A graviola funciona mesmo contra o.cancer

Graviola (Annona muricata) é uma planta nativa do México, Cuba, América central e algumas partes da Índia. O extrato dessa planta vêm ganhando espaço nas pesquisas, pois em diferentes concentrações mostram a sua eficácia antibacteriana contra patógenos orais e ação antifúngica, além de talvez uma maior eficácia do que a quimioterapia contra o câncer (Pai et al, 2016).

Sua composição nutricional engloba carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, zinco, vitaminas do complexo B (B1 e B2), que são importantes para o metabolismo de proteínas, carboidratos, gorduras e vitamina C. Em relação aos ácidos graxos, a maior parte é insaturada (palmitoléico, oléico e linoleico) (Castro et al, 1984).

O principal componente da planta são as Acetogeninas anonáceas, composto por ácidos graxos de cadeia longa e relacionado com toxicicidade às células cancerígenas, incluindo linhas celulares de câncer resistentes a múltiplos fármacos. Esse componente induz a citotoxicidade inibindo o complexo mitocondrial I, que está envolvido na síntese de ATP, apresentando assim, potencial terapêutico contra o câncer e menor crescimento do tumor (Torres et al, 2012).

Alguns estudos in vitro e em animais com câncer de pâncreas mostrou que a ação da planta relaciona-se a inibição de diversos caminhos ligados ao metabolismo, ciclo celular, sobrevivência e propriedades metastásticas das células cancerígenas pancreáticas, diminuindo assim o crescimento do tumor (Torres et al, 2012).

Porém, ainda não existem estudos em animais maiores, não roedores ou em humanos; portanto, são indícios pré-clínicos. Muitos estudiosos são contra o uso dessa substância, pois não existem evidências de que não interfira nos resultados das terapias-padrão. Muitas dessas substâncias são metabolizadas no fígado e podem alterar a absorção de quimioterápicos, bem como sua eficácia e eliminação.

Embora já tenha sido comprovado em laboratório que a folha de graviola, na forma de acetogenina, tem atividade antitumoral, sua aplicação clínica ainda está distante. Devem ser feitos diversos estudos clínicos em humanos para que sua eficácia seja mostrada e, então, seja comparada com as drogas convencionais. Caso sejam mais eficientes, o laboratório pede o registro às agências competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos.

Diante disso, cabe a nós profissionais da saúde, orientar os pacientes quanto ao da graviola. Deve-se evitar cápsulas com o extrato devido à falta de comprovação científica em humanos. Quando se trata do consumo do alimento in natura ou chá diariamente, após um ano a quantidade de acetogeninas ingerida será a mesma capaz de induzir lesões cerebrais em ratos (Moghadamtousi et al., 2015).

Portanto, não podemos atribuir a nenhum alimento específico a cura do câncer. O ideal é ter uma alimentação saudável, composta de alimentos ricos em substâncias protetoras como as frutas, verduras e legumes, sendo recomendado no mínimo cinco porções por dia (porção = uma unidade ou fatia de fruta ou a um punhado que caiba na palma da mão de verduras e legumes). Devem ser inclusas as oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, pistaches na porção de 5 unidades por dia.

Referências:

Pai BM, Rajesh G, Shenoy R, Rao A. Anti-microbial Efficacy of Soursop Leaf Extract (Annona muricata) on Oral Pathogens: An In-vitro Study. J Clin Diagn Res. 2016 Nov;10(11):ZC01-ZC04.

Torres MP, Rachagani S, Purohit V, Pandey P, Joshi S, Moore ED, Johansson SL, Singh PK, Ganti AK, Batra SK. Graviola: a novel promising natural-derived drug that inhibits tumorigenicity and metastasis of pancreatic cancer cells in vitro and in vivo through altering cell metabolism. Cancer Lett. 2012 Oct 1;323(1):29-40.

Castro FA, Maia GA , Holanda LFF , Guedes ZB , Fé JAM. Características físicas e químicas da Graviola. Pesq.agropec. bras., Brasília, 19(3):361-365, mar. 1984.

Moghadamtousi, S.Z., Fadaeinasab, M.; Nikzad, S.; Mohan, G.; Ali, H.M.; Kadir, H.A. Annona muricata (Annonaceae): a review of its traditional uses, isolated acetogenins and biological activities. International Journal of Molecular Sciences 2015, 16, 15625-15658.

O médico oncologista Rafael Onuki Sato fez um áudio dizendo que o chá de folhas de graviola mata células de câncer? Não é verdade.

O áudio tem circulado pelo WhatsApp em várias regiões do país e reproduz o que diz ser uma entrevista em um programa de rádio. O trecho divulgado não identifica os participantes do programa e a emissora de rádio que o transmite. Em um dado momento, tem-se a impressão de que o locutor dirige-se ao entrevistado chamando-o apenas de doutor.

Selo publicado por médico em seu perfil no Facebook — Foto: Reprodução/ Facebook

Onuki registrou boletim de ocorrência no 1º Distrito Polícia de Londrina no último dia 24 contra o autor da mensagem que atribui o áudio a ele.

Ele publicou o boletim de ocorrência em seu perfil no Facebook e também uma mensagem em que comunica ao Conselho Federal de Medicina que não é a pessoa que fala no áudio.

Ele aponta que o áudio é editado e não menciona nomes. Também condena o conteúdo da fala, dizendo que contém informações infundadas referentes à imunidade humana, AIDS, hipertensão arterial e descontaminação de alimentos com iodo.

"Sou totalmente contra o conteúdo veiculado no áudio, e para referências futuras, contra qualquer tipo de medicina alternativa ao tratamento convencional como substituição ao tratamento do câncer, a menos que devidamente testada e aprovada por órgãos competentes e com extensos trabalhos científicos e pesquisas, com a ressalva óbvia dos protocolos de pesquisa cientifica das grandes instituições de referência no assunto."

O delegado Edgard Soriani, do 1º Distrito Policial de Londrina, diz que o autor da mensagem pode responder por falsa identidade. "A pessoa está veiculando uma matéria falsa. Está se passando pelo indivíduo. Ele (autor da mensagem) veiculou uma matéria passando-se pelo médico." O delegado afirma que, se o médico representar, pode ser aberto um inquérito para investigar o caso.

"Eu vou procurar falar com ele. O problema é achar isso aí. Provavelmente é crime virtual. Vamos ter de buscar apoio do Nuciber (Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná), mas não há veiculação de pedido de dinheiro, não há outro crime. Eles estão simplesmente com uma falsa identidade noticiando uma notícia fake news", diz.

Para o delegado, se o autor da mensagem for identificado pode ter de assinar um termo circunstanciado e, se condenado, pegar até dois anos de reclusão pela falsa identidade - nesse caso, apenas fazendo uso indevido da imagem do médico.

"Tem de ver qual o site em que foi veiculado, qual o IP (endereço) da máquina. É um processo extremamente burocrático e demorado, porque às vezes vai pesquisar e é uma lan house. Se o cara tiver algum conhecimento de internet ele vai maquiar IP. Ai é muito dificil, usa IP de fora, enfim, é um serviço árduo para um crime pequeno."

Verdadeira saga

Em entrevista ao G1, o médico conta a saga que vem enfrentando para combater o boato que envolve seu nome.  

Ele diz ter buscado orientação jurídica junto ao Conselho de Medicina para saber o que fazer e afirma que, apesar de tímido, fez até um vídeo em seu site para desfazer a confusão. Conta também ter orientado suas secretarias a esclarecer os mais de 50 pacientes que buscam consulta motivados pelo áudio falso, mas, ainda assim, sete deles quiseram ouvir da boca do próprio médico que o áudio é falso. 

"Foram duas semanas bem conturbadas. A procura foi grande, não sei nem como as pessoas conseguiram o número do meu celular", diz. 

Mensagens chegaram até de estados distantes, como o Amapá, e colegas do médico espalhados em vários estados também receberam o áudio – até mesmo um colega que vive no Líbano. 

Pior que tudo isso , para o médico, foi o fato de que, após desmentir o áudio, passou a sofrer uma campanha de ódio em suas redes sociais, de pessoas que o acusaram de estar a serviço da indústria farmacêutica. "Fui muito atacado nas redes sociais", diz. "Isso é o que mais tem me dado trabalho. Eu tive de apagar mais mensagens de ódio do que esclarecer pessoas de que aquele áudio não era verdade."

O médico diz que o autor da mensagem se valeu de um discurso já conhecido nas fake news, que utiliza um pequena dose de verdade com uma quantidade grande de mentiras e exageros.  Cientistas chegaram a estudar a graviola, mas os testes não foram conclusivos. Sabendo disso, afirma, o autor exagera nos resultados. "Ele pega uma informação pseudoverdadeira e transforma em um negócio fantástico."

O médico lamenta o fato de esse tipo de mensagem dar falsa esperança a pacientes que não podem se afastar do tratamento. "O paciente com câncer tem tendência a se apegar a qualquer coisa. É meio covarde (fazer isso com o pacientes). Podem perder o timings do tratamento", diz. 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica também se manifestou contra o conteúdo do áudio e condenou falsas informações que, disseminadas na internet, criam falsas esperanças a pacientes e prejudicam seus tratamentos.

Veja a íntegra da nota

"À luz do que está circulando em aplicativos de mensagens, que afirma que folhas de graviola podem matar células cancerígenas, a Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) vem a público reiterar seu apoio apenas a condutas que tenham evidências científicas de benefício clínico no tratamento do câncer.

A SBOC reforça a importância de os pacientes seguirem os tratamentos convencionais, recomendados por médicos oncologistas clínicos, que possuem protocolos de pesquisa e controles sistemáticos de seus efeitos.

Informações falsas disseminadas na internet, criam falsas esperanças a pacientes e prejudicam seus tratamentos.

Por fim, reforça seu compromisso permanente de participar do processo de construção de melhores práticas médicas, visando proporcionar ganhos de sobrevida e bem-estar para os pacientes com câncer, colocando-se à disposição para dialogar com toda a sociedade."

Mensagem que circula no WhatsApp atribui a médico fala em que homem diz que graviola cura câncer — Foto: Reprodução/ WhatsApp

Boletim de ocorrência registrado pelo médico e reproduzido em seu Facebook — Foto: Reprodução/ Facebook

Veja a íntegra do áudio

ENTREVISTADO: Vou repetir: as cetogeninas contidas nas folhas e no fruto da graviola matam células cancerosas dez mil vezes mais rápido do que a própria quimioterapia. Hoje o que nós temos de melhor dentro da medicina é a quimioterapia e a radioterapia. Agora você se depara com a natureza e os médicos descobrem que a graviola, ela tem uma extraordinária capacidade de destruir, de fagocitar, ou seja, matar células cancerosas dez mil vezes mais rápido do que a própria quimioterapia. Isso mexe com os médicos. Isso traz uma nova esperança para quem luta contra o câncer. O ideal seria que a população, como preventivo, para não ter tumores, para não desenvolver o câncer , passasse se não apenas a consumir uma graaviola por mês, como se você estivesse chupando uma laranja, mas seria legal se a população passasse a tomar o hábito de beber chá das folhas de graviola, pelo menos uma xícara por semana, só uma xícara da folha. Agora imagine você que a graviola, as folhas, além de conter as cetogeninas ela contém também epigalato catequina galato. O epigalato catequina galato das folhas da graviola, além de matar celular cancerosas aumenta a defesa do organismo em 100 mil vezes. Essa criançada que vive doente, vive gripada, a imuinidade baixa, o IGA baixo... Pessoas que é só mudar um pouqinho o clima ela já adoece, uma simples gripe já derruba a família inteira porque o sistema imunologico da família está comprometido e nós temos uma ideia errada quando se fala em Aids. Aids não é doença, nunca foi doença. Aids é uma sigla, é uma palavra americana: Sindrome da Imonudeficiência Adquirida. Ou seja, é quando qualquer doença que tem por objetivo diminuir suas defesas naturais são classificadas como Aids. Gripe é classificada como aids, porque a gripe ataca o sistema imonológico, enfraquece o seu corpo e te leva a óbito. Toda doença que enfraquece o sistema imunológico entra na lista da palavra Aids porque a Aids não é doença. Toda doença, malária, chikungunya, zika virus, gripe suiía, gripe aviária, gripe do papagaio, gripe do periquito, tudo o que compromete o sistema imunológico entra na lista das doenças que compõe a palavra AIDS. Portanto se você aprende a usar alimentos que aumentam a tua defesa natural e reforçam o sistema imunológico. Você vence a doença. A prioridade da população não deveria ser vacina. A prioridade deveria ser ensinar a população a se alimentar de maneira correta. Porque a nossa alimentação, ela é a nossa vacina, mas infelizmente por uma população que está mergulhada na desinformação, aí o Ministério da Saúde é obrigado a compensar a desinformação no que se diz respeito à boa alimentação e compensa essa carência fazendo fortes campanhas de vacina, para que a vacina possa fazer aquilo que a alimentação não está mais fazendo, que é melhorar o sistema de defesa natural do corpo humano. Vou te dar aqui rapidamente alguns exemplos, posso?

LOCUTOR: Fique à vontade, doutor

ENTREVISTADO: Uma pessoa que vive gripada, vive com a garganta inflamada passa a vida usando amoxicilina, que antibiótico para garganta. O que mais se usa hoje é amoxicilina. Isso já virou um hábito, lembrando a população que o frango que você come de granja está bombardeado de antibióticos. A carne bovina que você consome está bombardeada de antibióticos. Você passa 10,15, 20 anos comendo frango de granja, que é a galinha doida, drogada, cheia de antibióticos e o teu organismo recebe parte do antibiótico que o gado ou as aves consumiram através da ração. E com isso no seu organismo cria resistência aos antibióticos. Aí quando você adoece e o médico prescreve amoxicilina, ela não funciona. É lógico. Porque os vírus, as bactérias, principalmente as bactérias do teu corpo, criaram resistência ao antibiótico, porque você passa a vida comendo frango de galinha doida de galinha de granja, cheia de antibióticos. Você consome carne bombardeada de antibióticos. Resultado: o teu corpo já não responde ao antibiótico que o médico prescreveu.

LOCUTOR: Eu tenho aqui uma pergunta de uma pessoa que ligou para a emissora. Quem tem pressão alta pode tomar o chá de graviola?

ENTREVISTADO: Deve. Porque a graviola contém epigalato catequina galato, ela age como um normalizador da pressão arterial. Agora, já que o ouvinte ligou e tocou no assunto sobre pressão alta...

LOCUTOR: Deixa eu aproveitar e ai já responde as duas. O suco ele surte o mesmo efeito que a fruta?

ENTREVISTADO: Não. Na verdade, o suco é uma invenção humana. Quando você trituta o fruto no liquidificador, você perde mais de 80% dos nutrientes. A idela não é beber suco. O idela é comer o fruto. Porque o fruto, sim , traz beneficios. Mesmo com todos os agrotóxicos, com todos os venenos que se coloca nos alimentos, mil vezes comer o fruto. Porque o organismo consegue lidar com o veneno dos alimentos, ele elimina. Agora, a sobrecarga de agrotoxicos, claro que é prejudicial, mas é outro assunto que eu posso ensinar a você como remover veneno dos alimentos e transformar o fruto em um produto orgânico com se nunca tivesse sido cultivado com agrotóxicos. É simples. Você pega uma bacia...

LOCUTOR: Atenção você que está em casa, viu? Para ai o que você está fazendo para ouvir essa dica. Pois sim , doutor

ENTREVISTADO: Uma bacia com um litro de água, coloque uma coilher cheia com iodo a 2%. Qualquer farmácia vende iodo. uma colher de sopa, coloque uma bacia com um litro de água e mergulhe os alimentos com casca por 20 minutos. Depois de 20 minutos você retira o alimentos daquela água com iodo. É como se aquele fruto nunca tivesse sido cultivado com agrotóxicos. ele remove 100% do veneno do alimento porque o iodo tem a extraordinária capacidade de quelar, agarrar, remover as substâncias tóxicas dos alimentos e aquela água que ficou de molho por 20 minutos, se você molhar uma samambaia., uma outra planta de porte médio, três dias ela seca. Façam a experiência. Peguem um quilo de pimentão ou pegue um quilo de tomate, que são alimentos que te, uma grande sobrecarga de agrotoxicos. "

É ou não é?’, seção de fact-checking (checagem de fatos) do G1, tem como objetivo conferir os discursos de políticos e outras personalidades públicas e atestar a veracidade de notícias e informações espalhadas pelas redes sociais e pela web. Sugestões podem ser enviadas pelo VC no G1, pelo Fale Conosco ou pelo Whatsapp/Viber, no telefone (11) 94200-4444, com a hashtag #eounaoe.

É verdade que a graviola combate o câncer?

Embora já tenha sido comprovado em laboratório que a folha de graviola, na forma de acetogenina, tem atividade antitumoral, sua aplicação clínica ainda está distante. Devem ser feitos diversos estudos clínicos em humanos para que sua eficácia seja mostrada e, então, seja comparada com as drogas convencionais.

O que comer para matar as células cancerígenas?

Pensando nisso, preparamos uma lista com os alimentos que você deve incluir no seu prato para ter uma dieta mais saudável e se prevenir contra as neoplasias:.
Espinafre. ... .
Uvas de cor escura. ... .
Castanha-do-pará ... .
Alho. ... .
Salmão. ... .
Goiaba. ... .
Molho de tomate..

Qual é o nome da planta que cura o câncer?

O aranto (nome popular da kalanchoe daigremontiana) é uma planta ornamental que vem sido divulgada no universo online como suposto tratamento para o câncer.

Quem tem câncer pode tomar chá de graviola?

A fruta oferece, de fato, algum benefício? Segundo o nutricionista Fábio Gomes, da área de alimentação, nutrição e câncer do INCA, a graviola possui, principalmente nas folhas e nas sementes, um composto quimiopreventivo chamado acetogenina. No entanto, o composto não cura o câncer.