Foro de são paulo 2022

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Foro de São Paulo
(FSP)

Foro de são paulo 2022

Tipo Organização internacional
Fundação julho de 1990 (32 anos)
Estado legal Ativo
Propósito Segundo o próprio grupo: aprofundar o debate e procurar avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular, promover intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais que a esquerda continental enfrenta.
Sede Não possui sede oficial
Membros 111 partidos políticos e organizações de esquerda de toda a América Latina[1]
Línguas oficiais Espanhol, português e inglês
Sítio oficial www.forodesaopaulo.org

O Foro de São Paulo (FSP) é uma organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda, criada em 1990, a partir de um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil,[2][3] que convidou outros partidos e organizações da América Latina e do Caribe para promover alternativas às políticas dominantes na região durante a década de 1990, chamadas de "neoliberais",[4] e para promover a integração latino-americana no âmbito econômico, político e cultural.

Segundo a organização, atualmente mais de 100 partidos e organizações políticas de diversos países participam dos encontros.[1] As posições políticas variam dentro de um largo espectro, que inclui partidos, organizações comunitárias, sindicatos, movimentos sociais, esquerda cristã, grupos étnicos e ambientalistas.

História[editar | editar código-fonte]

O primeiro encontro foi numa reunião ocorrida de 1º a 4 de julho de 1990, no extinto Hotel Danúbio, na cidade de São Paulo, Brasil,[5] e conseguiu reunir 48 partidos e organizações de 14 países latino-americanos e caribenhos, atendendo ao convite do Partido dos Trabalhadores (PT).[6] Essas organizações reuniram-se visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim, em 1989, e elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba. O encontro chamou-se "Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe".

No encontro seguinte, realizado na Cidade do México, em 1991, com a participação de 68 organizações e partidos políticos de 22 países, examinou-se a situação e a perspectiva da América Latina e do Caribe frente à reestruturação hegemônica internacional. Na ocasião, consagrou-se o nome "Foro de São Paulo". Dois anos depois, em Havana (Cuba), contava com a participação de 30 países e um aumento no número de participantes.[7]

Se a primeira reunião do Foro foi realizada em São Paulo em 1990, desde então ele tem acontecido, a cada um ou dois anos, em diferentes países da América Latina. Até julho de 2017, foram 23 encontros no total.[8] México (1991), Manágua, Nicarágua (1992); Havana, Cuba (1993); Montevidéu, Uruguai (1995); San Salvador, El Salvador (1996); Porto Alegre, Brasil (1997); Cidade do México, México (1998); Niquinohomo, Nicarágua (2000); Havana (2001), Antígua, Antígua e Barbuda (2002); Quito, Equador (2003); São Paulo (2005); San Salvador (2007); Montevidéu (2008); Cidade do México (2009), Buenos Aires, Argentina (2010); Manágua (2011); Caracas, Venezuela (2012); São Paulo (2013), La Paz, Bolívia (2014), Cidade do México (2015), San Salvador (2016), Nicarágua (2017), Havana, Cuba (2018) e Caracas, Venezuela (2019)

O Grupo de Puebla, criado no México em 12 de Julho de 2019,[9] é apontado como o sucessor do Foro de São Paulo.[10]

Posicionamentos[editar | editar código-fonte]

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Os objetivos iniciais do Foro de São Paulo estão expressos na "Declaração de São Paulo", documento que foi aprovado no final do primeiro encontro, na cidade de São Paulo, em 1990. O texto deste documento ressalta que o objetivo do foro é aprofundar o debate e procurar avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular, promover intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais que a esquerda continental enfrenta após a queda do muro de Berlim. O documento afirmou que o encontro foi inédito por sua amplitude política e pela participação das mais diversas correntes ideológicas da esquerda.[3]

Por fim, a Declaração diz encontrar "a verdadeira face do Império" nas renovadas agressões a Cuba e também à Revolução Sandinista na Nicarágua, no aberto intervencionismo e apoio ao militarismo em El Salvador, na invasão e ocupação militar norte-americana do Panamá, nos projetos e passos dados no sentido de militarizar zonas andinas da América do Sul sob o pretexto de lutar contra o “narcoterrorismo”. Assim, eles reafirmam sua solidariedade em relação à revolução cubana e à Revolução Sandinista, e também seu apoio em relação às tentativas de desmilitarização e de solução política da guerra civil de El Salvador, além de se solidarizarem com o povo panamenho e com os povos andinos que "enfrentam a pressão militarista do imperialismo".[3]

Um dos temas centrais previstos para o encontro do Foro de São Paulo em Montevidéu (dias 22 a 25 de maio de 2008) foi a reivindicação de renegociação do tratado de criação da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo de esquerda, é membro do Foro de São Paulo e deseja aumentar a receita paraguaia proveniente da Usina de Itaipu, fixada no tratado de constituição da hidroeléctrica, de 1973.

Em Janeiro de 2010, o Partido da Esquerda Europeia - uma coalizão ampla de partidos de esquerda na Comunidade Económica Europeia - expressou na abertura de seu terceiro congresso seu interesse em estreitar os laços com o Foro de São Paulo.

Em resposta aos protestos em Cuba em 2021, iniciados em 11 de Julho, partidos integrantes do FSP declararam apoio ao povo cubano e sua revolução.[11]

Organização[editar | editar código-fonte]

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Mapa mostrando membros do FSP (janeiro de 2022):

  no governo

  fora do governo

O Foro funcionou sem um grupo executivo apenas na sua primeira edição. No segundo encontro, realizado na cidade do México, em 1991, foi criado o chamado "Grupo de Trabalho", encarregado de "consultar e promover estudos e ações unitárias em torno dos acordos do Foro". Já na reunião realizada em Montevidéu (1995), foi criado o Secretariado Permanente do FSP.

Essas instâncias têm sua composição decidida a cada encontro e já foram integradas por organizações como: Partido dos Trabalhadores (Brasil); Izquierda Unida (Peru); Partido Comunista de Cuba; Partido da Revolução Democrática (México); Movimiento Bolivia Libre (Bolívia), entre diversos outros.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foram excluídas do Foro a partir de 2002, após abandonarem as negociações para um acordo de paz na Colômbia e enveredarem pelo caminho dos sequestros, como da senadora Ingrid Betancourt, e do narcotráfico para financiar sua causa.[12] O grupo tentou participar de duas reuniões subsequentes (em 2004 e 2008), porém não obteve sucesso. No ano de 2008 sua presença foi barrada pelo PT, que ocupava a secretaria-executiva da entidade.[13]

Organizações membros[editar | editar código-fonte]

Lista de alguns partidos membros do Foro de São Paulo, ordenados por país e com respectiva posição ao governo vigente:[1]

País Organização membro Relação com o governo
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Argentina
Frente Grande apoia o governo
Frente Transversal Nacional e Popular apoia o governo
Movimento Evita apoia o governo
Movimento Livre do Sul na oposição
Partido Comunista da Argentina apoia o governo
Partido Comunista - Congresso Extraordinário apoia o governo
Partido Humanista apoia o governo
Partido Intransigente apoia o governo
Partido Operário Revolucionário-Posadista na oposição
Partido Socialista na oposição
Partido da Solidariedade apoia o governo
União de Militantes pelo Socialismo na oposição
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Barbados
Partido do Empoderamento do Povo sem representação
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Bolívia
Partido Comunista da Bolívia apoia o governo
Movimento para o Socialismo no governo
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Brasil
Partido Democrático Trabalhista (PDT)[nota 1] na oposição
Partido Comunista Brasileiro (PCB) na oposição
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na oposição
Partido dos Trabalhadores (PT) na oposição
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 Chile
Esquerda Cidadã
Movimento Amplo Social
Partido Comunista do Chile
Partido Humanista Chile
Partido Socialista do Chile
no governo
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 Colômbia
Polo Democrático Alternativo
Partido Comunista Colombiano
Marcha Patriotica
Presentes por el Socialismo
Comuns
no governo
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Costa Rica
Frente Ampla na oposição
Foro de são paulo 2022
 Cuba
Partido Comunista de Cuba no governo
Foro de são paulo 2022
Dominica
Partido Trabalhista da Dominica no governo
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República Dominicana
Partido da Libertação Dominicana na oposição
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Equador
Alianza País na oposição
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El Salvador
Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional na oposição
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 Guatemala
Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca na oposição
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Guiana
Aliança do Povo Trabalhador na oposição
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Honduras
Partido Liberdade e Refundação

Partido Unificação Democrática

no governo
Foro de são paulo 2022
 
Martinique
Partido Comunista para a Independência e o Socialismo
Conselho Nacional de Comitês Populares
sem representação
Foro de são paulo 2022
 
México
Movimento Regeneração Nacional (Morena) no governo
Partido da Revolução Democrática na oposição
Partido do Trabalho apoia o governo
Foro de são paulo 2022
Nicarágua
Frente Sandinista de Libertação Nacional no governo
Foro de são paulo 2022
 
Paraguai
Partido Comunista Paraguaio

Partido País Solidário

na oposição
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 Peru
Peru Livre no governo
Partido Socialista apoia o governo
Partido Nacionalista Peruano sem representação
Partido Comunista Peruano apoia o governo
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Porto Rico
Partido Nacionalista de Porto Rico
Frente Socialista
Movimento Independentista Nacional Hostosiano
sem representação
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Uruguai
Frente Ampla na oposição
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 Venezuela
Partido Socialista Unido da Venezuela no governo
Pátria para Todos apoia o governo
Partido Comunista da Venezuela na oposição
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 Panamá
Partido Revolucionário Democrático no governo

Presidentes no poder[editar | editar código-fonte]

O triunfo de Chávez em 1999 foi seguido pelo triunfo de Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores no Brasil (2002),[15] Tabaré Vásquez da Frente Ampla no Uruguai (2004),[16] Martín Torrijos pelo Partido Revolucionário Democrático no Panamá (2004),[17] Evo Morales pelo Movimento para o Socialismo na Bolívia (2005),[15] Michelle Bachelet do Partido Socialista do Chile (2006),[18] Rafael Correa pela Aliança PAIS no Equador (2006),[19] Daniel Ortega pela Frente Sandinista de Libertação Nacional na Nicarágua (2006),[20] Fernando Lugo pela Alianza Patriótica para el Cambio no Paraguai (2008),[21] Mauricio Funes da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional em El Salvador (2009)[22] e Ollanta Humala pelo Partido Nacionalista Peruano (2011).[23]

Cuba com Raúl Castro se voltaria para a social-democracia.[24]

Manuel Zelaya foi eleito presidente pelo Partido Liberal de Honduras (não afiliado ao FSP) em 2006, mas recebeu apoio do Foro quando sofreu o golpe de Estado de 2009.[25]

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA)
  • Bolivarianismo
  • Chavismo
  • Grupo de Lima
  • Guinada à esquerda
  • Neogramscismo
  • Onda conservadora
  • Revolução Bolivariana
  • Socialismo do século XXI
  • União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL)
  • UnoAmerica

Notas

  1. O PDT não participa das reuniões e nem envia representantes aos encontros há anos, porém, seu nome continua listado no site da organização.[14]

Referências

  1. a b c «Miembros del Foro de São Paulo ordenados por países:». Consultado em 29 de Novembro de 2017
  2. Valter Pomar (13 de junho de 2013). «Declaração Final dos Encontros do Foro de São Paulo (1990-2012)». Website do Foro de São Paulo. Consultado em 2 de agosto de 2013
  3. a b c PARTIDO DOS TRABALHADORES, Secretaria de Relações Internacionais (2013). Declaração Final dos Encontros do Foro de São Paulo (1990-2012) (PDF). [S.l.: s.n.] 180 páginas. Consultado em 21 de outubro de 2018
  4. Silva Amaral, Marisa. «Neoliberalismo na América Latina e a nova fase da Dependência» (PDF). unicamp. Consultado em 26 de fevereiro de 2017
  5. «Sete verdades sobre o Foro de São Paulo - Revista Fórum». Revista Fórum. 13 de julho de 2015. Consultado em 30 de setembro de 2022. Arquivado do original em 21 de junho de 2018
  6. «Foro de São Paulo Histórico do Foro de São Paulo». forodesaopaulo.org. Consultado em 19 de outubro de 2015
  7. SALGUEIRO, Graça (2017). O Foro de São Paulo. [S.l.]: Observatório Latino. 210 páginas. ISBN 9780692803882
  8. «DECLARACIONES FINALES DE LOS ENCUENTROS». Consultado em 30 de Julho de 2017
  9. «Grupo de Puebla en Buenos Aires». CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales) (em castelhano). 9 de novembro de 2019. Consultado em 13 de janeiro de 2020
  10. Helen Mendes e Isabella Mayer de Moura (7 de novembro de 2019). «O que é o Grupo de Puebla, aliança de líderes de esquerda que se reunirá na Argentina». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de janeiro de 2020
  11. «Partidos del FSP en solidaridad a la Revolución Cubana». forodesaopaulo.org (em castelhano) e (em português). 13 de julho de 2021. Consultado em 21 de julho de 2021
  12. Rodrigo Rangel (30 de maio de 2008). Revista Época, ed. «De: Raúl Reyes Para: Lula». Época. Consultado em 22 de dezembro de 2015
  13. Folha de S. Paulo, ed. (31 de maio de 2008). «PT barrou as Farc em foro da esquerda em São Paulo». Consultado em 22 de dezembro de 2015
  14. «Gleisi Hoffmann quer PSB de volta ao Foro de São Paulo». Congresso em Foco. 2 de setembro de 2019. Consultado em 21 de abril de 2021
  15. a b «Foro de São Paulo El Foro de São Paulo desafía a la derecha continental». web.archive.org. 14 de outubro de 2019. Consultado em 23 de novembro de 2020
  16. «"Inobjetable triunfo de los Compañeros Tabaré Vásquez y Raúl Sendic", por ANN». Foro de SP. 5 de dezembro de 2014. Consultado em 23 de novembro de 2020
  17. «Foro de Sao Paulo manifiesta su apoyo a Martín Torrijos | La Prensa Panamá». www.prensa.com (em espanhol). 27 de agosto de 2010. Consultado em 23 de novembro de 2020
  18. «Qué es el Foro de Sao Paulo y quiénes fueron los chilenos que asistieron» (em espanhol). Consultado em 23 de novembro de 2020
  19. «Apoyo a Rafael Correa y a la Revolución Ciudadana». Foro de SP. 18 de janeiro de 2013. Consultado em 23 de novembro de 2020
  20. «Resolución de Apoyo al FSLN y su Comandante Daniel Ortega Saavedra». Foro de SP. 6 de junho de 2018. Consultado em 23 de novembro de 2020
  21. «Saludo al Presidente Fernando Lugo». Foro de SP. 13 de agosto de 2008. Consultado em 23 de novembro de 2020
  22. «Resolución sobre El Salvador - XVII FSP». Foro de SP. 6 de junho de 2011. Consultado em 23 de novembro de 2020
  23. «El Foro de Sao Paulo a la conquista del Perú, por Federico Prieto Celi». Lucidez.pe (em espanhol). 20 de novembro de 2019. Consultado em 23 de novembro de 2020
  24. «Hugo Chávez afirma ser socialdemócrata y Raúl Castro abre Cuba al capitalismo - El Revolucionario». web.archive.org. 20 de outubro de 2020. Consultado em 22 de novembro de 2020
  25. «Resolución de condena del golpe de estado en Honduras y solidaridad con el y los partidos progresistas y de izquierda». Foro de SP. 23 de agosto de 2009. Consultado em 23 de novembro de 2020

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Página oficial do Foro de São Paulo» (em espanhol)

Qual o Foro de São Paulo capital?

O Foro de São Paulo (FSP) é uma organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda, criada em 1990, a partir de um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil, que convidou outros partidos e organizações da América Latina e do Caribe para promover alternativas às ...

Em que ano foi criado o Foro de São Paulo?

1990Foro de São Paulo / Fundaçãonull