Que filósofo grego dizia que o pensamento é um diálogo silencioso da alma consigo mesma?

Apresentação em tema: "FILOSOFAR É PENSAR."— Transcrição da apresentação:

1 FILOSOFAR É PENSAR

2 Pensar é exercer uma atividade intelectual ou racional.
Nossa mente é capaz de imaginar lugares, seres e coisas fantásticas, jamais vistas. O pensamento parece algo sem limites, como uma coisa mágica, uma espécie de dom sobrenatural que possuímos. Até hoje, a ciência não é capaz de descobrir por que pensamos e, só sabemos o que os outros também pensam porque eles nos dizem.

3 O pensamento é algo abstrato e imaterial.
Do ponto de vista da ciência, o pensamento é uma atividade cerebral, algo relacionado a conexões eletroquímicas entre neurônios. O filósofo grego Platão dizia que o pensamento é um diálogo silencioso da alma consigo mesma. Para ele as palavras seriam apenas instrumentos do pensar e que só seriam úteis para a comunicação. Só no momento de se dizer o que se pensa é que utilizaríamos a linguagem.

4 Filósofos como o austríaco Ludwig Wittgenstein, uma das mentes mais brilhantes do século XX, argumenta que a linguagem é parte essencial do pensamento. O pensamento é um ato linguístico, ou seja, é com a linguagem que pensamos, sem a mesma não haveria pensamento. É por meio da linguagem que o pensamento se efetiva. A invenção da linguagem foi determinante para que o homem “se descobrisse” como ser racional. O pensamento produz conhecimento e esse conhecimento produz o filosofar. E filosofar nada mais é do que pensar de forma radical, crítica e de conjunto.

Durante vinte e quatro séculos, muito se falou sobre Platão. É o autor considerado inaugurador da “metafísica” Ocidental. Várias interpretações conflitantes, e até mesmo mutuamente excludentes, predominaram sobre um certo modo de lê-lo e acabaram por obscurecer seu pensamento vivaz e robusto, características da força artística da Grécia antiga.

Incompreensível, aquilo que se convencionou chamar de platonismo, parece, ainda hoje, corresponder a uma espécie de hipótese ad hoc, ou seja, salvar uma teoria ou continuar desenvolvendo-a sobre um determinado paradigma.

Em sua obra, os Diálogos, há a encenação dramática entre vários discursos, que se pretendem verdadeiros: sejam os discursos relativistas dos sofistas, sejam os filosóficos ou a procura de definições de Sócrates (bem como também daqueles que expõem com mais ou menos simplicidade e/ou dificuldades aquilo que pensam), há uma trama sensível de posições que entram em combate, em conflito direto. Mostração, demonstração e refutação; alegorias, mitos, matemática, imagética, são formas discursivas que tentam fazer ver algo, fazer aparecer algo.

Entretanto, esse algo nunca é dito diretamente da boca de Platão. Ele, enquanto autor dos diálogos, não se imiscui na cena dramática ou quando o faz é de forma irrelevante para o contexto. É Sócrates ou Górgias, ou Cálicles, ou Teeteto, ou o Estrangeiro, etc., que falam. Todos correspondem a uma intenção determinada do autor.

Devemos, portanto, fazer uma suspensão metodológica da tradição platônica para ler os diálogos com maior clareza e desta procurar saber se é possível ou não extrair uma filosofia propriamente dita platônica, concebendo Platão primeiro como autor para saber se pode ser também um filósofo e em que condições isto se dá.

Compreender qual a intenção de Platão em escrever na forma dialógica é buscar, a partir do estabelecimento das temporalidades, léxis (o que é dito), nóesis (o que é compreendido), gênesis (o momento histórico, a vida, etc., do autor) e poíesis (a cronologia das obras) e verificar, nesse ordenamento, como a gênesis influencia e determina a poíesis. Mostrar que essa intenção evidencia o quanto Platão pode ter herdado de Sócrates e ao mesmo tempo se afastado do “mestre”, pretendendo fazer do diálogo uma forma artística que concorresse com as outras formas de representar a realidade na Grécia antiga. Significa que Platão pretende fazer um bom uso da imitação e não completamente desprezá-la.

Assim, como no diálogo há vários discursos, a linguagem é objeto de diferentes valorações e pode ser tomada como sendo o que não é, como valendo mais do que vale. E é essa a crítica de Sócrates n’A República, livros II-III. É preciso, pois, uma apropriação sempre crítica da imediatidade do aparecer e não a sua exclusão sumária. Então, o desafio dos diálogos seria o de pensar o que é e o que não é e de ser capaz de dizê-los discursivamente. Podemos, assim, listar alguns objetivos específicos na intenção do autor em escrever na forma dialógica. São eles:

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  • Mostrar que Platão visa concorrer com outras formas artísticas (discursivas, outros modos de expressão do Lógos), porque mesmo que não possua uma doutrina fixa, ele acredita na possibilidade de inteligibilidade (entendimento e discernimento), tendo como pressuposto que o fim da comunicação é a persuasão. Por isso, pretende, ao expressar a odisséia socrática e contrapô-la a vários discursos, promover um mínimo de postura a quem deseja conhecer algo, incentivando o leitor a buscar o conhecimento por si mesmo;
  • Platão adere ao método dialético. É o único dogma que se pode extrair tanto da sua vida quanto da sua obra. Não é nem cético, nem dogmático, mas filósofo, isto é, busca a verdade, consciente da impossibilidade de possuí-la plenamente. Aqui, mesmo que o autor não se imiscua na dramaticidade dos diálogos, há pontos de sua vida pessoal que permitem se aproximar de algumas opiniões dos personagens;
  • A relação Éros e Lógos, inscrita nos diálogos, poderia servir de metodologia interna? A filosofia, no fim da odisséia, não compreende a necessidade de um saber forte, mas também reconhece as dificuldades ou até impossibilidades de o atingir. Então, o que permanece na busca? A dialética, como condição de existência para quem deseja o saber, ajuda a clarear pontos e elevar o entendimento, ao menos de forma temporária. Jamais significa que a chamada teoria das Ideias ou Formas corresponda a uma doutrina fixa. Pode-se pensar que seria uma hipótese, socrática, que não deu certo ou que esclareceu pontos, entrou em dificuldades e exigiu superação. Por isso, a necessidade da persuasão, da linguagem, do diálogo!
  • O modo como o aparecer é inserido e não excluído no pensamento socrático. O que é criticável na arte, segundo os textos, não é a sua insuficiência ontológica, inferioridade da aparência com relação à essência. Não há mundo das ideias diferente do mundo das coisas. O que ocorre é a maior ou menor inteligibilidade sobre aquilo que aparece. Observe: o que faz uma coisa ser mais real do que outra? Isso não está explícito nos diálogos, não pode ser afirmado categoricamente.

Então, pode-se dizer que as nuances que perfazem essa problemática são mais bem compreendidas se ela for organizada de modo a fazer com que a nóesis corresponda corretamente com a léxis e dessas possa se abrir o caminho para a unificação dialética das diversas temporalidades e, só assim, entender o real sentido da filosofia platônica.


Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Qual é o nome do filósofo grego que dizia ser o pensamento um diálogo silencioso da alma consigo mesmo?

O filósofo grego Platão dizia que o pensamento é um diálogo silencioso da alma consigo mesma.

Qual o significado da frase o pensamento e o passeio da alma?

Certa vez um grego disse: “O pensamento é o passeio da alma”. Com isso quis dizer que o pensamento é a maneira como nosso espírito parece sair de dentro de si mesmo e percorrer o mundo para conhecê-lo.