A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física

A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física
A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física

A import�ncia da atividade f�sica para os deficientes f�sicos

La importancia de la actividad f�sica para las personas con discapacidad

A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física

 

Gradua��o em andamento em Licenciatura Plena em Educa��o F�sica

Universidade do Estado do Par�

(Brasil)

Jeane Alves Monteiro

Magna Sales da Silva

 

Resumo

          A atividade f�sica desde a antiguidade vem alcan�ando seu lugar em nossa sociedade por ser de fundamental import�ncia para o desenvolvimento motor e psicol�gico de cada indiv�duo e visar uma melhor qualidade de vida para seus praticantes, prevenindo contra as doen�as cr�nico-degenerativas e auxiliando no combate ao sedentarismo, que � considerado fator de risco para as doen�as cardiovasculares. Principalmente nos deficientes f�sicos que possuem sua mobilidade reduzida o que vem a dificultar sua intera��o com os demais praticantes de atividade f�sica. Diante das dificuldades encontradas pelos deficientes f�sicos na pr�tica de atividade f�sica faz-se necess�rio tanto criar como adaptar exerc�cios, principalmente nas escolas, com o auxilio do profissional de educa��o f�sica, para que as pessoas com defici�ncia f�sica sintam o mesmo prazer que as pessoas ditas normais sentem, ao realizar uma atividade f�sica e fazendo assim a verdadeira inclus�o desses indiv�duos na sociedade como um todo.

          Unitermos

: Deficiente f�sico. Atividade f�sica. Adapta��o. Sa�de. Inclus�o.

Abstract

          Physical activity since antiquity has gained its place in our society to be of fundamental importance for the motor and psychological development of each individual and seek a better quality of life for its practitioners, preventing against chronic diseases and assisting in the fight against sedentary lifestyle, which is considered a risk factor for cardiovascular disease. Mainly in the disabled who have limited mobility which is hampering its interaction with other physically active. Given the difficulties encountered by disabled people in the practice of physical activity is necessary both to create and adapt exercises, mainly in schools with the help of the professional physical education for people with disabilities feel the same pleasure that people said feel normal, when performing a physical activity and thus making true inclusion of these individuals in society as a whole.

          Keywords:

Disabled. Physical activity. Adaptation. Health. Inclusion.
 
A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 15, N� 148, Septiembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física

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    O presente artigo vem relatar a trajet�ria e/ou as dificuldades encontradas pelos deficientes f�sicos em que est�o inseridos na sociedade e principalmente em poder realizar atividades f�sicas, bem como os benef�cios que as pr�ticas de atividades f�sicas podem proporcionar aos seus praticantes.

    Atrav�s de pesquisa bibliogr�fica, podemos observar as dificuldades encontradas, tanto pelos deficientes como pelos profissionais de educa��o f�sica em adaptar os exerc�cios para que as pessoas com defici�ncia f�sica se sintam realizados, n�o s� em conseguir movimentar-se melhor como tamb�m interagir com a sociedade.

    Desde a antiguidade, a pr�tica de atividade f�sica � de grande import�ncia para a vida de todo e qualquer ser humano. Pois � atrav�s de pequenos movimentos que descobrimos a capacidade de nossos corpos em realizar desde os movimentos mais simples aos mais complexos.

    Segundo Carmo (1991) durante a antiguidade as pessoas que possu�am alguma anomalia, seja ela f�sica auditiva visual ou mental, eram consideradas incapazes de lutar por sua pr�pria sobreviv�ncia e eram abandonadas em locais desertos para serem devoradas por animais ferozes.

    Nas culturas primitivas que sobreviviam basicamente da ca�a e da pesca, os idosos, doentes e portadores de defici�ncia eram geralmente abandonados, por um consider�vel n�mero de tribos em ambientes agrestes e perigosos, e a morte se dava por inani��o ou por ataques de animais ferozes. O estilo de vida n�made n�o somente dificultava aceita��o e a manuten��o destas pessoas, consideradas dependentes, como tamb�m colocava em risco todo o grupo, face aos perigos da �poca. (CARMO, 1991, p. 21)

    Para Rosadas (1991) a rejei��o ao deficiente sempre existiu, e sempre foi alvo de discuss�es. E isso decorre do fato de que em tempos passados, os deficientes viviam isolados em asilos, que eram mantidos com esmolas da popula��o. Os mesmos eram privados de todos os seus direitos. E s� a partir da revolu��o crist�, o homem p�de mudar seus gestos, atitudes e buscar o amor, pois s� o amor era capaz de gerar o amor. E assim, criar condi��es para ajudar esses deficientes, reconhecendo sua import�ncia dentro da sociedade.

    No Brasil durante a coloniza��o, era raro encontrar pessoas com algum tipo de deforma��o corporal dentre a popula��o ind�gena e quando existiam, era resultado de guerras entre os povos e/ou ataques de animais ferozes. Mas com a vinda dos negros africanos para o Brasil as anomalias eram resultantes de maus tratos dos senhores com seus escravos (CARMO, 1991). No ano de 1950 se cria organiza��es para prestar assist�ncia �s pessoas que possu�am alguma defici�ncia, e ap�s 1960, criam-se leis para beneficiar as pessoas deficientes. Tendo em vista a exclus�o desses indiv�duos das aulas de Educa��o F�sica, por possu�rem alguma deforma��o f�sica, acabava gerando s�rios problemas em sociedade.

    Podemos afirmar que o Estado brasileiro, somente a partir de 1973, com a cria��o do Centro Nacional de Educa��o Especial, CENESP, junto ao minist�rio da educa��o e cultura, contemplou os �deficientes� com um �rg�o exclusivo para subsidiar forma��o da pol�tica nacional relativa a educa��o de excepcionais. Ela tinha como metas planejar, coordenar e promover o desenvolvimento da educa��o especial no per�odo pr�-escolar, nos ensinos de 1� e 2� grau, superior e supletivo, para deficientes visuais, auditivos, mentais, f�sicos, portadores de defici�ncias m�ltiplas, educandos com problemas de conduta e os portadores. (CARMO, 1991, p. 101)

    J� no per�odo capitalista as ind�strias passam a valorizar o trabalho e n�o o trabalhador, e os Deficientes F�sicos eram discriminados como seres incapazes de participar dos meios de produ��o das ind�strias, o que acabou levando o governo a investir, mais uma vez, na inclus�o dessas pessoas no mercado de trabalho, para que os mesmos pudessem participar da economia do Pa�s e promover, assim, a integra��o social entre a popula��o (CARMO, 1991).

    O corpo humano est� em constante evolu��o e sempre em busca de uma perfei��o, e com as pessoas deficientes f�sicas n�o poderia ser diferente seja ela uma crian�a, adolescente ou adulta n�o importando sua idade, cor, ra�a ou etnia. Todo cidad�o deve participar de atividades f�sicas para buscar um melhor desempenho f�sico, intelectual, sexual, etc. e para que isso seja poss�vel � necess�rio que os governantes invistam na cria��o e complementa��o de institui��es de ensino, clubes e �reas de lazer com equipamentos adaptados para possibilitar o acesso das pessoas com defici�ncia f�sica e suprir a car�ncia dessa popula��o no que diz respeito aos seus direitos, j� que estamos na era da inclus�o e muito se fala em incluir n�o s� o deficiente f�sico, mas tamb�m o deficiente visual, mental e auditivo dentro de uma sociedade como todo.

    Hoje uma das grandes preocupa��es dos profissionais de Educa��o F�sica, � como direcionar atividades f�sicas para pessoas com necessidades especiais, principalmente nas escolas, para que os mesmos tenham uma vida mais saud�vel. Tendo em vista as dificuldades que essas pessoas possuem, o que dificulta as realiza��es das pr�ticas corporais, o que n�o deve ser visto como um obst�culo imposs�vel de ser ultrapassada e sim como uma barreira que deve ser vencida tanto pelos deficientes como pela sociedade. Pois sabemos que os deficientes possuem algumas limita��es, mas s�o seres t�o capazes como qualquer outra pessoa.

    [...] a UNESCO estabelece que a pr�tica da Educa��o F�sica � um direito fundamental de todos e que os programas devem dar prioridade aos grupos menos favorecidos no seio da sociedade (Carta Internacional de Educa��o F�sica de Desportos 1978); a Educa��o F�sica e o Desporto evidenciam o potencial das pessoas portadoras de defici�ncia, influindo positivamente no processo de alto-imagem e valoriza��o das mesmas pela sociedade; as pessoas portadoras de defici�ncia t�m demandado cada vez mais a participa��o em atividades de Educa��o F�sica, Desportos e Lazer [...] (CARMO, 1991, p. 145)

    O corpo humano � uma m�quina, e como toda e qualquer m�quina precisa estar em constante funcionamento e de reparos para que as pe�as n�o sofram alguns desgastes. E � a� que surge o papel principal dos exerc�cios f�sicos: manter essa m�quina funcionando e em um bom n�vel de rendimento respeitando suas capacidades e percebendo suas limita��es. Junto com as atividades f�sicas faz-se necess�rio seguir algumas medidas de higiene e postura frente a uma dieta equilibrada respeitando o per�odo de descanso, entre uma pr�tica e outra de exerc�cios f�sicos, para que seu corpo esteja sempre disposto para a pr�xima atividade (BARSA, 2001).

    Uma pessoa que n�o tem costume de praticar alguma atividade f�sica deve iniciar com exerc�cios simples e orientados por um especialista respeitando sempre seus limites e a postura adequada para exercitar-se. J� as pessoas com defici�ncia f�sica al�m de serem acompanhadas por um especialista e iniciarem com exerc�cios simples, � preciso observar qual a melhor maneira de executar sua atividade f�sica e de forma gradativa para que a mesma n�o sofra nenhum desconforto durante as pr�ticas de exerc�cios. E quanto mais exerc�cios f�sicos uma pessoa com mobilidade reduzida fizer, melhor seu corpo ir� responder aos movimentos, possibilitando assim, uma vida mais saud�vel e independente bem como a melhoria de sua auto-estima e o desenvolvimento das habilidades motoras e funcionais para uma melhor realiza��o das atividades di�rias,aprimorando sua coordena��o motora e superando as situa��es de dificuldades (BARSA, 2001).

Qual o profissional mais indicado a promover a pr�tica de atividades f�sicas para os deficientes f�sicos?

    Segundo Rosadas (1991) a Educa��o F�sica, por sua vez, vem ganhando seu espa�o a cada dia frente �s pr�ticas corporais na sociedade. Por apresentar um amplo leque de op��es, nas realiza��es dos exerc�cios f�sicos, como criar e adaptar exerc�cios para que as pessoas com defici�ncia f�sica sintam o mesmo prazer que as pessoas ditas �normais� sentem, ao realizar uma atividade f�sica, mas a forma��o corporal dos indiv�duos n�o � papel apenas do profissional de educa��o f�sica podendo ser trabalhado com outras disciplinas para se alcan�ar um melhor resultado na forma��o do corpo. E um dos locais mais adequados para a realiza��o dessas pr�ticas � a escola, por ser uma grande formadora de opini�es e personalidades, influenciando direta ou indiretamente na forma��o dos cidad�os.

    Desse modo, o processo educacional deve ser composto por a��es concretas nas quais o aluno que faz � o mesmo que compreende, e a escola estabelece assim uma inter-rela��o entre suas atividades pr�ticas e atividades simb�licas, que s�o necess�rias em uma forma��o para a autonomia. (DUCKUR, 2004, p.46)

    Para Sivadon (1988) � durante a inf�ncia que nossos corpos passam a se organizar atrav�s das a��es e coordena��es entre as diversas sensa��es e movimentos e � na escola que as crian�as passam a interagir com outras crian�as da mesma faixa et�ria e a respeitar as diferen�as e passam a hierarquizar seus movimentos, criando e inovando seus movimentos corporais. Gerando assim os seus sentimentos afetivos seja ele de amor, �dio, simpatia e/ou antipatia.

    A personalidade se estrutura num conjunto de comportamentos psicomotores articulados e hierarquizados em rela��o com o corpo pr�prio, pessoas, lugares, objetos, mundo. O corpo se afirma na pessoa � medida que a rede de atitudes se torna complexa, e � medida que � tomado pela linguagem para prosseguir a a��o pr�pria nas inventividades dos jogos, nas imita��es desenvolvidas, nas iniciativas mais ou menos harmoniosas. As emo��es nas quais o corpo evolui e que servem de �banho de afetos� para a pessoa, obt�m sua regula��o atrav�s de uma fonte dupla: end�gena ou intra-corporal e ex�gena ou inter-pessoal. (SIVADON, 1988, p. 117)

    Toda crian�a deve ter os mesmos direitos nas pr�ticas corporais para que os mesmos descubram suas necessidades e sintam o prazer do contato do seu corpo com o mundo, e cabe ao profissional de educa��o f�sica encontrar qual a melhor maneira de se trabalhar, tanto com crian�as normais quanto com as crian�as com defici�ncia f�sica trabalhando com exerc�cios adaptados, fazendo assim uma intera��o entre os indiv�duos (SIVADON, 1988).

    Segundo Rodrigues (2006) a atividade f�sica adaptada tem por objetivos proporcionar alegria e prazer aos seus participantes. Pois o mesmo considera a alegria como o elemento b�sico e fundamental dessas atividades, proporcionando com que os participantes se sintam realizados em vencer sua pr�pria defici�ncia. E a coopera��o entre os profissionais de diversas �reas, � de fundamental import�ncia, neste novo s�culo, para a melhoria do ensino da atividade f�sica adaptadas, al�m, da forma��o b�sica sobre a atividade f�sica adaptadas para todos os profissionais da sa�de, estudante em educa��o, ci�ncias do desporto e fisioterapia e terapia ocupacional.

    Para Rodrigues (2006, p.65) �a defici�ncia � uma condi��o em grande parte constru�da socialmente�, ou seja, a defici�ncia � como se fosse fruto dos valores decorrentes da sociedade e da cultura. E se falando dos deficientes em si, Rosadas (1991) vem colocar que os deficientes apresentam ou possuem as mesmas necessidades que os ditos normais precisam, como por exemplo, as necessidades afetivas, sociais, f�sicas e intelectivas. Acrescenta, ainda, que essas crian�as t�m um grande potencial e que o mesmo deve ser despertado e acreditado. A partir da�, surge a figura do professor de educa��o f�sica especializado, que vem proporcionar condi��es especiais para estimular o desenvolvimento motor e funcional para essa popula��o com necessidade especial.

    Rodrigues (2006) vem colocar que ao se aprofundar em estudos acerca da atividade f�sica para deficientes, percebe-se uma grande preocupa��o em rela��o � sa�de dos mesmos, em seu aspecto mais amplo, como o fisiol�gico, social e o emocional. O autor considera a quest�o social como uma busca � qualidade de vida, pois o mesmo continua ao dizer que a qualidade de vida deixou de representar apenas uma vida sem doen�as passando assim a ser uma busca da felicidade e satisfa��o pessoal.

    Segundo Carmo (1991) � atrav�s das pr�ticas corporais que os indiv�duos buscam uma perfei��o que satisfa�a seus desejos e um padr�o que a m�dia imp�e para a sociedade. E muita das vezes esse padr�o acaba influenciando de tal maneira que as pessoas esquecem sua pr�pria identidade buscando um corpo alheio. E ent�o nos perguntamos qual ser� o corpo perfeito? E como trabalhar para fazer com que as pessoas que possuam alguma defici�ncia corporal possam entender que s� porque elas n�o possuem um �corpo perfeito�, n�o quer dizer que elas n�o tenham seu lugar dentro da sociedade? E que elas s�o t�o capazes como qualquer outra pessoa. E nas atividades f�sicas como devemos trabalhar diante de tanta influ�ncia da m�dia? E qual corpo trabalhar para alcan�ar os objetivos depositados ao profissional de educa��o f�sica?

    Diante de tanta diferen�a fica praticamente imposs�vel encontrarmos o corpo perfeito. Pois somos iguais por sermos diferentes. E ao iniciarmos qualquer trabalho com pessoas deficientes, devemos saber o que elas entendem por corpo perfeito, e logo ap�s iniciarmos, em primeira m�o, um trabalho de conscientiza��o, principalmente devido a influ�ncia da m�dia que acabam por mostrar o corpo f�sico �perfeito� n�o valorizando assim a individualidade, e mostrar sua verdadeira import�ncia dentro da sociedade. Para que se sinta livre para expressar seus sentimentos (CARMO 1991). E diante de tanta influencia deve-se trabalhar corpo e mente junta. Sendo que um depende do outro para se obter um corpo saud�vel e aut�nomo.

    [...] um homem que se sinta livre para expressar, para criar, para lutar por seus interesses e por aquilo em que ele acredita, um homem que cres�a dentro dos seus prop�sitos de vida, enfim, um homem que seja ele pr�prio, sempre em busca do seu eu verdadeiro. (BRUHNS, 1994, p.13)

    Para Bruhns (1994) o corpo para exercer suas fun��es necessita das influencias do meio no qual vive para um melhor funcionamento e, determinando assim, as resposta ativamente de seu corpo com o mundo. E devemos nos preocupar, diariamente, com o nosso corpo para ver como ele estar reagindo diante dos est�mulos causados pelo meio no qual ele vive. E se isolarmos os corpos, principalmente os deficientes, das atividades f�sicas ele ir� definhar e aos poucos perder seus movimentos e se tornar um corpo inv�lido, sem muita utilidade na sociedade. E paralisando, esse corpo, ele n�o ter� como lutar contra as doen�as causadas pela falta de exerc�cios f�sicos.

    Come�amos a nos preocupar sobre como esse corpo reage, como se sente, como guarda a sua viv�ncia emocional, sensorial e etc. De um enfoque mecanicista, onde o organismo biol�gico depende diretamente da estimula��o externa, que o faz funcionar e que determina as suas respostas, passamos para o organismo que se auto-regula e auto-orienta ativamente. Se tirarmos o organismo das condi��es ambientais normais e o colocarmos, por exemplo, num quarto fechado, sem sol, sem luz, sem nenhuma estimula��o, esse organismo aos poucos deixar� de reagir, de funcionar. Perdendo as sensa��es org�nicas, o organismo come�ar� a perder a no��o do que est� acontecendo com ele. Com a paralisa��o dos impulsos internos a nossa mente cria as fantasias, as alucina��es, e no final a loucura. (BRUHNS, 1994, p.13)

    Segundo Pitanga (2004) nos �ltimos anos percebem-se as vantagens e a import�ncia da atividade f�sica na vida do ser humano, apesar dessa import�ncia sempre ter existido, apenas n�o tinha o reconhecimento que merecia. Pois a mesma vem nos proporcionar melhores condi��es de vida, reduzindo a incid�ncia de doen�as cr�nico-degenerativas e recuperar a massa muscular no caso dos deficientes que possuam alguma doen�a degenerativa muscular.

    Vale ressaltar a import�ncia, que atualmente a atividade f�sica, tornou-se de fundamental import�ncia para se combater o sedentarismo, que � considerado fator de risco para as doen�as cardiovasculares.

    Pitanga (2004) vem nos dizer, que �historicamente nunca ouve um per�odo em que a rela��o entre atividade f�sica, exerc�cio e sa�de fosse t�o explorada�. Isso decorre do fato de que � imposs�vel notar os benef�cios e as vantagens de se praticar atividades e exerc�cios f�sicos. Uma vez que reduz a incid�ncia de doen�as degenerativas, proporcionando uma qualidade de vida melhor e mais saud�vel. Com isso Pitanga (2004) vem conceituar e/ou definir a atividade f�sica como �qualquer movimento corporal, produzido, pela musculatura esquel�tica�, a exemplo disso temos a dan�a, os jogos, as lutas, etc. vem tratar, ainda, da rela��o existente entre atividade f�sica, exerc�cio f�sico, sa�de e qualidade de vida. Podendo caracterizar o exerc�cio f�sico como parte da atividade f�sica, visto que a mesma tem maior amplitude. A sa�de e a qualidade de vida est�o ligadas tamb�m aos aspectos ambientais e a determinados condicionantes como: moradia, alimenta��o, educa��o, lazer, atividade f�sica, etc.

    Para Duarte (2003) �somente a partir da �ltima d�cada, os cursos de educa��o f�sica colocaram, em seus programas curriculares, conte�dos relativos �s pessoas portadoras de necessidades especiais�, entretanto h� dificuldades em adquirir materiais did�ticos que facilitem as formas de trabalhar com esse p�blico.

    Pitanga (2004) apresenta os exerc�cios adaptados e a inclus�o social que aparentemente s�o temas distintos, mas que acaba um completando o outro. Uma vez que ao se falar em inclus�o � preciso fazer adapta��es tanto no aspecto social quanto pessoal.

    Segundo Pitanga (2004) a educa��o f�sica adaptada vem apresentar aspectos positivos, na medida em que os alunos passam a assimilar e a conviver com suas necessidades. Nesse contexto o autor adota a adapta��o como �a capacidade da pessoa estar apta a atender as demandas exigidas pela vida�. Se considerarmos essas demandas como detalhes de nosso cotidiano, essa adapta��o ser� mais f�cil, pode-se dizer que n�s nos adaptamos a todo o momento. No entanto � necess�rio saber se adaptar em cada fase, principalmente quando se trata do ponto de vista emocional. Para o autor, neste contexto, a inclus�o est� relacionada aos �padr�es da normalidade (f�sica, fisiol�gica, comportamental e social), e que necessitam de supera��o e compreens�o dos ditos �normais� para serem aceitos�. Essa compreens�o se d� no momento em que a sociedade transmite seus conhecimentos e passam a ter uma boa rela��o com os deficientes f�sicos.

    A fun��o da educa��o nessa sociedade � recuperar e adaptar o indiv�duo � sociedade, reintegrando-o, no sentido de manuten��o da ordem. A educa��o deve redimir a sociedade de seus males e desvios, tornando-a mais pr�xima do modelo de perfei��o social idealizado. (DUCKUR, 2004, p.8)

    Os conhecimentos a cerca da inclus�o social bem como os direitos firmados em lei, n�o devem ser apenas teorias, mas sim posto em pr�tica. Pois assim, estaremos nos adaptando e fazendo assim a verdadeira inclus�o desses indiv�duos na sociedade, proporcionando alegria, divers�o, sa�de e qualidade de vida para essas pessoas e sempre seguindo o ritmo da atividade f�sica.

Considera��es finais

    Diante das abordagens acima citado p�de-se constatar que as dificuldades encontradas pelos deficientes em praticarem atividade f�sica sempre existiram, mas os mesmos sempre lutaram pelos seus direitos at� os dias atuais, e sempre em busca de melhorias e qualidade de vida. Sua trajet�ria foi marcada, em nossa hist�ria, pelas dificuldades encontradas tanto pelos deficientes como pelos profissionais de educa��o f�sica que tiveram que buscar meios para adaptar os exerc�cios f�sicos para que os deficientes f�sicos pudessem interagir com o restante da popula��o.

    P�de-se verificar, tamb�m, a grande import�ncia das atividades f�sicas tanto para os deficientes quanto para as pessoas ditas �normais� na preven��o contra as doen�as cr�nico-degenerativas e auxiliando no combate ao sedentarismo, pois o mesmo � considerado um grande causador das doen�as cardiovasculares.

    Verificou-se a import�ncia em se adaptar os exerc�cios para facilitar a inclus�o social dos deficientes seja ele f�sico, mental, auditivo ou visual. Mas para que ocorra a verdadeira inclus�o social faz se necess�rio uma adapta��o n�o apenas nos exerc�cios como tamb�m nas institui��es de ensino, nas �reas de lazer como: pra�as, clubes, etc.; em reparti��es p�blicas, meios de transportes, etc., por�m, ainda, h� muitas barreiras �s quais os deficientes f�sicos dever�o percorrer em rela��o a esse processo de inclus�o. Pois sabemos que apesar dos deficientes terem alcan�ados muitas, conquista no que diz respeito a sua inclus�o nas atividades f�sicas, sabemos que ainda h� muito a se fazer para que os deficientes se sintam realizados e possam usufruir de seus direito como todo e qualquer cidad�o.

    Acredita-se que a inclus�o desses deficientes nas atividades f�sicas s� ser� poss�vel no momento em que haja uma conscientiza��o da sociedade da import�ncia dos exerc�cios f�sicos, para os deficientes f�sicos, a usufru�rem seus direito e dos prazeres que a vida possa lhe oferecer. E isso seria f�cil se houvesse adapta��o em todos os espa�os p�blicos, e fossem oferecidas atividades f�sicas para toda sociedade ensinando desde a crian�a at� o adulto a movimentar-se melhor, dominando assim seus movimentos seja ele um simples levantar de bra�o ou um giro de cento e oitenta graus. Assim nossa sociedade seria mais humilde e justa com toda a popula��o, independente de sua cor, ra�a ou etnia.

Refer�ncias

  • BARSA, Enciclop�dia. Temas Essenciais para a Vida: O Corpo em Forma. 2� ed. S�o Paulo: Barsa Consultoria Editorial LTDA, 2001.

  • BRUHNS, Heloisa Turini (org.). Conversando Sobre o Corpo. 5� ed. Campinas: Papirus, 1994.

  • CARMO, Apol�nio Abadio do. Defici�ncia F�sica: A sociedade brasileira cria, �recupera� e discrimina. Bras�lia: Secretaria dos Desportos, 1991.

  • DUARTE, Edson; LIMA, S�nia Maria Toyoshima. Atividade F�sica para Pessoas com Necessidade Especiais: Experi�ncias e Interven��es Pedag�gicas. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003.

  • DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em Busca da Forma��o de Indiv�duos Aut�nomos nas Aulas de Educa��o F�sica. Campinas: Autores Associados, 2004.

  • PITANGA, Francisco Jos� Gondim. Epidemologia da Atividade F�sica, Exerc�cio F�sico e Sa�de. 2� ed. S�o Paulo: Phorte, 2004.

  • RODRIGUES, David. Atividade Motora Adaptada: A Alegria do Corpo. S�o Paulo: Artes M�dicas, 2006.

  • ROSADAS, Sidney de Carvalho. Educa��o F�sica Especial para Deficientes. 3� ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991.

  • SIVADON, Paul. Corpo e Terap�utica: uma psicopatologia do corpo. Campinas: Papirus, 1988.

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Como surgiu a atividade física para pessoas com deficiência?

O esporte praticado por pessoas com deficiência começou na Inglaterra, nos anos 40, como medida terapêutica, para dar mais qualidade de vida a militares que foram mutilados durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi realizada a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos de Verão em Roma, na Itália.

Qual a importância da prática da atividade física para as pessoas com deficiência física?

Segundo o Guia, os principais benefícios da prática de atividade física para pessoas com deficiência são: aumento da força muscular, da resistência, da coordenação motora, do equilíbrio, da flexibilidade e da agilidade.

Qual a importância da prática da atividade física na vida das pessoas?

A importância da atividade física é fundamental em qualquer idade e é um dos meios de cuidar da saúde e ter uma melhor qualidade de vida. Além disso, a atividade física é um importante meio de prevenção para combater doenças crônicas como diabetes tipo 2 e hipertensão arterial¹.

Quais atividades físicas eram realizadas na história da Educação Física?

Enquanto no Brasil Imperial, a natação, a equitação e a esgrima eram as modalidades mais praticadas, o remo foi o principal esporte praticado no país até as primeiras décadas do século XX, quando foram introduzidas as modalidades de natação, basquete, tênis e futebol – populares até os dias de hoje.