O que foi o Convênio de Taubaté e quais foram as consequências desse acordo?

O Convênio de Taubaté foi um acordo entre o governo e os produtores de café, visando intervir no preço do produto com a compra do excedente.

O que foi o Convênio de Taubaté e quais foram as consequências desse acordo?

O Convênio de Taubaté foi uma tentativa de salvar o café brasileiro da crise mundial. Consistiu num plano de intervenção estatal na cafeicultura brasileira, ocorrido em fevereiro de 1906.

O objetivo era que os governos estadual e federal comprassem o café excedente no mercado. Dessa forma, haveria elevação dos preços do produto e estariam garantidos os lucros dos cafeicultores.

O que foi o Convênio de Taubaté e quais foram as consequências desse acordo?

O Convênio de Taubaté tentou intervir no mercado

Desde o fim do século XIX, o café era o principal produto brasileiro de exportação. Nos primeiros anos da República, a riqueza gerada por ele abarrotava os cofres públicos e fortalecia grandes proprietários de terra.

Subitamente houve um aumento exagerado na oferta do produto, só que não haveria demanda suficiente. Pela lógica, o preço do café despencaria. Então os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais propuseram um acordo com os produtores. Era o Convênio de Taubaté.

Ficou acordado que o governo compraria e estocaria o excedente do café, para que o preço não caísse. Os Estados buscaram apoio do governo federal para ajudar no subsídio, só que o presidente Rodrigues Alves se negou. No entanto, assumindo a presidência Afonso Pena, ele concordou em participar do convênio.

O Convênio de Taubaté iniciou várias políticas de valorização do café, porém não havia dinheiro suficiente para custear os gastos. Foi preciso pegar empréstimos no exterior para comprar o café estocado. Criou-se um novo imposto, em ouro, sobre cada saca de café, a fim de pagar os juros do empréstimo.

O que foi o Convênio de Taubaté e quais foram as consequências desse acordo?

A quebra da Bolsa de Nova York e a falência dos cafeicultores

O Convênio de Taubaté segurou o preço do café por certo tempo, porém o país se endividou no seu custeio. Em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, os cafeicultores vão à falência. Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas põe fim à supremacia dos cafeicultores.

Os empréstimos contraídos pelo governo no exterior trouxeram sérias consequência para a economia, assim como dívida externa e a inflação.

Você gostou de ler sobre o Convênio de Taubaté? Então leia também sobre a República Velha.

Fonte: Sua Pesquisa, Info Escola, Toda Matéria, Brasil Escola, Estudo Prático.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Convênio de Taubaté de 1906 foi um acordo firmado entre os governadores dos estados de São Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco Antônio de Sales) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) prevendo a colheita de uma safra recorde. Agregado dentro dos princípios da "Política dos Governadores", acordou-se uma intervenção do Governo federal em benefício da classe dos cafeicultores de determinadas regiões do Brasil.

O convênio estabelecia preços mínimos para a compra do excedente pelos governos, que a exportação de tipos inferiores de café fosse desencorajada, que fosse melhorada a propaganda no exterior, que se estimulasse o consumo interno e restringisse a expansão das lavouras. As compras seriam financiadas por emissões lastreadas em empréstimos externos. Além disso, o governo federal se comprometia com a criação da Caixa de Conversão a fim de estabilizar o câmbio, e assim, a renda dos cafeicultores em moeda doméstica. O convênio deu início à primeira operação de defesa do café, que foi composta por uma política de valorização do produto e outra de estabilização cambial.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O que foi o Convênio de Taubaté e quais foram as consequências desse acordo?

Mapa ilustrativo da distribuição da Cultura do Café em 1901 no estado de São Paulo.

No início do século XX, quando se configurou a crise da superprodução do café, o seu preço no mercado internacional caía sensivelmente, mobilizando os cafeicultores, que se reuniram para a criação de uma estratégia que mantivesse o preço do produto valorizado em momentos de crise. Essa estratégia firmou-se no Convênio de Taubaté. Já a partir da crise de 1893, que atingiu particularmente os Estados Unidos, principal comprador do café brasileiro, o preço do café caiu 1/3 do valor daquele ano: de 4,09 libras a saca para 1,48 libras em 1899. A intervenção brasileira no nível internacional de preços do café só foi possível graças ao seu domínio na produção internacional, onde o país, sozinho, controlava três quartos da oferta mundial.

O Convênio de Taubaté[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 1906, reuniram-se em Taubaté os governadores dos estados de São Paulo, Jorge Tibiriçá Piratininga, de Minas Gerais, Francisco Antônio de Sales, e do Rio de Janeiro, Nilo Procópio Peçanha (posteriormente substituído no cargo por Alfredo Backer), e como resultado assinaram, no nono dia desse mês, um convênio que estabelecia as bases de uma política conjunta de valorização do café, condicionado à aprovação pelo presidente da República. Entretanto, o presidente Rodrigues Alves iria se recusar a assinar o acordo, que foi ratificado, então, pelo seu sucessor, Afonso Pena.

Celso Furtado, em sua obra Formação Econômica do Brasil, assim resumiu essas medidas:

  • Visando estabelecer um equilíbrio entre a oferta e a procura, o governo interviria no mercado, adquirindo os excedentes dos cafeicultores;
  • O financiamento das aquisições se efetuaria mediante o recurso a capitais obtidos por empréstimos no estrangeiro;
  • A amortização e os juros desses empréstimos seria efetuada mediante um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportado;
  • Visando solucionar a médio e longo prazo o problema do excesso de produção, os governadores dos estados produtores adotariam medidas visando desencorajar a expansão das lavouras pelos cafeicultores.

Com isso, os preços do produto eram mantidos artificialmente altos, garantindo-se os lucros dos cafeicultores. Estes, ao invés de diminuírem a produção de café, continuaram produzindo-o em larga escala, obrigando o governo a contrair mais empréstimos para continuar adquirindo esses excedentes. O Estado adquiriu o produto para revenda em momentos mais favoráveis até 1924, ano em que foi criado o Instituto do Café de São Paulo, a partir de quando essa intervenção passou a se dar de forma indireta.

Consequências[editar | editar código-fonte]

Ainda de acordo com Celso Furtado, a maior falha dessa política de valorização artificial do café foi não ter incentivado a diversificação da pauta de exportações brasileiras, por meio de subsídios, para assim aliviar a pressão da oferta interna sobre a tendência da queda de preços verificada na época. Contudo, ele próprio concorda que tal ação governamental seria bastante dificultada por não corresponder aos interesses políticos predominantes na época, vinculados à exportação do café.

Essa política adotada a partir do Convênio de Taubaté só ajudou a adiar o iminente fim do ciclo cafeeiro no Brasil, que aconteceu com a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929.

O Convênio de Taubaté foi uma forma usada para enriquecer os proprietários de café, que investiram na industrialização de São Paulo, já que a produção tinha venda garantida. Vendo a impossibilidade de pagar as dívidas que o governo paulista contraiu no exterior após a crise de 1929, em 1930, o governo nacional de Vargas assumiu todas as dívidas as nacionalizando.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Ciclo do café

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CARONE, Edgard; "A Primeira República (1889-1930): texto e contexto." 2a ed. amp., São Paulo: Difusão Européia do Livro, s/d
  • FURTADO, Celso; "Formação econômica do Brasil." 24ª ed. São Paulo; Companhia Editora Nacional; 1991

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Convênio de Taubaté
  • Convênio de Taubaté - Wikisource

Qual a consequência do Convênio de Taubaté?

O convênio de Taubaté conseguiu, durante algum tempo, contornar a queda do preço do café no exterior e impedir a superprodução, equilibrando também os gastos do governo. No entanto, devido aos inúmeros empréstimos para salvar o setor cafeeiro, a política de intervenção estatal acabou levando o país ao endividamento.

Quais foram as consequências do convênio?

- Foi evitada uma forte crise no setor, fato que poderia prejudicar toda economia nacional. - O acordo gerou um forte aumento da dívida dos estados com bancos estrangeiros.

O que foi o acordo de Taubaté?

O Convênio de Taubaté foi um encontro realizado em 1906 pelos governadores dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na cidade paulista de Taubaté, com o objetivo de encontrarem uma política estatal para garantir a rentabilidade da cafeicultura brasileira.

Como foi o Convênio de Taubaté?

O Convênio de Taubaté foi um acordo firmado, em 1906, entre os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seu objetivo era garantir um preço mínimo para o café, na época, o principal produto da economia brasileira.