Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar microrganismos marinhos?

A acidificação dos oceanos é um problema crescente que ameaça tanto as espécies que vivem na água quanto as comunidades humanas que dependem do oceano para alimentação e subsistência. Da mesma forma, a acidificação terrestre apresenta sérios riscos à saúde de humanos e espécies de plantas.

Neste episódio da série Desmistificando as Categorias de Impacto realizada pela PRé Sustainability, vamos entender mais sobre a acidificação.

Em ciências naturais, a palavra refere-se ao aumento do conteúdo ácido em ecossistemas terrestres e aquáticos. O excesso de acidez em um ecossistema pode eliminar bactérias, algas e outros microrganismos necessários para a manutenção do equilíbrio ecológico.

Os processos de acidificação ocorrem naturalmente na terra e no oceano. No entanto, os contribuintes mais importantes para a acidificação são as atividades antrópicas, como por exemplo a combustão de combustíveis fósseis em atividades industriais e em veículos. A acidificação oceânica aumentou 30% em comparação com a era pré-industrial e espera-se que em 2100 seja 50% maior em comparação aos níveis atuais.

Como mensuramos o impacto da acidificação nos estudos de ACV?
A maioria dos principais métodos de Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV), como ReCiPe 2016, ILCD e CML 2001, tem categoria de impacto dedicada a essa temática ambiental. As principais emissões responsáveis pela acidificação são o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e a amônia (NH3). Os potenciais de acidificação de NOx e NH3 são caracterizados em termos de kg equivalente de SO2 .Ou seja, o impacto de 1 kg de NOx ou NH3 em comparação com 1 kg de SO2. A técnica para estabelecer fatores de caracterização para NOx e NH3 é baseado na massa molecular da substância e no número de íons hidrogênio liberados na acidificação.

O método da Pegada Ambiental do Produto (Product Environmental Footprint, PEF) mede o impacto da acidificação terrestre em termos de excedente acumulado (accumulated exceedance, AE). Ele destaca a sobrecarga de elementos químicos nas áreas sensíveis de ecossistemas terrestres e de água doce, aos quais se depositam tais substâncias acidificantes.

Cabe ao praticante de ACV escolher o método de medição da acidificação, com base na relevância prática e na disponibilidade de dados para cada método. A maioria dos métodos de AICV não inclui a acidificação oceânica como uma categoria de impacto. O trabalho de Bach et al. (2016) considera dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e metano (CH4) no desenvolvimento de fatores de caracterização, representando uma das primeiras tentativas de quantificar o impacto de um produto em termos de acidificação oceânica.

Como podemos reduzir a acidificação?
Um dos principais contribuintes para a acidificação terrestre é a queima de combustíveis fósseis em motores de combustão interna na indústria e em transportes. Enquanto as indústrias estão lentamente adotando combustíveis mais verdes, o número de automóveis nas principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento está apenas aumentando.

As melhores saídas para tanto são usar o transporte público quando possível e eliminar os veículos mais antigos, substituindo motores de combustão por automóveis, mais novos.

A acidificação do solo causada pelo uso excessivo de fertilizantes à base de nitrogênio e enxofre também pode ser efetivamente reduzida pelo processo de calagem: aplicação de cal ou outras substâncias neutralizantes de ácido no solo. A calagem também reduz as emissões de óxido nitroso do solo. Como nem tudo são flores, por outro lado, a aplicação de cal libera CO2 na atmosfera.

A causa da acidificação oceânica é clara: dióxido de carbono dissolvido da queima de combustíveis fósseis. Assim, atuar sobre os vetores das mudanças climáticas, principalmente reduzindo o uso de combustíveis fósseis, é a forma mais eficaz de limitar a acidificação oceânica.

Este artigo foi baseado na publicação realizada por Ruchik Patel, analista na PRé Sustainability.

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Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar microrganismos marinhos?

Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar microrganismos marinhos?

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por meio da fotossíntese. O processo transforma os corais em branco, conforme 
imagem central.
Os corais podem sobreviver por um tempo sem as algas – eles usam tentáculos para capturar 
comida do oceano – mas, quando o branqueamento dura muito ou acontece com muita frequ-
ência, os corais eventualmente morrem, conforme representado na imagem (parte mais escura).
d. Como a acidificação dos oceanos pode beneficiar alguns microrganismos marinhos?
Espera-se que os estudantes respondam que, de acordo com a pesquisa, alguns microrganis-
mos se beneficiam com o processo de acidificação. Pois, a diminuição do pH altera a solubilidade 
de alguns metais, como o Ferro III, que é um micronutriente essencial para o plâncton, tornando-o 
assim mais disponível, favorecendo um aumento da produção primária, o que gera uma maior 
transferência de CO2 para os oceanos. Além disso, o fitoplâncton produz um componente cha-
mado dimetilssulfeto. Ao ser lançado na atmosfera, esse elemento contribui para a formação de 
nuvens, que refletem os raios solares, controlando o aquecimento global. Esse efeito, porém, só 
é positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano (devido à saturação desse 
gás nas águas), situação sob a qual o fitoplâncton, pela menor oferta de Ferro III, produzirá menos 
dimetilssulfeto.
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Sugestão:
Grupo 1: Acidificação dos oceanos: um grave problema para o planeta. Disponível 
em: https://cutt.ly/kWp0Gu8. Acesso em: 15 jun. 2021.
Grupo 2: Fenômeno do branqueamento dos corais. Disponível em: https://cutt.ly/
EWMxES5. Acesso em: 15 jun. 2021.
Grupo 3: FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “Cemitério de corais”; Brasil 
Escola. Disponível em: https://cutt.ly/OWMxPA2. Acesso em: 23 de junho de 2021.
Grupo 4: Acidificação oceânica. Disponível em: https://cutt.ly/WWMxHLH. Acesso 
em: 23 jun. 2021.
Professor, atividade 2.4 propõe o estudo e aprofundamento em relação ao objeto de conheci-
mento equilíbrio químico, com o enfoque na acidificação nos oceanos e seus impactos para a 
vida aquática, fenômeno do branqueamento, e as consequências da acidificação para alguns 
microrganismos marinhos. 
Para o desenvolvimento da atividade, sugere-se a divisão dos estudantes em quatro grupos, e 
a metodologia de sala de aula invertida, em que, num primeiro momento, o professor fará a dis-
tribuição dos textos para os grupos previamente (antes da aula proposta pelo professor). Eles 
farão a leitura e interpretação de forma “remota”, a fim de sintetizar as principais informações e 
identificar possíveis dificuldades de compreensão. No momento presencial, ocorre a distribuição 
das questões para os grupos, momentos de discussão, reflexão e interação entre os estudantes 
e professor. É fundamental a participação e a colaboração de todos. Pode-se sistematizar a ati-
vidade com o uso de um painel virtual ou cartaz. Cada grupo poderá apresentar uma questão, 
e os demais complementarem, caso for necessário. O professor poderá tirar possíveis dúvidas 
durante a realização da atividade, e observar os avanços e as dificuldades apresentadas pelos 
estudantes. O registro das observações da participação em grupo, interpretação dos textos, ela-
boração e apresentação das respostas, contribuirá com o processo de avaliação e recuperação 
da aprendizagem. 
Sugestão:
Oceanografia e Química: unindo conhecimentos em prol dos oceanos e da sociedade. 
Quím. Nova. Disponível em: https://cutt.ly/UWp01KO. Acesso em: 15 jun. 2021.
PROJETO SALA DE AULA INVERTIDA DE QUÍMICA: uma proposta de sequência 
didática sobre Equilíbrio Químico. Disponível em: https://cutt.ly/EWp053F. Acesso 
em: 16 jun.2021.
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MOMENTO 3 - PERTURBAÇÃO NO EQUILÍBRIO QUÍMICO
3.1 Você já viu um galinho do tempo? Você sabe como funciona o galinho do tempo? Realize uma 
pesquise em grupo, destaque os aspectos químicos do galinho do tempo, para explicar a reação 
química envolvida no processo.
Sugestão:
Como funciona o “galinho do tempo”?
https://cutt.ly/kTNdxd0. Acesso em: 31 ago.2021.
Professor, além da internet, os estudantes podem pesquisar sobre o galinho com seus familiares 
e amigos, investigando se já observaram e compreendem seu funcionamento. Espera-se que o 
estudante, durante a sua pesquisa, compreenda que esses objetos de enfeite, na forma de um 
pequeno galo, possuem, em sua composição, uma solução aquosa de cloreto de cobalto II em 
sua superfície, que estabelece o equilíbrio químico, conforme reação 1, e que o íon [CoCl4]2-(aq) 
apresenta cor azul. Já o íon [Co(H2O)6]2+ apresenta cor rosa.
Reação 1:
[CoCℓ4]
2-
(aq) + 6 H2O(ℓ) ↔ [Co(H2O)6]
2+
(aq) + 4 Cℓ
1-
(aq)
O processo de equilíbrio químico e o conhecimento de que esse é um fenômeno que ocorre 
em reações reversíveis, ou seja, aquelas que podem ocorrer em qualquer sentido reacional e 
independentemente do tempo de reação. Esse equilíbrio dinâmico ocorre devido ao fato de as 
reações estarem ocorrendo continuamente. 
Nesse momento, espera-se que o estudante consiga responder quais os fatores que influenciam 
no deslocamento do equilíbrio químico, e sugere-se reforçar que existem três fatores que podem 
gerar essa espécie de “perturbação” numa reação em equilíbrio químico, e assim provocar o seu 
deslocamento, que são: concentração das substâncias participantes na reação, temperatura e 
pressão. Sugere-se realizar a contextualização de que é possível visualizar isso com o sal cloreto 
de cobalto; pois ele muda de cor de acordo com a umidade do ar, e que esse equilíbrio pode ser 
deslocado para a direita, deixando o sal rosa, ou para a esquerda, ficando com a cor azul.
Sugere-se destacar aos estudantes que existem dois fatores no caso dos “galinhos do tempo” 
que podem deslocar o equilíbrio iônico dessa reação, que são:
a) concentração (grau de hidratação), quando o tempo está seco o sal fica anidro, visto que a 
quantidade de água na atmosfera é baixa, o equilíbrio se desloca no sentido da reação inversa, de 
formação da água e do íon [CoCl4]
2-
. Assim, o sal fica azul, indicando que o tempo está seco, sem 
previsão de chuva, porém, quando o ar está úmido a reação é deslocada no sentido da reação 
direta de formação do sal hidratado ([Co(H2O)6]
2+), que é rosa. Portanto, quando o galo fica rosa, 
indica tempo úmido, com possibilidade de chuva. 
Espera-se que o estudante compreenda que, quando aumentamos a concentração de um ou 
mais reagentes, o equilíbrio se desloca no sentido da reação direta, isto é, de formação dos pro-
dutos e consumo dos reagentes. Porém, se aumentarmos a concentração de um ou mais produ-
tos, ocorrerá o contrário, a reação se deslocará no sentido inverso, para a esquerda, ou seja, no 
sentido de formação dos reagentes.
b) temperatura (variação de temperatura), em dias quentes (temperatura alta) o equilíbrio da re-
ação se desloca no sentido da reação que absorve calor (endotérmica), que, nesse caso, é a 
inversa. O galo fica, então, azul, confirmando que o tempo será de calor. 
Já em dias frios, a temperatura baixa faz com que o equilíbrio seja deslocado no sentido da re-
ação que libera calor (exotérmica), que, no exemplo considerado aqui, é a direta. Nesse caso, o 
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galinho do tempo fica rosa, confirmando que será um dia frio, como disposto na figura 1. Espera-
-se que o estudante compreenda que o aumento de temperatura favorece reações endotérmicas, 
e a diminuição de temperatura favorece reações exotérmicas. 
Professor, como sugestão, crie um jogo de cartas para explicar a reação química envolvida no 
processo, recomenda-se que, para o desenvolvimento do jogo de cartas, os estudantes possam 
utilizar papel sulfite, cartolina, papel cartão, entre outros, ou desenvolver um modelo digital. Deve-
-se orientar os estudantes a construírem, em grupo, um painel com a indicação na parte superior 
do título do jogo, ou seja, “Galinho do tempo”, abaixo do título, os estudantes devem demonstrar 
a reação reversível que ocorre

Como a acidificação dos oceanos afeta a vida marinha?

Vida marinha em risco Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons emoluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando ao seudesaparecimento.

Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

CONSEQUÊNCIAS DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS Ocorre uma diminuição da quantidade de íons de carbonato na água, um elemento necessário para a formação dos esqueletos e das conchas de certos animais marinhos.

Que maneira a acidificação dos oceanos causa impacto na vida dos corais e de alguns moluscos?

Impactos da acidificação dos oceanos Isso porque os corais, quando expostos a esse tipo de acidificação, podem não conseguir formar seus esqueletos. Logo, ao reduzir os carbonatos do ambiente, outros tipos de animais, como ostras e mexilhões, também são impedidos de calcificarem suas conchas.

Como funciona o processo de acidificação dos oceanos?

Essa acidificação ocorre devido a reações químicas entre o dióxido de carbono e a água do mar que geram ácido carbônico, o qual se dissocia em íons carbonato e hidrogênio.