Para que serve testosterona livre e total?

Como me preparar para exame?

Para esse exame não é necessário nenhum preparo anterior.

O que a Testosterona?

A testosterona é um hormônio importante para a reprodução, pois ela atua na produção de espermatozoides, sendo produzida em grande quantidade pelos testículos, nos homens. Ela também é o principal hormônio responsável por desenvolver características masculinas. Enquanto que nas mulheres ela é produzida em baixa quantidade pelos ovários.  Ao longo da vida há uma variação normal na quantidade de testosterona, sendo baixa na infância, aumentando na adolescência e diminuindo em idosos.

Quando o exame é solicitado?

Esse exame é solicitado para auxiliar no diagnostico de puberdade precoce masculina; resistência androgênica, testotoxicose; hiperplasia adrenal congênita; síndrome dos ovários policísticos; tumores adrenais;tumores ovarianos (condições em que os níveis de testosterona livre se encontram aumentados) e  atraso puberal masculino.

Para que serve testosterona livre e total?

Para que serve testosterona livre e total?

Qual é a causa do baixo nível de testosterona? É possível evitar? Há medicamentos específicos para baixa testosterona? – Marco Antonio de Lima, Belo Horizonte-MG

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A testosterona é o principal hormônio sexual masculino – apesar de ser encontrada também, mas em menores quantidades, nas mulheres. A testosterona é produzida nos homens pelos testículos e é responsável pelo surgimento de características sexuais secundárias, como o desenvolvimento da musculatura e da massa óssea. Além disso, ela tem um papel importante na atividade sexual e na disposição e, segundo algumas pesquisas, pode afetar, inclusive, a sensação de autoconfiança. Considera-se que níveis normais de testosterona total, para homens adultos, variam de 300 nanogramas por decilitro (ng/dl) de sangue a 1.000 ng/dl. É uma faixa muito extensa, o que sugere que é difícil precisar o que seja um “nível normal”: um nível “baixo” para uma pessoa pode ser “alto” para outra – e vice-versa.

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É natural que, com o passar da idade e o processo de envelhecimento, o nível de testosterona diminua progressivamente. A queda acentuada de testosterona que gera sintomas passou a ser chamada de andropausa, em uma analogia com a menopausa das mulheres, apesar de não guardar muitas semelhanças. Ao contrário do que acontece com elas – todas passarão pela menopausa –,  nem todos os homens terão redução significativa nos níveis de testosterona acompanhada por sintomas como dificuldade de ereção, cansaço, insônia e acúmulo de gordura. Quando ela acontece, em cerca de 15% dos homens, é de maneira lenta e gradual. O nome científico da andropausa é hipogonadismo masculino tardio.

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Com base em alguns estudos sobre o funcionamento do corpo, os médicos convencionaram alguns limites para estipular abaixo de qual nível a testosterona seria considerada deficiente. Esse valor muda de acordo com diferentes entidades médicas no mundo. No Brasil, as diretrizes formuladas em 2014 por especialistas a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB) estabelecem que níveis menores do que 300 ng/dl de testosterona total (ou testosterona livre abaixo de 6,5 ng/dl³) podem ser classificados como insuficientes – e merecem tratamento se levarem a sintomas como piora do humor, da disposição e da libido. O ideal é repetir o exame em que o hormônio é dosado, porque, em até 30% dos casos, homens com níveis ligeiramente mais baixos apresentam resultados normais em um segundo teste. O exame deve ser feito entre às 7 horas e às 10 horas da manhã porque também há flutuação da testosterona no sangue ao longo do dia (cerca de 15% dos jovens apresentam níveis baixos de testosterona durante o dia em razão dessa variação).

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Se a deficiência for diagnosticada e houver sintomas, o tratamento indicado é a reposição hormonal. No Brasil, há três tipos de medicação com registro na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa): oral, injetável e em gel. A forma oral é a menos usada porque é necessário tomar muitas cápsulas por dia. Em outros países, há ainda implantes subcutâneos e adesivos.

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Apesar de a deficiência atingir a menor parte dos homens, a reposição hormonal só cresce.  Estima-se que no mundo todo, nos últimos 30 anos, o uso aumentou cem vezes. O médico australiano David Handelsman, especialista em reprodução humana da Universidade de Sidney, é um dos críticos: “Esse feito foi atingido por estratégias de marketing que contornaram a necessidade de testes de eficácia e segurança ao esticar a definição de hipogonadismo para englobar praticamente qualquer condição associada a baixos níveis de testosterona”, escreveu Handelsman em uma das publicações científicas da Associação Médica Americana, o Jama.

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Há evidências de que o aumento da reposição de testosterona é, em grande parte, causado pelo uso inadequado do tratamento. Um levantamento publicado em 2013 nos Estados Unidos, a partir da prescrição de testosterona para mais de 10 mil homens entre 2001 e 2011, sugere que cerca de 25% não tinham feito a dosagem de testosterona nos últimos 12 meses. Os pesquisadores não sabem, entre todos o que fizeram os exames, quantos realmente tinham níveis compatíveis com deficiência. O diagnóstico de hipogonadismo tardio só acompanhava metade das prescrições. Quase 35% das justificativas eram fadiga.

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O uso inadequado de reposição hormonal, inclusive de testosterona, virou o centro de uma batalha jurídica no Brasil. Em 2012, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu que médicos receitassem reposição hormonal para pacientes que não têm comprovadamente as deficiências. A entidade vetou a prescrição de hormônios com o objetivo de retardar, modular ou “reverter” o processo de envelhecimento. A  Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento (Abmae) conseguiu uma liminar em 2013 permitindo a prática. Em abril deste ano, no julgamento definitivo da questão, a Justiça considerou que a Abmae não tinha legitimidade para substituir seus associados na ação coletiva e, por isso, extinguiu a ação, sem julgar o mérito. A resolução do CFM proibindo a prescrição de hormônios para quem não tem deficiência foi mantida.

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O motivo da controvérsia jurídica está ligado à polêmica científica: o tratamento com reposição hormonal é considerado controvertido por muitos médicos, já que o equilíbrio entre os supostos benefícios e os riscos da prática permanece em disputa cientificamente.

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A reposição de testosterona sempre despertou cautela por causa de suspeitas de efeitos colaterais significativos, como o desenvolvimento de tumores e doenças cardiovasculares, como infartos. Em 2010, um estudo feito comparando homens com mais de 65 anos que faziam a reposição com quem não fazia teve de ser interrompido por causa de problemas cardiovasculares entre alguns dos voluntários que usavam o hormônio. Outro levantamento, publicado em 2013 e que compilava o resultado de uma série de pequenos estudos, também sugeria aumento do risco cardiovascular. Um estudo do mesmo ano, com homens com mais de 60 anos entre os quais 80% tinham doenças cardiovasculares, também encontrou registros de eventos cardíacos e até de mortes entre os que usavam testosterona.

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Evidências desse tipo levaram os institutos nacionais de saúde dos Estados Unidos, a agência de pesquisa biomédica do governo americano, a coordenar o maior e mais completo painel de investigação sobre a reposição de testosterona. A série de sete estudos usou o melhor tipo de metodologia científica: um grupo que usava o hormônio era comparado a outros que não usavam ou que usavam outros tipos de medicamento. Nem os pesquisadores nem os voluntários sabiam quem estava em cada grupo. Foram avaliados os resultados para função sexual e física, vitalidade, cognição, anemia, densidade óssea e saúde cardiovascular. Os participantes tinham mais de 65 anos, níveis de testosterona total abaixo de 275 ng/dl, sintomas compatíveis e nenhuma contraindicação para o uso de testosterona. Uma empresa farmacêutica financiou parte do estudo, forneceu a medicação e o gel placebo (sem efeito) usados nas pesquisas. As conclusões dos estudos, que ganharam o apelido de TTrials (Testosterone Trials), começaram a ser divulgadas no ano passado. Eis os principais resultados:

* Efeitos sobre a função sexual – Os resultados foram considerados modestos porque, apesar de terem aumentado 42% logo após o início do tratamento, foram diminuindo com o passar dos meses. Os voluntários que usaram medicamentos comumente usados para tratar a disfunção erétil tiveram resultados melhores.

* Efeitos sobre a função física e a vitalidade – Não houve benefício objetivo no bem-estar e em atividades físicas.

* Efeitos sobre a memória e a cognição – Não houve melhora na memória ou na função cognitiva.

* Efeitos sobre a anemia – Houve um aumento significativo nos níveis de hemoglobina (proteína que fica dentro dos glóbulos vermelhos e transporta oxigênio), o que ajudou a corrigir anemias causadas por diferentes motivos.

* Efeitos sobre os ossos – Houve aumento da densidade óssea, mais na região da coluna do que dos quadris. São necessários estudos maiores e de longo prazo para verificar se esse aumento se traduz na redução do risco de fraturas.

* Efeitos sobre risco cardiovascular – O tratamento por um ano com o gel que contém testosterona aumentou significativamente o volume de calcificações no interior das artérias do coração, o que, em teoria, pode predispor a eventos cardíacos, como infarto. No estudo, nenhum evento foi registrado.

As conclusões dos TTrials acabaram versando mais sobre existir ou não benefícios do que sobre a possibilidade de riscos. Por isso, especialistas americanos insistem na necessidade de estudos de longo prazo para afastar os riscos da reposição com testosterona. Em um artigo que acompanhou a publicação de alguns dos estudos, o médico americano Eric Orwoll se mostra cético quanto à reposição. “Os resultados mostram que o tratamento com testosterona  gerou certos benefícios, mas a importância clínica ainda é incerta”, escreveu Orwoll no New England Journal of Medicine. “O tratamento não é uma panaceia e os resultados sozinhos talvez sejam insuficientes para apoiar a decisão de iniciar o tratamento em homens mais velhos sintomáticos.” Uma das limitações dos TTrials é que a população estudada tinha mais de 65 anos. Não há certeza de que as conclusões seriam as mesmas em homens mais jovens ou com níveis normais de testosterona.

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Há outras formas de aumentar a testosterona?


Alguns estudos sugerem que atividades físicas, especialmente para pessoas com sobrepeso e obesidade, podem ajudar a aumentar um pouco o nível de testosterona. “A testosterona fica depositada na gordura; por isso, queimá-la ajuda a liberar testosterona”, diz o urologista Archimedes Nardozza, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.

Os efeitos da alimentação sobre os níveis de testosterona são um pouco mais incertos. Manter uma dieta de baixa caloria fez o nível de hormônio subir em estudos com homens obesos. Já homens magros, quando submetidos a dietas pobres em gordura, por exemplo, tiveram uma diminuição na produção, segundo alguns estudos. A conclusão de uma revisão, publicada em agosto e que analisou 15 estudos sobre alimentação e níveis de testosterona, é que ainda faltam evidências sólidas sobre como a dieta influencia a saúde sexual masculina. Considerando que atividades físicas e uma alimentação equilibrada são componentes essenciais para uma vida saudável, vale investir nessas mudanças de hábito.


Na suspeita de níveis baixos de testosterona, nunca se deve partir para a reposição hormonal sem ter um diagnóstico médico de deficiência do hormônio, associado a sintomas clínicos. Caso o quadro seja confirmado e a reposição hormonal seja recomendada pelo médico, peça para ele explicar, com base em estudos científicos, quais são os benefícios comprovados e os possíveis riscos associados, especialmente em relação ao seu caso. Pessoas com problemas cardiovasculares merecem maior atenção. Homens que já tiveram câncer de mama não podem fazer uso de testosterona. Para outros tipos de câncer, apesar de não estar comprovada a relação do hormônio com o aparecimento de tumores, a diretriz brasileira indica cuidados preventivos em relação à próstata. "Já sabemos que a testosterona não causa o surgimento de tumores, mas ela pode acelerar o desenvolvimento de algum já existente", afirma a endocrinologista Elaine Costa, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Há recomendação de toque retal e dosagem de PSA no terceiro, sexto e 12º mês de tratamento e, então, anualmente, se não houver anormalidades. Em nenhuma hipótese deve-se usar testosterona sem acompanhamento médico.

Para saber mais, os estudos citados:

* Diretrizes AMB - Hipogonadismo Masculino Tardio ou Andropausa
* Effects of testosterone treatment in  older men - N Engl J Med.
* Testosterone treatment and cognitive function in older men with low testosterone and age-associated memory impairment - JAMA
* Association of Testosterone Levels With Anemia in Older Men A Controlled Clinical Trial  - JAMA Intern Med
* Effect of Testosterone Treatment on Volumetric Bone Density and Strength in Older Men With Low Testosterone - A Controlled Clinical Trial - JAMA Intern Med
* Testosterone Treatment and Coronary Artery Plaque Volume in Older Men With Low Testosterone JAMA
* Diet and Men's Sexual Health - Sex Med Rev.

Para que serve testosterona total é livre?

O exame de testosterona livre e total serve para avaliar os níveis de testosterona tanto em homens quanto em mulheres, sendo útil para investigar as causas de disfunção erétil, diminuição da libido e alterações no ciclo menstrual, por exemplo.

O que é testosterona livre e testosterona total?

Para que serve o exame de testosterona livre e total? O exame de testosterona total verifica a quantidade total de testosterona produzida pelo corpo. Já a dosagem de testosterona livre está relacionada à concentração desse hormônio disponível que está pronta para ser absorvida pelo organismo.

O que é a testosterona total?

O que é Testosterona Total? A testosterona é um hormônio fundamental para a nossa saúde, sendo produzida nos testículos dos homens e nos ovários das mulheres. A produção de testosterona começa a aumentar significativamente durante a puberdade e começa a cair depois dos 30 anos.

Para que serve a testosterona total feminina?

É um hormônio sexual cuja principal função é o aumento do desejo sexual, favorecendo o período de reprodução. A testosterona feminina é importantíssima para o ciclo da reprodução, mas em mulheres é produzida 25 vezes menos que nos homens.