O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. Essa afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem grande influência na construção do sujeito. Assim, existem áreas do conhecimento dedicadas apenas a estudar as diferentes formas em que se constituem as relações de trabalho e seus desdobramentos na vida de cada um de nós. Show
Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa história, as nossas estruturas sociais também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas relações, posições na hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos culturais erguidos em torno das relações de trabalho. O trabalho no decorrer da história Tomemos como exemplo o rápido processo de mudança que atingiu os países europeus no início do século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho, anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era geralmente passado aos filhos, o que garantia a construção de uma forte identidade ligada ao labor a que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também estava agregado à obtenção direta de bens de consumo, e não a um valor variável de um salário pago com uma moeda de valor igualmente variável. A estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma mobilidade para os sujeitos, ou seja, um camponês nascia e morria camponês da mesma forma que um nobre nascia e morria nobre. As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria alteraram profundamente o sentido estabelecido para o trabalho e para a relação do sujeito com ele. A impessoalidade nas linhas de montagem que a adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de pessoas amontoavam-se diante de uma atividade repetitiva em uma linha de montagem, sem muitas vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou a ser a principal característica do trabalho industrial. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) O trabalho presente e futuro As transformações de nossas relações de trabalho não pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o caráter de nossas atividades modifica-se. Contudo, as forças que motivam essas mudanças são outras. A globalização é um dos fenômenos mais significativos da história humana e, da mesma forma que modificou nossas relações sociais mais íntimas, modificou também nossas relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e alongou nosso período de trabalho. O trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista a crescente competitividade inerente ao mercado de trabalho. A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez mais especializada fazem com que o trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea, uma vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-se ao processo de formação profissional, caro e exigente, conseguem subir na hierarquia social e econômica. A introdução da automação na produção de bens de consumo tornou, em grande parte, a mão de obra humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o valor da força de trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa especialização. Como resultado, a situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção que prioriza o lucro monetário, não é um investimento que garanta renda imediata.
Instituições sociais são organizações da sociedade que existem para que haja a organização e a coesão social. São elas que passam as regras e normas da sociedade para os cidadãos e forma-os enquanto cidadãos pertencentes a determinado grupo social. Podemos considerar como instituições sociais: a família, a escola, o trabalho, a Igreja e o Estado. As instituições sociais atuam no processo de socialização, visando a adequação de cada indivíduo no grupo social. Veja mais: Contratualismo – a socialização humana por meio de um contrato social Tópicos deste artigo
Características das instituições sociaisDevemos levar em consideração que, para que a vida social seja levada a cabo, faz-se necessário que certas instituições atuem como mediadoras do conflito entre a individualidade e a coletividade. Nós, seres humanos, vivemos em sociedade e temos a dupla tarefa de desenvolver-nos enquanto seres individuais e sociais. Enquanto seres individuais, devemos adaptar-nos à vida individual, mas, enquanto seres sociais, precisamos enquadrar-nos em certas normas morais e sociais que permitem a pacífica vida entre integrantes de um mesmo grupo. As instituições sociais são criações humanas para que haja uma verdadeira integração social, sem conflitos e com as mesmas ideologias predominantes. Nesse sentido, as instituições sociais atuam na homogenização da massa, fazendo com que todos agem e pensem da mesma maneira, evitando-se o caos. As instituições sociais servem como mediadoras entre a vida individual e a vida privada, levando às pessoas a oportunidade de enquadrarem-se nos modos de vida e nos padrões sociais, a fim de que não haja divergência entre vida individual e vida social. Leia também: Valores morais e sua importância para a sociedade Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Para que servem as instituições sociaisEm termos gerais, as instituições sociais servem para tornar a vida social menos agressiva. A moral social é uma necessidade criada para que as pessoas vivam de acordo com normas e regras que imponham respeito entre as individualidades. Nesse sentido, as instituições sociais atuam como mediadoras no processo de socialização do ser humano, fazendo com que haja um respeito a certos preceitos sociais. Elas são, portanto, formadoras e educativas, atuando na coesão social. Para Durkheim, as instituições sociais são necessárias para a manutenção da ordem social.Instituições sociais para Émile DurkheimO sociólogo clássico Émile Durkheim foi um defensor do papel das instituições sociais na composição da sociedade. Defensor também do capitalismo, ele pensou a sociedade como um todo coeso que necessita das instituições para a sua composição. Para Durkheim, existem duas formas de coesão social:
Para Émile Durkheim, as instituições sociais são uma forma de garantir a ordem da sociedade, sendo elos que unem os cidadãos em torno de uma formação social. Para o sociólogo, existemduas formas de socialização que separam as instituições sociais:
Quais são as principais instituições sociaisAs instituições sociais acompanham-nos desde a nossa inserção no mundo dividido em sociedades. Podemos elencá-las desta forma:
Por Francisco Porfírio Como são as relações sociais para formação de uma sociedade?A vida em sociedade requer que sejam estabelecidas relações sociais com familiares, amigos, colegas de trabalhos e demais pessoas que estão em proximidade geográfica. E, com o advento das tecnologias de comunicação, muitas vezes, essas relações rompem as limitações de espaço.
Qual a importância das relações sociais numa sociedade?É nas relações que aprendemos a lidar com o amor, a perda, a dor, a alegria e tantas outras emoções que nos fazem crescer. É na relação que nos transformamos e evoluímos. Assim, as relações sociais são uma necessidade básica e constituem um fator protetor da saúde física e psicológica.
Porque as relações sociais são importantes para a formação do ser humano?Uma vez que elas são a base para a constituição das sociedades (estrutura social), um ser humano que não desenvolve as relações sociais pode apresentar diversos problemas patológicos (depressão, isolamento social, preconceitos, etc.).
O que são relações em sociedade?Em ciências sociais, relação social refere-se ao relacionamento entre dois ou mais indivíduos no interior de um grupo social. As relações sociais formam a base da estrutura social. Nesse sentido, as relações sociais são o objeto básico da análise das ciências sociais.
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