Livro de fundamentos da pedagogia PDF

POR: FERNANDO RACHIDE - UP- MAPUTO – 2 0 1 5 |

i

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA LICENCIATURA/BACHARELATO EM ENSINO BÁSICO

MANUAL II DE FUNDAMENTOS DA PEDAGOGIA

MAPUTO / 2015 FUNDAMENTOS DA PEDAGOGIA

POR: FERNANDO RACHIDE - UP- MAPUTO – 2 0 1 5 |

ii

Visão geral do curso Neste manual caro estudante, irá estudar aspectos relacionados com: 1-O objecto de estudo da Pedagogia como Disciplina Cientifica e sua evolução histórica; 2-A importância do estudo da Pedagogia no processo de ensino-aprendizagem e os seus métodos de estudo; 3-Caracterização da educação como processo e fenómeno social; 4-Descrição dos diferentes tipos de educação, nomeadamente: formal, não formal, bem como o papel dos agentes de socialização; 5-Caracterização da educação como um processo de formação de valores, atitudes e convicções morais e patrióticas.

Objectivos de aprendizagem: Ao concluir o estudo dos temas constantes deste manual você será/deverá ser capaz de: 1-Definir o objecto de estudo da Pedagogia como Disciplina Cientifica e sua evolução histórica; 2-Descrever a importância do estudo da Pedagogia no processo de ensino-aprendizagem e os seus métodos de estudo,Caracterizar a educação como processo e fenómenos social; 3-Descrever os diferentes tipos de educação, nomeadamente: formal, não formal, bem como o papel dos agentes de socialização; 4-Caracterizar a educação como um processo de formação de valores, atitudes e convicções morais e patrióticas.

Lição 1 -A Pedagogia como Ciência 7

POR: FERNANDO RACHIDE - UP- MAPUTO – 2 0 1 5 |

iii

Lição 2- O objecto de estudo 9

POR: FERNANDO RACHIDE - UP- MAPUTO – 2 0 1 5 |

Lição 3 -Ramos de estudo da Pedagogia Lição 4 -O papel da Pedagogia

iv

11

13

Lição 5 -Métodos de estudo da Pedagogia

15

Lição 6 -A educação como processo e fenómeno social

17

Lição 7 -Tipos de educação – Formal 19 Lição 8 -Tipos de educação – Não -Formal 21 Lição 9 -Tipos de educação – Informal

23

Lição 10 -Influencia dos agentes de socialização – a família 25 Lição 11 -Influencia dos agentes de socialização – a comunidade

27

Lição 12 -Influencia dos agentes de socialização – os grupos de coetâneos 29 Lição 13 -Influencia dos agentes de socialização – a escola 31 Lição 14 -Influência dos agentes de socialização – os grupos sociais

33

Lição 15 -Influência dos agentes de socialização os meios de comunicação de massas Lição 16 -A educação com um processo multifacetado Lição 17 -Visão geral da História da Educação

39

Lição 18 -História da Educação em Moçambique

41

37

Lição 19 -História da Educação Tradicional em Moçambique Lição 20 -História da Educação Colonial em Moçambique 45

43

35

[Add course title here]: [Course sub-title]

5

Não há nem nas ciências experimentais, nem mesmo na matemática, posições definitivas e

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

6

irreformáveis. Toda a verdade científica aparece, em certo sentido, como provisória, susceptível de revisão, de aperfeiçoamento, às vezes mesmo de uma completa reposição em causa. Todos os conhecimentos científicos são aproximados, quer pela imperfeição das observações experimentais em que se fundam, quer pela necessária abstracção e esquematização com que são tratados. Os conceitos de adequação total e perfeita devem ser substituídos pelos de aproximação e validez limitada. Esta nova mentalidade científica que deve ser mantida num só equilíbrio é principalmente o fruto de numerosas crises e revoluções da ciência (...). Finalmente, um último carácter do conhecimento científico é a autonomia relativamente à Filosofia e à fé. A ciência tem o seu próprio campo de estudo, o seu método próprio de pesquisa, uma fonte independente de informações que é a Natureza. (...) Isto não significa que a Filosofia não possa e não deva levar a termo uma indagação crítica sobre a natureza da ciência, sobre os seus métodos e os seus princípios [uma indagação levada a cabo pela Epistemologia -- nota d'O Canto] e que o cientista não possa tirar vantagem do conhecimento reflexivo, filosófico e crítico da mesma actividade de cientista. (...) Mas em nenhum caso a ciência poderá dizer-se dependente de um sistema filosófico ou poderá encontrar numa tese filosófica uma barreira-limite que impeça a priori a aplicação livre e integral do seu método de pesquisa. E o mesmo se dirá no que respeita à fé: ela poderá constituir uma norma directriz e prudencial para o cientista, enquanto homem e crente, nunca será uma norma positiva ou restritiva para a ciência enquanto tal. O conhecimento é multifacetado e com várias classificações. Segundo Morin, não se tem mais um porte seguro para o mesmo. Mas dentro da tradição positivista, o conhecimento precisa de alguns pré-requisitos para ser científico. Dentro das Ciências Naturais, este são os critérios para ser científico. No entanto, em outras áreas, segue outros critérios. O conhecimento científico é fáctico: Parte dos factos, respeita-os até certo ponto e sempre retorna a eles. A ciência procura descobrir os factos tais como são, independentemente do seu valor emocional ou comercial: a ciência não poetiza os factos. Em todos os campos, a ciência começa por estabelecer os factos: isto requer curiosidade impessoal, desconfiança pela opinião prevalecente e sensibilidade à novidade. (...). Nem sempre é possível, nem sequer desejável, respeitar inteiramente os factos quando se analisam, e não há ciência sem análise, mesmo quando a análise é apenas um meio para a reconstrução final do todo. O físico perturba o átomo que deseja espiar; o biólogo modifica e pode inclusive matar o ser vivo que analisa; o antropólogo, empenhado no seu estudo de campo de uma comunidade, provoca nele certas modificações. Nenhum deles apreende o seu objecto tal como é, mas tal como fica modificado pela suas próprias operações. (...) O conhecimento científico transcende os factos: põe de lado os factos, produz factos novos e explica-os. O senso comum parte dos factos e atém-se a eles: amiúde, limita-se ao facto isolado, sem ir muito longe no trabalho de o correlacionar com outros, ou de o explicar. Pelo contrário, a investigação científica não se limita aos factos observados: os cientistas exprimem a realidade a fim de ir mais além das aparências; recusam o grosso dos factos percebidos, por serem um montão de acidentes, seleccionam os que julgam relevantes, controlam factos e, se possível, reproduzem-nos. Inclusive, produzem coisas novas, desde instrumentos até partículas elementares; obtêm novos compostos químicos, novas variedades vegetais e animais e, pelo menos em princípio, criam novas regras de conduta individual e social. (...) Há mais: o conhecimento científico racionaliza a experiência, em vez de se limitar a descrevê-la; a ciência dá conta dos factos, não os inventariando, mas explicando-os por

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

7

meio de hipóteses (em particular, enunciados e leis) e sistemas de hipóteses (teorias). Os cientistas conjecturam o que há por detrás dos factos observados e, em seguida, inventam conceitos (como os de átomo, campo, classe social, ou tendência histórica), que carecem de correlato empírico, isto é, que não correspondem a perceptos, ainda que presumivelmente se referem a coisas, qualidades ou relações existentes objectivamente. (...) A investigação científica é especializada: uma consequência da focagem científica dos problemas é a especialização. Não obstante a unidade do método científico, a sua aplicação depende, em grande medida, do assunto; isto explica a multiplicidade de técnicas e a relativa independência dos diversos sectores da ciência. (...) A especialização não impediu a formação de campos interdisciplinares, como a biofísica, a bioquímica, a psicofisiologia, a psicologia social, a teoria da informação, a cibernética ou a investigação operacional. Contudo, a especialização tende a estreitar a visão do cientista individual (...). O conhecimento científico é claro e preciso: os seus problemas são distintos, os seus resultados são claros. (...) A ciência torna preciso o que o senso comum conhece de maneira nebulosa. (...) O conhecimento científico é comunicável: não é inefável, mas expressável; não é privado, mas público. A linguagem científica comunica informações a quem quer que tenha sido preparado para a entender. (...) O que é inefável pode ser próprio da poesia ou da música, não da ciência, cuja linguagem é informativa e não expressiva ou imperativa. (...) O conhecimento científico é verificável: deve passar pelo exame da experiência. Para explicar um conjunto de fenómenos, o cientista inventa conjecturas fundadas de algum modo no saber adquirido. As suas suposições podem ser cautelosas ou ousadas, simples ou complexas; em todo o caso, devem pôr-se à prova. O teste das hipóteses fácticas é empírico, isto é, observacional ou experimental. (...) Nem todas as ciências podem experimentar; e em certas áreas da astronomia e da economia, alcança-se uma grande exactidão sem ajuda da experimentação. (...) A investigação científica é metódica: não é errática, mas planeada. Os investigadores não tacteiam na obscuridade; sabem o que buscam e como o encontrar. A planificação da investigação não exclui o azar; só que, ao deixar lugar para os acontecimentos imprevistos, é possível aproveitar a interferência do azar e a novidade inesperada. (...) Todo o trabalho de investigação se baseia no conhecimento anterior e, em particular, nas conjecturas melhor confirmadas. (...) Mais ainda, a investigação procede de acordo com regras e técnicas que se revelaram eficazes no passado, mas que são aperfeiçoadas continuamente, não só à luz de novas experiências, mas também de resultados do exame matemático e filosófico. O conhecimento científico é sistemático: uma ciência não é um agregado de informações desconexas, mas um sistema de ideias ligadas logicamente entre si. Todo o sistema de ideias, caracterizado por um certo conjunto básico (mas refutável) de hipóteses peculiares, e que procura adequar-se a uma classe de factos, é uma teoria. (...) O carácter matemático do conhecimento científico -- isto é, o facto de ser fundado, ordenado e coerente -- é que o torna racional. A racionalidade permite que o progresso científico se efectue não só pela acumulação gradual de resultados, mas também por revoluções. (...) O conhecimento científico é geral: situa os factos singulares em hipóteses gerais, os enunciados particulares em esquemas amplos. O cientista ocupa-se do facto singular na

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

8

medida em que este é membro de uma classe, ou caso de uma lei; mais ainda, pressupõe que todo o facto é classificável, o que ignora o facto isolado. Por isso, a ciência não se serve dos dados empirístico -- que sempre são singulares -- como tais; estes são mudos enquanto não se manipulam e convertem em peças de estrutura teóricas. (...) O conhecimento científico é legislador: busca leis (da natureza e da cultura) e aplica-as. O conhecimento científico insere os factos singulares em regras gerais chamadas "leis naturais" ou "leis sociais". Por detrás da fluência ou da desordem das aparências, a ciência factual descobre os elementos regulares da estrutura e do processo do ser e do devir. (...) A ciência é explicativa: tenta explicar os factos em termos de leis e as leis em termos de princípios. Os cientistas não se conformam com descrições pormenorizadas; além de inquirir como são as coisas, procuram responder ao porquê: porque é que ocorrem os factos tal como ocorrem e não de outra maneira. A ciência deduz as proposições relativas aos factos singulares a partir de leis gerais, e deduz as leis a partir de enunciados nomológicos ainda mais gerais (princípios). O conhecimento científico é preditivo: transcende a massa dos factos de experiência, imaginando como pode ter sido o passado e como poderá ser o futuro. A previsão é, em primeiro lugar, uma maneira eficaz de pôr à prova as hipóteses; mas também é a chave do controlo ou ainda da modificação do curso dos acontecimentos. A previsão científica, em contraste com a profecia, funda-se em leis e em informações específicas fidedignas, relativas ao estado de coisas actual ou passado. (...) A ciência é aberta: não reconhece barreiras a priori, que limitem o conhecimento: Se o conhecimento fáctico não é refutável em princípio, então não pertence à ciência, mas a algum outro campo. As noções acerca do nosso meio natural ou social, ou acerca do nosso eu, não são finais; estão todas em movimento, todas são falíveis. Sempre é possível que possa surgir uma nova situação (novas informações ou novos trabalhos teóricos) em que as nossas ideias, por firmemente estabelecidas que pareçam, se revelem inadequadas em algum sentido. A ciência carece de axiomas evidentes; inclusive, os princípios mais gerais e seguros são postulados que podem ser corrigidos ou substituídos. Em virtude do carácter hipotético dos enunciados de leis, e da natureza perfectível dos dados empíricos, a ciência não é um sistema dogmático e fechado, mas controvertido e aberto. Ou melhor, a ciência é aberta como sistema, porque é falível, por conseguinte, capaz de progredir.

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

9

Conceitos principais no estudo da Pedagogia Considerando que na língua científica não se admite a sinonímia, se pode dizer, cientificamente "falando", que educação, ensino e instrução não são sinónimos. 1-O QUE É EDUCAÇÃO ? Desde a época de Platão, o termo educação foi centro dos debates. Para ele era dar ao corpo e a alma toda beleza e perfeição que seja possível. Émile Durkheim a considerava a preparação para a vida. Para Pestalozzi, a educação do ser humano deve responder às necessidades de seu destino e ás leis de sua natureza. Para José Martí, é depositar em cada homem toda a obra da humanidade vivida, é preparar o ser humano para a vida. Segundo o ICCP (1988) se entende por educação o conjunto de influências que exerce a sociedade sobre o indivíduo. Isso implica que o ser humano se educa durante toda a vida. A educação consiste, ante todo, em um fenómeno social historicamente condicionado e com um marcado carácter classista. Através da educação se garantirá a transmissão de experiências de uma geração à outra. (ICCP, 1988, p.31) Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988), a educação é uma categoria geral e eterna, pois é parte inerente da sociedade desde seu surgimento. Também, a educação constitui um elo essencial no sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a ponto de não conceber progresso histórico-social sem sua presença. Para Martins,J (1990), a educação é um processo de acção da sociedade sobre o educando, visando entregá-lo segundo seus padrões sociais, económicos, políticos, e seus interesses. Reconhece-se aqui a necessária preparação para a vida, já referida em outras definições e que só se logra a através de convicções fortes e bem definidas de acordo com esses padrões. Para uns, Educação é processo, para outros é categoria, ou fenómeno social, ou preparação, ou conjunto de influências, e muitos conceitos mais. Ainda seguindo a linha de pensamento de J. Martins, (1990),se concorda que a educação tem as seguintes características: 

É fato histórico, pois se realiza no tempo;

É um processo que se preocupa com a formação do homem em sua plenitude;

Busca a integração dos membros de uma sociedade ao modelo social vigente;

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

10

Simultaneamente, busca a transformação da sociedade em benefício de seus membros;

É um fenómeno cultural, pois transmite a cultura de um contexto de forma global;

Direcciona o educando para o auto consciência;

É ao mesmo tempo, conservadora e inovadora. (MARTINS, J, 1990, p.23)

Deve-se analisar que a educação, mais que processo, mais que conjunto de influências, e outras, é uma actividade. Como toda actividade tem orientação, por tanto pode ser planejada. É processo, pois está constituída por acções e operações que devem ser executadas no tempo e no espaço concreto. É resultado que expressa ou manifesta uma cultura, como fato sócio-histórico. Portanto, a educação é uma actividade social, política e económica, que se manifesta de diversas formas e que seu sistema de acções e operações exercem influências na formação de convicções para o desenvolvimento humano do ser social e do ser individual. Neste último aspecto vale destacar que o ser humano que se pretende construir, desde a óptica como ser social deve ser desenvolvido simultaneamente nos planos, físico e intelectual, que tem consciência clara de suas possibilidades e limitações. Um homem munido de uma cultura que lhe permita conhecer, compreender e reflectir sobre o mundo. (MARTINS,J 1990, p. 22) O processo pedagógico, como aspecto consciente dentro do planeamento educacional, surge a partir das mudanças sofridas pela sociedade e com o objectivo de construir determinado protótipo de ser humano. Por isso, um dos meios importantes para influir na construção desse novo ser, é através do adequado planeamento educacional. Os programas, planos, e projectos, resultados dessas actividades de gestão educativa, sejam

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

11

introduzidos e generalizados como forma ideal para orientar, executar e controlar o trabalho educativo.

2-O QUE É ENSINO? Segundo Baranov, S.P. et al (1989, p. 75) o ensino é "um processo bilateral de ensino e aprendizagem". Daí, que seja axiomático explicitar que não existe ensino sem "aprendizagem". Para Neuner, G. et al (1981, p. 254) "a linha fundamental do processo de ensino é a transmissão e apropriação de um sólido sistema de conhecimentos e capacidades duradouras e aplicáveis." Destaca-se, por um lado, neste conceito a menção de "um sólido sistema de conhecimento", e por outro lado, as "capacidades duradouras e aplicáveis". No primeiro caso, referindo-se ao processo de instrução que procura atingir a superação dos discentes e o segundo caso ao treino, como forma de desenvolver as capacidades. O ICCP (1988, p. 31) define " o ensino como o processo de organização da actividade cognoscitiva" processo que se manifesta de uma forma bilateral: a aprendizagem, como assimilação do material estudado ou actividade do aluno, e o ensino como direcção deste processo ou actividade do professor.” Portanto, o ensino, como objecto de estudo e pesquisa da Didáctica, é uma actividade direccionada por docentes à formação qualificada dos discentes. Por isso, na implementação do ensino se dão a instrução e o treino, como formas de manifestar-se, concretamente, este processo na realidade objectiva. Diferenciando Educação, de Ensino, seria interessante reflectir com as palavras de J.M. Guyau, quando diz que "educar a um homem não é ensinar alguma coisa que não sabia, senão fazer dele o homem que não existia." (GUYAU, J apud. ISÓIS, J. 1976, p. 14) 3-O QUE É INSTRUÇÃO? Este é um termo que tem sido utilizado indistintamente para se referir ao que se define como educação, e também tem sido empregado com a denotação dada aqui de ensino. Isso traz consigo um grande dilema. Suma-se a essa ambiguidade do termo, o fato de erros de

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

12

tradução de um idioma a outro. Mas como o objectivo não é fazer a história das denotações desta palavra, se passa a delimitar sua concepção neste trabalho. Segundo Baranov, et al. (1989, p. 22) "a instrução constitui o aspecto da educação que compreende o sistema de valores científicos culturais, acumulados pela humanidade". Nesta perspectiva nota-se a coincidência com o próprio termo de educação. A instrução, não é directamente um aspecto da educação, mas bem, deve ser considerado como um elemento que aperfeiçoa o processo educativo, o que é diferente Se estes autores estiveram certos, não existiriam pessoas bem instruídas, pessoas já formadas, mas mal educadas. Ou também, não existiriam analfabetos, sem alguma instrução, com uma boa educação.” É muito mais preciso, desde a óptica deste trabalho, o conceito de instrução valorado pelos alemães Neuner, G, et al. (1981, p. 112) enfatizando que na literatura pedagógica “o conceito de instrução se emprega, na maioria das vezes, com a significação de ministrar e assimilar conhecimentos e habilidades, com a formação de interesses cognoscitivos e talentos, e com a preparação para as actividades profissional.” O ICCP (1988), também valora a

instrução com essa mesma perspectiva

profissionalizante quando expressa que: O conceito expressa o resultado da assimilação de conhecimentos, hábitos, e habilidades; se caracteriza pelo nível de desenvolvimento do intelecto e das capacidades criadoras do homem. A instrução pressupõe determinado nível de preparação do individuo para sua participação numa ou outra esfera da actividade social. Portanto, a instrução, como manifestação concreta do ensino, é uma acção didáctica que desenvolve o intelecto e a criatividade dos seres humanos com conhecimentos e habilidades que os prepara para desenvolver actividades sócio-culturais. Como o dissemos anteriormente que na língua científica não admite os conceitos de Educação, Ensino e Instrução como sinónimos, pois designam realidades diferentes. A Educação se centra na formação do ser humano, especificamente na construção da personalidade, enquanto o Ensino reflecte o processo de optimização da aprendizagem, a qual ajuda na formação

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

13

do ser humano, já a Instrução é uma forma de manifestar-se o ensino, onde se focaliza os aspectos de conhecimentos e saberes da realidade objectiva e subjectiva.

4-Personalidade-é o conjunto de qualidades politicas, sociais, culturais, que se formam pela interacao entre o individuo e a sociedade onde se encontra integrado. 5-Socializacao – é o processo de aquisição das manifestações sócio-culturais da sociedade por parte indivíduos, relativamente mais novos ou recém chegados;

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

14

Licao 1 A PEDAGOGIA COMO CIÊNCIA, BREVE HISTORIAL Introdução A Pedagogia como ciência, tem uma longa história. Os seus primeiros estudos emergiram, com a origem e o desenvolvimento da própria civilização, como aliás aconteceu com outras ciências. A Pedagogia teve os seus primeiros grandes estudos nas obras dos clássicos da antiguidade: Platão (427-347); Aristóteles (384-322); entre outros. Seu surgimento sustenta-se a partir da definição de seu objecto de estudo a educação. O progresso da educação não poderia se fundamentar só com a experiência do dia-a-dia e conjecturas de pensadores. Era necessário o surgimento de uma ciência que desse a esse objecto de estudo uma sustentação cientifica e tecnológica. As obras de Comenius, Rousseau, Kant, Hegel, Herbart, Chemischevski, Pestalozzi, Diesterweg e Ushinski, entre outros intelectuais, ajudaram a independência da Pedagogia como ciência particular. Os clássicos do Materialismo Histórico e Dialéctico, Marx e Engels, elaboraram os fundamentos que permitiram sustentar a cientificidade desta. Ao concluir esta unidade você será capaz de: A Pedagogia – do grego: peidós+Agogé = (criança+condução) a ciência que estuda, teoriza sobre a educação, investigando sua natureza, finalidades e conteúdos. Assim, a Pedagogia aparece como ciência ou disciplina cujo objectivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo. No cumprimento do seu papel a Pedagogia conta com os seguintes ramos de estudos próprios: - Teoria da Educação, Didácticas, Organização Escolar, que integra a Administração Escolar, Orientação pedagógica e Supervisão Educacional; História da Educação, Filosofia da Educação, e busca em outras ciências esclarecimento que concorrerem para a elucidação de fenómenos educativos como: Antropologia Cultural, Sociologia de Educação e outras. A Pedagogia apresenta-se simultaneamente como uma filosofia, uma ciência, uma arte e uma técnica de educação.

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

15

Existem muitas pedagogias conforme as ideologias: Crista, Progressista, Positiva, Negativa ou métodos e finalidades de estudos: 1.

Pedagogia compressiva -Pedagogia Preventiva; - Pedagogia Correctiva; - Pedagogia Empírica; -Pedagogia Experienciada; -Pedagogia Experimental e -Pedagogia Institucional;

2.

A Pedagogia Compressiva constitui um procedimento preventivo, tomando em atenção todas as intervenções que caracterizam cada uma das fases no sentido de se evitar os obstáculos eventuais a sua realização. Opõe-se em teoria a pedagogia correctiva. 3.

Pedagogia Correctiva: - desempenha uma função reconhecida ao tratamento pedagógico pela qual a partir dos dados de um teste diagnostico e do conhecimento experimental das causas das deficiências registadas e do valor das intervenções se pretende preencher o afastamento entre aquilo que e obtido e aquilo que e esperado.

4.

Diz-se da Pedagogia que recorre ao resultado imediato sem ter em conta o estabelecimento da ligação com as leis ou teorias e sem se preocupar com a verificação. A Pedagogia Empírica visa directamente a acção, enquanto a Experimental, visa a descoberta e a verificação das causas, das determinadas condições. Distingue-se, igualmente da Pedagogia Experimental pelo facto desta dar mais importância aos resultados enquanto a segunda considera mais o vivido pelo indivíduo. 5. A Pedagogia Experienciada- e aquela que resulta da transposição por vezes prematura das teorias pertencentes as ciências conexas tais como: a Biologia, a sociologia, a Psicologia, etc, dando esta transposição lugar a situações ou experiencias pedagógicas vividas, por vezes intransmissíveis e jamais submetidas ao controlo experimental. 6.

Pedagogia Institucional – corrente pedagógica que procura aplicar a analise institucional as formações escolares e elaborada a partir da constatação de que as estruturas actuais das instituições pedagógicas visam exclusivamente submeter os alunos as normas sociais sem se preocuparem com o seu desenvolvimento individual.

7.

Pedagogia Experimental, nome dado a investigação em pedagogia que utiliza o método experimental quer dizer aquele que supõe a verificação de uma hipótese ou uma lei conforme o tema em estudo.

Resumo

Por ; Fernando Rachide UP- Maputo - 2015 | Visão geral do curso

16

A Pedagogia – do grego: peidos ÷ Agogé criança ÷ condução é uma ciência que estuda, teoriza sobre a educação, investigando sua natureza e finalidades e conteúdos. A Pedagogia ocupa-se também da reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo A Pedagogia como ciência, tem uma longa história. Os seus primeiros estudos emergiram, com a origem e o desenvolvimento da própria civilização. como aconteceu com outras ciências. A Pedagogia teve os seus primeiros grandes estudos nas obras dos clássicos da antiguidade: Platão) 427-347; Aristóteles 384-322-, entre outros. Seu surgimento sustenta-se a partir da definição de seu objecto de estudo a educação progresso da educação não poderia se fundamentar só com a experiência do dia-a-dia e conjecturas de pensadores. Era necessário o surgimento de uma ciência que desse a esse objecto de estudo uma sustentação cientifico tecnológico. As obras de Comenius, Rousseau, Kant, Hegel, Herbart, Chemischevski, Pestalozzi, Diesterweg e Ushinski e dos clássicos do Materialismo Histórico e Dialéctico, Marx e Engels entre outros intelectuais, ajudaram a independência da Pedagogia como ciência particular. Exemplos de tipos de Pedagogias: Pedagogia compressiva -Pedagogia Preventiva; - Pedagogia Correctiva; - Pedagogia Empírica; -Pedagogia Experienciada; -Pedagogia Experimental e -Pedagogia Institucional cuja caracterização foi feita na parte inicial da lição;

[Add course title here]: [Course sub-title]

17

Lição 2 O Objecto de estudo da pedagogia Introdução A Pedagogia enquanto área de conhecimento aplicado, que tem por objeto a compreensão e a intervenção construtiva nos processos educativos, é eminentemente multidisciplinar fundamentando-se na Filosofia e em diversas Ciências. O seu campo específico se constitui de teorias e práticas que se articulam cada vez mais com outras áreas do conhecimento permitindo assim o desenvolvimento de lastros cognoscitivos e das competências e habilidades requeridas ao Pedagogo. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Identificar o objecto de estudo da pedagogia A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objectivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a critica do processo educativo. A Pedagogia – do grego: peidós+Agogé = (criança+condução) a ciência que estuda, teoriza sobre a educação, investigando sua natureza, finalidades, conteúdos e métodos. Ocupa-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. Ela investiga a natureza, finalidades e os processos necessários as práticas educativas com o objectivo de propor a realização qualitativa desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. No cumprimento do seu papel a Pedagogia conta com os seguintes ramos de estudos próprios: - Teoria da Educação que estuda os aspectos essenciais do processo educativo como os objectivos, princípios, conteúdos da educação; - Didáctica Geral que trata das técnicas ou arte de ensinar; fundamentalmente, sobre a planificação e realização do ensino, os métodos, meios didácticos e avaliação, entre outros aspectos. - Organização Escolar que integra a administração escolar, orientação pedagógica, e supervisão educacional; que se ocupa da criação de condições humanas, materiais e organizacionais do processo de ensino e aprendizagem; - História da Educação que estuda e analisa as práticas, a evolução histórica da educação no mundo, envolvendo diversos povos. - Filosofia da Educação que se ocupa da definição das metas (objectivos) finais que um dado sistema educacional deve atingir num dado País ou período histórico. Portanto a Pedagogia ocupa-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana.

Ela investiga a natureza, finalidades e os processos necessários as práticas educativas com o objectivo de propor a realização qualitativa desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Resumo A Pedagogia ocupa-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. Ela investiga a natureza, finalidades e os processos necessários as práticas educativas com o objectivo de propor a realização qualitativa desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem.

18

[Add course title here]: [Course sub-title]

19

Lição 3 Ramos de estudo da pedagogia Introdução A Pedagogia, como vimos, é um ramo das ciências de educação que ocupa do estudo/pesquisa dos processos relacionados com a educação do Homem. Analisa os objectivos, os conteúdos e métodos de educação, visando a sua melhoria.Mas o processo de educação pela sua natureza e complexo, envolve muitas áreas de conhecimentos e elementos participantes, para conseguir resultados desejados. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever os principais ramos da Pedagogia No cumprimento do seu papel a Pedagogia conta com os seguintes ramos de estudos próprios: Teoria da Educação, Didácticas, Organização Escolar, que integra a administração escolar, orientação pedagógica, e supervisão educacional; História da Educação, Filosofia da Educação, e busca em outras ciências, esclarecimentos que concorrerem para a elucidação de fenómenos educativos como: Antropologia Cultural, Sociologia de Educação e outras. A Pedagogia apresenta-se simultaneamente como uma filosofia, uma ciência, uma arte e uma técnica de educação. Existem muitas pedagogias conforme as ideologias: Crista, progressista, positiva, negativa, ou métodos e finalidades de estudos: Pedagogia compressiva, Pedagogia Preventiva; Pedagogia Correctiva; Pedagogia Empírica; Pedagogia Experienciada; Pedagogia Experimental e -Pedagogia Institucional; 1. A pedagogia compressiva constitui um procedimento preventivo, tomando em atenção todas as intervenções que caracterizam cada uma das fases no sentido de se evitar os obstáculos eventuais a sua realização. Opõe-se em teoria a pedagogia correctiva. 2. A Pedagogia Correctiva: - desempenha uma função reconhecida ao tratamento pedagógico pela qual a partir dos dados de um teste diagnostico e do conhecimento experimental das causas das deficiências registadas e do valor das intervenções se pretende preencher o afastamento entre aquilo que e obtido e aquilo que e esperado. 3. A Pedagogia Empírica - Diz-se da Pedagogia que recorre ao resultado imediato sem ter em conta o estabelecimento da ligação com as leis ou teorias e sem se preocupar com a verificação. visa directamente a acção, enquanto a Experimental, visa a descoberta e a verificação das causas, das determinadas condições. Distingue-se, igualmente da Pedagogia Experimental pelo facto desta dar mais importância

aos resultados enquanto a segunda considera mais o vivido pelo indivíduo. 4. A Pedagogia Experienciada- e aquela que resulta da transposição por vezes prematura das teorias pertencentes as ciências conexas tais como: a Biologia, a sociologia, a Psicologia, etc, dando esta transposição lugar a situações ou experiencias pedagógicas vividas, por vezes intransmissíveis e jamais submetidas ao controlo experimental. 5. Pedagogia Institucional – corrente pedagógica que procura aplicar a analise institucional as formações escolares e elaborada a partir da constatação de que as estruturas actuais das instituições pedagógicas visam exclusivamente submeter os alunos as normas sociais sem se preocuparem com o seu desenvolvimento individual. 6. Pedagogia Experimental, nome dado a investigação em pedagogia que utiliza o método experimental quer dizer aquele que supõe a verificação de uma hipótese ou uma lei conforme o tema em estudo.

Resumo No cumprimento do seu papel a Pedagogia conta com os seguintes ramos de estudos próprios: Teoria da Educação, Didácticas, Organização Escolar, que integra a administração escolar, orientação pedagógica, e supervisão educacional; Historia da Educação, Filosofia da Educação, e busca em outras ciências como: Antropologia Cultural, Sociologia de Educação esclarecimentos que concorrerem para a elucidação de fenómenos educativos. A Pedagogia apresenta-se simultaneamente como uma filosofia, uma ciência, uma arte e uma técnica de educação.

20

[Add course title here]: [Course sub-title]

21

Lição 4 O papel da pedagogia no Processo de Ensino-Aprendizagem Introdução Qualquer actividade humana é realizada tendo em conta determinados procedimentos, regras ou principios. O processo de ensino-aprendizagem não constitui uma excepção.A pedagogia apresenta os seus resultados de pesquisa aos fazedores da educação como forma de melhorar cada vez mais os resultados da educação das gerações mais novas. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever o papel dapedagogia no Processo de Ensino-Aprendizagem. A Pedagogia como o dissemos na lição 2, estuda as relações gerais do ensino e educação do homem, em qualquer idade e compreende duas áreas: a teoria da educação e didáctica geral. A divisão em duas partes reflecte na essência as diferenças objectivas existentes entre os dois conceitos e as actividades relativas a educação e ao ensino que se realizam. Enquanto o ensino tem a ver com a criação e transmissão de conhecimentos, formação e desenvolvimento de capacidades e habilidades cognitivas e práticas, a educação consiste em formar boas atitudes, convicções concretas sobre aspecto político - ideológico, etc da vida social. O facto de a Pedagogia integrar os conteúdos abordados na teoria da educação e didáctica geral, examinando a essência do processo educativo, seus objectivos, conteúdos, princípios, métodos formas adequadas de organização do processo de ensino – aprendizagem, faz da Pedagogia matéria básica para a formação e o exercício com sucesso da carreira profissional docente. Portanto a Pedagogia ocupa-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. Ela investiga a natureza, finalidades e os processos necessários as práticas educativas com o objectivo de propor a realização qualitativa desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela cumpre o terceiro pilar das competências necessárias para o exercício do magistério a competência pedagógico - didáctica que visa saber organizar e ministrar o ensino, para criar, transmitir conhecimentos, criar e desenvolver capacidades intelectuais e formar boa personalidade socialmente útil nos alunos.

Resumo A Pedagogia integra os conteúdos abordados na teoria da educação e didáctica geral, examina a essência do processo educativo, seus objectivos, conteúdos, princípios, métodos formas adequadas de organização do processo de ensino – aprendizagem. Ela constitui matéria básica para a formação e o exercício com sucesso da carreira profissional docente, uma vez que se ocupa do estudo sistemático das práticas educativas; investigando a natureza, as finalidades e os procedimentos, etc necessários as práticas educativas com o objectivo de propor a realização qualitativa desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem.

22

[Add course title here]: [Course sub-title]

23

Lição 5 Métodos de estudo da Pedagogia Introdução Todas as ciencias diferenciam-se entre si essencialmente, pelo objecto de estudo e pelos métodos de pesquisa dos conteudos que lhes são destinados a estudar. Alguns métodos podem ser comuns a outras ciências, outros são considerados métodos auxiliares e há àqueles que podem ser considerados básicos, essenciais ou específicos. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Conhecer e aplicar os métodos de estudo da Pedagogia no processo de trabalho O método é a forma racional, objectiva e social de desenvolver uma actividade que estabelece o caminho, através de técnicas, e passos com marcado nível de probabilidade de verificação para atingir um objectivo definido. As formas concretas de realizar as acções do método científico, constituem as técnicas científicas desse método. Concretizam nos passos que dão lugar aos procedimentos. Considerando as técnicas segundo este sentido específico, a relação existente entre o método científico e as técnicas científicas parece clara. Sua natureza é a mesma, ambos são procedimentos, formas de actuação científica e sua diferença consiste na abrangência do método. A seguir, se expõem as técnicas de pesquisa que se empregam em pedagogia: 1-A observação é o método de recompilação de informações educacionais primárias mediante a percepção directa dos elementos do objecto estudado ou pesquisado. Consiste no registo sistemático, válido e confiável de comportamentos ou condutas manifestas. A experimentação é o método onde se cria uma situação no laboratório, no contexto escolar, na sociedade ou natureza com a finalidade de observar, sob controlo. 2-A sondagem é também, conhecida como levantamento é o método onde a informação requerida procura-se através de respostas e perguntas orais, escritas no momento de pesquisa ou já recolhida com anterioridade. Existem três técnicas deste método: o uso de fontes bibliográficas, o questionário e da entrevista. Os métodos teóricos permitem revelar as relações essenciais do objecto de pesquisa não observáveis directamente. Os métodos teóricos cumprem uma função epistemológica importante já que possibilitam as condições para ir além das características superficiais da realidade objectiva. Também permitem explicar os factos e aprofundar nas relações essenciais e qualidades dos processos, factos e fenómenos educacionais. Os métodos mais usados são: 1) Métodos analíticos - a analisam e um procedimento teórico mediante o qual um todo complexo se decompõe nas suas diversas partes ou elementos;

2)

Método sintético - estabelece mentalmente, a união entre as partes, previamente analisadas e possibilita descobrir as relações essenciais e características gerais entre elas.

3)

Método abstracto - é um método mediante o qual se destaca a propriedade ou relação das coisas e fenómenos a partir de uma a perspectiva subjectiva.

4)

Método concreto é a síntese de muitos conceitos e por seguinte das partes. As definições abstractas conduzem á reprodução do concreto por meio do pensamento. O concreto do pensamento é conhecido mais profundamente e de maior conteúdo essencial.

5)

Método indutivo: a indução é um procedimento mediante o qual a partir dos factores particulares se passa a proposições gerais. Este método sempre esta unido ao processo mental dedução, ambos são momentos do conhecimento dialéctico da realidade condicionados entre si.

6)

Método dedutivo: a dedução é um procedimento que se apoia nas asseverações generalizadoras a partir das quais se realizam demonstrações ou inferências particulares.

7)

Método histórico: onde se vincula ao conhecimento das distintas etapas dos objectos em sua sucessão cronológica. E o estudo diacrónico dos fenómenos educacionais.

8)

Método moderativo: a modelagem opera em forma teórica e prática, com o objecto, não directamente mas através de um sistema auxiliar. Existe no procedimento deste método uma estrita relação entre a realidade educacional e o modelo ideado para substituir na pesquisa, essa realidade.

9)

Método sistémico: procura revelar o sistema existente a partir da estrutura e as funções dos seus componentes.

10)

Método comparativo: consiste naquele método aonde se vão seguindo determinados padrões ou princípios comuns a dois ou mais elementos. Ex. Comparar os resultados de aproveitamento escolar duma escola rural com uma outra situada numa cidade, mas tratando os mesmos indicadores:- numero e percentagem de desistências, reprovações, frequência por turma, etc.

24

Resumo O método é a forma racional, objectiva e social de desenvolver uma actividade que estabelece o caminho, através de técnicas e passos com marcado nível de probabilidade de verificação para atingir um objectivo definido. -A observação é o método de recompilação de informações educacionais primárias mediante a percepção directa dos elementos do objecto estudado ou pesquisado. Consiste no registo sistemático, válido e confiável de comportamentos ou condutas manifestas. A experimentação é o método onde se cria uma situação no laboratório, no contexto escolar, na sociedade ou natureza com a finalidade de observar, sob controlo. -A sondagem e também, conhecida como levantamento é o método onde a informação requerida procura-se através de respostas e perguntas orais, escritas no momento de pesquisa ou já recolhida com anterioridade. Existem três técnicas deste método: o uso de fontes bibliográficas, o questionário e da entrevista. -Os métodos mais usados são: Métodos analíticos; método sintético; método abstracto; método concreto; método indutivo; método dedutivo; método histórico método moderativo; método sistémico e método comparativo.

25

[Add course title here]: [Course sub-title]

27

Lição 6 Educação como fenómeno e processo social Introdução O processo de educação ocorre no meio ambiente social e natural, no qual intervém muitos agentes como a familia, a escola/professor, comunidades compostas de diversos tipos de elementos como organizações sociais. Politicas, religiosas, desportivas, culturais , etc. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar a educação como um processo e fenómeno social A natureza social da educação pode ser definida ou apresentada a partir de vários parâmetro ou contextos. Ela é social porque envolve pessoas que estão em interacção, desempenhando diversos papéis e influencias e por essa via socializam os indivíduos nos modos desejados. È social também porque o próprio conteúdo objecto de educação é baseado na realidade (politica ideologia, cultural etc.) da sociedade onde os educandos vivem. As afirmações atrás referidas encontram a sua ilustração na apresentação das funções que a educação desempenha na sociedade: 1. Função cultural, a transmissão de valores, normas, modo de pensar e agir característico da comunidade social que o sistema serve; a escola através do currículo, é um veículo de socialização das crianças e jovens; 2. Função social, permite a selecção e orientação para o desempenho de papéis ou funções a exercer na sociedade, os factores de selecção social favorecido pelos seus sistemas, mérito/competência versos classe ou privilégio social; 3. Função económica, preparação dos indivíduos para o exercício profissional e ocupações sociais servindo necessidades do desenvolvimento económicosocial; 4. Função política -institucional contribui para a coesão e identidades nacionais assim como para a participação social, cívica e política dos indivíduos nos campos e níveis da actuação em que se inserem. As funções sociais do sistema educativo, articulam-se entre sí em função da formação do indivíduo na sua qualidade de «pessoa»; de «cidadão» e de «profissional». Mas para que a educação cumpra o seu papel social ele precisa de ter os seguintes subsistemas em funcionamento: a) Subsistema curricular e pedagógico (planos de estudo, programas, avaliação, métodos e materiais de ensino, actividade do cumprimento curricular, organização pedagógica do ensino); b) Recursos humanos (em especial a formação e regime do funcionamento do pessoal docente e outros agentes educativos); c) Recursos materiais (rede escola, instalações, equipamentos escolares e demais recursos educativos);

d) Subsistema de administração educacional (nível nacional, regional, local e de estabelecimento de ensino); e) Serviços de apoio e complementos educativos (saúde escolar, acção escolar, apoio psicológico e de orientação escolar e profissional, actividades de apoio e complemento a aluno com necessidades escolares específicos). Em seguida apresentamos a lista dos principais elementos que actuam como agentes da educação, bem como os seus contextos ou ambientes restritos: Agentes

Quadro da vida

Família

Vida familiar e prática

Comunidade local

Vida comunitária

Escola

Vida escolar e académica

Igreja e instituições religiosas

Vida spiritual

Locais de trabalho

Vida profissional e económica.

Associações profissionais; organizações culturais, etc

Vida cultural e científica

Associações cívicas e políticas

Vida cívica e política

Pequenos grupos de referência

Vida associativa de recreio e de tempos livres

Meios de comunicação social, sociedade em geral

Vida social em sentido lato

Fonte: Ribeiro e Ribeiro (1989: 27-34

28

Resumo A educação constitui uma actividade, um processo que envolve sujeitos como pessoas que constituem nova geração, agentes como famílias, professores, escolas, colectivos e um meio social baseado em características sócio - económicas e culturais específicas. Por isso ela constitui um processo e fenómeno social a partir da sua natureza em termos de objectivos, passando pelos conteúdos até pelas personagens envolvidas.

29

[Add course title here]: [Course sub-title]

31

Lição 7 Educação Formal Introdução Sabemos através de lições anteriores que o processo de educação do Homem existiu sempre desde as primeiras socidades primitivas até actualidade. As modalidades, os objectivos, os conteúdos e os métodos de educação é que foram mudando de um período para período. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar a educação formal. A educação formal pode ser definida como àquela que está presente no ensino realizado pelas escolas, portanto de modo institucionalizado, oficializado, cronológica, gradual e hierarquicamente, estruturado. Uma pessoa está tendo uma educação formal quando estuda numa escola criada, oficialmente quer seja privada ou estatal. Nestas escolas existem conteúdos de ensino (matérias, disciplinas aprovadas pelos órgãos competentes do Estado), estes conteúdos estão estruturados de simples para mais complicado, indicando a sua sequência de concretização (Cronologia) de que resultam as classes de frequência ou anos – ex 1ª, 2ª 3ª Classes ou 1º ano, 2º do curso de contabilidade. Tem regulamentos de funcionamento e no final há uma certificação dos níveis frequentados ou concluídos possuem órgãos fiscalizadores que no nosso caso é a Inspecção Geral da Educação. A Educação formal tem objectivos claros e específicos e é representada, principalmente pelas escolas de diferentes tipos e graus e pelas universidades estatais e privadas, leccionando vários cursos, para a obtenção de diversos graus académicos e profissionais. Podemos dizer que no nosso pais a via mais frequente e preferida de escolarização da nossa população através da educação formal. Por isso o Governo está preocupado em construir mais escolas e em formar mais professores para responder a esta necessidade. Resumo

Na Educação Formal temos espaços: as escolas, sendo instituições escolares regulamentadas por lei, no final do processo há certificação da frequência ou conclusão dos estudos, são organizadas segundo directrizes nacionais, possuem normas para o seu funcionamento com regras e padrões comportamentais definidas, previamente. Os conteúdos a leccionar são historicamente sistematizados e normalizados, destacando aqueles destinados a formar o indivíduo como um cidadão activo, desenvolver habilidades e varias competências, necessárias para a sua participação activa na vida do Pais.

Lição 8 Educação Não Formal Introdução Caro estudante aprendeu antes que a educação do Homem existiu sempre desde as primeiras socidades primitivas até actualidade. As modalidades, os objectivos, os conteúdos e os métodos de educação é que foram mudando de um período para período, uma comunidade para outra, etc. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar a educação não formal. Quando tratamos da Educação Não Formal a comparação com a Educação Formal é quase automática. O termo” Não Formal “, também usado por alguns investigadores como sinónimo de informal. -contudo consideramos pertinente distingui e demarcar as diferenças as diferenças entre estes conceitos. A Educação Formal como vimos na lição 21, é aquela que é desenvolvida nas escolas, com conteúdos, previamente seleccionados e demais características, enquanto a Educação Não Formal é aquela que se aprende no “ Mundo da Vida “ através de partilha de experiencias, principalmente em espaços e acções colectivas quotidianas. As actividades ou programas são organizados fora dos sistema regular de ensino, com objectivos educacionais bem definidos; Qualquer actividade educacional organizada e estruturada que não corresponde exactamente a definição de educação formal, Processo de formação que acontece fora do sistema de ensino. Na educação não formal, os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajectórias de vida dos grupos e indivíduos envolvidos, fora das escolas, em locais informais, locais onde há interacção intencional. A educação não formal visa capacitar os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, abrir as janelas de conhecimentos sobre o mundo que os circunda e suas relações sociais. Os seus objectivos não são vistos logo a prior, eles se constroem no processo interactivo, gerando um processo educativo. Portanto um modo de educar cujo resultado do processo está voltado aos interesses e necessidades dos participantes. A educação não formal designa um processo que decorre em quatro campos ou dimensões: 

Primeiro envolve a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos;

A capacitação dos indivíduos para um trabalho, por meio da aprendizagem e desenvolvimento de habilidades ou potencialidades;

32

A aprendizagem e exercício de praticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objectivos comunitários, voltados para a solução de problemas colectivos quotidianos,

A Educação Não Formal permite a formação de consciência e organização de como agir em grupo, a construção e reconstrução de concepções de mundo e sobre o mundo, contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade, forma o indivíduo para a vida e suas adversidades, quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes ela resgata o sentimento de valorização de si próprio auto estima.

Resumo A construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdades e justiça social, quando presentes num dado grupo social, fortalece o exercício da cidadania. A transmissão de informações e formação política/ cívica e sócio cultural constitui a meta da educação não formal, pois prepara o cidadão, educa o ser humano para a civilidade em oposição a barbárie, ao egoísmo, individualismo, etc,.visa portanto: 

Educação para a cidadania,

Educação para justiça social,

Educação para os direitos humanos, sociais, políticos, culturais, etc,

Educação para a liberdade, igualdade e democracia.

33

Lição 9 Educação Informal Introdução Já estudamos dois tipos de educação formal e não formal, na maioria de Países do mundo utilizam-se estes dois tipos mas noutros empregam e valorizam outros sistemas adicionais de educação. Trata-se de educação informal, porque como sabemos nem tudo se aprende a partir de licoes nomais organizadas em salas de aula. Alguém dizia que “ os alunos participam em aulas através de licoes diárias e são avaliados no final de um determinada período, na vida acontece o contrário homem é avaliado constantemente e deste processo tira as lições que lhe permite melhorar a sua condição.” Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar a educação informal. Já estudamos dois tipos de educação formal e não formal, na maioria de Países do mundo utilizam-se estes dois tipos mas noutros empregam e valorizam outros sistemas adicionais de educação. Trata-se de educação informal. A educação informal é aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – na família, bairro, clube, amigos igreja, etc, carregada de valores e culturas próprias de pertença e sentimentos herdados. Diferentemente da educação não formal a educação informal possui o seu espaço educativo demarcado por referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia, etc. A casa onde se mora, a rua, o condomínio, o clube ou a igreja a que se vincula a sua crença, local onde se nasceu, etc. O processo de educação ocorre em ambientes espontâneos, onde as relações sociais se desenvolvem segundo gostos, preferências ou tradições herdadas. Por essa via a Educação. Informal socializa indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence por herança desde nascimento. A Educação. Informal não é organizada, os conhecimentos não são sistematizados e são repassados a a partir das práticas e experiências anteriores. Ela actua mais no campo das emoções e sentimentos, por isso os seus resultados não são esperados pura e simplesmente acontece a partir do desenvolvimento do senso comum dos indivíduos envolvidos, orientando-os na sua maneira de pensar e agir espontaneamente.

34

Resumo A Educação. Informal constitui um processo de aprendizagem contínuo e incidental que se realiza fora do esquema formal e não formal de ensino; é um tipo de educação que recebe cada indivíduo durante toda a sua vida ao adoptar atitudes, aceitar valores e adquirir conhecimentos e habilidades da vida diária e das influências do meio ambiente que o rodeia.

35

[Add course title here]: [Course sub-title]

37

Lição 10 O papel da família no processo da educação Introdução A família constitui o núcleo da sociedade, as crianças antes de irem a escola são socializdas no meio familiar, onde adquirirem as primeiras habilidades de comunicação e outras normas ou valores sociais. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e explicar os diferentes agentes de socialização As crianças são ao mesmo tempo, filhos e estudantes. Por isso, a escola e família se constituem em duas instituições mais importantes da criança por agirem simultaneamente em busca de um objectivo comum, a boa educação /aprendizagem. A tarefa de educar é bem complexa e qualquer acção das entidades educativas por mais bem-intencionada que seja, pode tornar-se sem efeito se não houver acompanhamento da família. Pelas leis sociais, os pais são responsáveis por criar seus filhos e por orientá-los em todas as actividades quotidianas. Com relação às actividades escolares, não é diferente, uma vez que a criança passa menos de 20% do seu tempo na escola, enquanto o restante passa com a família. Daí, torna-se imprescindível uma participação activa dos pais e da família, no acompanhamento e na resolução das tarefas escolares Observa-se assim, que a participação da família na educação das crianças vai além de ajudar a resolver as actividades que são propostas na sala de aulas. Quando realizado com responsabilidade, o papel da família gera efeitos tão significativos do que os alcançados pela escola. É preciso que a família interaja com a escola, debata seus problemas, questione suas causas, sugira ideias que levem a resoluções dos mesmos, fazendo com que a criança perceba que é valorizada e que existe um sistema integrado, buscando desenvolver acções que propiciem condições ideais para uma boa aprendizagem. As crianças descobrem inicialmente a fala, os pais principalmente, devem aproveitar bastante esse recurso para despertar na criança, o gosto pela leitura. Sem dúvida, a criança ao começar a ler as primeiras palavras, passa também a praticar a escrita, basta que para isso seja estimulada pelos pais e os irmãos mais velhos. Porém, apenas orientar não é suficiente, os pais são os modelos perfeitos para os filhos. Portanto, suas atitudes serão sempre copiadas por eles; por isso, o pai deve estar sempre muito atento, pois está ensinado, a cada gesto seu. Cabe a ele se portar da melhor forma, dar bons exemplos, agir sempre com serenidade. Com relação à escola o filho atribuirá a ela o mesmo valor que o pai atribui; portanto, o pai deve valorizá-la bastante e não esquecer que ela é parceira incondicional para a boa formação moral e intelectual de seu filho.

Um outro segmento bastante significativo no processo de leitura e escrita nos anos iniciais, é a comunidade a qual a escola está inserida.Quando formada por pessoas comprometidas e preocupadas com o bem-estar da colectividade, a comunidade busca através dos gestores, acções que possibilitem um benefício comum. Devido a dimensão da sua importância, o sistema educacional é sempre um dos mais reivindicados, uma vez que qualquer pessoa sensata sabe que só pela educação é que se consegue atingir qualquer objectivo. Uma sociedade consciente luta para implantar em sua comunidade um modelo de educação que atenda as necessidades locais e que ofereça uma boa condição de aprendizagem.

Resumo As crianças desempenham vários papéis na sociedade. Elas são ao mesmo tempo, filhos e estudantes. Por isso, a escola e família se constituem em duas instituições mais importantes por agirem simultaneamente em busca de um objectivo comum, a boa aprendizagem das crianças. Os pais são os primeiros responsáveis por criar seus filhos e por orientá-los em todas as actividades quotidianas. Com relação às actividades escolares, não é diferente, uma vez que acriança passa menos de 20% do seu tempo na escola, enquanto o restante passa com a família. Daí, torna-se imprescindível uma participação activa dos pais e da família, no acompanhamento e na resolução das tarefas escolares.

38

Lição 11 O papel da comunidade no processo da educação do homem Introdução Dissemos durante as lições anteriores que o processo de educação era social porque ocorre na sociedade/comunidade onde o próprio homem esta integrado. A comunidade tem os seus princípios, normas, valore, usos e costumes que a caracterizam/diferenciam de outras sociedades. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e explicar o papel dos diferentes agents de socialização

O homem cresce na comunidade através de um processo de socialização. A socialização pode ser definida como o processo de aprendizagem e interiorização de normas e valores, característicos de determinado meio social, do qual os indivíduos e os grupos são alvo, tendo assim como objectivo a integração do indivíduo na sociedade (no meio social). Inicialmente, quando o ser humano nasce, é apenas um organismo biológico sendo, portanto, um ser culturalmente em branco. Estabelecendo relações com o grupo social que a rodeia, a criança torna-se um ser cultural. Portanto, é possível afirmar que o comportamento do humano tem pouco de instintivo, resultando antes de um processo de aprendizagem. Este processo resulta da interacção e comunicação com outros homens na sociedade e pelo legado cultural (material ou imaterial) transmitido de geração para geração. Através do contacto com os outros indivíduos do ambiente grupal a que pertence, o ser humano adapta o seu comportamento às regras e aos valores implícitos no respectivo contexto social. Assim sendo, a socialização não é um acto determinado no tempo mas, pelo contrário, um processo que decorre ao longo da vida de cada indivíduo. Geralmente considera-se a existência de dois tipos de socialização: 1-Primária – Processo pelo qual a criança estabelece relações com os outros elementos da sociedade, tornando-se um membro participante e tendo como principal influência o agente social família. Este processo é o mais importante, pois é onde há a criação de uma estrutura fundamental para toda a socialização do indivíduo e é aqui que se centra fundamentalmente o nosso projecto, visto que estamos a estudar o comportamento das crianças, mais especificamente no seu início de vida, onde os pais têm um papel muito importante no que diz respeito à assimilação de normas, valores e padrões comportamentais. A família é o primeiro agente de socialização e também o mais importante, pois é na fase inicial da vida das crianças que estas assimilam com mais facilidade os valores que lhes são incutidos, isto porque nessa fase as suas relações baseiam-se nos afectos e, como tal, estas estão mais receptivas (funcionando como esponjas). No entanto, a família partilha cada vez mais a sua importância, como agente de socialização primária, com os infantários, onde as crianças passam a maior parte do tempo. 39

2-Secundária – Processo posterior à socialização primária, por meio do qual o indivíduo aprende novos papeis, contribuindo para a formação complexa da personalidade do indivíduo. Este processo pode ser superficial no sentido de não exigir profundas mudanças mas, por outro lado, também pode comportar grandes alterações na sua personalidade. Já sabemos que na socialização primária, a criança estabelece relações com os indivíduos integrantes de determinada cultura. Mas como se desenvolve o intelecto da criança? Jean Piaget, um psicólogo suíço, defendia que a inteligência era constituída progressivamente, desde uma fase inicial, à qual chamou período sensório-motor, até a fase da inteligência operatória forma (conhecimento racional). Definiu quatro estágios de desenvolvimento, sendo estes flexíveis, pois o desenvolvimento do conhecimento em cada ser humano pode demorar mais ou menos tempo, de acordo com a sua cultura e o meio onde está inserido. É possível concluir que a interacção com o que é exterior à criança é um factor bastante importante para o seu desenvolvimento, podendo ser considerado como um dos mais importantes para a sua progressão intelectual. Assim, sendo, o acto de brincar apresenta grande relevância para a criança, pois desenvolve a sua capacidade cognitiva, isto é, a sua capacidade de adquirir conhecimentos e a sua capacidade de relacionamento com outras pessoas (quando o tipo de brinquedos o permite) sendo estes dois factores imprescindíveis para um futuro promissor. Para interiorização da cultura do grupo a que determinado indivíduo pertence (grupo de pertença) ou deseja pertencer (grupo de referência), é necessário recorrer a certos mecanismos, sendo eles os seguintes: 

Aprendizagem, através da qual são incutidos no indivíduo os valores, as regras sociais, consideradas correctas, e os modelos de comportamento, por vezes, alguns erros e repetições do que é considerado socialmente correcto;

 Imitação, que consiste na reprodução dos comportamentos observados sendo, assim, copiados; 

Identificação, que se processa quando um indivíduo se identifica com outra pessoa, desempenhando determinados papéis considerados importantes. Essa identificação faz com que o indivíduo em causa adquira, progressivamente, esses memos comportamentos.

Agentes de socialização na comunidade: A integração dos seres humanos em grupos exige que assimilem novas regras e padrões para agirem de maneira correcta. Por isso, estes grupos são também considerados agentes de socialização. Os mais importantes destes são a família, pois tem um papel fundamental na formação das atitudes sociais e na transmissão de valores; a escola na medida em que “treina” os adolescentes com o objectivo de aprendizagem de habilidades particulares; e os meios de comunicação social, visto que são poderosos instrumentos de aprendizagem, pois modelam os

40

comportamentos dos homens (ensinando normas, crenças, valores, modelos de conduta, entre outros).

Resumo A socialização pode ser definida como o processo de aprendizagem e interiorização de normas e valores, característicos de determinado meio social, do qual os indivíduos e os grupos são alvo, tendo como objectivo a integração do indivíduo na sociedade (no meio social). Através do contacto com os outros indivíduos do ambiente grupal a que pertence, o ser humano adapta o seu comportamento às regras e aos valores implícitos no respectivo contexto social. Assim, a socialização não é um acto determinado no tempo mas, pelo contrário, um processo que decorre ao longo da vida de cada indivíduo.

41

Lição 12 Influencia dos agentes de socialização – os grupos de coetâneos Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e explicar o papel dos diferentes agentes da socialização, caso dos indivíduos que possuem a mesma faixa etária Chamam-se grupos o conjunto de pessoas que se encontram para realizar uma determinada actividade quer seja produtiva, quer recreativa ou religiosa. Assim, são chamados de grupos de coetâneos aqueles que são constituídos por elementos da mesma faixa etária que não é necessariamente a mesma idade. Faixa etária significa período ou intervalo entre uma e uma outra idade e para o efeito não deve ser grande. São grupos de coetâneos quando por exemplo, compostos de crianças de 2-3; 3-5 anos ou por adolescentes de 10- 13 anos, jovens de 15- 17 por aí adiante. A constituição destes grupos é normalmente espontânea, pois ninguém diz aos seus constituintes em que grupos devem se integrar. O factor de escolha reside na identidade do tipo de actividade, os objectivos e a forma de os alcançar. Por experiência própria sabe caro aluno que tipos de brincadeiras e outras actividades foram por si realizados, juntamente com os seus quando da infância, adolescência e na juventude. Para cada um destes períodos de crescimento existem actividades que possuem exigências próprias quer seja de natureza física (psico motor), moral ou afectivo e cognitivo (de conhecimentos, capacidades, etc), que constituem premissas para o entendimento no grupo e para o alcancem das suas aspirações. A organização por parte dos adultos, professores, actividades, segundo as idades é de extrema importância porque evita-se que entre os componentes dos grupos hajam conflitos de interesse e de necessidades. A organização de actividades integrando crianças da mesma faixa etária tanto pela escola como por eles próprios constitui uma forma fácil e importante de integração destes no meio social, pois permite: 

Realizar jogos e outras brincadeiras de interesse para ambos os constituintes do grupo;

Por via dos jogos e outras actividades as crianças aprendem diversos tipos de regras que constituem a base das regras morais de conduta social;

Através via dos grupos e das actividades que realizam permite-se a criação e desenvolvimento de rudimentos do espírito de equipa, de interajuda e de solidariedade;

Desenvolvem os seus níveis de vocabulário e a correcção no uso do código linguístico necessários para a correcta interacção com os adultos, sobretudo durante a aprendizagem.

42

As actividades dos grupos de coetâneos variam segundo a quantidades dos seus membros, a idade ou nível de desenvolvimento físico e intelectual, as habilidades específicas requeridas para as actividades, o nível sócio – económico, a localização, a linguagem ou tipo de comunicação estabelecido entre os membros, entre outros factores.

Resumo Chamam-se de grupos o conjunto de pessoas que se encontram para realizar uma determinada actividade quer seja produtiva, quer seja recreativa ou religiosa. Chamam se os grupos de coetâneos aqueles que são constituídos por elementos da mesma faixa etária A constituição destes grupos é normalmente espontânea, sendo factor de escolha a identidade do tipo de actividade, os objectivos e a forma de os alcançar. Para cada um destes períodos de crescimento existem actividades que possuem exigências próprias quer seja de natureza física (psico motor), moral ou afectivo e cognitivo (de conhecimentos, capacidades, etc), que constituem premissas para o entendimento no grupo e para o alcancem das suas aspirações. A organização por parte dos adultos, professores, actividades, segundo as idades é de extrema importância porque evita-se que entre os componentes dos grupos hajam conflitos de interesse e de necessidades.

43

[Add course title here]: [Course sub-title]

45

Lição 13 Influencia dos agentes de socialização – o caso da Escola Introdução A educação tem, a princípio, como finalidade, promover mudanças desejáveis e relativamente permanentes nos indivíduos, que venham a favorecer o desenvolvimento integral do homem e da sociedade. Por isso se empreendem esforços, visando compreender como as questões sociais, culturais e económicas se encontram directamente relacionadas com o fracasso ou com o sucesso escolar. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e aplicar o papel da escola como um dos agentes de socialização Os processos de socialização desenvolvidos em uma dada sociedade visam transmitir as novas gerações a tradição cultural dessa sociedade e formar os individuais segundo um modelo que simboliza os ideais éticos desse grupo. A interiorização dos valores morais se deu ao longo do tempo, através de processos de socialização desenvolvidos por instituições, como a família, a religião e profissionais especializados, como os filósofos e pedagogos, mais tarde, já na modernidade, através da escola Na escola, a criança desenvolve, além da educação intelectual, sua educação moral fundamental para a construção do carácter do homem, pois o homem não tem, de forma inata, o sentimento do dever e de consciência moral, e a construção do carácter se faz pelo ensinamento a criança dos deveres que deve ter em relação a si mesma e do respeito pelos direitos dos outros que implica tolerância, aceitação da diferença. Mas o processo educativo em geral e o papel da escola em particular tem um carácter histórico, na medida em que varia no tempo e espaço históricos, e é social pois não é criação individual nem depende da vontade do indivíduo. É desenvolvido pela sociedade em função das necessidades concretas dessa mesma sociedade, e tem carácter coercivo sobre os indivíduos, que muitas vezes se iludem ao pensar poder educar os seus filhos conforme as suas convicções e seus desejos. Para Durkhein (1984, pg 15) a educação escolar desempenha uma dupla função na sociedade ubano-industrial:  A função de integração, que pode ser entendida como uma função de homogeneização através da qual um certo numero de ideias, de sentimentos e praticas são inculcados em todas as crianças, indistintamente, qualquer que seja a categoria social a que pertençam;  A função de diferenciação que compreende a preparação da criança para a sua futura actividade ocupacional ou profissional Assim, cabe a escola, na sociedade moderna, criar uma comunhão de ideias e sentimentos entre os membros duma mesma sociedade, através da internalização na criança da tradição cultural dessa sociedade, dos valores dos grupos aos quais a criança está integrada, em suma,

contribuir para esta constituição do “Eu” social, assegurando, desse modo, a sobrevivência da sociedade. Em suma, a escola e reconhecida como uma instituição socializadora relevante para a formação do sujeito moral, cabendo-lhe fazer com que a criança internalize o conjunto de ideias, sentimentos, certas formas de ver, sentir que definem uma dada sociedade viva na criança, seja uma parte integrante dela, devendo amá-la, e servi-la no futuro. Resumo Na escola, a criança desenvolve, além da educação intelectual, sua educação moral fundamental para a construção do carácter do homem, pois o homem não tem, de forma inata, o sentimento do dever e de consciência moral, da construção do carácter se faz pelo ensinamento à criança dos deveres que deve ter em relação a si mesma e do respeito pelos direitos dos outros que implica tolerância, aceitação da diferença. Mas o processo educativo na escola é desenvolvido tendo em conta as necessidades concretas da sociedade em que se encontra enquadrada.

46

[Add course title here]: [Course sub-title]

47

Lição 14 A Influência dos agentes de socialização caso dos grupos sociais Introdução O Homem vive rodeado de muita gente, constuida em grupos de varios tipos, caracterizados pelo tipo de actividades que realizam ou pelos objectivos que pretendem atingir. Esses grupos exercem directa ou indirectamente influencia no desenvolvimento social do Homem. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e explicar o papel dos grupos sociais no processo da socialização. Grupo social é conjunto de duas ou mais pessoas ou organizações que interagem entre si e por consequência capazes de acções conjuntas, visando atingir um ou mais objectivos de interesse comum. Existem vários tipos de grupos sociais, nomeadamente: 

Grupos familiares ou primários, compostos essencialmente por pessoas da mesma origem parental;

Grupo vicinal composto pelas pessoas que vivem perto entre si ;

Grupos educativos ou escolares, constituídos por alunos ou estudantes de um determinado estabelecimento de ensino - escola, Universidade, Faculdade ou curso, etc;

Religiosos que integram pessoas que professam a mesma religião ou seita religiosa;

Grupos de lazer ou de interesse que integram pessoas apaixonadas em praticar um dado tipo de actividade ou desporto, exemplo clubes, associações de defesa do meio ambiente ou de alguma espécie vegetal ou animal em extinção, etc;

Grupos profissionais que integram pessoas que no seu diaa-dia realizam a mesmo tipo de actividade laboral ou afins, exemplos de sindicatos de professores, associações de enfermeiros, de advogados, de médicos, etc.

Grupos políticos – Estado, Partidos políticos, compostos de pessoas colectivas que defendem determinados interesses que ultrapassam as suas preocupações pessoais.

Os grupos sociais caracterizam-se por: 

Pluralidade de indivíduos, pois mais de uma pessoa, há o chamado colectivismo;

Interacção social os indivíduos integrantes de cada grupo comunicam-se entre si;

Organização - todo o grupo para funcionar precisa de ordem interna, alguém que organize, de ordens e outros para cumprir por boa vontade;

Exterioridade - a existência dos grupos não depende de uma pessoa em particular mas si de um determinado objectivo comum, isso e que estes permanecem mesmo quando determinados indivíduos saem destes grupos;

Objectividade – os indivíduos constituintes de um dado grupo agem para alcançar um determinado objectivo comum, mesmo que este não possua o mesmo significado ou importância na vida pessoal de cada um dos componentes;

-

Consciência grupal – todos os membros de um grupo criam e desenvolvem um sentimento colectivo; compartilham modos de agira, pensamentos; ideias; planos; momentos de alegria e tristeza, etc.

Continuidade – Os grupos existem com média e longo tempo; só assim se formam nos indivíduos sentimentos de solidariedade, de equipa e inter-ajuda;

Como vimos os grupos são constituídos com base num ideal, objectivos e em função destes eles acolhem pessoas com determinadas características diferentes entre si, embora haja grupos constituídos de indivíduos que pertençam a mais que um grupo. Os indivíduos: crianças e adultos, integrando nestes grupos em geral tornam possível e fácil a sua socialização ou integração nas comunidades em que vivem, sobretudo dos mais novos; criam e desenvolvem qualidades de carácter e de solidariedade para com os outros membros dos grupos, desenvolvem o espírito de equipa ou colectivo necessário para a obtenção dos seus objectivos bem como aprendem a saber ser e estar em ambientes em que se encontrem.

48

Resumo Grupo social e conjunto de duas ou mais pessoas ou organizações que interagem entre si e por consequência capazes de acções conjuntas, visando atingir um ou mais objectivos de interesse comum. Existem vários tipos de grupos sociais, nomeadamente:  Grupos familiares ou primários,  Grupo vicinal  Grupos educativos ou escolares,  Grupos religiosos; grupos de lazer ou de interesse; grupos profissionais e grupos políticos – Estado, Partidos políticos. Os indivíduos – crianças e adultos, integradas em grupos tem em geral a via fácil para a sua socialização ou integração nas comunidades em que vivem, desenvolvem qualidades de carácter e de solidariedade, o espírito de equipa necessários para a boa convivência nos ambientes em que se encontrem.

49

[Add course title here]: [Course sub-title]

51

Lição 15 A influência dos meios de comunicação de massas na educação. Introdução Todos nós vivemos sob influência de vários factores ou agentes sociais no processo de desenvolvimento, agindo favorável ou desfavoravelmente. No grupo dos tantos factores figuram os meios de comunicação de massas. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar e explicar o papel dos diferentes agentes da socialização. Os meios de comunicação de massas são os diferentes tipos de instrumentos: a rádio TV, e outros, através dos quais os homens estabelecessem as suas relações comerciais ou publicitárias, culturais, etc, transmitindo mensagens, imagens, visando ensinar, alertar, persuadir aos outros sobre um determinado assunto de interesse comum ou para um determinado grupo social. Os meios de comunicação social, na crescente vastidão das suas modalidades e das sofisticadas tecnologias que lhes estão associadas, constituem uma singular revelação do génio inventivo da humanidade. Os acontecimentos, as ideias e as imagens que constantemente transmitem, as descobertas científicas e técnicas que divulgam e as culturas que difundem dotam as pessoas de novos meios de percepção do mundo, contribuem para estreitar os laços de união da humanidade, despertam atitudes de solidariedade e estimulam o progresso material e espiritual. Podemos reconhecer que, dadas as características de expansão quase universal e de profunda influência dos meios de comunicação social, não existe lugar onde não seja sentido o seu impacto no comportamento moral, nos sistemas políticos, sociais incluindo na educação. Tal influência reveste-se também de aspectos negativos que afectam o desenvolvimento pessoal, social e espiritual das pessoas, particularmente das mais jovens, e comprometem o progresso autêntico da humanidade. Traduzem-se na divulgação de modelos culturais que fomentam o individualismo e o relativismo moral, na criação de necessidades artificiais, na promoção de programas e de redes de contactos que ferem a dignidade humana, no uso e abuso das pessoas para fins predominantemente utilitaristas e economicistas. Para nós professores e outros que queiram associar, a reflexão e aos desafios, visando tornar os meios de comunicação social mais educativos devemos:  Informar às crianças e aos jovens sobre a correcta utilização dos meios de comunicação social; 

Preparar os educadores para o conhecimento e o uso de novas tecnologias de comunicação;

Capacitar os homens material e tecnicamente para melhor responderem às novas exigências de formação, com meios adequados.

Educar as crianças para o uso correcto dos meios de comunicação social é uma responsabilidade irrenunciável dos pais, da escola e da comunidade O crescimento acelerado de novas formas de comunicação social – que assume o seu expoente na internet – e o acesso cada vez mais facilitado aos instrumentos tecnológicos, sobretudo a televisão, o computador e o telemóvel, conduzem a uma situação de concorrência entre a influência formativa dos meios de comunicação social, da família, da escola e da comunidade, por vezes geradora de conflitos. Efectivamente, essa desarmonia pode alterar a qualidade das relações humanas, tão necessária ao desenvolvimento equilibrado das personalidades. Não raro, pais, professores, outros educadores, sentem-se ultrapassados pelos seus filhos e educandos, sobretudo por três factores: a vastidão de informações e de conhecimentos que adquirem através das novas tecnologias, que dominam de forma quase mecânica; os programas de entretenimento, que facilmente os isolam dos contactos interpessoais, privando-os, entre outras coisas, do diálogo familiar. Para essa corrida sedutora aos meios de comunicação contribui muito a influência dos grupos de idades afins em que jovens e crianças estão inseridos. O papel que os pais devem assumir neste ponto é de importância primordial, pois são os primeiros responsáveis pela formação dos filhos para o uso prudente dos mecanismos oferecidos pelas novas tecnologias. No campo da educação, há que estabelecer o equilíbrio entre a formação adquirida pela imagem, predominante nas mensagens televisivas e que mobiliza, especialmente, emoções, sentimentos e afectos, e a formação veiculada pelos processos que valorizam a leitura, mais apta a estimular uma racionalidade e uma reflexão fundamentais num crescimento humanamente integral.

52

Resumo Os meios de comunicação de massas são os diferentes tipos de instrumentos: a rádio TV, e outros, através dos quais os homens estabelecessem as suas relações comerciais ou publicitárias, culturais, etc, transmitindo mensagens, imagens, visando ensinar, alertar, persuadir aos outros sobre um determinado assunto de interesse comum ou para um determinado grupo social. Os acontecimentos, as ideias e as imagens que constantemente transmitem, as descobertas científicas e técnicas que divulgam e as culturas que difundem dotam as pessoas de novos meios de percepção do mundo, contribuem para estreitar os laços de união da humanidade, despertam atitudes de solidariedade e estimulam o progresso material e espiritual. Podemos reconhecer que a comunicação social tem um impacto no comportamento moral, nos sistemas políticos e sociais e na educação, transmitindo valores positivos mas também influencias negativas.

53

[Add course title here]: [Course sub-title]

55

Lição 16 A educação como um processo de formação de valores (atitudes e convicções morais e patrióticos) Introdução As necessidades da sociedade são tão diversas quantas são diferentes as características e problemas enfrentados pelos seus constituintes. Essas diferenças e necessidades fazem –se sentir também no plano escolar. Mas a escola é incapaz de solucionar ou satisfazer as expectativas de todos os componentes da sociedade de modo isolado. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar a educação como um processo de formação de valores, atitudes e convicções morais patrióticos. Assim, a missão da escola está definida de modo global, quer dizer ela deve permitir, independentemente do tipo e nível de ensino, alcançar os objectivos de natureza cognitivo (conhecimentos, capacidades intelectuais e físicas, habilidades dos alunos para o se futuro profissional). Mas os homens não sobrevivem na sociedade criando e desenvolvendo apenas os aspectos mencionados, precisam também de viver e partilhar os sentimentos, emoções dos outros membros da sociedade, formando convicções, aspirações sobre o ideal da sociedade em que querem viver em termos políticos, ideológicos, cívicos, éticos e socioeconómico, suportando assim as suas vidas. Com estas qualidades eles participam activamente em actividades de natureza cívica (que envolvem assuntos do Estado, por exemplo a participação em actos eleitorais, ou em acções de natureza ética e moral como envolvimento deles em actos, visando a moralização das novas gerações. Por isso se diz que educação e processo formador multifacetado e o ensino que e a parte prática da educação deve ser organizado tendo em conta a formação de todas as qualidades mencionadas, pois todas são necessárias para a sua vida futura na sociedade.

Resumo Como vimos nesta lição a missão da escola está definida de modo global, quer dizer ela deve permitir, independentemente do tipo e nível de ensino, alcançar os objectivos de natureza cognitivo (conhecimentos, capacidades intelectuais e físicas, habilidades dos alunos para o seu futuro profissional). Mas os homens precisam de resolver as suas próprias necessidades tanto cognitivas como as afectivas mencionadas. Precisam também de viver e partilhar os sentimentos, emoções dos outros membros da sociedade, formando convicções, aspirações sobre o ideal da sociedade em que querem viver em termos políticos, ideológicos, cívicos, éticos e socioeconómico. Com estas qualidades eles participam activamente em actividades de natureza cívica (que envolvem assuntos do Estado, por exemplo a participação em actos eleitorais, ou em acções de natureza ética/ moral como por ex. envolvimento em actos, visando a moralização das novas gerações. Por isso se diz que educação é um processo formador multifacetado. O ensino é tido como a forma prática da educação e deve ser organizado tendo em conta a formação de todas as qualidades mencionadas, já que todas são necessárias para a vida futura dos cidadãos.

56

[Add course title here]: [Course sub-title]

57

Lição 17 História da Educação Introdução A Educação como processo social surgiu há bastante tempo, desde o aparecimento das famílias e sociedades humanas e cada uma das fases históricas possuía características próprias. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever a história da educação A Pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da acção do homem quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um fenómeno neutro, sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida em decisões, actividades determinadas pelas entidades que gerem politicamente os países. A educação será como histórica e politicamente forem organizadas as sociedades. 1-Sociedades Tribais: a educação difusa Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas actividades diárias e nas cerimónias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar. 2-Antiguidade Oriental: a educação tradicionalista Nas sociedades orientais, ao se criarem segmentos privilegiados, a população, composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tem direitos políticos nem acesso ao saber da classe dominante. A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito, devido ao seu carácter sagrado e esotérico. Tem início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal. 3-Antiguidade Grega: a paidéia A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra pedagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação. De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo desportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiros tempos, quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. 4-Antiguidade Romana: a humanista De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientais, mas nítida supremacia dos valores gregos.

5-Idade Média: a formação do homem de fé Os parâmetros da educação na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis contradições entre fé e razão, recomenda-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Evitase, assim, a pluralidade de interpretações e se mantém a coesão da Igreja. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a acção pedagógica e finalidade da formação do cristão. Renascimento: humanismo e reforma Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O aparecimento dos colégios, do século XVI até o XVIII, é fenómeno correlato ao surgimento de uma nova imagem da infância e da família. A meta da escola não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas também a formação moral. Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa popular, com excepção dos reformadores protestantes que agem por interesses religiosos. Idade moderna: a pedagogia realista De maneira geral as escolas continuam ministrando um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas, nascendo a escola tradicional, como se assistiu a partir do século XIX. Século das Luzes: o ideal liberal de educação O iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projectos de estender a educação a todos os cidadãos, prevaleceu a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia. Essa dualidade era aceita com grande tranquilidade, sem o temor de ferir o preceito de igualdade., afinal, para a doutrina liberal, o talento e a capacidade não são iguais, e portanto os homens não são iguais em riqueza. Séculos XIX a XX: a educação nacional É no séc. XIX que se começa a concretizar, a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória metas que o nosso Pais também se prescreveu. Enfatiza-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação.

Resumindo:

A educação foi e continua a ser um processo que existiu sempre por isso nunca se deve confundir a existência da educação com o surgimento da escola como instituição de educação e instrução. A educação teve que se adequar a cada fase histórica. Teve carácter de classe, quer dizer em cada fase histórica as classes dominantes tudo fizeram para educar as suas gerações em função das

58

características das classes dominantes e em defesa do que estes consideravam de seus ideais. - Nas sociedades tradicionais a educação tem carácter geral, todos educavam a todos, independentemente de ser parente ou não, por imposição do seu elevado nível de solidariedade, - Nas sociedades esclavagistas os senhores donos de escravos não estavam preocupados com estes mas com os seus filhos, seus herdeiros. O mesmo aconteceu com a sociedade Feudal onde os senhores feudais e seus filhos detinham tempo e os privilégios a educação contra os servos. - Nas sociedades capitalistas - os donos dos meios de produção, fábricas etc, criaram e defenderam melhores condições de escolarização dos seus descendentes e deram o mínimo de instrução aos outros (operários) por imposição tecnológica, na qualidade de força de trabalho. Foi o que aconteceu em Moçambique no tempo colonial em que as escolas eram poucas porque eram só para brancos e assimilados. Nessas sociedades os próprios conteúdos deveriam estar de acordo com os seus interesses. É por isso que em cada fase histórica os ideais em defesa eram diferentes. - Nas sociedades modernas a educação é considerada como um direito de todos os cidadãos na maioria dos Países, tendo assumido compromissos internacionais no sentido de cada um deles criarem condições para uma escolarização universal e obrigatória.

59

[Add course title here]: [Course sub-title]

61

Lição 18 A História de Educação Tradicional Mocambicana Introdução Em Mocambique muito antes da chegada dos português as comunidades nativas tinham o seu sistema de educação dos seus filhos, designada de educação tradicional. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever a Educação Tradicional em Moçambique Todos os membros das comunidades tradicionais eram responsáveis pela boa conduta das novas gerações, devendo por isso reprimir qualquer comportamento incorrecto de qualquer criança, independentemente de ser parente ou não A educação tradicional é aquela que ocorre nos meios sociais ou comunidades de modo informal, caracterizada pela ausência pré-determinada dos objectivos, conteúdos e das formas de organização específicas, pelo que não reúne o padrão de educação formal. Como vimos em lições anteriores a educação formal pressupõe a existência de: 

O local específico de realização – a escola;

Um profissional com responsável pelo processo – um professor;

alguma

preparação

pedagógica,

Um conteúdo estruturado (programa ou currículo) e leccionado de modo sistemáticos;

Uma série de meios didácticos - manuais, livros, quadros, mapas diversos, etc, que facilitam a acção do professor durante o processo de ensino - aprendizagem;

Métodos diversos adequados à idade, o nível de desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, a complexidade dos conteúdos, etc.

Regulamentos, normas, orientações metodológicas e de avaliação, necessários antes, durante e depois das actividades lectivas; elaborados e padronizados pelas estruturas responsáveis pela concepção e gestão do sistema educativo.

Existem vários tipos de educação tradicional de acordo com as comunidades, variando segundo o género (masculina e feminina), momento (ritos de passagem ou iniciação por exemplo a circuncisão), etc, desempenhando as funções: informativa, instrutiva e formativa. Em geral a educação tradicional tem carácter pragmático, pois destina-se essencialmente, a ensinar a saber fazer coisas concretas como:

Praticar as actividades sócio-económicas - como cultivar, praticar a caça, construir as suas casas, montar armadilhas para os animais, aves, peixe, etc;

Actividades culturais como: a dança, a arte, os ritos de passagem e de iniciação a vida adulta; assistência e o comportamento perante a mulher, durante a gravidez, o nascimento de bebés, a realização de cerimónias fúnebres e outras importantes naquelas comunidades como o coroamento do régulo ou assistência às cerimónias religiosas, etc.

Técnicas de auto-defesa perante o perigo de pessoas ou animais ferozes e tratamento de casos de mordedura de cobras venenosas;

Noção de medicina tradicional para o tratamento de doenças mais comuns nas sociedades em causa.

Resumo A educação tradicional é aquela que ocorre nas comunidades de modo informal em que todos os membros dessas comunidades são responsáveis pela educação dos seus filhos, visando a boa conduta, independentemente de ser parente ou não. A educação tradicional caracteriza-se pela ausência de definição oficial dos objectivos, conteúdos e das formas de organização específicas, não reunindo portanto o padrão de educação formal. Existem vários tipos de educação tradicional de acordo com as comunidades, variando segundo o género (masculina e feminina), momento (ritos de passagem ou iniciação por exemplo a circuncisão), etc, desempenhando as funções: informativa, instrutiva e formativa e de natureza pragmática (quer dizer virado para resolver problemas concretos da vida quotidiana).

62

[Add course title here]: [Course sub-title]

63

Lição 19 Educação Colonial Introdução Um dos periodos históricos da educação em Moçambique deu-se no tempo colonial, marcado pela existência de um sistema escolar com objectivos, conteúdos e métodos de ensino propícios ou adequados para o sistema político vigente. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever o sistema educativo colonial em Moçambique A necessidade de educação dos povos/população originária de Moçambique, foi desde o princípio da colonização portuguesa, bastante conflituosa; pois era tida como absurda, não só pela história, como também perante a capacidade mental dos moçambicanos, considerados de inferiores. Considerava-se de “uma ilusão pensar em civilizar os “negros” com a bíblia, educação e panos de algodão “(Martins, 1920: 283); Os objectivos da educação colonial visavam: 

Assegurar a hierarquia política, cultural da classe dominante sobre as ditas classes tradicionais ou “primitivas”, consideradas estagnadas no processo histórico;

A formação do “indígena” e a criação da figura jurídico-política de “assimilação” impunha-se como necessidade da força de trabalho qualificada para uma maior exploração capitalista;

Ensinar a ler, escrever e contar o mínimo necessário para se comunicar com os colonizadores e constituir a força de trabalho;

Garantir o processo de assimilação e alienação cultural da população nativa a partir de um conjunto de requisitos nomeadamente:

Saber ler, escrever e falar a língua portuguesa;

Ter meios suficientes para sustentar a família;

Ter a necessária educação, hábitos individuais e sociais de modo a poder viver segundo a lei pública portuguesa;

Ter bom comportamento e solicitar por via de um requerimento à autoridade administrativa local para ser aprovado como tal

Conteúdos O sistema educativo colonial português era organizado de seguinte modo: a)

-Ensino Indígena – Destinado a elevar gradualmente a vida selvagem à vida civilizada dos povos cultos a população autóctone das províncias ultra-marinas.

b)

-Ensino primário elementar, destinado a populações “não indígenas, visando dar nos beneficiários os instrumentos fundamentais do saber e as bases de uma cultura qual, preparando-os para a vida social”.

Estrutura de conteúdos de 1962 sem alterar a natureza: 1.

Ensino de adaptação – compreendendo três anos, com ingresso aos 10 anos, destinado aos indígenas.

2. Ensino primário comum (oficial, missionário católico, missionário estrangeiro, particular), de 4 anos com ingressos aos 7 anos, destinados a população branca, mestiça e assimilada, subdividida em: 

Ensino normal indígena – EHPP – 3/4 anos. E em 1964 introduzida a Escola do Magistério, 2 anos com ingresso 5º ano;

Ensino Técnico (industrial/comercial) de 3 anos.

Ensino Técnico Profissional, com secções preparatórias aos institutos industrial/comercial.

elementar

de

2

anos

e

profissional

Do nível de Ensino Geral:  Ciclo preparatório (2) anos;  Ciclo liceal (5) anos;  Estudos Gerais Universitários.

64

Resumo O sistema de educação colonial visava assegurar a hierarquia política, cultural da classe dominante sobre as ditas classes tradicionais; a formação do “indígena”como “assimilado”: garantir o processo de assimilação e alienação cultural da população nativa a partir de um conjunto de requisitos nomeadamente:  Saber ler, escrever e falar a língua portuguesa; ter a necessária educação, hábitos individuais e sociais de modo a poder viver sob as leis pública e privada portuguesas; Esses objectivos eram assegurados pela seguinte estrutura do ensino:  Ensino de adaptação; Ensino primário comum (oficial, missionário católico, missionário estrangeiro, particular), de 4 anos com ingressos aos 7 anos, destinados a população branca, mestiça e assimilada, subdividida em: Ensino normal indígena – EHPP – 3/4 anos. E em 1964 foi introduzida a Escola do Magistério, (ingresso com 5º ano liceal mais 2 anos); Ensino Técnico elementar de 2 anos e profissional industrial/comercial) de 3 anos e Ensino Técnico Profissional, com secções preparatórias aos institutos industrial/comercial.  Ao nível de Ensino Geral existia: o Ciclo preparatório (2) anos; - Ciclo liceal (5) anos e Estudos Gerais Universitários.

65

[Add course title here]: [Course sub-title]

67

Lição 20 Educação nas Zonas Libertadas Introdução Na sequência do desenvolvimento impetuoso do processo da luta armada de libertação de Moçambique surgiram as zonas libertadas em solo pátrio, no norte do Pais. Nessas zonas a vida das populações era organizada de modo diferente do resto do país ,ainda sob administracao colonial. Ao concluir esta licao você será capaz de: Descrever o processo da educação nas zonas libertadas. Foram consideradas por zonas libertadas, as regiões do território nacional onde a administração colonial se retirou, as populações abandonaram as suas povoações para escapar à repressão colonial e viver sob a protecção da FRELIMO. Progressivamente, este processo desenvolvia-se, surgindo as zonas libertadas e semi-libertadas, isto é, zonas onde a totalidade da vida das populações dependia da orientação da FRELIMO, onde no quotidiano se aplicavam as palavras de ordem do movimento, constituindo lugares, momento e espaço de ensaio de uma sociedade nova e de exercício do poder, de aprendizagem de novos valores para a formação de uma sociedade, não baseada em racismo, tribalismo, regionalismo e de outros males próprios do regime colonial. Eduardo Mondlane – definiu a educação como uma condição político-ideológica básica para o sucesso da luta armada em Moçambique. É assim que se justifica a concepção dos programas de instrução militar e educacionais ao mesmo tempo. – Ex: A Escola Secundária, Instituto de Moçambique em Tanzânia; destinada a crianças moçambicanas que já tinham saído de Moçambique, e outras junto dos centros de instrução ou bases centrais e regionais. O sistema educativo nas zonas libertadas (1969/70) foi definido para responder aos seguintes objectivos: 

A formação do Homem Novo, com uma nova mentalidade que para além de ser capaz de resolver os problemas imediatos colocados pela revolução quer dizer:

Formar o “Homem Novo” com plena consciência do poder da sua inteligência e da força transformadora do seu trabalho na sociedade e na natureza; livre de concepções supersticiosas e subjectivas

Rejeitar firme e violentamente todas as tendências do individualismo, bem como da corrupção;

Criar (nos alunos) uma personalidade moçambicana sem subserviência (espírito servil) algum, assuma a sua realidade (sócio-cultural), saiba em contacto com o mundo exterior, assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos;

-Criar uma nova atitude na mulher, emancipá-la na sua consciência e comportamento e no homem um novo comportamento e mentalidade em relação à mulher.

Estrutura: a) Educação formal – destinada a crianças e adolescentes com 4 níveis (pré-primário, primário, secundário (Bagamoio em Tanzânia), que nunca chegou a funcionar b) Formação de Professores – em cursos nacionais e provinciais – de 3 meses a 1 ano. Conteúdos: No Ensino Primário leccionavam-se as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, Ciências, História, Trabalhos Práticos, Política, Educação Artística e Educação Física. No Ensino Secundário existiam as seguintes áreas curriculares: Língua Portuguesa, Inglês, Política, História, Geografia, Matemática, Ciências Naturais, Física, Química, Biologia, Trabalhos Práticos, Desenho e Educação Física.  Além destes também foram dados cursos de Magistério Primário, Informação e Propaganda, Cooperação e Administração.

68

Resumo

69

Foram consideradas por zonas libertadas, as regiões do território nacional onde a administração colonial se retirou, as populações abandonaram as suas povoações para escapar à repressão colonial e viver sob a protecção e orientação da FRELIMO. O sistema educativo nas zonas libertadas (1969/70) foi definido para responder aos seguintes objectivos: A formação do Homem Novo, com uma nova mentalidade capaz de resolver os problemas imediatos colocados pela revolução quer dizer: -Formar o “Homem Novo” com plena consciência do poder da sua inteligência e da força transformadora do seu trabalho na sociedade e na natureza; livre de concepções supersticiosas e subjectivas; que rejeite firme e violentamente todas as tendências do individualismo, da corrupção criando uma personalidade moçambicana sem subserviência (espírito servil); mas que saiba em contacto com o mundo exterior, assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos. Estes objectivos foram assegurados através de duas formas estruturais: a) Educação formal – destinada a crianças e adolescentes do préprimário, primário e secundário. b) Formação de Professores – em cursos nacionais e provinciais – de 3 meses a 1 ano.

70

Lição 21 História da Educação em Moçambique Pôs-Independente Introdução Com a celebração da Independência Nacional a 25 de Junho de 1975, Moçambique iniciava o processo de organização do Aparelho do Estado e a extensao das experiencias positivas vividas nas zonas libertadas à escala nacional.Paralelamente a este processo foram sendo concebidos novos instrumentos normativos e de conteudos de ensino para todos os niveis e tipos de ensino. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Descrever e analisar a Educação no período pôs- Independência. Chamamos de reforma ao processo de mudança, transformação que se opera num certo ramo que pode ser: 

Evolutiva não afectando a estrutura do sistema de educação, introduzindo apenas algumas medidas;

Estrutural- aquela que se opera no sistema, alterando-se os objectivos, conteúdos/ programas.

O sistema de educação – o processo de organizado por cada sociedade para transmitir as novas gerações as suas experiências, conhecimentos, valores culturais, desenvolvendo os aspectos ideológicos da política do Estado.

71

A reforma da educação em Moçambique teve as seguintes etapas características: a)

De

1975/77,

altura

em

que

ocorreram

os

seguintes

acontecimentos:  A nacionalização da educação em 24 de Julho de 1975 e a suspensão consequente de todos os livros e currículos de origem portuguesa; 

A proclamação do direito a educação para todos os moçambicanos na Constituição da Republica;

b)-Em 1978, iniciou-se com o processo de massificação da educação, intensificação da formação de professores, programas de Alfabetização e Educação de Adultos e o alargamento da rede escolar; c)-Em 1983, procedeu-se a introdução de SNE- Sistema Nacional de Educação, que pela sua natureza, estrutura e objectivos era por si diferente do anterior. A continuação do alargamento da rede escolar e a consequente aumento da população estudantil moçambicana materializando os três grandes objectivos: erradicação do analfabetismo; introdução da escolaridade obrigatória e a formação de quadros para as necessidades da economia e do desenvolvimento. d)-As resoluções do 5º Congresso do Partido Frelimo- 1989l, lançaram as bases ideológicas e económicas para a reforma escolar; Em 1991, foi autorizado o exercício do ensino particular privado e comunitário e da actividade dos explicadores por Dec.- 11/90. Tomando em conta a situação educacional antes da Independência que se caracterizava pela: 

A existência de dois sistemas de educação (indígena, para brancos, asiáticos e assimilados);

Carácter discriminatório e racial;

Pouca importância ao ensino técnico e profissional;

Inexistência da educação de adultos;

Carácter urbano e suburbano da rede escolar;

 A educação baseada em programas de ensino e cultura portuguesas, a adopção do SNE por si só significaram uma grande viragem; Assim, os aspectos gerais do processo de reestruturação do SNE em Moçambique abrangem:  Descentralização das matrículas, dando a autonomia as autoridades locais quanto a a definição das metas de ingresso, de acordo com as condições, capacidades das escolas, disponibilidades de recursos financeiros e professores. Criação de diferentes tipos de ensino público e privado através

 do Dec.11/90;

72

Estado deixou de se responsabilizar pela distribuição dos graduados dos diferentes níveis e tipos de ensino;

Introdução dos exames de admissão aos Ensinos Médio – Técnico Profissional e Superior;

Introdução de vários ramos (A, B, C,) nas duas secções do nível médio do Ensino Secundário Geral.

Resumo A reforma da educação em Moçambique teve as seguintes etapas características: a) De 1975/77, altura acontecimentos:

em

que

ocorreram

os

seguintes

 A nacionalização da educação em 24 de Julho de 1975 e a suspensão consequente de todos os livros e currículos de origem portuguesa;  A proclamação do direito a educação para todos os moçambicanos na Constituição da Republica; b) Em 1978, iniciou-se com o processo de massificação da educação, intensificação da formação de professores, programas de Alfabetização e Educação de Adultos e o alargamento da rede escolar; c) Em 1983, procedeu-se a introdução de SNE- Sistema Nacional de Educação, que pela sua natureza, estrutura e objectivos era por si diferente do anterior. A continuação do alargamento da rede escolar e consequente aumento da população estudantil moçambicana materializando os três grandes objectivos: erradicação do analfabetismo; introdução da escolaridade obrigatória e a formação de quadros para as necessidades da economia e do desenvolvimento. Em 1991, foi autorizado o exercício do ensino particular privado e comunitário e da actividade dos explicadores por Dec.- 11/90.

73

[Add course title here]: [Course sub-title]

75

Lição 22 Introdução do Sistema Nacional de Educação Introdução A lei n°4/83 de 23 de Março define o Sistema de Educação como processo organizado por cada sociedade para transmitir as novas gerações as suas experiências, conhecimento e valores culturais, desenvolvendo as capacidades e aptidões do indivíduo, de modo a assegurar a reprodução da sua ideologia e das suas instituições económicas e sociais. O SNE, fundamenta-se nas experiências de educação desde a luta armada até a presente fase de desenvolvimento. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar a estrutura inicial do Sistema Nacional de Educação O Sistema Nacional de Educação em Moçambique responde fundamentalmente aos seguintes grandes objectivos: a) A erradicação do analfabetismo; b) A introdução da escolaridade obrigatória; c) A formação de quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e da investigação científica, tecnológica e cultural. Princípios gerais: O Sistema Nacional de Educação orienta-se pelos seguintes princípios gerais: a) A Educação é um direito e um dever de todo o cidadão, o que se traduz na igualdade de oportunidades de acesso a todos níveis de ensino e na educação permanente e sistemática de todo o povo; b) A Educação reforça o papel dirigente da classe operária e a aliança operário - camponesa, garante a apropriação da ciência, da técnica e da cultura pelas classes trabalhadoras, e constitui um factor impulsionador do desenvolvimento económico, social e cultural do país; c) A Educação é o instrumento principal da criação do Homem Novo, homem liberto de toda a carga ideológico e política da formação colonial e dos valores negativos da formação tradicional capaz de assimilar e utilizar a ciência e a técnica ao serviço da Revolução d) A Educação na República de Moçambique baseia-se nas experiências nacionais, nos princípios universais do Marxismo-Leninismo, e no património científico, técnico e cultural da Humanidade; e) A Educação é dirigida, planificada e controlada pelo Estado, que garante a sua universalidade e laicidade no quadro da realização dos objectivos fundamentais consagrados na constituição. O processo educativo orienta-se pelos seguintes princípios pedagógicos: a) Desenvolvimento das capacidades e da personalidade de uma forma harmoniosa, equilibrada e constante, conferindo uma formação

integral nas áreas politico-ideológica e moral, da comunicação, das ciências matemáticas, das ciências naturais e sociais, politécnica e laboral, estético-cultural e da educação física; b)

Unidade dialéctica entre a educação científica e a educação ideológica, devendo os programas e conteúdos do ensino reflectir a orientação política e ideológica;

c)

Desenvolvimento de iniciativa criadora, da capacidade de estudo individual e da assimilação crítica dos conhecimentos;

d)

Ligação entre a teoria e a prática, que se traduz no conteúdo e método de ensino das várias disciplinas, no carácter politécnico da educação conferida e na ligação entre a escola e a comunidade;

e)

Ligação do estudo ao trabalho produtivo socialmente útil como forma de identificação com as classes trabalhadoras, de aplicação dos conhecimentos científicos a produção e de participação no esforço de desenvolvimento económico e social do país;

f)

Ligação estreita entre a escola e a comunidade, em que a escola actua como centro de dinamização do desenvolvimento socioeconómico e cultural da comunidade e recebe desta a orientação necessária para a realização de um ensino e formação que respondam as exigências da edificação socialista no país.

São objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação: a)

Formar cidadãos como uma sólida preparação política, ideológicos, científicos, técnica, cultural e física e uma elevada condição patriótica e cívica;

b)

Erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo povo o acesso ao conhecimento científico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades;

c)

Introduzir a escolaridade obrigatória e universal de acordo com o desenvolvimento do país, como meio de garantir a educação básica a todos os jovens moçambicanos;

76

d)

Assegurar a todos os moçambicanos o acesso a formação profissional;

e)

Formar o professor como educador e profissional consciente com profunda preparação política e ideológica, científica e pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos nos valores da sociedade socialista;

f) g) h) i)

Formar cientistas e especialistas altamente qualificados que permitam o desenvolvimento da investigação científica; Difundir, através do ensino, a utilização da língua portuguesa contribuindo para a consolidação da unidade nacional; Desenvolver a sensibilidade estética e capacidade artística das crianças, jovens e adultos educando-os no amor pelas artes e no gosto pelo belo; Fazer das instituições de ensino bases revolucionárias para a consolidação do poder popular, profundamente inseridas na comunidade.

Estrutura do Sistema Nacional de Educação O Sistema Nacional de Educação é constituído pelos seguintes subsistemas, estruturado em quatro níveis: Primário; Secundário; Médio e Superior: 1-Subsistema de Educação Geral que compreende o Ensino Primário com dois graus 1° de 1ª à 5ª classe e 2° de 6ª à 7ª classes e Secundário que compreende cinco classes e subdividido em dois ciclos: 1° Ciclo, de 8ª à 10ª classe e 2° Ciclo, 11ª à 12ª classe. 2-Subsistema de Educação de Adultos que funciona com dois níveis – 1 e 2 graus. 3-Subsistema de Educação Técnico Profissional que compreende os níveis: Elementar; Básico e Médio comercial, agrário e industrial. 4-Subsistema de Formação de Professores; A formação de professores estrutura-se em três níveis: A formação de professores estrutura-se em três níveis: 1-Nível básico: destinado a formação de professores do ensino primário do 1o grau do SNE, 2-Nível médio: realiza a formação inicial dos professores do ensino primário e dos professores de prática de especialidades do ensino técnico-profissional. 3-Nível superior: realiza a formação dos professores para todos os níveis e tipos de ensino. 4-Subsistema de Educação Superior.

77

Resumo

O Sistema Nacional de Educação é constituído pelos seguintes subsistemas, estruturado em quatro níveis: Primário; Secundário; Médio e Superior: 1-Subsistema de Educação Geral que compreende o Ensino Primário com dois graus: 1° de 1ª à 5ª classe (compreendendo dois ciclos – primeiro de 1 a 2 classes e 2° de terceira a 5 Classe) e o 2 grau de 6ª à 7ª classes e Secundário que compreende cinco classes, subdividido em dois ciclos: 1° Ciclo, de 8ª à 10ª classe e 2° Ciclo, de 11ª à 12ª classe. 2-Subsistema de Educação de Adultos que funciona com dois níveis – 1 e 2 graus. 3-Subsistema de Educação Técnico Profissional que compreende os níveis: Elementar; Básico e Médio comercial, agrário e industrial. 4-Subsistema de Formação de Professores; A formação de professores estrutura-se em três níveis: A formação de professores estrutura-se em três níveis: 1-Nível básico: destinado a formação de professores do ensino primário do 1o grau do SNE, 2-Nível médio: realiza a formação inicial dos professores do ensino primário e dos professores de prática de especialidades do ensino técnico-profissional. 3-Nível superior: realiza a formação dos professores para todos os níveis e tipos de ensino. 4-Subsistema de Educação Superior.

78

[Add course title here]: [Course sub-title]

79

Lição 23 Reforma do Sistema Nacional de Educação Introdução Nos termos da lei 6/92, foi reajustado o quadro geral do sistema educativo e adequar as disposições contidas na lei 4/83, as condições sociais e económicas do Pais, tanto do ponto de vista pedagógico como organizacional. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Analisar a estrutura actual do Sistema Nacional de Educação. A educação moçambicana tem por objectivos erradicar o analfabetismo, garantir o Ensino Básico a todos os cidadãos de acordo com o desenvolvimento do Pais, através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória e formar quadros para as necessidades do desenvolvimento socioeconómico. Para o ingresso a escola o Sistema Nacional de Educação estabelece a idade mínima de seis (6) anos, seguindo a seguinte estrutura: a) Ensino Pré-escolar aquele que se realiza em creches e jardinsde-infância para crianças de idade inferior a 6 anos; b) Ensino Escolar – que compreende o Ensino Geral, Ensino Técnico Profissional e Superior. Este tipo de Ensino integra também as seguintes modalidades especiais seguintes:  Ensino Especial, destinado a crianças portadoras de deficiências físicas, sensoriais e mentais:  Ensino Vocacional, visado atender as crianças que tendo vocação para determinadas profissões ou artes.  Ensino de Adultos, destinado a atender aqueles que já não se encontram em idade formal de escolarização.  Ensino a distância, destinado a satisfazer as necessidades de ensino para alunos que não estejam perto dos estabelecimentos de ensino que deseje frequentar.  Formação de professores para os Ensino geral e Técnico profissional, c) Ensino Extra-Escolar e aquele que engloba actividades de alfabetização e de aperfeiçoamento, actualização cultural e cientifica e realiza-se fora do sistema regular do ensino. Este tipo de escolarização visa essencialmente assegurar que aqueles que por alguma razão abandonaram precocemente a escola completem o ensino de base.

O Ensino Geral compreende dois níveis: O Ensino Primário subdivido em dois graus 1ᵒ ( 1ᵃ a 5ᵃ classes ) e 2ᵒ grau de (6ᵃ a 7ᵃ Classes) tem como objectivo proporcionar a formação básica nas áreas de comunicação, ciências matemáticas, das Ciências naturais e sociais, da Educação .Física, Estética e Cultural; O Ensino Secundário que compreende dois ciclos, sendo o 1ᵒ de 8ᵃ a 10ᵃ Classes e o 2ᵒ de 11ᵃ a 12ᵃ Classe, visando a consolidação e ampliação dos conhecimentos dos alunos nas Ciências Matemáticas, Ciências Naturais e sociais e nas áreas de cultura, da estética e ed. Física. Ensino Técnico profissional subdividido em três níveis: Elementar, Básico e Médio, integrando formações das áreas Comercial, Industrial e Agrária. Este tipo de ensino constitui o principal instrumento para a formação de profissional da forca de trabalho qualificada necessária para o desenvolvimento económico e social dos pais.  Ensino Superior – que compete assegurar a formação superior de técnicos e especialistas nos diferentes domínios de conhecimento científico.

80

Resumo Nos termos da lei 6/92, foi reajustado o quadro geral do sistema educativo e adequar as disposições contidas na lei 4/83, as condições sociais e económicas do Pais. Neste quadro a educação mantém como meta erradicar o analfabetismo, garantir o ensino básico a todos os cidadãos de acordo com o desenvolvimento do Pais, através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória e formar quadros para as necessidades do desenvolvimento socioeconómico. o ingresso a escola o Sistema Nacional de Educação estabelece a idade mínima de seis (6) anos, seguindo a seguinte estrutura: c) Ensino Pré-escolar; d) Ensino Escolar (Ensino Geral, Ensino Técnico Profissional e Superior); Este tipo de Ensino integra também as seguintes modalidades especiais seguintes: Ensino Especial, Ensino Vocacional, Ensino de Adultos, Ensino a distancia, Formação de professores. e) Ensino Extra-Escolar; O Ensino Geral compreende dois níveis: O Ensino Primário subdivido em dois graus 1 (1ᵃ a 5ᵃ classes) e 2 grau de (6 ᵃ a 7 ᵃ Classes) e o Ensino Secundário que compreende dois ciclos, sendo o 1 de 8ᵃ a 10ᵃ Classes e o 2 de 11ᵃ a 12ᵃᵒ Classe. Ensino Técnico profissional subdividido em três níveis: Elementar, Básico e Médio, integrando formações das áreas Comercial, Industrial e Agrária.

81

[Add course title here]: [Course sub-title]

83

Lição 24 O processo de transformação curricular em Moçambique: Novo Currículo do Ensino Básico Introdução Caro estudante, como deve ter observado à medida que o País avança rumo ao desenvolvimento, maiores são as necessidades em forca de trabalho devidamente qualificada. Estas necessidades impõem desafios, mudanças para o sector da educação, nomeadamente da necessidade de rever os conteúdos de ensino tanto para o Ensino Primário como para o Secundário. Ao concluir esta unidade você será capaz de: Caracterizar as principais inovacoes introduzidas no curriculo do Ensino Básico. Constituem inovações deste currículo, a introdução dos ciclos de aprendizagem; o Ensino Básico integrado; o currículo local; um novo critério de distribuição dos Professores no 3º ciclo; a promoção semi-automática e a introdução de Línguas Moçambicanas durante o ensino, a integração do Inglês, de Ofícios e de Educação Moral e Cívica como disciplinas curriculares. Em seguida vamos detalhar os aspectos atras referidos. 1-Ciclos de aprendizagem O novo currículo do Ensino Básico é constituído por três ciclos de aprendizagem: o 1º (1ª e 2ª classes) é de dois anos; o 2º (3ª, 4ª e 5ª classes) dura três anos; e o 3º e último (6ª e 7ª classes) de dois anos, como se pode ver no quadro seguinte:

Grau

Ciclo

Classe

Idade

6

7

8

9

10

11

Os ciclos de aprendizagem são unidades de aprendizagem com o objectivo de desenvolver habilidades e competências específicas. Assim, o 1º ciclo desenvolve habilidades e competências de leitura e escrita, contagem de números e realização das operações básicas: somar, subtrair, multiplicar e dividir; observar e estimar distâncias, medir comprimentos; dar noções de higiene pessoal, de relação com as outras pessoas, consigo próprio e com o meio;

-O 2º ciclo aprofunda os conhecimentos e as habilidades desenvolvidos no 1º ciclo e introduz novas aprendizagens relativas às Ciências Sociais e Naturais, bem como ao cálculo de superfícies e volumes; -O 3º e ultimo ciclo, para além de consolidar e ampliar os conhecimentos e habilidades adquiridos nos ciclos anteriores, prepara o aluno para a continuação dos estudos e/ou para a vida. Note-se que é necessário ter em conta que os ritmos de aprendizagem e desenvolvimento são variáveis de pessoa para pessoa, e isto também se deve poder aplicar ao nível da escola, principalmente nos primeiros anos de escolaridade (INDE, 1999:106/7). Partindo do pressuposto de que o desenvolvimento cognitivo não é uniforme para todas as crianças e depende de vários factores, é de considerar a hipótese de providenciar mais tempo para que as crianças nos diferentes estágios de crescimento atinjam diferentes estágios de desenvolvimento em diferentes momentos. 2-O Ensino Básico Integrado O Ensino Básico Integrado, em Moçambique é de sete classes, articulado sob o ponto de vista de estrutura, objectivos, conteúdos, material didáctico e da própria prática pedagógica. Caracteriza-se por desenvolver no aluno conhecimentos, habilidades e valores de forma articulada e integrada de todas as áreas de aprendizagem, que compõem o currículo, conjugados com as actividades extra-curriculares e apoiado por um sistema de avaliação que integra as componentes sumativa e formativa. Através do Ensino Básico Integrado, espera-se proporcionar ao educando um conjunto de conhecimentos e competências sobre/em diferentes áreas e matérias de uma forma integrada e harmoniosa. A abordagem integrada das diferentes matérias, versadas pelos livros, apoia consideravelmente o processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, isto é, a prática pedagógica. Poder-se-ão integrar matérias ou disciplinas que, não necessariamente dentro dos padrões do currículo tradicional, em que as matérias ou disciplinas são leccionadas de forma isolada ou compartimentada, guardam entre si algum relacionamento. Assim, poderíamos, se a escola entendesse que os seus alunos “aprenderiam melhor”, fazer integração de duas, três ou mais matérias seleccionadas por sua significância, como se pode ver na figura seguinte: Assim, tomando como ponto de partida um tema particular de Ciências Sociais, “Estudo da comunidade onde os alunos são originários”, por exemplo, pode-se motivar os alunos e permitir-lhes que relacionem este tema com conteúdos de Português tais como descrição, relato, etc. A situação de aprendizagem, neste exemplo, decorrerá ou desencadear-se-á a partir da integração de conteúdos destas disciplinas, à qual outras matérias ou disciplinas poderão eventualmente agregar-se. Entretanto, o ensino integrado não consiste apenas na contemplação de matérias ou conteúdos doutras disciplinas, compreende também a transformação das experiências

106

dos alunos, do senso comum, em ciência com que eles possam interpretar fenómenos e desenvolver o mundo que os rodeiam. 3-Currículo Local Um dos grandes objectivos do presente currículo é formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, a vida da sua família, da comunidade e do país, tomando em consideração os saberes, práticas relevantes e necessidades das comunidades onde a escola se situa. Para o efeito, os programas de ensino devem prever uma carga horária de 20% do total do tempo do currículo nacional para a acomodação do currículo local (CL). Como devem ser seleccionados os conteúdos do CL? Os conteúdos locais devem ser estabelecidos em conformidade com as aspirações das comunidades, o que implica uma negociação permanente entre as instituições educativas e as respectivas comunidades. Os critérios de selecção dos conteúdos do currículo local serão os seguintes: 

Relevância socio-cultural e económica para a comunidade;

Possibilidade de promoção de auto-emprego;

Desenvolvimento de habilidades para a vida.

As matérias, propostas para o currículo local, devem ser integradas nas diferentes disciplinas curriculares, tendo em conta as particularidades de cada disciplina, os objectivos de cada ciclo e a idade dos alunos. Como devem ser integrados os conteúdos do currículo local nas aulas? Um dos aspectos cruciais na integração dos conteúdos do CL relaciona-se com o “como” distribuí-los, por disciplina e por ciclo, de tal maneira que se cubram os 20% alocados. O ponto de partida importante que se deve compreender é que o CL não é uma disciplina; é um conjunto de conteúdos ou matérias que versam sobre diversos aspectos da vida local. Estes conteúdos ou matérias, uma vez seleccionados, devem ser enquadrados nas diferentes disciplinas e ciclos, de acordo com a sua natureza, especificidade e complexidade. Uma vez enquadrados nas diferentes disciplinas e ciclos, estes conteúdos passarão a merecer o mesmo tipo de tratamento que outros do currículo nacional, aos quais conferirão uma maior profundidade ou extensão, complementaridade ou um carácter novo. Não deverá haver lugar a avaliação ou tratamento exclusivo de conteúdos do CL, pois estes estarão distribuídos em diferentes disciplinas e ciclos. Os 20% são, por assim dizer, uma parte da carga horária das diferentes disciplinas do ciclo. Quem são os actores envolvidos na recolha dos conteúdos para o currículo local? Os professores (que fazem a recolha e sistematização da informação);

106

Líderes e autoridades locais; alunos, professores, pais e/ou encarregados de educação; representantes de diferentes instituições afins e organizações comunitárias (que sugerem conteúdos que correspondam às necessidades locais de aprendizagem). Como se avalia o currículo local? O currículo local será avaliado de forma integrada (envolvendo conteúdos definidos central e localmente) através de provas escritas e orais. Nos exames nacionais, incluirse-ão questões cujas respostas se direccionem para aspectos/conteúdos locais. 4-Distribuição dos professores: As turmas do 1º e 2º ciclo do Ensino Básico serão leccionadas por um professor cada; e as do 3º ciclo, por 3/4 professores. Cada professor do 3º ciclo leccionará três a quatro disciplinas curriculares, podendo ser ou não da mesma área, conforme a sua especialização ou inclinação. Aos professores bivalentes, em exercício, ser-lhes-ão ministrados cursos de capacitação para poderem leccionar mais uma ou duas disciplinas, de acordo com a sua preferência e em função das necessidades da escola. A redução do número de docentes por turma no EP2, de sete, para três, tem, como pano de fundo, a organização do currículo em áreas disciplinares. A presente opção tem em vista uma rápida expansão da rede do EP2, a nível nacional, visto que o sistema de três professores para o EP2 se afigura menos dispendioso. Entretanto, quando se fala da distribuição de disciplinas pelos professores do 3º ciclo, não se deve perder de vista que a sua formação foi sempre na perspectiva de eles serem capazes de leccionar o ensino básico, e não, necessariamente, para esta ou aquela disciplina. É verdade que durante a sua formação pode ter vincado o carácter bivalente do curso; contudo, isso não deve constituir nenhuma limitante ao ponto de eles não poderem ensinar mais uma ou duas disciplinas do ensino básico. Ademais, não será de surpreender que, no futuro, haja apenas um professor a leccionar o 3º ciclo, a exemplo do que já acontece no 1º e 2º, pois ele possui formação para leccionar todo o ensino básico. 5-Promoção semi-automática ou progressão normal: A principal inovação no sistema de avaliação consistirá na adopção de um sistema de promoção por ciclo de aprendizagem dos alunos que consiste na transição destes, de um ciclo de aprendizagem para o outro. Para que isso aconteça, é necessários que se criem condições de aprendizagem para que todos os alunos atinjam os objectivos mínimos de um determinado ciclo, o que lhes possibilita a progressão para estágios seguintes. Estas condições assentam, fundamentalmente, numa avaliação predominantemente formativa, onde o processo de ensino-aprendizagem esteja centrado no aluno, o que permite que se obtenha uma imagem com a maior fiabilidade possível do desempenho do aluno em termos de competências básicas descritas no currículo.

106

Uma vez assegurada a avaliação formativa, o que significa que se providenciou a recuperação dos alunos com problemas na aprendizagem, existem condições de base para os promover para os estágios seguintes, mesmo que ainda existam algumas dificuldades de percurso. Excepcionalmente, poderá haver casos de repetência no final de cada ciclo de aprendizagem. No entanto, isso somente acontece nos casos em que o professor, o Director da Escola e os Pais/Encarregados de Educação cheguem à conclusão que a criança, apesar de todo o esforço desencadeado por todos eles, não atingiu as competências mínimas e, por isso, não beneficiará da progressão para o estágio seguinte.

Resumo Constituem inovações deste currículo, os ciclos de aprendizagem; o Ensino Básico integrado; o currículo local; a distribuição dos professores do 3º ciclo; a promoção semi-automática e a introdução de Línguas Moçambicanas, do Inglês, de Ofícios e de Educação Moral e Cívica como disciplinas curriculares. Os conteúdos locais devem ser estabelecidos em conformidade com as aspirações das comunidades, o que implica uma negociação permanente entre as instituições educativas e as respectivas comunidades. Os critérios de selecção dos conteúdos do currículo local serão os seguintes: 

Relevância socio-cultural e económica para a comunidade;

Possibilidade de promoção de auto-emprego;

Desenvolvimento de habilidades para a vida.

106

B i b l i o g r a f i a:

106

106

Quais os principais fundamentos da Pedagogia?

A Pedagogia é um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista a prepará-los para as tarefas da vida social.

O que são Fundamentos de Pedagogia?

Os fundamentos pedagógicos da BNCC possuem dois pressupostos: o foco no desenvolvimento de competências e o compromisso com a educação integral. Isso implica discutir o que os/as estudantes devem "saber" e o que devem "saber fazer".

Quais os melhores livros de pedagogia?

4 livros que todo estudante de Pedagogia precisa ler.
“Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire. ... .
“Conversas com Quem Gosta de Ensinar”, de Rubem Alves. ... .
“Quando Ninguém Educa”, de Ronai Rocha. ... .
“Educar na Esperança em Tempos de Desencanto”, de Pablo Gentili e Chico Alencar..

O que estudar em Fundamentos da educação?

Objetivo do curso de Fundamentos da Educação Estudar Sócrates e a moral ocidental. Aprender sobre Platão e o nascimento da razão ocidental. Entender Aristóteles e a filosofia como totalidade do saber. Compreender o idealismo alemão de Immanuel Kant, e o pragmatismo e existencialismo.