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Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo (FSP) é uma organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda, criada em 1990, a partir de um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil,[2][3] que convidou outros partidos e organizações da América Latina e do Caribe para promover alternativas às políticas dominantes na região durante a década de 1990, chamadas de "neoliberais",[4] e para promover a integração latino-americana no âmbito econômico, político e cultural. Segundo a organização, atualmente mais de 100 partidos e organizações políticas de diversos países participam dos encontros.[1] As posições políticas variam dentro de um largo espectro, que inclui partidos, organizações comunitárias, sindicatos, movimentos sociais, esquerda cristã, grupos étnicos e ambientalistas. História[editar | editar código-fonte]O primeiro encontro foi numa reunião ocorrida de 1º a 4 de julho de 1990, no extinto Hotel Danúbio, na cidade de São Paulo, Brasil,[5] e conseguiu reunir 48 partidos e organizações de 14 países latino-americanos e caribenhos, atendendo ao convite do Partido dos Trabalhadores (PT).[6] Essas organizações reuniram-se visando debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim, em 1989, e elaborar estratégias para fazer face ao embargo dos Estados Unidos a Cuba. O encontro chamou-se "Encontro de Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe". No encontro seguinte, realizado na Cidade do México, em 1991, com a participação de 68 organizações e partidos políticos de 22 países, examinou-se a situação e a perspectiva da América Latina e do Caribe frente à reestruturação hegemônica internacional. Na ocasião, consagrou-se o nome "Foro de São Paulo". Dois anos depois, em Havana (Cuba), contava com a participação de 30 países e um aumento no número de participantes.[7] Se a primeira reunião do Foro foi realizada em São Paulo em 1990, desde então ele tem acontecido, a cada um ou dois anos, em diferentes países da América Latina. Até julho de 2017, foram 23 encontros no total.[8] México (1991), Manágua, Nicarágua (1992); Havana, Cuba (1993); Montevidéu, Uruguai (1995); San Salvador, El Salvador (1996); Porto Alegre, Brasil (1997); Cidade do México, México (1998); Niquinohomo, Nicarágua (2000); Havana (2001), Antígua, Antígua e Barbuda (2002); Quito, Equador (2003); São Paulo (2005); San Salvador (2007); Montevidéu (2008); Cidade do México (2009), Buenos Aires, Argentina (2010); Manágua (2011); Caracas, Venezuela (2012); São Paulo (2013), La Paz, Bolívia (2014), Cidade do México (2015), San Salvador (2016), Nicarágua (2017), Havana, Cuba (2018) e Caracas, Venezuela (2019) O Grupo de Puebla, criado no México em 12 de Julho de 2019,[9] é apontado como o sucessor do Foro de São Paulo.[10] Posicionamentos[editar | editar código-fonte]Os objetivos iniciais do Foro de São Paulo estão expressos na "Declaração de São Paulo", documento que foi aprovado no final do primeiro encontro, na cidade de São Paulo, em 1990. O texto deste documento ressalta que o objetivo do foro é aprofundar o debate e procurar avançar com propostas de unidade de ação consensuais na luta anti-imperialista e popular, promover intercâmbios especializados em torno dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais que a esquerda continental enfrenta após a queda do muro de Berlim. O documento afirmou que o encontro foi inédito por sua amplitude política e pela participação das mais diversas correntes ideológicas da esquerda.[3] Por fim, a Declaração diz encontrar "a verdadeira face do Império" nas renovadas agressões a Cuba e também à Revolução Sandinista na Nicarágua, no aberto intervencionismo e apoio ao militarismo em El Salvador, na invasão e ocupação militar norte-americana do Panamá, nos projetos e passos dados no sentido de militarizar zonas andinas da América do Sul sob o pretexto de lutar contra o “narcoterrorismo”. Assim, eles reafirmam sua solidariedade em relação à revolução cubana e à Revolução Sandinista, e também seu apoio em relação às tentativas de desmilitarização e de solução política da guerra civil de El Salvador, além de se solidarizarem com o povo panamenho e com os povos andinos que "enfrentam a pressão militarista do imperialismo".[3] Um dos temas centrais previstos para o encontro do Foro de São Paulo em Montevidéu (dias 22 a 25 de maio de 2008) foi a reivindicação de renegociação do tratado de criação da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo de esquerda, é membro do Foro de São Paulo e deseja aumentar a receita paraguaia proveniente da Usina de Itaipu, fixada no tratado de constituição da hidroeléctrica, de 1973. Em Janeiro de 2010, o Partido da Esquerda Europeia - uma coalizão ampla de partidos de esquerda na Comunidade Económica Europeia - expressou na abertura de seu terceiro congresso seu interesse em estreitar os laços com o Foro de São Paulo. Em resposta aos protestos em Cuba em 2021, iniciados em 11 de Julho, partidos integrantes do FSP declararam apoio ao povo cubano e sua revolução.[11] Organização[editar | editar código-fonte]Mapa mostrando membros do FSP (janeiro de 2022): no governo fora do governo O Foro funcionou sem um grupo executivo apenas na sua primeira edição. No segundo encontro, realizado na cidade do México, em 1991, foi criado o chamado "Grupo de Trabalho", encarregado de "consultar e promover estudos e ações unitárias em torno dos acordos do Foro". Já na reunião realizada em Montevidéu (1995), foi criado o Secretariado Permanente do FSP. Essas instâncias têm sua composição decidida a cada encontro e já foram integradas por organizações como: Partido dos Trabalhadores (Brasil); Izquierda Unida (Peru); Partido Comunista de Cuba; Partido da Revolução Democrática (México); Movimiento Bolivia Libre (Bolívia), entre diversos outros. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foram excluídas do Foro a partir de 2002, após abandonarem as negociações para um acordo de paz na Colômbia e enveredarem pelo caminho dos sequestros, como da senadora Ingrid Betancourt, e do narcotráfico para financiar sua causa.[12] O grupo tentou participar de duas reuniões subsequentes (em 2004 e 2008), porém não obteve sucesso. No ano de 2008 sua presença foi barrada pelo PT, que ocupava a secretaria-executiva da entidade.[13] Organizações membros[editar | editar código-fonte]Lista de alguns partidos membros do Foro de São Paulo, ordenados por país e com respectiva posição ao governo vigente:[1]
Presidentes no poder[editar | editar código-fonte]O triunfo de Chávez em 1999 foi seguido pelo triunfo de Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores no Brasil (2002),[15] Tabaré Vásquez da Frente Ampla no Uruguai (2004),[16] Martín Torrijos pelo Partido Revolucionário Democrático no Panamá (2004),[17] Evo Morales pelo Movimento para o Socialismo na Bolívia (2005),[15] Michelle Bachelet do Partido Socialista do Chile (2006),[18] Rafael Correa pela Aliança PAIS no Equador (2006),[19] Daniel Ortega pela Frente Sandinista de Libertação Nacional na Nicarágua (2006),[20] Fernando Lugo pela Alianza Patriótica para el Cambio no Paraguai (2008),[21] Mauricio Funes da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional em El Salvador (2009)[22] e Ollanta Humala pelo Partido Nacionalista Peruano (2011).[23] Cuba com Raúl Castro se voltaria para a social-democracia.[24] Manuel Zelaya foi eleito presidente pelo Partido Liberal de Honduras (não afiliado ao FSP) em 2006, mas recebeu apoio do Foro quando sofreu o golpe de Estado de 2009.[25] Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Qual o Foro de São Paulo capital?O Foro de São Paulo (FSP) é uma organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerda, criada em 1990, a partir de um seminário internacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil, que convidou outros partidos e organizações da América Latina e do Caribe para promover alternativas às ...
Em que ano foi criado o Foro de São Paulo?1990Foro de São Paulo / Fundaçãonull
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