama. Além disso, outros fatores considerados são: doença trombótica ou tromboembólica venosa, doença coronariana, doença cerebrovascular, doença hepática descompensada, sangramento vaginal de causa desconhecida, porfiria, lúpus eritematoso sistêmico com elevado risco tromboembólico e meningioma. Há ainda outras condições que devem ser avaliadas pelo médico antes de uma terapia de reposição hormonal. Entre elas: hipertensão ou diabetes descompensados e melanoma. Em casos em que não é recomendável aplicar a reposição, também há alternativas não hormonais. “São uma boa opção para muitas mulheres, mas apenas o ginecologista pode avaliar caso a caso. Antes de fazer qualquer exame, ouço a queixa da paciente, avalio os sintomas e depois faço uma investigação para entender o que acontece e buscar o melhor tratamento”, finaliza a médica. Por definição, o ciclo menstrual começa com o primeiro dia de sangramento, que é contado como 1º dia. O ciclo termina pouco antes da próxima menstruação. Os ciclos menstruais costumam variar entre 24 e 38 dias. Apenas 10% a 15% das mulheres têm ciclos de exatamente 28 dias. Além disso, em pelo menos 20% das mulheres, os ciclos são irregulares. Isto é, eles são mais longos ou mais curtos do que a média. Geralmente, os ciclos variam mais e os intervalos entre as menstruações são mais longos nos anos imediatamente após o início da menstruação (menarca) e antes da menopausa. O sangramento menstrual costuma durar entre quatro a oito dias. Geralmente, a perda de sangue durante um ciclo varia entre 6 e 75 ml. Um absorvente higiênico ou um absorvente interno, dependendo do tipo, pode conter até 30 mililitros de sangue. O sangue menstrual, ao contrário do sangue resultante de um ferimento, geralmente não coagula, a menos que o sangramento seja muito intenso. O ciclo menstrual é regulado pelos hormônios. O hormônio luteinizante e o hormônio folículo-estimulante, que são produzidos pela hipófise, promovem a ovulação e estimulam os ovários a produzir estrogênio e progesterona. O estrogênio e a progesterona estimulam o útero e as mamas a se prepararem para uma possível fecundação. O ciclo menstrual tem três fases:
Mudanças durante o ciclo menstrualO ciclo menstrual é regulado pela interação complexa dos hormônios: hormônio luteinizante, hormônio folículo-estimulante e os hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona. O ciclo menstrual tem três fases:
O ciclo menstrual começa com sangramento menstrual (menstruação), que marca o primeiro dia da fase folicular. No início da fase folicular, a concentração de estrogênio e de progesterona está baixa. Assim, as camadas superiores do revestimento uterino (endométrio) espesso se rompem e derramam, dando início ao sangramento menstrual. Nesse período, a concentração do hormônio folículo-estimulante aumenta levemente, estimulando o desenvolvimento de vários folículos nos ovários. (os folículos são sacos cheios de líquido). Cada folículo contém um óvulo. Posteriormente nessa fase, conforme a concentração do hormônio folículo-estimulante diminui, em geral apenas um folículo continua a se desenvolver. Este folículo produz estrogênio. Ocorre um aumento constante dos níveis de estrogênio. A fase ovulatória começa com um surto na concentração do hormônio luteinizante e do hormônio folículo-estimulante. O hormônio luteinizante estimula a liberação do óvulo (ovulação), o que normalmente ocorre de 16 a 32 horas após o início do surto. A concentração de estrogênio diminui durante o surto e a concentração de progesterona começa a aumentar. Durante a fase lútea, ocorre uma redução na concentração do hormônio luteinizante e do hormônio folículo-estimulante. O folículo rompido se fecha após a liberação do óvulo e forma um corpo lúteo, que produz progesterona. Durante a maior parte dessa fase, a concentração de estrogênio é alta. A progesterona e o estrogênio fazem com que o revestimento do útero fique ainda mais espesso, para se preparar para uma possível fecundação. Se o óvulo não for fecundado, o corpo lúteo se degenera e já não produz mais progesterona, a concentração de estrogênio diminui, as camadas superiores do revestimento se rompem e são derramadas e ocorre o sangramento menstrual (o início de um novo ciclo menstrual). Se o óvulo for fecundado, o corpo lúteo continua a funcionar durante o início da gestação. Ele ajuda a manter a gravidez. Fase folicularA fase folicular tem início no primeiro dia do sangramento menstrual (1º dia). Porém, o principal evento nessa fase é o desenvolvimento de folículos nos ovários (os folículos são sacos cheios de líquido). No início da fase folicular, o revestimento do útero (endométrio) está espesso com líquidos e nutrientes destinados a nutrir um embrião. As concentrações de estrogênio e de progesterona serão baixas caso nenhum óvulo seja fecundado. Assim, as camadas superiores do endométrio são derramadas e ocorre o sangramento menstrual. Nesse período, a hipófise aumenta levemente sua produção de hormônio folículo-estimulante. Então, esse hormônio estimula o crescimento de três a 30 folículos. Cada folículo contém um óvulo. Posteriormente nessa fase, conforme a concentração desse hormônio diminui, somente um desses folículos (denominado folículo dominante) continua a crescer. Logo começa a produzir estrogênio e os outros folículos estimulados começam a se romper. A concentração de estrogênio que está aumentando também começa a preparar o útero e estimula o surto de hormônio luteinizante. Em média, a fase folicular dura aproximadamente 13 ou 14 dias. Das três fases, essa fase é a que mais varia em duração. Ela tende a se tornar mais curta perto da menopausa. Essa fase termina quando a concentração do hormônio luteinizante aumenta dramaticamente (ocorre um surto). O surto causa a liberação do óvulo (ovulação) e marca o início da próxima fase. Fase ovulatóriaA fase ovulatória tem início quando ocorre um surto de hormônio luteinizante. O hormônio luteinizante estimula o folículo dominante a se sobressair da superfície do ovário e, finalmente, romper-se, liberando o óvulo. O grau de aumento na concentração de hormônio folículo-estimulante é menor. A fase ovulatória geralmente dura de 16 a 32 horas. Ela termina quando o óvulo é liberado, cerca de 10 a 12 horas após ocorrer o surto de hormônio luteinizante. O óvulo pode ser fecundado por cerca de até 12 horas após sua liberação. O surto de hormônio luteinizante pode ser detectado por meio da medição da concentração desse hormônio na urina. Essa medida pode ser usada para determinar aproximadamente quando ocorrerá a ovulação. Os espermatozoides vivem entre três a cinco dias, de modo que um óvulo pode ser fecundado mesmo que os espermatozoides entrem no trato reprodutor antes de o óvulo ser liberado. Há aproximadamente seis dias em cada ciclo durante os quais a gravidez pode ocorrer (um período denominado janela fértil). A janela fértil geralmente começa cinco dias antes da ovulação e termina um dia após a ovulação. O número real de dias férteis varia de ciclo para ciclo e de mulher para mulher. No momento da ovulação, algumas mulheres sentem uma dor surda em um lado do abdômen inferior. Essa dor é conhecida como mittelschmerz (literalmente, dor no meio). A dor pode durar de poucos minutos a algumas horas, e ela é normal. A dor costuma ser sentida no mesmo lado do ovário que liberou o óvulo. A causa exata da dor é desconhecida, mas a dor é provavelmente causada pelo crescimento do folículo ou pela liberação de algumas gotas de sangue no momento da ovulação. A dor pode ocorrer antes ou depois a ruptura do folículo e talvez não ocorra em todos os ciclos. A liberação do óvulo não é alternada entre os dois ovários todo mês e parece ser aleatória. Se um dos ovários for removido, o ovário remanescente liberará um óvulo todo mês. Fase lúteaA fase lútea tem início após a ovulação. Ela dura aproximadamente 14 dias (a menos que ocorra fecundação) e termina pouco antes da menstruação. Nesta fase, o folículo rompido se fecha após a liberação do óvulo e forma uma estrutura chamada de corpo lúteo, que produz quantidades cada vez maiores de progesterona. A progesterona produzida pelo corpo lúteo tem as seguintes funções:
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