Qual seria o maior impacto do aumento da expectativa de vida dos servidores sobre o pppsr

Nos últimos anos, a qualidade de vida da população tem melhorado significativamente. A mudança dos hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos e os avanços das tecnologias voltadas para a área da saúde contribuíram para o aumento da expectativa de vida do brasileiro. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de idade estimada para o brasileiro é de 76 anos. Para se ter uma ideia, na década de 60 essa média não ultrapassava os 54 anos.

Mas o aumento dessa expectativa traz reflexos para diferentes áreas. Entre elas, o sistema de saúde, que deve estar preparado para receber e atender a população que está envelhecendo. Nesse contexto, os planos de saúde também são afetados, já que devem estar preparados para oferecerem serviços que atendam seus beneficiários, mas que tenham condições de manter sua competitividade.

Diante esse cenário, alguns reflexos serão inevitáveis e, se não forem bem administrados, contribuem para o comprometimento dos serviços e o descredenciamento de prestadores.

Aumento da estrutura para atendimento

Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, os usuários dos planos de saúde tendem a utilizar mais os serviços oferecidos. Com isso, são necessários mais médicos para atendimento e uma infraestrutura ainda mais robusta. Outro reflexo neste cenário consiste nos problemas crônicos que tendem a surgir à medida que a população envelhece, e que necessitam de um suporte clínico contínuo por parte da operadora.

Realização de exames de alta complexidade e uso de medicamentos

Mais usuários ativos nos planos de saúde resultam em mais exames e internações sendo realizadas. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estima que os custos relacionados ao envelhecimento populacional aumentem significativamente até 2030, já que pesquisas demonstram que um a cada quatro brasileiros contam com serviços dos planos de saúde no País. Os exames de alta complexidade – que costumam custar caro para as operadoras – passam a ser solicitados em maior número e também contribuem para o aumento dos custos.

Alto número de processos judicializados

Em relação ao envelhecimento da população, outra realidade que se torna mais presente nos planos de saúde consiste na judicialização. Há uma tendência real de aumento dos pedidos de medicamentos destinados ao tratamento de doenças crônicas (mais comuns, em decorrência do avanço da idade). A intervenção judicial que determina o custeio deles também tende a aumentar.

A ANS acredita que uma transição demográfica tão significativa, considerando um país que ainda estão em processo de desenvolvimento, torna a sustentabilidade da operadora um desafio ainda maior.

Como minimizar os impactos do aumento da expectativa de vida?

Para garantir a prestação de serviços de qualidade, os planos de saúde devem buscar uma gestão sustentável, que garanta o bem-estar do paciente e a redução de custos. A análise da real necessidade dos procedimentos solicitados pelos médicos, o uso de novas tecnologias que auxiliam no controle dos gastos e o auxílio de uma consultoria especializada, para dar suporte às áreas responsáveis pela liberação de exames e compra de materiais, se torna uma alternativa. E claro, trabalhar a prevenção de doenças, ao invés do tratamento delas.

Afinal, o aumento da expectativa de vida é algo positivo e inevitável. Resta às operadoras estarem preparadas para o que os próximos anos reservam.

 Com informações de: Agência Brasil

29/10/2012 - 21:17  

Um elemento que não se pode deixar de lado quando se fala em Previdência Social é o perfil demográfico. No caso do Brasil, observa-se uma redução da taxa de natalidade e o envelhecimento da população.

A expectativa de vida do brasileiro está em torno de 73 anos de idade, conforme dados do último censo divulgado pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa um aumento de 25 anos em relação ao que se vivia na década de 60. Espera-se que em 2050 os brasileiros vivam, em média, até os 81 anos. Com isso, a população com mais de 60 anos passaria a representar quase 25% do total.

O censo também revelou que as famílias estão tendo menos filhos. Em termos previdenciários, isso significa que o número de pessoas em atividade no mercado de trabalho vai diminuir, ao passo que o número de inativos vai aumentar.

Qual seria o maior impacto do aumento da expectativa de vida dos servidores sobre o pppsr
Essa constatação exige planejamento para que a Previdência Social se torne sustentável, ressalta o secretário de Política de Previdência Social do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim. "O fator previdenciário tem um impacto anual hoje na casa de R$ 14 bilhões. É um impacto grande, e isso vai crescer ao longo dos próximos anos em função de o envelhecimento da população gerar um aumento nos benefícios da Previdência. Hoje, a gente tem em torno de 16,5 milhões de aposentados, pagamos aproximadamente R$ 26 milhões de benefícios. Esse número deve triplicar até 2050. Então, a nossa preocupação maior é com o futuro."

Rolim afirma que as contas da Previdência atualmente estão sob controle, com a separação das aposentadorias urbanas das rurais. "Hoje, no nosso entendimento, a Previdência está equilibrada, porque nós separamos a previdência urbana da rural. A rural, a própria Constituição definiu que seria um modelo semi-contributivo e que seria complementado com o orçamento da seguridade social como um todo. Já o sistema que é contributivo da previdência urbana hoje nós temos um superávit de aproximadamente R$ 21 bilhões. Porém, esse superávit não se sustenta no longo prazo. Pelo contrário, com o crescimento do número de benefícios e um número não tão elevado de contribuintes, no longo prazo a gente pode vir a ter um déficit que venha a alcançar talvez mais de 5% do PIB. Então, nossos estudos sempre foram levando em conta as próximas décadas, para garantir que a Previdência seja sustentável no futuro."

Idade mínima
Diante dessa realidade, há quem veja no estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria dos trabalhadores regidos pela a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT - Decreto-Lei 5.452/43 ), assim como já ocorre com os servidores públicos, a solução para evitar um colapso previdenciário no futuro.

Na opinião do deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR), ex-ministro da Previdência Social, o fator previdenciário foi adotado porque, “por um erro na época da votação”, a Câmara não aceitou a idade mínima para aposentadoria. Stephanes lembrou que esse sistema vigorava em 95% dos países do mundo que têm sistema previdenciário organizado. “Restou no final a apresentação pela própria Câmara, mais tarde, do fator, como forma de substituir a falta de uma idade mínima para aposentadoria.”

O deputado acha difícil que o governo aceite a mudança do fator previdenciário. “Teria que ter outro substitutivo, como a introdução da idade mínima."

O técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Marcelo Caetano também defende a necessidade de se fixar uma idade mínima para a aposentadoria. "Poderia até ter uma perspectiva de acabar com o fator, mas se viesse junto com o fim do fator alguma perspectiva de introduzir um limite etário um pouco maior para a aposentadoria das pessoas.”

A opinião é compartilhada também pelo ex-ministro da Previdência Social José Cecchin. "Nós estamos vivendo vidas mais longas. A proporção de pessoas idosas que haverá à nossa frente vai crescer muito. Vamos passar de 10% de pessoas com 60 anos ou mais hoje para 30% daqui a 40 anos, um de cada três brasileiros praticamente. Haverá poucos jovens, poucas pessoas em idade de trabalho. Esse é um fator que muda muito a composição etária da população, com repercussões muito sérias sobre a Previdência.”

Cecchin enfatizou que o mundo inteiro adota a idade mínima. “Se o Brasil adotasse estaria simplesmente se sintonizando com o mundo inteiro. Normalmente, você pode começar com idade 60/65 e aí se fazer algo escalonado, que essas idades ao longo do tempo vão subindo, como fez a Grã-Bretanha, os Estados Unidos, como a Alemanha tenta fazer.”

Cecchin acrescentou que o esforço de alteração deve ser para que as regras possam se manter no tempo, que sejam sustentáveis. “As regras devem deixar confortáveis as pessoas que contribuírem por 25, 30 ou mais anos para depois começarem a usufruir por mais 20 anos em seguida. Idades muito baixas de aposentadoria não permitem essa sustentabilidade."

Contrários à idade mínima
Quem é contrário à idade mínima argumenta que o critério penaliza as pessoas que começam a trabalhar mais jovens, em geral porque precisam contribuir com a renda familiar.

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, contrário ao critério, cita seu próprio caso. "Se você institui idade mínima, vamos dizer que o governo diga que tem que ter pelo menos 60 anos, eu, por exemplo, comecei a trabalhar com carteira assinada aos 13 anos. Eu teria que trabalhar 47 anos para poder me aposentar. Isso é injusto. Estou citando o meu caso, mas como eu tem milhares ou milhões de pessoas que estão nessa situação porque começaram a trabalhar muito cedo - na época podia -, com 13, 14, 15 anos de idade e que seriam penalizados.”

Por isso, ele considera justo para todo mundo uma fórmula que combine a idade com o tempo de serviço: “Quanto mais você trabalhar, melhor você se aposenta."

Paulo Barela, da Secretaria-Executiva da Central Sindical Popular Conlutas, ressalta a desigualdade existente entre os trabalhadores no Brasil. "Se tivéssemos no País uma relação justa, igual, onde o trabalhador pudesse estudar, se formar em uma universidade e entrar no mercado de trabalho aos 25 anos, seria natural que ele se aposentasse aos 60 anos. Nós não temos nenhuma dúvida disso. O problema é que a classe trabalhadora entra no mercado com 15 anos, com 10 anos, com 9 anos. Assim, de uma forma bem otimista, entraria no mercado de trabalho lá pelos 18, 19 anos, mas não é essa realidade. A realidade é entrar mesmo com o trabalho infantil.”

O dirigente sindical acrescenta que além de começar a trabalhar cedo, os carentes não têm pagamento de direitos sociais, nem podem ter carteira assinada, porque senão o Ministério do Trabalho pune o empresário que faz isso. “Sabemos que isso ocorre. A realidade brasileira não é da Europa, não é dos EUA, a ponto de queremos aplicar as mesmas regras. Temos que festejar, temos que aplaudir o fato de a população brasileira estar vivendo mais. Agora, o fato de ela estar vivendo mais não significa que as desigualdades sociais acabaram. Ao contrário, permanecem todas elas como eram lá no início do século passado."

Segundo o secretário de Política de Previdência Social do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim, 54% dos trabalhadores brasileiros se aposentam por idade, aos 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres. Os que se aposentam por tempo de contribuição representam 28% do total.

Reportagem - Marise Lugullo
Edição – Regina Céli Assumpção

Quais os impactos ocasionados pelo aumento da expectativa de vida?

Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, os usuários dos planos de saúde tendem a utilizar mais os serviços oferecidos. Com isso, são necessários mais médicos para atendimento e uma infraestrutura ainda mais robusta.

Qual o impacto do aumento da expectativa de vida no Brasil?

O aumento na taxa de sobrevivência até 65 anos contribui para o crescimento da população em um país, o que proporciona às empresas uma maior mão-de-obra e um crescente mercado consumidor.

Quais são os fatores que influenciam na expectativa de vida?

A expectativa de vida está bastante relacionada com a qualidade de vida que um país possui, já que fatores como educação, saúde, assistência social, saneamento básico, segurança no trabalho, índices de violência, ausência ou presença de guerras e de conflitos internos influenciam-na diretamente.

O que é e qual a importância da expectativa de vida?

O conceito de expectativa de vida e o valor desse índice para o Brasil e outros países. A expectativa de vida – também chamada de esperança de vida – é um dado estatístico que procura estimar por quanto tempo se espera que as pessoas de uma determinada faixa de idade vivam em um determinado lugar.