Regras de nomenclatura e classificação dos seres vivos

O naturalista Lineu propôs um sistema de nomenclatura binomial com a finalidade de padronizar a forma de nomear espécies, facilitando a comunicação entre os cientistas.

Regras de nomenclatura e classificação dos seres vivos
Naturalista sueco Karl von Linné, conhecido também como Lineu

O naturalista sueco Lineu foi, e ainda é, muito importante para a sistemática: parte da biologia que estuda a diversidade biológica. Foi ele quem propôs classificar os seres vivos em categorias taxonômicas, a partir da análise de semelhanças entre grupos de indivíduos. Assim, definiu espécie como o taxa mais específico, sendo procedido do gênero, família, ordem, classe, filo e reino.

Cada espécie possui um ou mais nomes vulgares, e que podem variar de cultura para cultura; e a um mesmo grupo de animais, pode ser atribuído um único nome. Por exemplo: mosquito, carapanã, pernilongo e muriçoca são nomes que se dão indivíduos de insetos Subordem Nematocera. Considerando este fator, Lineu propôs um sistema de nomenclatura biológica, com a finalidade de padronizar a forma de nomear espécies, facilitando a comunicação entre os cientistas e público interessado. Assim, cada espécie possui um nome científico específico, sendo este utilizado universalmente, em qualquer lugar do planeta.

Este sistema, denominado nomenclatura binomial, ou sistema lineano; sugere que:

- Todo nome científico deve possuir duas palavras;

- A primeira palavra do nome científico se refere ao gênero do indivíduo;

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- A segunda palavra do nome científico é o epíteto específico: um nome que caracteriza a espécie. Este pode ser alguma característica específica de seus indivíduos, ou mesmo uma homenagem, do cientista que registrou a espécie, a alguém ou a alguma coisa;

- A primeira letra da primeira palavra do nome científico deve estar em maiúsculo. As demais, em minúsculo, assim como o epíteto específico;

- O nome científico deve ser escrito em itálico. Em casos em que escrever assim, de forma legível, é inviável, deve ser utilizada a escrita a grifo;

- Se o mesmo nome for escrito mais de uma vez em um mesmo documento, a partir da segunda pode-se abreviar o gênero: Helicobacter pylori (...) H. pylori;

- Algumas espécies podem possuir três nomes, como é o nosso caso: Homo sapiens sapiens. O primeiro nome se refere ao gênero. O primeiro e o segundo, à espécie; e todos eles, à subespécie. Nestes casos, valem as mesmas regras.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

Por Mariana Araguaia

Imagine todos os seres vivos do planeta, tanto animais como vegetais. Agora, tente pensar em uma denominação para cada um deles, de forma que seus nomes os agrupe conforme suas características em comum. Difícil, não é? Mas é exatamente isso que um ramo da biologia faz. Existem pessoas que trabalham apenas para identificar e nomear espécies - os botânicos (no caso das plantas) e os zoólogos (no caso dos animais) e são chamados sistematas.

É muito importante para a ciência que todos os seres vivos sejam identificados, ou não seria possível estudá-los. A ciência agrupa os seres vivos conforme as características que eles apresentam em comum. Como num jogo de encaixar, cada grupo possui um subgrupo, o qual possui outro subgrupo, e a cada divisão as similaridades ficam cada vez mais acentuadas.

Por exemplo, no reino animal estão todos os animais. Nele, há diversos subgrupos que unem os animais que têm mais coisas em comum, como o dos mamíferos, que engloba apenas animais que mamam. A partir daí, há mais subgrupos, como os que são gerados em placenta (placentários) e que são a maioria, ou os que colocam ovos - esse é o caso dos ornitorrincos.

Ordem decrescente

A classificação básica dos seres vivos é, em ordem decrescente: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, e espécie. Em muitos casos, há tantas especializações que esta classificação não é suficiente. Por isso foram criadas algumas subdivisões dentro de ordem, classe, e espécie. No caso do grupo "classe", encontra-se a superclasse (que fica um grau acima da classe) e a infraclasse (que fica um grau abaixo da classe). Da mesma maneira ocorre com o grupo da ordem: existe a superordem e a infraordem. No grupo de espécies, encontra-se a subespécie.

Essas subdivisões são muito comuns no caso dos insetos. A razão disso, está muitas vezes ligada à peculiaridades como número de articulações nas antenas - é o caso de uma espécie de besouro. Estudiosos descobriram que uma espécie de besouro tem alguns indivíduos com número maior de articulações nas antenas. E estes apenas se reproduziam com os seus iguais. Então, esses besouros foram classificados em uma subespécie.

O mesmo acontece com os cães. Geneticamente, são idênticos aos lobos (Cannis lupus). Mas apresentam diversas diferenças quanto a tamanho e forma. Assim, são classificados como uma subespécie dos lobos: são os Cannis (gênero) lupus (espécie) familiaris (subespécie).
Ao usar o ser humano como exemplo, veja uma classificação taxonômica completa:

  • Reino: Animalia (o homem é um animal, e nesse grupo estão todos os animais).
  • Filo: Chordata (possui notocorda - formação da coluna vertebral - no seu desenvolvimento embrionário, e aqui estão todos os vertebrados).
  • Classe: Mammalia (seu filhos mamam, e nessa classe estão todos os mamíferos)
  • Infraclasse: Placentalia (é um mamífero cuja fêmea possui placenta - mamíferos que não possuem placenta pertencem a outra infraclasse)
  • Ordem: Primata
  • Família: Hominidae (dentro desse grupo estão as subfamílias Gorilla (gorilas), Pan (chimpanzés), Ardipithecus (extinto), Australopithecus (extinto) , Pierolapithecus (extinto), Sahelanthropus (extinto), Paranthropus (extinto), Kenyanthropus (extinto), Orrorin (extinto), Homininae (seres humanos).
  • Subfamília: Homininae
  • Gênero: Homo.

Na verdade, o gênero Homo contém diversas espécies, porém, com exceção do sapiens, todas estão extintas. São elas : Homo antecessor, Homo rhodesiensis, Homo rudolfensis, Homo habilis, Homo cepranensis, Homo ergaster, Homo erectus, Homo floresiensis, Homo georgicus, Homo heidelbergensis, Homo neanderthalensis, Homo sapiens.

  • Espécie: Homo sapiens.


Conforme os grupos se subdividem de acordo com as características compartilhadas, o número de animais enquadrados diminui. Ao mesmo tempo, estes apresentam cada vez mais características em comum.

Cada grupo de classificação é chamado de táxon - de onde vem o nome taxonomia. Esse sistema de classificação permite que os seres vivos sejam agrupados conforme o seu grau de parentesco e permite compreender melhor a evolução da vida na Terra.

Quais as regras para nomenclatura dos seres vivos?

Regras para a escrita dos nomes das espécies.
- Todo nome científico de espécie é composto por dois nomes (daí o nome: nomenclatura binomial). ... .
- Subespécies terão nomenclatura trinomial. ... .
- Subgêneros são indicados entre parênteses. ... .
- Os nomes das espécies devem vir destacados no texto, preferencialmente em itálico..

Qual é a nomenclatura dos seres vivos?

Os animais são classificados, por convenção, nos seguintes grupos principais (táxons ou taxa), em sequência descendente: reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Todas essas categorias são nomeadas em latim.

Quais as 4 regras básicas de nomenclatura científica das espécies?

o nome do género é um substantivo, simples ou composto, escrito com inicial maiúscula. o restritivo específico é um adjectivo escrito só com minúsculas. após o nome da espécie, vem o nome do autor e a data em que pela primeira vez o organismo foi descrito.