Como classificamos os anfíbios quanto a temperatura corporal explique?

Se houvesse um campeonato de popularidade entre os grupos animais, dificilmente os répteis seriam campeões. Nós, os mamíferos, temos uma certa aversão natural àquelas criaturas rastejantes e escamosas. Prova disso é o nosso relacionamento nada cordial com as serpentes, contra as quais muitas espécies são atavicamente prevenidas. Sem falar nas muitas mitologias que as associam ao mal em estado puro.

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    O crocodilo pode passar anos sem se alimentar

Os répteis também são freqüentemente apresentados como criaturas pouco evoluídas, com organismos e estruturas físicas inferiores às dos animais de sangue quente (mamíferos e aves) e dotados de cérebros pequenos e mal formados que os tornam ridiculamente estúpidos. Mas basta olharmos para aqueles animais com mais atenção e menos preconceito e descobriremos neles criaturas notáveis.

Répteis são criaturas respeitáveis

Afinal, se os humanos estão entre os caçulas da família de seres vivos do planeta, contando seu tempo na casa da centena de milhar de anos, os répteis já se banhavam ao sol antes de os grandes dinossauros dominarem o mundo e continuaram por aqui, com pouquíssimas mudanças, depois que eles se foram. Ou seja, os répteis protagonizaram uma história de sucesso evolutivo por centenas de milhões de anos, o que, por si só, já os faz merecer algum respeito.

Se as tartarugas e crocodilos de hoje são essencialmente os mesmos que dividiam o período Jurássico com os dinossauros é porque combinaram características vitais para a sobrevivência a longo prazo das espécies: grande adaptação ao seu ambiente e às mudanças, mesmo bruscas, que este ambiente sofre ao longo do tempo.

Ectotermia vs. endotermia

Os répteis são ectotérmicos, isto é, dependem do calor do ambiente externo para regular a sua temperatura corpórea, daí aquelas cenas conhecidas dos jacarés tomando banho de sol à beira dos rios do pantanal.

Ao contrário dos mamíferos e aves que são endotérmicos, ou seja, que utilizam o calor interno para manter a temperatura corpórea, as cobras, lagartos, tartarugas, crocodilos e demais parentes não possuem temperatura corporal constante.

É por conta disto que ursos, focas e pinguins podem suportar o frio das regiões polares onde nenhum réptil sobreviveria, uma vez que o metabolismo dos mamíferos e aves produz o calor necessário para mantê-los aquecidos.

A primeira vista, este seria um dos sinais da inferioridade biológica dos répteis, mas quando consideramos que um crocodilo adulto, após um período de alimentação abundante, pode passar até dois anos sem comer, vemos que a fisiologia deles não é tão fraca assim.

Harriet e Darwin

Como os répteis regulam sua temperatura corporal ao sol, não precisam consumir energia derivada de alimentos para manter o funcionamento de seus organismos. Sendo a luz solar gratuita e abundante, esta solução evolutiva mostrou-se muito eficiente.

E ainda deve-se levar em consideração o quesito da longevidade. Se os humanos com toda sua medicina e ciência alcançam em média períodos de vida em torno de 70 a 80 anos, é de causar inveja o fato de Harriet, uma tartaruga das Ilhas Galápagos que foi estudada por Charles Darwin, ter falecido recentemente na tenra idade de 176 anos.

Nem todos os répteis têm este tempo todo de vida disponível, mas crocodilos e outras espécies podem alcançar idades avançadas.

Existem quatro ordens de répteis:

Ovíparos ou ovovivíparos

Longevidade e estupidez

  • Ordem Crocodilia - crocodilos, jacarés e gavial: 23 espécies
  • Ordem Rhynchocephalia - tuataras da Nova Zelândia: 2 espécies
  • Ordem Squamata - lagartos, camaleão e cobras: aproximadamente 7.600 espécies
  • Ordem Testudinata - tartarugas: aproximadamente 300 espécies

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

A temperatura corporal diz respeito a produção de calor e os mecanismos de regulação e manutenção da temperatura interna do organismo (termorregulação), que são essenciais para manter a homeostase (estabilidade fisiológica) sistêmica. Animais endotérmicos, como as aves e os mamíferos, são capazes de gerar calor metabólico e conseguem controlar sua temperatura em torno de valores constantes (homeotermia), possibilitando que estes explorem os mais variados ambientes. Répteis, anfíbios, invertebrados e peixes são exemplos de organismos ectotérmicos, incapazes de regular sua própria temperatura sem que haja fontes externas que os aqueçam.

Em humanos, a temperatura considerada normal para adultos saudáveis compreende valores próximos aos 37 ºC. Valores abaixo de 35 ºC (hipotermia) ou acima de 38 ºC (hipertermia) podem trazer problemas de saúde e devem ser acompanhados e evitados. O monitoramento da temperatura do corpo pode ser feito através de termômetros, sejam estes preenchidos com mercúrio ou eletrônicos. Este controle é de extrema importância, uma vez que algumas doenças apresentam como sintoma a alteração da temperatura corporal, como é o caso de infecções que causam febre. Nestes casos, substâncias chamadas pirogênicas elevam o patamar considerado normal de temperatura a fim de combater o agente infeccioso.

O controle da temperatura corporal humana é realizado pelo hipotálamo, conhecido como termostato biológico, uma porção pequena do encéfalo que também está relacionado com o emocional, respostas sexuais, apetite e regulação hídrica. Sinais enviados pelos termorreceptores localizados por toda a pele e a temperatura do sangue que passa pelo hipotálamo descrevem a condição de aquecimento corpóreo. Uma vez que sejam captados sinais de resfriamento, o centro de produção de calor do hipotálamo é ativado, enviando estímulos elétricos através dos nervos simpáticos que causam a vasoconstrição dos capilares da pele, reduzindo o fluxo de sangue superficial e mantendo o calor do corpo nos órgãos localizados mais profundamente. Esse estímulo também contrai os músculos eretores dos pelos para criar uma camada de ar que gera isolamento térmico, sendo esta ação mais eficiente em mamíferos que possuem o corpo coberto de pelagem. Também ocorrem estímulos nervosos para a contração da musculatura, os chamados tremores, que auxiliam a gerar calor no corpo. A exposição prolongada ao frio pode levar a uma regulação hormonal controlada pelo hipotálamo, que induz a hipófise a secretar o hormônio tireoestimulante (TSH) fazendo com que a taxa metabólica aumente e mais calor seja produzido pelo corpo.

Como classificamos os anfíbios quanto a temperatura corporal explique?

Mecanismos de controle de temperatura do corpo. Ilustração: Blamb / Shutterstock.com

No cenário oposto, quando o sangue que passa pelo hipotálamo está mais quente que o normal, ativa-se o centro de perda de calor. Esta região inibe o centro de produção de calor, levando a vasodilatação dos capilares superficiais da pele aumentando o fluxo sanguíneo, o que por muitas vezes pode ser o suficiente para regular a temperatura. Caso o corpo continue quente, um sinal através dos nervos simpáticos estimula as glândulas sudoríparas do corpo, causando sudorese. O suor tem a função de carrear água para fora do corpo e como este líquido é um bom condutor de calor, a sua evaporação causa o resfriamento do organismo. Em outros mamíferos, como cães, existe ainda o estimulo de respiração arfante, que amplia a superfície de perda de calor pela língua e cavidade bucal.

Referências:

Benzinger, T. H. (1969). Heat regulation: homeostasis of central temperature in man. Physiological reviews, 49(4), 671-759.

Hammel, H. T., & Pierce, J. B. (1968). Regulation of internal body temperature. Annual review of physiology, 30(1), 641-710.

Kiyatkin, E. A. (2010). Brain temperature homeostasis: physiological fluctuations and pathological shifts. Frontiers in bioscience: a journal and virtual library, 15, 73.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/fisiologia/temperatura-corporal/

Exercícios e questões de vestibulares

Questão 01: (PUC-RIO 2009)

Animais de “sangue frio” não necessitam ser alimentados na mesma freqüência que animais de “sangue quente”, pelas suas próprias diferenças metabólicas. Além disso, animais homeotérmicos apresentam algumas adaptações na sua fisiologia que facilitam a manutenção de sua temperatura corporal.
São elas:

A)

alto metabolismo e circulação fechada dupla.

B)

alto metabolismo e circulação fechada simples.

C)

baixo metabolismo e circulação aberta.

D)

baixo metabolismo e circulação fechada

E)

alto metabolismo e circulação aberta.

Como classificamos os anfíbios quando a temperatura corporal?

Os anfíbios são animais vertebrados ectotérmicos (não são capazes de regular a temperatura corporal por mecanismos internos, sendo fundamental para isso fontes externas), e uma de suas características mais marcantes é a presença de um ciclo de vida com uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre.

Como classificamos os peixes e os anfíbios quanto a temperatura corporal explique sua resposta?

Hoje em dia o termo animais de sangue quente foi substituído por animais endotérmicos e o termo animais de sangue frio substituído por animais ectotérmicos. Então agora dizemos que as aves e os mamíferos são animais endotérmicos, e os répteis, anfíbios, alguns peixes e invertebrados são animais ectotérmicos.

Como os animais são classificados quanto a sua temperatura corporal?

Em geral, os animais podem ser divididos em dois grupos, com base em sua forma de regulação da temperatura corporal: endotérmicos e ectotérmicos.

Qual é o tipo de temperatura corporal dos anfíbios e dos répteis?

Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente.