Quanto tempo demora para fazer cocô depois da cirurgia de hemorroida?

A fissura anal é um pequeno corte que ocorre na borda anal e que tem como causas principais a prisão de ventre e fezes muito volumosas e endurecidas.

A fissura anal é um corte (laceração) ou ferida localizada no tecido da borda anal, a parte externa do canal do ânus.

Veja também: Entrevista sobre o funcionamento dos intestinos

Causas da fissura anal

As causas mais comuns são excesso de força na hora de evacuar devido a fezes endurecidas ou volumosas, diarreia e prisão de ventre (constipação intestinal). Outras doenças, como colite ulcerativa e doença de Crohn, também podem desencadear o problema.

Ela pode ser classificada em dois tipos:

  • Aguda: Caracteriza-se pelo aparecimento do ferimento após um trauma local, como uma evacuação com fezes endurecidas;
  • Crônica: Quando a fissura não cicatriza. Assim, tende a reaparecer inúmeras vezes, com continuidade dos sintomas.

Sintomas da fissura anal

As fissuras provocam dor e sangramento moderado, de cor viva, normalmente durante ou após uma evacuação. O paciente também pode sentir ardor ao se sentar.

A dor dura vários minutos ou horas e, então, melhora até a próxima evacuação.

Diagnóstico de fissura anal

O diagnóstico é baseado na história clínica do paciente e também no exame físico realizado por um proctologista. O exame consiste no afastamento das nádegas e visualização do ânus, sem toque, por conta da dor.

Tratamento da fissura anal

Anestésicos tópicos aplicados na região anal (como benzocaína ou lidocaína) ou um banho de assento morno (não quente) de 10 a 15 minutos após cada evacuação aliviam o desconforto e ajudam a aumentar o fluxo sanguíneo, o que promove a cicatrização. A imersão é realizada com a pessoa de cócoras em uma bacia ou sentada em um bidê ou banheira parcialmente cheia.

As fissuras que demoram para cicatrizar precisam ser reavaliadas por especialista, e alguns casos podem necessitar de cirurgia. O tratamento cirúrgico tem como objetivo diminuir a capacidade de contração do esfíncter anal interno. Com isso, consegue-se melhorar o fluxo de sangue para o local da fissura, o que estimula sua cicatrização.

Normalmente, a grande maioria dos casos responde bem ao tratamento clínico, sem necessidade de cirurgia.

Recomendações para lidar com a fissura anal

  • É importante aumentar o consumo de fibras (25 g a 30 g  diárias);
  • Beba diariamente 2 litros de água para garantir o bom funcionamento do intestino.
  • Não tenha vergonha de buscar tratamento médico, faz parte da rotina e do trabalho dos especialistas lidar com o problema. A demora para procurar ajuda pode fazer a condição se tornar crônica;
  • Não adie as idas ao banheiro para evacuar, pois isso faz com que as fezes fiquem ressecadas, o que dificulta a evacuação.

Perguntas frequentes sobre fissura anal

Fissura anal é o mesmo que hemorroida?

Não. Fissura é um corte ou ferimento na borda do ânus que causa dor enquanto não for cicatrizado. Já hemorroidas são varizes ou veias dilatadas ao redor do ânus ou do reto, às vezes com prolapso (quando o intestino se projeta para fora do ânus), que causam sangramento e coceira, mas nem sempre dor.

Como cicatrizar a fissura anal?

Normalmente o organismo se encarrega da cicatrização em no máximo uma semana, mas você pode ajudar. Se possível, enquanto estiver com fissura, evite usar papel higiênico e faça a higiene com água morna. Se o problema persistir, não deixe de procurar um proctologista.

Prisão de ventre causa fissura anal?

Sim. Daí a importância de adequar a dieta, aumentando o consumo de água e de fibras, que promovem o funcionamento do intestino.

Para remover as hemorroidas internas ou externas, pode ser necessário fazer uma cirurgia, que está indicada para os pacientes que mesmo depois de realizar um tratamento com remédios e dieta adequada, mantêm a dor, desconforto, coceira e sangramento, especialmente ao evacuar.

Existem várias técnicas para remover as hemorroidas, sendo a mais comum a hemorroidectomia, que é a técnica tradicional que é feita através de um corte. A recuperação demora entre 1 semana a 1 mês, sendo necessário ficar internado cerca de 2 dias no hospital e manter uma boa higiene da região intima durante o tempo de recuperação.

Na maioria dos casos, as cirurgias para remover as hemorroidas são realizadas com anestesia geral e exige que o paciente fique internado durante cerca de 2 dias. Para remover as hemorroidas, o proctologista deve escolher a técnica mais indicada para cada caso, já que podem variar de acordo com o tipo de hemorroida que o paciente possui. Algumas técnicas para fazer a remoção das hemorroidas internas ou externas, podem ser:

1. Hemorroidectomia

A hemorroidectomia é a cirurgia mais comum e envolve remover as hemorroidas através de um corte. Por esse motivo é muito usada nas hemorroidas externas ou nas internas de grau 3 e 4. 

2. Técnica por THD/ Endopex

Esta é uma cirurgia feita sem cortes, em que o médico utiliza um aparelho de ultrassom para identificar os vasos que levam o sangue às hemorroidas. Depois de identificados estes vasos, o médico interrompe a circulação de sangue costurando a artéria, o que faz com que a hemorroida seja fechada e seque com o tempo, sendo os pontos absorvidos. Esta técnica pode ser usada para hemorroidas de grau 2, 3 ou 4.

3. Técnica PPH

A técnica por PPH permite fixar as hemorroidas em sua posição original, através do uso de grampo especiais de titânio. Este procedimento não necessita suturas, tem um tempo de recuperação rápido e é feito em hemorroidas internas de graus 2 e 3.

4. Laqueação com elástico

Este é um tratamento onde se aplica uma pequena banda elástica na base da hemorroida, o que vai interromper o transporte de sangue e provocar a morte da hemorroida, sendo comum no tratamento das hemorroidas de graus 2 e 3.

5. Escleroterapia

Nesta técnica é injetado nos vasos das hemorroidas um produto que provoca a morte dos tecidos, sendo utilizado para o tratamento das hemorroidas de grau 1 e 2. Entenda como é feita a escleroterapia.

6. Coagulação infravermelha

A coagulação infravermelha é uma técnica que pode ser utilizada para tratar sangramentos internos em hemorroidas. Para isso, o médico usa um aparelho com uma luz infravermelha que aquece o local e cria uma cicatriz na hemorroida, fazendo com que o sangue deixe de conseguir passar e, consequentemente, os tecidos da hemorroida endurecem e acabam caindo. A coagulação infravermelha normalmente tem muito poucos efeitos colaterais e causa um desconforto muito reduzido.

Classificação do grau de hemorroidas internas

As hemorroidas internas são aquelas que se desenvolvem e permanecem no interior do ânus, podendo apresentar diferentes graus, como:

  • Grau 1 - Hemorroida que se encontra no interior do ânus, havendo um ligeiro aumento das veias;
  • Grau 2 - Hemorroida que sai do ânus durante a defecação e que volta para o interior espontaneamente;
  • Grau 3 - Hemorroida que sai do ânus durante a defecação e que é necessário voltar a introduzir no ânus com a mão;
  • Grau 4 - Hemorroida que se desenvolve dentro do ânus mas que devido ao seu aumento chega a sair pelo ânus, podendo causar prolapso retal, que é a saída da parte final do intestino pelo ânus.

As hemorroidas externas, são aquelas que ficam na parte exterior do ânus, e estas também podem ser removidas através de cirurgia, porque causam desconforto principalmente ao sentar e ao defecar.

Como é o pós-operatório

Embora a cirurgia não cause dor, no período pós-operatório é normal o paciente sentir dor na região perineal, principalmente ao sentar e na sua primeira evacuação após a cirurgia, pois esta região está mais sensível. Desta forma, geralmente o médico indica:

  • Uso de analgésicos para controlar a dor e o desconforto, como paracetamol de 8 em 8 horas;
  • Uso de laxantes para tornar as fezes mais moles e fáceis de evacuar;
  • Realização de um banho de assento de água fria, durante 20 minutos, o número de vezes necessário para diminuir o desconforto;
  • Evitar o uso de papel higiênico, devendo-se lavar a região anal, após evacuar, com água morna e sabão neutro;
  • Usar uma pomada orientada pelo médico, 2 vezes ao dia, para ajudar a cicatrizar a região.

Após a cirurgia, recomenda-se o uso de uma almofada redonda em forma de boia para sentar, de forma a diminuir o risco de sangramento e reduzir a dor. Além disso, durante o primeiro mês após a cirurgia, devem-se preferir alimentos ricos em fibra e ingerir muita água, para que as fezes sejam mais moles e fáceis de evacuar. Confira no vídeo a seguir como deve ser a alimentação para facilitar o trânsito intestinal e evitar as hemorroidas:

Qual o tempo de recuperação

​A recuperação da cirurgia para hemorroida depende do tipo e grau da hemorroida e da técnica cirúrgica realizada, podendo variar entre 1 semana e 1 mês, para o paciente poder retomar normalmente as suas atividades do dia-a-dia.

É normal que durante a primeira semana após a cirurgia, o paciente tenha pequenas perdas de sangue pela região anal, no entanto, caso este sangramento seja intenso é recomendado ir no hospital para verificar se está a recuperar corretamente.

O que fazer para defecar após cirurgia?

“A paciente deve caminhar e seguir os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta, obedecer ao reflexo para evacuar, ingerir bastante líquido e comer frutas e verduras”, orienta. É recomendado não exagerar nas fibras como granolas e produtos integrais.

Quem fez cirurgia de hemorroida pode tomar laxante?

O uso do laxante é muito importante no pós operatório, pois ajuda na evacuação, evitando sangramento e dor. Em relação a duração, depende de cada paciente . Geralmente, só suspendo o laxante após a total recuperação (cicatrização) .