Diagnóstico para diabetes é fundamental para se fazer o controle da glicemia e evitar as complicações decorrentes da doença. Show
Diabetes virou epidemia mundial. A doença se espalha à medida que os países enriquecem, a população fica sedentária e o consumo diário de calorias aumenta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que existam 350 milhões de pessoas nessa condição, o dobro das que havia em 1980. Na China, há 90 milhões de casos; na Índia, 61,3 milhões; nos Estados Unidos, 25,8 milhões; no México, 10,3 milhões. Em 2010, o censo do IBGE encontrou no Brasil cerca de 12 milhões. Enfermidade complexa, geralmente diagnosticada na maturidade, o diabetes do tipo 2 acomete 16% dos brasileiros na faixa dos 55 aos 64 anos, e quase 20% dos que passaram dos 66 anos. Veja também: Prevenção do diabetes tipo 2 As fases iniciais são silenciosas. Na maioria das vezes, as complicações se instalam e progridem antes que o diagnóstico seja feito: retinopatia com perda de visão, insuficiência renal, obstrução de artérias periféricas, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, para citar as mais frequentes. O risco dessas complicações diminui com o controle rigoroso da glicemia. Para controlá-la, no entanto, é preciso antes fazer o diagnóstico. O quadro clínico é precedido por uma fase assintomática longa, denominada pré-diabetes, caracterizada por pequenas elevações da glicemia, resistência à ação da insulina e diminuição da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. Os especialistas calculam que para cada pessoa com diabetes já instalado, existam pelo menos três com pré-diabetes. Por essa estimativa, haveria 36 milhões de brasileiros nessa fase. Identificá-los é fundamental para recomendar-lhes que pratiquem atividade física, reduzam o consumo de carboidratos e gorduras e percam peso. De acordo com os critérios estabelecidos pela OMS antes de 1997, o diagnóstico de diabetes era feito quando a glicemia colhida pela manhã, em jejum, estivesse igual ou acima de 140 mg/dl. Ou quando a glicemia igualava ou ultrapassava 200 mg/ml, duas horas depois da administração de 75 gramas de glicose por via oral. Em 1997, o limiar em jejum foi reduzido para 126 mg/ml, medida tomada porque acima desse nível os vasos da retina já são afetados. O diagnóstico deve ser confirmado pela repetição do teste em outro dia. São considerados portadores de diabetes, também, aqueles com glicemia igual ou superior a 200 mg/dl em qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições. Nessa eventualidade, não há necessidade de confirmação. Para identificar o grupo que corre mais risco de desenvolver a doença, níveis de glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dl são considerados indicativos de pré-diabetes. Estudos populacionais mostram que 5% a 10% das pessoas enquadradas nessa categoria se tornam diabéticos, a cada ano que passa. O risco de diabetes entre pré-diabéticos é cinco a dez vezes maior do que entre aqueles com glicemia de jejum normal. Em 2009, o International Expert Committee passou a recomendar outro exame de sangue para auxiliar o diagnóstico: a hemoglobina glicada. Em 2011, a OMS fez o mesmo.
Esse teste, que permite avaliar a concentração de glicose ligada à hemoglobina, guarda relação com os níveis médios de glicose no sangue durante os dois ou três meses anteriores (tempo médio de vida dos glóbulos vermelhos). O exame tem a vantagem de dispensar o jejum e de não sofrer as flutuações da glicemia de um dia para outro. O diabetes é diagnosticado quando a hemoglobina glicada atinge 6,5%, porcentagem a partir da qual aumenta o risco de retinopatia e déficit visual progressivo. No pré-diabetes, os valores estão entre 5,7% e 6,4%. A realização simultânea dos dois exames, glicemia de jejum e hemoglobina glicada, aumenta a probabilidade de chegar ao diagnóstico. Quando a glicemia de jejum estiver abaixo de 100 mg/dL e/ou a hemoglobina glicada for menor do que 5,7%, os resultados são considerados normais, e a avaliação pode ser repetida a cada um ou dois anos. Glicemia entre 100 e 125 mg/mL ou hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4% exige mudanças drásticas no estilo de vida e na alimentação. Em alguns casos, há necessidade de medicamentos. Pacientes com diabetes já instalado necessitam de medicação, atividade física diária, cuidados rigorosos com a alimentação e acompanhamento médico. Publicidade Os exames de glicemia e hemoglobina glicada medem a quantidade de glicose no sangue. E eles podem se gabar por serem os mais utilizados no diagnóstico e acompanhamento do diabetes. Que
tal aproveitar o Dia Mundial do Diabetes para conhecer mais sobre ambos? Vamos lá: O teste de glicemia detecta a hipo e a hiperglicemia, ou seja, quando há pouco ou muito açúcar em circulação. O segundo quadro denuncia o diabetes mesmo quando não há sintomas da doença. Já a hemoglobina glicada também dosa a glicose, mas por meio da análise de uma porção do sangue que se liga a ela: a tal hemoglobina. Assim, consegue determinar o consumo médio de açúcar dos últimos 90 dias, que é o tempo de vida da molécula. Como são feitosÉ tudo muito simples. Na maioria das vezes, a glicemia é coletada após um jejum mínimo de oito horas (mas não pode passar de 14!). A hemoglobina glicada não precisa de jejum. Nos dois casos, uma pequena amostra de sangue é colhida e analisada no laboratório. Agora,pacientes já diagnosticados com diabetes recorrem a medidores de glicemia no dia a dia – isso os ajuda a dosar a medicação ou a acertar o cardápio e a prática de atividade física. Via de regra, o indivíduo pica o próprio dedo e põe a gotinha de sangue em um medidor, que avisa na hora a taxa em questão. Hoje em dia, há equipamentos mais modernos, que dispensam as picadas. Os resultadosA glicemia não deve passar de 100mg/dl em jejum de oito horas. Se a concentração estiver acima de 126 mg/dl, é bem provável que o diabetes já esteja instalado. A hemoglobina glicada é medida em porcentagem e tem os seguintes valores de referência: Continua após a publicidade No diagnóstico do diabetes: No controle do diabetes: PeriodicidadeA hemoglobina glicada é dosada, em geral, de três em três meses para o acompanhamento de portadores do diabetes – mas a frequência pode variar. A glicemia é pedida como parte do checkup anual a partir dos 40 anos ou antes, se a pessoa tiver histórico familiar de diabetes ou outros fatores de risco. Cuidados e contraindicaçõesA administração de alguns medicamentos, como a insulina, pode ser suspensa antes da dosagem da glicemia. Se for o caso, ela deve ser administrada logo depois da coleta. Fontes: Sociedade Brasileira de Diabetes e Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Continua após a publicidade
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Quais os perigos da hemoglobina glicada alta?A hemoglobina glicada neste valor reflete um descontrole severo do diabetes pondo em risco orgãos como os rins, os olhos e os nervos. Além de aumentar a chance de problemas cardiovasculares como infarto e derrame.
Qual a diferença de hemoglobina glicada e glicose?Qual a diferença entre exame de glicose e hemoglobina glicada? Exame de glicose: serve para avaliar os níveis glicêmicos na hora do teste. Hemoglobina glicada: serve para avaliar os níveis glicêmicos dos últimos 3 meses e analisar o controle do diabetes.
Quais os sintomas quando a hemoglobina glicada está alta?Apesar de geralmente não causar sintomas, pois se instala de forma silenciosa, quando o excesso de açúcar no sangue é persistente ou muito elevado pode provocar:. Aumento da vontade de urinar;. Muita fome;. Perda de peso inexplicada;. Cansaço;. Dor de cabeça;. Enjoo;. Sonolência;. |